Sióstio de Lapa
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ANTES QUE A MEMÓRIA VÁ (03 - PRIMEIRAS MEMÓRIAS)
Duas memórias eu consigo resgatar da mente que considero como as mais antigas. A primeira foi quando eu engasguei com uma espinha de peixe. Acredito que eu tenha cerca de dois anos. Estou sentado sobre a mesa da cozinha, sem nenhuma roupa, e registro as pessoas correndo de um lado para outro, aperreados, ansiosos, pediam uma banana para que ajudasse a deslocar a espinha. Não lembro de nenhum incômodo dessa espinha em minha garganta. O que ficou guardado foi apenas a minha posição sentado, despido sobre a mesa e as pessoas que também não identifico a correr de um lado para outro. A segunda memória é a única que tenho do meu pai. Eu estava a me balançar numa rede e ele chega com uma revista na mão, uma revista grande que não sei qual era o seu título. Podia ser “O Cruzeiro” a revista mais famosa da época. Mas não sei dizer e ninguém da minha família consegue lembrar desse fato. Para eles não era importante o fato, mas para minha mente teve um forte significado, deixou o registro em profundidade. Tem uma outra memória que não arrisco a incluir aqui como um fato, pode ser fruto da minha fantasia infantil e que pode comprometer outras pessoas e para isso eu não tenho esse direito. Mesmo que fosse verdade, eu não posso ser tão rigoroso com esses princípios da verdade com relação a mim, mas que pode trazer constrangimento para pessoas que não tem o compromisso que declaro aqui.
Também tenho uma foto desse período, por volta dos dois anos de idade, onde estou despido (parece que o pessoal gostava de me deixar pelado nessa época) numa cadeira, calçado com uns sapatinhos com meia e com uma corrente no pescoço. A minha atitude com a mão é como se eu quisesse alcançar o fotógrafo. Não tenho a menor memória desse momento.
Sióstio de Lapa
Enviado por Sióstio de Lapa em 31/12/2011
Alterado em 31/12/2011
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