Somos filhos do Pai primordial, criador de todas as cousas da Natureza, dos universos vistos, previstos e ignorados. Fomos criado como uma centelha da Sua luz na forma de espírito ignorante de tudo e de todos. Quis o Pai que assim fosse, para que nós adquiríssemos com a inteligência que Ele nos deu, a verdade espalhada por todos os lugares e assim construíssemos com nossos próprios esforços a nossa personalidade, a nossa individualidade. Ele não quis conosco construir autômatos.
Como centelha de Sua luz possuímos a Sua essência, mesmo que esteja a nossa alma mergulhada num corpo material e que pode com ele se confundir. A essência do Criador é o Amor Incondicional, a capacidade de aglutinar, de incluir, de perceber a beleza, do cuidar, de querer o bem... um dia essa essência do Criador despertará dentro de nós e nada nem ninguém conseguirá deter seu crescimento. Inicialmente com timidez, mas a cada momento, a cada vivência, iremos acumulando conhecimento e sabedoria. Os caminhos transversais ou desvios do caminho reto do amor de Deus, serão tolerados com magnanimidade por quem estiver um passinho mais à frente e por isso será este mais evoluído considerado um servidor daquele mais atrasado, faz parte da Lei do Amor.
Quem chegou nesse nível de compreensão ampla da criação e do Criador, pode ser considerado uma alma divina em atividade. Não é que seja o melhor comparado aquele que menos sabe e sim com mais responsabilidade frente ao Pai. Não pode mais ver a miséria do mundo e se mostrar indiferente, não pode mais ver a ignorância e não procurar ensinar o pouco que sabe.  Deve também ser tolerante e compreensivo para entender a resistência de quem pensa já saber tudo e não permite que entre nem mais um pouquinho da verdade, que não usa o seu raciocínio para discernir o que é certo do errado e fica fixado nas lições primárias que carimbaram a sua mente e o seu modo de pensar. Deve saber reagir inclusive as reações agressivas, as dores d’alma que são impingidas, talvez até desprezo, indiferença.
A alma divina não pode mais se melindrar com essas reações infantis e preconceituosas, deve estar preparada para sofrer na pele e na alma os efeitos da verdade que exalar da sua boca, do seu coração. Sempre amando e perdoando a quem lhe agride e até ameaça o abandono, de o deixar seguir nessa longa estrada sozinho e desamparado... desamparado em termos mundanos, pois a alma divina sempre estará intrinsecamente ligada ao Criador.
Em qualquer situação, em qualquer continente, em qualquer relacionamento, a alma divina sempre procura a presença de Deus, seja qual forma Ele se apresentar, seja com pés de Lótus, com anjos e querubins ao redor, com um raio e trovão nas suas mãos, enfim, qualquer que seja a representação, a alma divina sempre procura na essência o Amor Incondicional, pois onde estiver, lá estará também Deus.
Todos caminhamos para despertar nossa alma divina, alguns levarão menos e outros mais tempo, mas todos atingirão o objetivo. Quando isso for alcançado, o Reino de Deus estará construído, a promessa de Jesus de Nazaré enfim será cumprida e nós estaremos cada vez mais próximos da intimidade com o Pai.