Meu Pai, primeiro peço desculpas... pelo meu egoísmo, de lhe chamar de “meu Pai” sabendo que És o Pai de todos os meus irmãos e que o nosso irmão maior, mais bem amado por suas ações, o Mestre Jesus, já tinha nos ensinado a rezar de forma apropriada: Pai nosso...
Mas é que fazendo assim, Pai, falando assim, eu me sinto mais próximo do Senhor. É como se eu quisesse uma atenção especial, devido a minha condição ainda ingênua de ser, talvez por ser um dos teus caçulas no contexto da vida.
Meu Pai, sei hoje que sou um dos Teus filhos, que tenho a semente do Amor plantada por ti em meu coração e que tenho a missão da vida escrita por Ti em minha consciência.
Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o atrair... Assim falou o Mestre Jesus. Queria dizer que somos atraídos a todo momento pelas coisas do mundo, quer estejam fora ou dentro de nós.
Por outro lado, Pai, já dissestes uma vez a Francisco: “O que é melhor, servir ao Senhor ou ao servo?”
Sei que essas atrações que existem pelo mundo afora ou dentro de nós, todas são criações Vossas, criadas com um objetivo, até eu mesmo, como Tua criatura fui criado com um objetivo. Mas ninguém tem plena consciência da Tua vontade e do Teu desiderato. E nos prazeres efêmeros que existem ao nosso redor, todos somos fortemente influenciados, atraídos, e perdemos a sintonia com o Senhor, meu Pai. Eu sou um dos mais fracos, o mais influenciável por essas atrações secundárias. Como posso querer, Pai, o Teu carinho especial, se não consigo resistir a esses apelos da carne, que não me deixam ser atraídos por Vosso Amor?
Mas acontece que quero, Pai. Quero Tua atenção especial, quero ser o Teu filho muito amado assim como Jesus... Então Tu me dizes: “Deixas de ser atraído pelas coisas do mundo, saibas viver no mundo sem a ele pertencer; aprendas a viver no mundo como minha criatura consciente de seus deveres, do seu objetivo na vida e resistente a toda e qualquer pressão, influência ou atração desviante que venha sobre ti.”
Sim, Pai, recebo Seus conselhos e procurarei seguir. Sei que até hoje, até agora, neste exato momento, não tenho condições de dizer: pronto, Pai, não mais me desviarei do caminho em busca de prazeres secundários. Não posso falar ainda assim, dessa forma, com toda essa segurança. E mesmo que falasse não adiantaria, pois Vós sondas o meu coração e sabe do quanto sou capaz do quanto tenho de dificuldades, de sujeira carecendo de limpeza.
Mas posso dizer com toda segurança, Pai. Procurarei ser cada dia melhor do que fui no dia anterior. Procurarei aprender cada vez mais, a difundir o meu aprendizado com meus irmãos e ser caridoso com mais eficiência, cada vez mais. Essas são minhas intenções e Sabes que é a verdade. Sabes também que um dia alcançarei a plenitude de minha meta, do meu objetivo. Não posso precisar de quanto tempo necessitarei, tudo dependerá de minhas forças para resistir ao apelo do mundo material, dos prazeres secundários que a todo momento procuram nos encantar com os desejos.
Então, Pai, peço neste momento apenas isso: sabedoria para discernir os caminhos a seguir e coragem para os enfrentar sem medos ou arrependimentos. Apenas isso Pai, sabedoria e coragem. O resto fica por conta das minhas intenções, da minha vontade, das minhas ações.
Obrigado, Pai, por me ouvir... e atender!