AVENTUREIRO DAS ESTRELAS
Os espíritos enquanto criação inteligente de Deus permeia todo o Universo. Eles se desenvolvem lentamente no aperfeiçoamento moral em direção a energia amorosa do Criador. Da ignorância inicial à sabedoria suprema existe uma imensa gradação dos seres inteligentes. Aqueles mais sábios ficam mais próximos de Deus e recebem missões grandiosas. Temos o exemplo de Jesus Cristo que por seu grau de pureza e sabedoria, recebeu do Pai a missão de administrar o sistema solar, incluindo o nosso planeta azul. Percebendo nossa dificuldade de evoluir, já que vivíamos envoltos em guerras cruentas, na lei do mais forte, sem uma referência de fraternidade, Ele resolveu vir até nós e pessoalmente ensinar as lições necessárias para construir a sociedade do Reino de Deus. Voltou para o mundo espiritual e suas lições serviram para formar diversas igrejas, cada uma delas com uma maneira diferente de interpretar as lições, porém raramente abordavam o Amor Incondicional como o foco principal, muito menos sua aplicação. Formaram famílias baseadas no amor romântico, de base egoísta e exclusivista, se afastando demais da sociedade fraterna. Era preciso um espírito que não tivesse o vício do amor romântico, que não fosse cego a supremacia do Amor Incondicional. Mas Jesus não encontrou, por mais que enviasse espíritos de escol, que procuravam seguir suas lições, mas sempre evitavam focar no Amor Incondicional como base na formação das famílias, e tudo continuava do mesmo jeito. Quanto mais evoluía a sociedade na ciência e na técnica, mais afastada ficava do Amor Incondicional.
Na condição de governador da Terra, Jesus precisava de um espírito que fosse capaz de inocular a semente do Amor Incondicional dentro dos relacionamentos mais íntimos, porém não conseguia encontrar na esfera terrestre. Então, usando sua capacidade de volitar com o pensamento, voou em direção as estrelas mais distantes em busca de um espírito aventureiro que se dispusesse a vir até a Terra com essa missão: construir o Reino de Deus com base no Amor Incondicional, dentro de uma sociedade hipócrita, viciada no amor romântico. Encontrou um espírito com essas características no meio das estrelas, com bom nível de Amor Incondicional, que aceitou a aventura de vir até a Terra na condição de desbravador, de aplicador de uma teoria que todos aceitavam como correta, mas que todos diziam ser de difícil ou impossível aplicação. Mesmo porque isso fazia parte de sua capacidade de amar onde quer que fosse.
Assim, o Aventureiro das Estrelas encarnou numa humilde cidade da Terra. Criado na estrutura exclusivista do amor romântico, viveu a hipocrisia de praticamente todos violarem o compromisso de fidelidade às escondidas. Ainda chegou a formar uma família com base no amor romântico, foi quando sua consciência começou a despertar e lentamente ele quebrou os paradigmas tradicionais e deixou os seus paradigmas originais assumirem o controle dos relacionamentos.
A partir do momento que o Aventureiro das Estrelas passou a imprimir o seu pensamento, a sua missão nos seus relacionamentos, outro problema surgiu de maior magnitude. Não existia uma companheira capaz de compreender e implementar consigo a tarefa. E estava claro que essa tarefa necessitava de companheiros, homens e mulheres, senão ficava apenas no campo teórico mais uma vez. Mas o Aventureiro estava só. Mesmo assim ele encontrou algumas mulheres que se disponham a construir consigo esse Reino de Deus, mas nos primeiros embates onde era exigido a tolerância, a humildade, o servir, entrava ao invés disso o ciúme, a inveja, a prepotência, o ressentimento, a mágoa e destruíam o projeto. O Aventureiro se via abandonado. As vezes com alguém que no momento se via sozinha junto dele, mas logo que ela sentisse a companhia de outras mulheres no mesmo nível de relacionamento, ela também abandonaria o barco, ele sabia disso.
O projeto estava ameaçado. A missão do Aventureiro das Estrelas estava sem condições de ser realizado na prática. O que ele podia fazer era escrever incessantemente suas idéias para ver se surgia alguém capaz de entendê-las e praticá-las. Mas o tempo estava curto. Sua potência biológica definhava. Restava recorrer a Jesus e pedir um novo acordo. Que ele voltasse as estrelas e convidasse Aventureiros como ele, homens e mulheres, cheios de Amor Incondicional no coração, para que assim, em nova encarnação, pudessem formar um mosaico de família ampliada, estrutura da família universal e do Reino de Deus, que servisse de modelo para a humanidade da Terra. Pois, apesar de tudo, parece que eles, os terráqueos, têm razão: é impossível para eles praticar o Amor Incondicional.
Sióstio de Lapa
Enviado por Sióstio de Lapa em 23/11/2013