Sióstio de Lapa
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ORAÇÃO MARÇO 2014

Boa noite, meu Pai,
Quero hoje falar de mim, de minhas banalidades, de coisas que de tão bestas parece que nunca poderiam ser ditas a Ti, Tu que sabes o segredo do Universo, dos confins do Cosmo à intimidade do átomo!
Mas na falta de assunto, ou na dificuldade de falar o que de importante existe dentro de mim e que não consigo expressar, é que me vem a idéia de preencher esse espaço que elegi como minha obrigação mensal, de falar convosco.
Pois veja, meu Pai, quando pego na máquina e procuro as palavras para me dirigir a Vós, o assunto me foge. Fico a pensar, meditar, matutar... mas nada acontece. Tem para mim a conotação de uma infração que cometo convosco, pois sei que És o meu Pai e com o qual eu deveria ter a maior liberdade para falar tudo que me vem à mente, ao coração. E não chega nada!...
Assim, Pai, esta oração deste mês tem esta finalidade. Não pedirei nada a vós... apenas direi o que passa comigo como uma forma de delação das minhas fraquezas.
É isto que sinto quanto pretendo me dirigir a Vós, um vazio nos pensamentos, um black-out no coração. Quero elaborar palavras sofisticadas para expressar o meu querer, o meu sentir... não consigo, nem sai o perfeito nem o imperfeito.
Fico parado no tempo... tudo parece continuar fluindo, mas meu pensamento não flui, as palavras não chegam.
Sei que para o Pai nem era preciso eu falar nada, pois Ele sonda meu coração e ver o que se passa por ele. Sabe até mais do que eu, o porque acontece isso comigo; Ele é quem pode me explicar o que deve estar acontecendo com o meu psiquismo, com a minha alma. Talvez seja isso que eu tenha que pedir agora, que Ele me explique o que acontece comigo e o que devo fazer para corrigir as inibições que tomam conta da minha alma quando eu pretendo ser transparente com Ele.
Pronto, Pai, é isso que quero lhe pedir! Desembarace os nós do meu pensamento, liberte os sentimentos do meu coração, ensina a minha razão a falar contigo.
Eu quero Te agradecer pela vida que me foi concedida, pela inteligência de Te reconhecer como meu Pai, de sentir a beleza que me ofereces a cada dia da minha existência. Quero Te agradecer pelo maior bem que me oferecestes desde o primeiro dia da minha existência, a centelha do Vosso Amor que plantastes em meu coração. Amor que traz o colorido existencial da minha vida; que posso distribuir à minha volta por tantos corações que colocas perto do meu; que posso através dele evoluir em Tua direção sem medo das intempéries do caminho, dos espinhos das rosas, dos sofrimentos necessários ao aperfeiçoamento.
Finalmente, Pai, quero agradecer pela compaixão com a qual me ouves, que não me repreendes nas minhas fraquezas e que me amparas no silêncio com que me falas.
Sióstio de Lapa
Enviado por Sióstio de Lapa em 29/03/2014
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