MONARQUIA: BOA OU RUIM?
Após ter sido sensibilizado positivamente pela história da Monarquia brasileira que eu ainda não conhecia, coloquei no grupo do whatsapp uma mensagem positiva que recebi de um amigo e em troca recebo uma mensagem negativa de outro amigo. Então, fico a frente de duas opiniões diferentes que colocam argumentos contraditórios sobre o mesmo fato. Claro, um deles deve ser verdadeiro para justificar o aspecto positivo ou negativo da opinião. Irei colocar neste espaço as duas opiniões para que os leitores deste espaço tenham oportunidade de raciocinar como devemos fazer para descobrir uma verdade que esteja coberta por falácias ou más intenções. Não que isso seja proveniente dos meus amigos, mas um deles deve estar equivocado. E a minha opinião é sempre seguir o lado da verdade e por isso fiquei motivado para ir em busca dessa verdade e procurar ajudar a harmonização de todos nós em torno da verdade: a Monarquia brasileira, foi um período bom ou ruim para o Brasil?
Irei colocar os dois textos para avaliação coletiva de todos os leitores:
1º texto:
Quando D. Pedro II do Brasil subiu ao trono em 1840, 92% da população brasileira era analfabeta. Em seu último ano de reinado em 1889, essa porcentagem era de 56%, devido ao seu grande incentivo a educação, a construção de Faculdades e principalmente de inúmeras Escolas que tinham como modelo o excelente Colégio Pedro II.
Em 1887, a média da temperatura na cidade do Rio de Janeiro era 24º no ano. No mesmo ano a máxima no verão carioca no mês de janeiro foi de 29º.
A imperatriz Teresa Cristina cozinhava as próprias refeições diárias da família imperial apenas com a ajuda de uma empregada (paga com salário de Pedro II).
Em 1871, a Imperatriz Teresa Cristina doou todas as suas joias pessoais para a causa abolicionista, deixando a elite furiosa com tal ousadia. No mesmo ano a Lei do Ventre Livre entrou em vigor, assinada por sua filha a Princesa Imperial Dona Isabel.
(1880) O Brasil era a 4ª Economia do Mundo e o 9º Maior Império da História.
(1860-1889) A Média do Crescimento Econômico era 8,81% ao ano.
(1880) Eram 14 impostos, atualmente são 98.
(1850-1889) A Média da Inflação era de 1,08% ao ano.
(1880) A Moeda Brasileira tinha o mesmo valor do Dólar e da Libra Esterlina.
(1880) O Brasil tinha a Segunda maior e melhor Marinha do mundo. Perdendo apenas para a Inglaterra.
(1860-1889) O Brasil foi o primeiro país da América Latina e o segundo no mundo a ter ensino especial para deficientes auditivos e deficientes visuais.
(1880) O Brasil foi o maior construtor de estradas de ferro do mundo, com mais de 26 mil Km.
A imprensa era livre tanto para pregar o ideal republicano quanto para falar mal do Imperador. “Diplomatas europeus e outros observadores estranhavam a liberdade dos jornais brasileiros” conta o historiador José Murilo de Carvalho. “Schreiner, ministro da Áustria, afirmou que o Imperador era atacado pessoalmente na imprensa de modo que causaria ao autor de tais artigos, em toda a Europa, até mesmo na Inglaterra, onde se tolera uma dose bastante forte de liberdade, um processo de alta traição.” Mesmo diante desses ataques, D. Pedro II se colocava contra a censura. “Imprensa se combate com imprensa”, dizia.
Quanto as minhas opiniões políticas, tenho duas, uma impossível, outra realizada. A impossível é a república de Platão. A realizada é o sistema representativo (a Monarquia). É sobretudo como brasileiro que me agrada esta última opinião, e eu peço aos deuses (também creio nos deuses) que afastem do Brasil o sistema republicano, porque esse dia seria o do nascimento da mais insolente aristocracia que o sol jamais alumiou” MACHADO DE ASSIS – ESCRITOR E FUNDADOR DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS.
1. A média nacional do salário dos professores estaduais de Ensino Fundamental em 1880 era de R$ 8.958,00 em valores atualizados.
2. Entre 1850 e 1890, o Rio de Janeiro era conhecido na Europa como “A Cidade dos Pianos” devido ao enorme número de pianos em quase todos ambientes comerciais e domésticos.
3. O bairro mais caro do Rio de Janeiro, o Leblon, era um quilombo que cultivava camélias, flor símbolo da abolição, sendo sustentado pela Princesa Isabel.
4. O maestro e compositor Carlos Gomes, de “O Guarani” foi sustentado por Pedro II até atingir grande sucesso mundial.
5. Pedro II tinha o projeto de um trem que ligasse diretamente a cidade do Rio de Janeiro a cidade de Niterói. O projeto em tramito até hoje nunca saiu do papel.
6. Pedro II mandou acabar com a guarda chamada Dragões da Independência por achar desperdício de dinheiro público. Com a república a guarda voltou a existir.
7. Em 1887, Pedro II recebeu os diplomas honorários de Botânica e Astronomia pela Universidade de Cambridge.
8. Desconstruindo boatos, D. Pedro II e o Barão/Visconde de Mauá eram amigos e planejaram juntos o futuro dos escravos pós-abolição. Infelizmente com o golpe militar de 1889 os planos foram interrompidos.
9. Oficialmente a primeira grande favela na cidade do Rio de Janeiro, data de 1893, 4 anos e meio após a Proclamação da República e cancelamento de ajuda aos ex-cativos.
10. D. Pedro II tinha 1,91m de altura, quando a média dos homens brasileiros era de 1,70 e mulheres 1,60m.
11. Na época do golpe militar de 1889, D. Pedro II tinha 90% de aprovação da população em geral. Por isso o golpe não teve participação popular.
12. José do Patrocínio organizou uma guarda especialmente para proteção da Princesa Isabel, a chamada “A Guarda Negra”. Devido a abolição e até mesmo antes na Lei do Ventre Livre, a princesa recebia diariamente ameaças contra sua vida e de seus filhos. As ameaças eram financiadas pelos grandes cafeicultores escravocratas
13. O Paço Leopoldina localizava-se onde atualmente é o Jardim Zoológico.
14. O terreno onde fica o Estádio do Maracanã pertencia ao Duque de Saxe, esposo da Princesa Leopoldina.
15. Santos Dumont almoçava 3 vezes por semana na casa da Princesa Isabel.
16. A família imperial não tinha escravos. Todos os negros eram alforriados e assalariados, em todos imóveis da família.
17. D. Pedro II tentou ao parlamento a abolição da escravatura desde 1848. Uma luta contra os poderosos fazendeiros por 40 anos.
18. D. Pedro II falava 23 idiomas, sendo que 17 era fluente.
19. A primeira tradução do clássico árabe “Mil e uma noites” foi feita por D. Pedro II, do árabe arcaico para o português do Brasil.
20. D. Pedro II doava 50% de sua dotação anual para instituições de caridade e incentivos para educação com ênfase nas ciências e artes.
21. D. Pedro Augusto Saxe-Coburgo era fã assumido de Chiquinha Gonzaga.
22. Princesa Isabel recebia com bastante frequência amigos negros em seu palácio em Laranjeiras para saraus e pequenas festas. Um verdadeiro escândalo para época.
23. Na casa de veraneio em Petrópolis, Princesa Isabel ajudava a esconder escravos fugidos e arrecadava numerários para alforriá-los.
24. Os pequenos filhos da Princesa Isabel possuíam um jornalzinho que circulava em Petrópolis, um jornal totalmente abolicionista.
25. D. Pedro II recebeu 14 mil votos na Filadélfia para a eleição presidencial, devido sua popularidade. Na época os eleitores podiam votar em qualquer pessoa nas eleições.
26. Uma senhora milionária do sul, inconformada com a derrota na guerra civil americana, propôs a Pedro II anexar o sul dos Estados Unidos ao Brasil. Ele respondeu literalmente com dois “Never!” bem enfáticos.
27. Pedro II fez um empréstimo pessoal á um banco europeu para comprar a fazenda que abrange hoje o Parque Nacional da Tijuca. Em uma época que ninguém pensava em ecologia ou desmatamento, Pedro II mandou reflorestar toda a grande fazenda de café com mata atlântica nativa.
28. A mídia ridicularizava a figura de Pedro II por usar roupas extremamente simples e o descaso no cuidado e manutenção dos palácios da Quinta da Boa Vista e Petrópolis. Pedro II não admitia tirar dinheiro do governo para tais futilidades. Alvo de charges quase diárias nos jornais, mantinha a total liberdade de expressão e nenhuma censura.
29. Thomas Edison, Pasteur e Graham Bell fizeram teses em homenagem a Pedro II.
30. Pedro II acreditava em Allan Kardec e Dr. Freud, confiando o tratamento de seu neto Pedro Augusto. Os resultados foram excelentes, deixando Pedro Augusto sem nenhum surto por anos.
31. D. Pedro II andava pelas ruas de Paris em seu exílio sempre com um saco de veludo ao bolso com um pouco de areia da praia de Copacabana. Foi enterrado com ele.
Fontes: Biblioteca Nacional, IMS, Coleção Teresa Cristina, Diário de Pedro II, Correspondências do acervo do Museu Imperial de Petrópolis, Biografias como As Barbas do Imperador, Imperador Cidadão, Filho de uma Habsburg, Chico Xavier e D. Pedro II, Cartas da Imperatriz, Teatro de Sombras, Construção da Ordem, D. Pedro II Ser ou Não Ser, Acervo Museu Histórico Nacional, entre outros.
2º texto:
No final do Império é que tivemos a Abolição. Quem criou e trouxe a Escravidão de Negros para o Brasil foi o Império Português. Monarquia escravocrata. Quantos anos de ESCRAVIDÃO de Negros no Brasil, durante a Monarquia/Império? Por que não fizeram antes a Abolição? Ou, por que trouxeram para o Brasil essa vergonha? A venda de seres humanos?
A Monarquia PORTUGUESA/Império foi uma vergonha com seu longo período no uso de seus Navios Negreiros.
Monarquia no Brasil, nunca mais... Manter uma casta de parasitas com mordomias aos seus descendentes... uma lástima!
Na República, pelo menos surge uma Esperança com a “Lava Jato”.
Espero que coloquem essa Corja de políticos corruptos na cadeia.
Pronto! Os dois textos apresentam forma diferente de ver a Monarquia. Claro, na avaliação do conteúdo dos dois textos, fico inclinado a apoiar a Monarquia. Mas, se queremos investigar com neutralidade, onde está a verdade que apoia cada um dos textos, podemos observar que o primeiro tem mais substância. Isso não quer dizer que seja verdadeiro. O menor, mesmo sem indicar fontes, pode estar com a verdade. Cabe a nós, que pretendemos ser honestos e não ser ludibriados por ninguém, ir atrás da verdade, pois somente ela pode nos libertar de uma escravidão branca, sem correntes, mas com toda a essência escravagista, de quem passa quase a metade do ano trabalhando para pagar impostos a um governo que facilmente desvia os recursos para seus interesses pessoais e ideológicos.
Sióstio de Lapa
Enviado por Sióstio de Lapa em 04/11/2016