FASCINAÇÃO
Um fenômeno espiritual, a fascinação, está cada vez mais frequente entre os brasileiros, mesmo que eles nem saibam o que está acontecendo. Isso se observa do ponto de vista coletivo, no ambiente político, com o integrantes, geralmente militantes, bastante envolvidos com o fenômeno. O médium e orador espírita Raul Teixeira, fala o seguinte sobre o caso, com base em Allan Kardec (Livro dos Médiuns):
A fascinação tem consequências graves. É uma ilusão produzida pelo ação direta do Espírito sobre o pensamento do médium e que, de certa forma, lhe paralisa o raciocínio, relativamente às comunicações. O médium fascinado não acredita que o estejam enganando: o Espírito tem a arte de lhe inspirar confiança cega, que o impede de ver o embuste e de compreender o absurdo do que escreve, ainda quando esse absurdo salte aos olhos de toda a gente. A ilusão pode mesmo ir até ao ponto de o fazer achar sublime a linguagem mais ridícula. Fora erro acreditar que a este gênero de obsessão só estão sujeitas as pessoas simples, ignorantes e baldas de senso. Dela não se acham isentos nem os homens de mais espírito, os mais instruídos e os mais inteligentes sob outros aspectos, o que prova que tal aberração é efeito de uma causa estranha, cuja influência eles sofrem. Já dissemos que muito mais graves são as consequências da fascinação. Efetivamente, graças a ilusão que dela decorre, o Espírito conduz o indivíduo de quem ele chegou a apoderar-se, como faria com um cego, e pode leva-lo a aceitar as doutrinas mais estranhas, as teorias mais falsas, como se fossem a única expressão da verdade. Ainda mais, pode leva-lo a situações ridículas, comprometedoras e até perigosas. Para chegar a tais fins é preciso que o Espírito seja destro, ardiloso e profundamente hipócrita, porquanto não pode operar a mudança e fazer-se acolhido, senão por meio da máscara que toma e de um falso aspecto de virtude. Os grandes termos – caridade, humildade, amor a Deus – lhe servem como que de carta de crédito, porém, através de tudo isso, deixa passar sinais de inferioridade, que só o fascinado é incapaz de perceber. Por isso mesmo, o que o fascinador mais teme são as pessoas que veem claro. Daí o consistir a sua tática, quase sempre, ao inspirar ao seu intérprete o afastamento de quem quer que lhe pode abrir os olhos. Por esse meio, evitando toda contradição, fica certo de ter a razão sempre.
Este é um cuidado que devemos ter, de ser o primeiro a fazer a crítica daquilo que pensamos ou desejamos.
Sióstio de Lapa
Enviado por Sióstio de Lapa em 07/03/2018