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STEPHEN FRY X BOLSONARO
            Recebi de uma amiga, pessoa muito querida, que mora no meu coração, e que diverge de mim quanto ao apoio que faço ao Bolsonaro, um vídeo que irei digitar abaixo, disponível no Facebook, postado por Mário Cláudio Simões em 26 de agosto às 01:41, como está colocado na página, antecipando a entrevista com o seguinte teor.
            O ator inglês Stephen Fry entrevistou o deputado Jair Bolsonaro em 2013, como parte de um documentário sobre a homofobia ao redor do mundo. Assistam (menos de 5 minutinhos) e tirem as suas próprias conclusões sobre o entrevistado. Eu concordo plenamente com as conclusões a que chega Stephen Fry.
            Minha última parada no Brasil é um encontro com o deputado Jair Bolsonaro, o político que veta a lei anti-homofobia e o programa de educação.
            SF – Senhor deputado, sou Stephen Fry. Muitos grupos cristãos de direita o apoiam, inclusive alguns grupos neonazistas. (Apesar de ser difícil, estou determinado a manter a calma com ele, para tentar entender por que ele se sente ameaçado pela homossexualidade). Você deve se lembrar do caso de Alexandre. Ele foi morto aos 14, 15 anos. Ele foi torturado. A polícia e as pessoas envolvidas no caso acreditam que foi um ataque homofóbico. Me parece que existe algo de muito errado na sociedade brasileira, pois há muito ódio. A cada dois dias, há um assassinato movido por homofobia no Brasil.
            JB – Inclusive grupos querem usar esse assassinato, que talvez não tenha sido pela opção sexual dele, mas se inclui na questão sexual, pois passa a ser uma bandeira para grupos homossexuais, dizendo que matam e executam, mas eles não querem discutir, mas tem essa causa toda para causar esse clamor popular. Não existe homofobia no Brasil. A maioria dos que morrem, 90% dos homossexuais que morrem, acontece em locais de consumo de drogas, em locais de prostituição ou executados pelo próprio parceiro. Eu entrei nessa briga dita aí dos gays, tendo em vista a proposta do governo em querer distribuir nas escolas públicas do primeiro grau, material didático, que seria para combater a homofobia, mas na verdade estimula o homossexualismo em crianças... é uma questão de normalidade.
            SF – É interessante você usar a palavra “normal”. A zoologia me interessa muito e há 480 espécies de animais que demonstram comportamento homossexual, mas só existe uma espécie de animal na Terra que demonstra comportamento homofóbico. Portanto o que é normal?
            JB – Sua cultura é diferente da nossa, mas nós não estamos preparados ainda no Brasil, pois nem um pai, nem você, nem eu, tem orgulho de ter um filho gay...
            SF – Se a criança estiver feliz... O único motivo dos pais não estarem felizes é porque existe homofobia na sociedade, e que, portanto, o filho pode sofrer bullying. Mas se o mundo não fosse homofóbico por que os pais se preocupariam?
            JB – Você tem que ter um norte na sua vida. Quem quer que os heterossexuais continuem gerando crianças para que essas crianças se tornem gays, lésbicas, para satisfaze-los sexualmente no futuro. Então esse é o exemplo da sociedade brasileira que está sendo plantado agora por esses grupos que eu chamo de fundamentalistas homossexuais.
            SF – Eu nunca quis que uma pessoa hétero se tornasse gay. Acho essa ideia absurda! Também sou inglês, mas não quero tornar ninguém inglês. “Phobos” significa “medo” em grego. A homofobia é o medo das pessoas gays. Por que as pessoas teriam medo dos gays?
            JB – Não gostar não é a mesma coisa que odiar.
            SF – É medo
            JB – Você não gosta dos Taliban... a sociedade brasileira não gosta de homossexual, nós não perseguimos, não existe aqui no Brasil grupos de caça de homossexuais, somos abertos no Brasil, não somos o Iran, que tem a pena de morte para homossexuais. Tanto é verdade que há passeatas do Orgulho Gay e estamos pensando em fazer uma passeata do Orgulho Hétero, pensamos em fazer isso, inclusive...
            SF – E deveriam fazer. Eu concordo. Com certeza.
            JB – Você não será convidado, mas você vai...
            SF – Eu deveria ser convidado, sim...
            Risos, principalmente de Jair Bolsonaro.
            Esse foi um dos encontros mais estranhos e assustadores que já tive. Bolsonaro é um dos homofóbicos típicos que conheci no mundo todo, com um mantra de que os gays querem dominar a sociedade, recrutar as crianças ou abusar delas. Mesmo num pais progressista como o Brasil, essas mentiras geram uma histeria nos ignorantes, onde a violência pode crescer. Isso pode acabar em ataques brutais como o que matou Alexandre Ivo.
            As conclusões que o entrevistador faz de Jair Bolsonaro, não me parece tão estranho e assustador quanto é feito. Talvez o deputado não tenha uma boa articulação de palavras e ideias, mas a defesa do seu posicionamento de não concordar com a distribuição de cartilhas para crianças com conteúdo sexual bem explícito, o que as pessoas que têm acesso a essas cartilhas também repudiam, não foi bem aprofundado pelo entrevistador. Interessante ver no seguimento da entrevista, entre os comentários feitos por várias pessoas, existe a de um homossexual que merece ser visto por meus leitores.
            No próximo texto que irei publicar amanhã, trarei outro relacionamento que Jair Bolsonaro faz na Câmara dos Deputados, com um colega deputado homossexual.
 
Sióstio de Lapa
Enviado por Sióstio de Lapa em 18/09/2018


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Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr