Sióstio de Lapa
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Tenho a alma coberta pelo amor
De cores diáfanas, luminosas
Que me fazem navegar por essas terras
Tão cheias de perigos, de mentiras
 
Cada um que de mim se aproxima
É um porto onde ancoro a minha alma
É uma alma que da minha compartilha
É um caminho que o Pai abre pra mim
 
Assim eu vou pelos caminhos desta vida
Tantos amando, mas por poucos sendo amado
Tanto doando, mas de poucos recebendo
Tanto ensinando, mas por poucos entendido
 
Mas o Mestre já me disse que é assim
Que os meus atos de amor que distribuo
São sementes que eu planto nos caminhos
Mas nem todos são tão férteis quanto espero
 
Nessa estrada tão estreita e espinhosa
De semear tanto amor quanto eu possa
Pelos caminhos que surgem a cada dia
Sinto a dor da prepotência, ingratidão
 
Nem sabem eles que recebem tais sementes
Que nelas tem o meu sangue, o meu suor
Que estou doando neles minha vida
Temperadas com a Graça do meu Pai
 
 
Agora o tempo vai pintando meus cabelos
Minha pele se encolhe com o frio da idade
Minha força lentamente se esvai
Meu coração cada vez fica mais frágil
 
Agora eu vejo com os olhos da minh’alma
Agora eu rego as sementes com as lágrimas
Agora eu sinto tua dor mais que a minha
Agora eu sei ser mais o Mestre que aluno
 
Vejo á frente do caminho onde sigo
Uma luz que cada vez fica mais forte
Uma força que me atrai com compaixão
Sinto que enfim, vou encontrar quem tanto amo
 
Sióstio de Lapa
Enviado por Sióstio de Lapa em 20/10/2018
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