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HUMILDADE
A humildade é uma das virtudes mais necessárias para que possamos aplicar as lições que o Mestre Jesus nos deixou sobre o amor. Jesus vivia o dia a dia dos homens, mesmo tendo consciência de sua origem divina. Participava do custoso cotidiano e a todos envolvia em ondas de ternura. Aclamado pela gratidão espontânea dos beneficiários de sua afabilidade e misericórdia, nunca se deixou arrastar pelo júbilo fácil, e desaparecia quase sempre do vozerio para buscar o silêncio, meditar e orar ao Pai.
Surrado pela desconsideração dos algozes improvisados da ignomínia, pela multidão desordenada, irracional, não se permitiu assimilar o tóxico das calúnias, impropérios, que se espalhava e contaminava a todos que participavam do hediondo drama da crucificação.
De coração acessível e espírito franco, todo seu ministério foi um cântico de exaltação às coisas simples, conhecidas do povo e de respeito à Humanidade e ao Amor.
Combativo por excelência, não se deixou amesquinhar nas querelas farisaicas, nem tomou o partido dos mandatários que esmagavam e enganavam o povo.
Por outro lado, considerando o comportamento do povo, grande massa de sofredores, rebanho onde se guarda a dor e se refugia a aflição, mesmo assim foi o seu grande amor, sua paixão.
O mesmo povo que acicatado por personalidades indignas, lhe ignoraria o sofrimento e O levaria à cruz, foi o mesmo povo para quem Ele veio, descendo dos remotos Cimos vibracionais, para amá-lo e sofrê-lo... grande paradoxo, que só pode explicar o Amor, a obediência ao Pai!
Dessa forma observamos que o Seu comportamento foi de sempre estar no meio do povo, falando a linguagem do povo, vivendo a vida do povo. Mesmo sendo Mestre, fez-se amigo de tagarelas criancinhas, reexperimentando as alegrias infantis; mesmo sendo Guia, caminhou pelas ásperas estradas, discreto como um aroma de lavanda campesina, orientando sempre.
Mesmo na condição de Senhor, cercou-se de famintos cobradores de pedágios e rudes cameleiros nos albergues de estrada, parecendo igual a eles; na condição de Sábio, considerou as lições do verbalismo popular e assim construiu o seu apostolado doutrinário; mesmo Excelente, não aceitou a denominação de bom, pois somente o Pai era digno de tal conceito.
Na condição de Sadio, sustentou os enfermos e os curou, mitigou a sede de muitos e atendeu ao tormento da fome dos que o cercavam, repetidas vezes; trabalhador, como era, metodizou as tarefas para não cansar aqueles que convidara para o exercício da fraternidade; nunca se exaltou entre os que O cercavam; Perdia-se na multidão, embora possuísse um halo de beleza transcendental; Nas breves horas reservada ao repouso, após as fadigas, refugiava-se na noite para submeter-se ao Pai, sempre com humildade.
Essa grande lição da humildade foi uma marca forte da Sua passagem entre nós. Nem conduzia rebeliões, nem engrandecimento de qualquer tipo. Respeitava a lei, mesmo sabendo que conduzia a missão de modificar e aperfeiçoas as leis que já existiam. Procurava sempre dar a lição do exemplo, sem necessidade das palavras. Não se submeteu as mesquinhas exigências da fé religiosa nem da sociedade se colocando contra a infame lapidação das pecadoras.
Ficou assim sua grande lição para nós: evitar o destaque, o coroamento honroso, o aplauso vazio, a consideração transitória... nem entusiasmo excessivo no êxito, nem desencanto exagerado no insucesso.
Seguindo suas lições, teremos sempre o Mestre ao nosso lado. Em triunfo ou queda aparente, busquemos a Ele e falemos sem palavras ao Seu coração de condutor vigilante.
A humildade em nosso Espírito é sinal positivo de Jesus conosco no caminho em direção ao Pai.
Sióstio de Lapa
Enviado por Sióstio de Lapa em 05/11/2018


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Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr