VOZ DO CONTRADITÓRIO
Com a eleição retumbante de Jair Bolsonaro para a presidência do Brasil, numa campanha totalmente anômala para os padrões “democráticos” do Brasil, onde os eleitos sempre tinham o poder do seu lado, quer seja financeiro, político ou midiático, ser eleito sem essas forças ninguém poderia imaginar... tanto que podemos imaginar ter havido aí a inteligência do mundo espiritual para que o Brasil possa assumir a condição de coração do mundo, como está previsto por algumas correntes espirituais.
Porém, a corrente oposta com suas narrativas, passa a ser a voz do contraditório para a nova política que deverá ser instalada a partir de 1º de janeiro de 2019. Uma dessas vozes é de Gabriela Lorenzon, que mora atualmente na Alemanha. Vejamos o que ela diz, para nossas reflexões:
"Tenho sido questionada pelo fato de morar na Alemanha e querer 'comunistas' governando o Brasil. Porque é óbvio, eu deveria estar em Cuba ou na Venezuela, não aqui.
Amores, vocês não entenderam. Segundo o novo glossário de política brazuca, eu moro num país comunista. Não só a Alemanha, mas toda a Europa. A Europa é um epicentro de comunistas petistas esquerdopatas a serviço do cramunhão. Para os vários bolsonaristas que chegam nos grupos de brasileiros na Europa pedindo dicas de como conseguir de ajuda do governo alemão (porque teta do governo alheio pode), deixo um aviso: fiquem no Brasil. Caso contrário, prepare-se para a seguinte realidade:
- Aborto legalizado nos primeiros meses de gestação e licença maternidade que pode chegar até, pasmem, 3 anos recebendo salário integral e sem correr o risco de perder o emprego nesse meio período,
- Homossexuais podem se casar e adotar crianças;
- Ensino público gratuito para todas crianças dentro do território alemão a partir dos 6 anos. Vocês aí querendo reduzir as disciplinas ao máximo, aqui crianças de 10 anos estão tendo aula de ética;
- Professores desde o jardim de infância treinados para trabalhar diversidade de gênero, sexual, étnica, religiosa e cultural. Seu filho certamente será doutrinado aqui (rs);
- Bolsa Família? Amado, aqui tem bolsa pra qualquer coisa. Tem criança? Recebe ajuda do Estado. Perdeu o emprego? O Estado paga seu aluguel e garante suas necessidades básicas até você achar outro trabalho. Precisa de ajuda para mobiliar a casa e tá quebrado? O estado também dá uma forcinha...
E apesar de tanta teta, a Alemanha é um dos países mais produtivos da Europa;
- A polícia é desmilitarizada e não pode sair sentando a mão em marginal, independente do crime cometido. Os presídios seguem a cartilha dos direitos humanos. Existem diversas penas para crimes leves que não envolvem encarceramento... e, em algumas cidades, os presídios chegam a fechar;
- As pessoas se preocupam com o meio ambiente e reciclam lixo. Ciclovias são realidade na maioria das cidades,
- Aqui nem família de classe média alta tem empregada doméstica. No máximo alguém que ajuda com algumas tarefas uma vez por semana. Quer alguém todos os dias? Sem problema, mas vai pagar todos direitos trabalhistas. Alguém limpando a tua sujeira é luxo, e luxo custa caro;
- Ricos pagam muito mais impostos que pobres. Ainda assim eles continuam ricos, não se preocupem;
- Homenagear ditador aqui pode te causar problemas;
- Não importa o posicionamento político da pessoa, aqui a ideia de garantir segurança pública armando civis é patética;
- Aqui nazismo é de extrema direita e isso não está aberto para discussão ou revisionismo histórico mal-intencionado.
Acho intrigante essa gente que acha linda a social democracia na Europa, mas no Brasil vota pelo atraso, militarismo e conservadorismo. Se isso funcionasse, tínhamos saído da ditadura militar com índices de primeiro mundo. Sabemos que isso está longe da realidade.
Então não adianta vir pra Europa elogiar a limpeza e a segurança das cidades, mas no Brasil querer gente armada, encarceramento em massa e ciclovias fechadas. Não adianta achar os europeus mais inteligentes e bem-educados que os brasileiros, mas aí votam num cara que sugere ensino a distância e o fim do financiamento estudantil como solução para o nosso sistema educacional falido. Não adianta achar a população daqui ordeira e civilizada, mas no Brasil dar carteirada em porteiro e garçom. Não adianta gostar da ausência de pobreza nas ruas, mas aí reclamar que empregada doméstica quer direitos enquanto deveria agradecer pela merreca que ganha.
Conduzir uma sociedade é complexo e exige visão. Isso aqui funciona não por acaso, mas porque é um projeto. População instruída, distribuição de riqueza e inclusão. Custa caro, é verdade. Também não é perfeito, mas nada vai ser. Paga-se imposto pra tudo, há um certo controle e você tem que respeitar algumas regras. Mas depois de dois anos aqui, concluo que vale a pena. Nunca me senti mais a vontade pra fazer o que eu bem entender da minha vida. E liberdade é se sentir livre para escolher. Enquanto tivermos uma população oprimida, ignorante e desmoralizada, nós sempre seremos controlados.
Não vou aqui defender que o PT é a salvação do Brasil. Pra ser sincera, meu candidato de preferência rodou no primeiro turno e tenho duras críticas ao governo petista. Mas se ele não salva a nação, pelo menos nos garantem a democracia. E pra mim, democracia é inegociável."
Encontro dentro do texto uma variedade de acusações que mereciam aprofundamento uma a uma, mas procurarei neste momento replicar sobre a questão do aborto, que consideramos um crime à vida que se forma e não um direito de matar a quem a carrega. Mas, o grande foco político que provocou toda essa reviravolta na política brasileira, foi o altíssimo grau de corrupção a ponto de deixar o país enxovalhado frente as demais nações desenvolvidas, como as europeias, e nosso potencial financeiro em frangalhos com volta do desemprego e inflação, inclusive com o carreamento de nosso dinheiro para nações de mesma ideologia, nem um pouco democrática, como Cuba e Venezuela. São países com esse matiz carmesim que sintonizavam com o Brasil e pelos quais fomos estupriados. É nesse sentido que observamos com estranheza, as pessoas que defendiam esse modo petista de fazer política não procurarem morar em países como esses citados, tão próximos ideologicamente, e viverem em ambientes europeus, onde a corrupção e o desvio das finanças nacionais não são tão descaradamente ultrajados como aqui foram.
E outro aspecto que a voz do contraditório deve atentar quando construírem novas críticas... nós que votamos em Bolsonaro não somos bolsonaristas, da forma como existem os lulistas... somos brasileiros que encontraram em Bolsonaro o único que fazia eco ao grito de revolta que explodia em nosso peito! No momento que ele deixar de respeitar o Brasil e não contribuir para construir uma pátria ética capaz de ser o Coração do Mundo, como está previsto pelo mundo espiritual, procuraremos outra voz, outra personalidade.
Sióstio de Lapa
Enviado por Sióstio de Lapa em 03/12/2018