TRÓTSKY (18) – PODER CORROMPE MENTES Série da Netflix, segundo episódio. A cena se desloca para a Rússia, ano de 1903. Um trem corta a noite. Sentado fingindo dormir, o mesmo assaltante que dirigiu o roubo da diligencia e o fuzilamento de todos os soldados. O oficial entra pedindo a conferência dos documentos. Enquanto o oficial pede ajuda para liberar o documento, o assaltante junto com seus comparsas que estão no mesmo vagão saca de suas armas e matam os oficiais mais próximos. Segue o tiroteio enquanto o assaltante pula do trem em movimento e consegue se safar ileso. Foge atravessando rios e matas. A cena volta para o México onde Trótski conversa com Jacson, o jornalista. - J. Você exagera o seu papel. Você finge ter criado Stalin. - T. Antes de me conhecer, Koba era um plagiador. Um operário da Revolução, como ele mesmo dizia. Mas ele leu meus artigos e compreendeu que o mundo será mudado não pelos intelectuais bem alimentados, mas pelas pessoas como ele, prontas para derramar sangue. - J. Então, como não viu o monstro que ele se tornou, com sua intuição? - T. Outras pessoas com quem lidei eram muito mais duras. Eu temia que seriam... um perigo real. Um aspecto delicado. Trótski é o ideólogo da revolução, do pensamento mais puro, de querer trazer justiça ao povo que ele ver escravizado. Percebe que as pessoas que se aglutinam no seu projeto de revolução não tem os mesmos princípios, alguns almejam o poder pelo poder, e mesmo frágeis de raciocínio, mas se tiverem um argumento, como a força e o medo por exemplo, podem chegar ao cume do poder e distorcer todo o bem que se queria promover. Algo parecido aconteceu no Brasil, uma figura frágil de conhecimento, mas bem-dotada de argumentos falaciosos e capacidade de cooptação ou de ser cooptado pela corrupção, chega ao poder no Brasil usando toda essa potência que do ponto de vista ético é indefensável. Mesmo assim, no poder, consegue cooptar para dentro de suas ações criminosas as mentes mais bem preparadas intelectualmente, tanto da academia, quanto do meio eclesiástico, do legislativo e do judiciário A lição fica. Quando estamos lidando com o poder, os ideais éticos podem se perder, a não ser que tenham uma boa base de sustentação dentro da espiritualidade, de realização da vontade do Deus de amor, ensinado por Jesus.