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O FANTASMA DA ÓPERA – UM MITO (08)
            Continuando a transcrição da palestra sobre a obra de Gaston Leroux, O Fantasma da Ópera, feita pela professora Lucia Helena, voluntária da Nova Acrópole, e que está disponível no Youtube, muito útil para nossas reflexões.
            Eu já vi muitas vezes na minha vida as pessoas dizendo: nossa, como ele era bonzinho. Ainda bem que Christine optou por ele. Eu lastimo um pouco que a gente não reflita sobre coisas tão belas que nos são oferecidas.
            Bom, Madame Giry, mensageira silenciosa entre dois mundos, a que treina as “personas” para a dança da vida, levando-as a um ponto de habilidade e talento em que possam se tornar dignas discípulas para o Senhor dos Subterrâneos. Ela é a treinadora do balé e é uma figura interessante porque ela treina as personalidades para que sirvam aos propósitos daquele Senhor da Escuridão, para que um dia sejam tão boas que possam ser instrumentos da voz dele, que vem dos subterrâneos. Christine não conhece, Madame Giry, que ajudou a guardar Eric nos porões. Ainda criança, ela o salvou de ser explorado e linchado. Ela é silenciosa, não fala, mas ela treina da melhor maneira possível aquelas personalidades para que cheguem ao ponto de algumas delas ter essa conexão com o senhor das sombras, com o espírito. Então, ela é um pontífice, ela é como se fosse a silenciosa Senhora do Carmo que encaminha os seres para o seu melhor, para que um dia eles se recuperem num grande encontro, um encontro com sua própria alma.
            Meguire (Meg), que é a filha dela, já é uma outra coisa, é uma mente material e lógica, que faz com que Christine duvide de tudo que se seja misterioso. Puxa ela para um campo mais racional, faz ela duvidar de todos os mistérios que ela acredita ter vivenciado e diz: você não é assim, você está falando por enigmas, isso pode ser uma fantasia, vem para um lugar mais seguro. Ou seja, como se fosse uma composição racional de Christine, que puxa ela para não crer em tudo aquilo.
            Importante essa compreensão da existência dos dois mundos em nossas vivências, o mundo material e o mundo espiritual. O mundo material envolvido com o egoísmo próprio dos corpos biológicos, da fortuna, da fama, do ócio, do prazer, de usar a inteligência para atingir os objetivos pessoais sem a preocupação com o bem estar do próximo que pode estar sendo prejudicado por essas ações. O mundo espiritual que reside nas profundezas do inconsciente, onde se movimenta o Fantasma da ópera, que por vezes pode se tornar violento, envolvido pelas forças externas da materialidade, do amor romântico que obscurece o amor incondicional.
            O mundo espiritual deve ser o gestor de nossas ações, por isso devemos entrar nos porões do inconsciente e trazer para o consciente essa verdade, para que as demais verdades ao nosso redor se tornem explícitas e não sejamos mais vítimas das falsas narrativas que procuram corromper a nossa missão natural, de caminharmos em direção ao Pai.
 
Sióstio de Lapa
Enviado por Sióstio de Lapa em 25/07/2019
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