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O FANTASMA DA ÓPERA – UM MITO (10) – VOZES
            Continuando a transcrição da palestra sobre a obra de Gaston Leroux, O Fantasma da Ópera, feita pela professora Lucia Helena, voluntária da Nova Acrópole, e que está disponível no Youtube, muito útil para nossas reflexões.
            Um diálogo muito bonito, que Christine tem com Meg, indica muito claramente o que está acontecendo. Meg desce até o subterrâneo, depois dela ter cantado uma belíssima música do filme, e Christine diz para ela:
            Christine – Meu pai, uma vez, falou de um anjo. Costumava sonhar que ele tinha aparecido. Agora, quando eu canto, consigo senti-lo e sei que ele está aqui neste quarto. Ele me chama suavemente de algum lugar aqui dentro escondido, de algum modo sei que ele está sempre comigo. Ele – o gênio invisível.
            Meg – Christine, você deve ter sonhado. Histórias assim não podem ser verdadeiras. Christine, você está falando em enigmas e isso não é próprio seu. Deixa isso prá lá que isso é fantasia. Vem para o mundo da fama, do palco, esquece isso.
            Claramente uma voz que ouvimos muito dentro de nós quando queremos fazer alguma coisa grandiosa. Se vocês tiverem oportunidade de assistir algum dia a uma palestra que dei falando de um livro de “Como superar seus limites internos”, ele chama isso de resistência. A voz da resistência está sempre dentro de nós. Toda vez que nós fazemos um movimento para subir, a voz da resistência surge no meio do caminho e você se sente dividido. Duas vozes dentro de você e não sabe qual das duas é você. Necessariamente, aquela que te faz sofrer como ser humano. Essa é você. Essa é a voz do anjo da música.
            Sempre existe uma voz dentro da gente que tenta nos dizer algo, importante, mas que não damos o devido valor. A razão tende a privilegiar os aspectos materiais da comunicação, que tenha uma fonte visível ou constatável por algum artifício material. A voz da intuição não tem sonoridade, está associada aos nossos compromissos espirituais e deve ser cultivada para que floresça e se torne significante. O cuidado que devemos ter é de não deixar o mundo material ser desconsiderado e passarmos a viver em um mundo particular, próprio dos esquizofrênicos.
            A minha intuição não chega a ser tão forte quanto procura mostrar a alegoria de O Fantasma da Ópera, mas sei que tenho e que me dá boas contribuições, em todos os aspectos da minha vida.
 
Sióstio de Lapa
Enviado por Sióstio de Lapa em 25/07/2019


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Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr