O FANTASMA DA ÓPERA – UM MITO (14) – FINAL
Continuando a transcrição da palestra sobre a obra de Gaston Leroux, O Fantasma da Ópera, feita pela professora Lucia Helena, voluntária da Nova Acrópole, e que está disponível no Youtube, muito útil para nossas reflexões.
O filme parece terminar, o teatro se queima com o candelabro que cai, parece acabar tudo. Christine casa com Raoul, escondido. Só que de repente o filme avança no tempo, vai para frente não sei quantos anos.
As cenas mostram Raoul já muito envelhecido, numa cadeira de rodas. Christine já havia morrido. Ele vai a um leilão de alguns objetos do teatro. Todos esses objetos são muito simbólicos. Depois que ele adquire uma peça, vai até o cemitério para deixar o objeto no túmulo da sua querida esposa.
Quando ele chega no túmulo, estava lá a rosa vermelha do Fantasma da Ópera. É como se o Fantasma deixasse um recado claro: eu te perdi nessa, mas eu não vou desistir.
Raoul olha e percebe que a luta vai continuar eternamente. Eric não desiste enquanto ele não conquistar Christine. Ou seja, não somos nós que estamos captando a nossa essência, ela está nos caçando. A nossa essência, a nossa espiritualidade está correndo atrás de nós e provocando fatos na nossa vida para que a gente perceba, entregando essa rosa vermelha de vitalidade, de mistério que embeleza e busca nos atrair para sua esfera, buscando ser a voz que se expressa através das nossas palavras.
Então, a cena final mostra isso com uma beleza incrível. “Acabou essa vida, mas eu não vou desistir de tentar na próxima. Vou tentar demonstrar que a minha hora vai chegar”.
Eu peço que vocês assistam tudo isso com bastante atenção, reparando em todos os detalhes da cenografia, os figurinos de cada coisa que se faz.
Quero dizer, fechando a nossa palestra, que tem uma determinada passagem que Eric canta para Christine, um pedaço daquela bendita musiquinha “Think of me.” Só que ele muda a letra e aqui ele coloca o seu recado final. Ele canta para ela com uma letra diferenciada. Ele diz:
Mensagem final de Eric para Christine
Nos belos versos da canção “Think of me”:
“Lembre-se de mim de vez em quando,
Por favor, prometa-me que irá tentar.
E, quando achar aquilo que tanto deseja,
Venha buscar o seu coração e fique livre.”
Veja, quando você cansar de brincar com os brinquedos do mundo, venha buscar o seu coração e fique livre. Por enquanto, pelo menos lembre de mim de vez em quando. Não perca o contato, mas um dia abandone as trevas e venha para a luz. Vou estar sempre, sempre te esperando! Imagine que de alguma maneira eu sei que estou falando isso para você. Pense em mim, sempre em mim. E quando cansar de brincar, vem, eu estarei aqui.
Bom, o que eu queria transmitir para vocês era esse recado. Lembro que temos muitas palestras de vários mitos no canal da Nova Acrópole no Youtube e quanto mais assistimos, lemos, trabalhando com mitos, mais vamos criando uma visão simbólica que nos permite sermos mais profundos e não apenas mais extensos. Não temos quantidade de informações, nós temos qualidade e temos contato interno, temos intuição, temos uma visão maior da vida, temos algo a dar as pessoas. E em última instância o que mais precisamos é um sentido para as próprias vidas. Temos a começar a fazer por nós mesmos.
Agradeço muito pela e espero que gostem dessa reflexão. Muito obrigada.
Agradeço também, profundamente, as reflexões da professora Lúcia Helena. Confesso que eu não conseguia fazer essa reflexão e sempre me deixava ficar no papel de vilão que sempre me colocam, quando eu levo uma flor vermelha e tento cantar minha canção na mente de alguma enamorada. Sempre sou visto com desconfiança, apesar de não tentar iludir, de caminhar sobre a verdade. Mas a minha verdade, do Amor Incondicional, inclusivo, universal, sempre mostra uma face feia comparada ao belo rosto do amor romântico, mentiroso quanto a sua eternidade, egoísta quanto a sua expressão.
Para conviver bem tenho que usar uma máscara na intimidade de quem me conhece, que sabe a minha face feia. Preciso fazer isso para conviver no meio cultural cheio de hipocrisia, preconceitos, ignorância das leis de Deus expressa na natureza.
Sióstio de Lapa
Enviado por Sióstio de Lapa em 25/07/2019