O FANTASMA DA ÓPERA ESTÁ AQUI
Sou eu que estou aqui, o Fantasma da Ópera. Não que eu queira ser visto como você me ver, eu não me sinto assim como você me ver. Talvez este seja o motivo da distorção, o contraste entre o ver e o sentir.
Todos que me veem e que não sabem quem sou, que veem a minha aparência e o meu comportamento à distância, não percebem o que tenho de feio e porque devo usar máscara para quem entra na minha intimidade e percebem quem sou realmente.
Poderiam pensar, e com razão: “então esse Fantasma da Ópera é uma pessoa do mal”. Outro engano, e este mais grave! Sou totalmente do bem. Por isso, devo esclarecer a causa da minha feiura, o motivo da minha máscara.
Tudo começou quando, ouvindo as lições de um Mestre espiritual chamado Jesus de Nazaré, que ensinava sobre o Reino de Deus, sobre a família universal, e que só poderíamos alcançar um e outro se aplicássemos em nossa prática a Lei do Amor, a lei do Pai, do Criador... o Amor Incondicional! Ele ainda ensinava como usar uma espécie de bússola para as pessoas de bem, que quisessem seguir suas lições, não se perder no caminho: “Fazer ao próximo aquilo que desejas que façam contigo”.
Ouvi estas lições e fiquei estupefato. Mas, isso era verdade! Devemos seguir esses ensinamentos e formar a família universal, construir o Reino de Deus e caminharmos em direção ao Criador. Porém, por que não vejo ninguém seguindo essas lições? Vejo sim, muitos seguindo determinada religião, cumprindo suas regras, evangelizando... mas cumprindo a Lei do Amor, não! Estou me referindo ao Amor Incondicional, pois muitos aplicam na vida o amor condicional, amar a alguém por qualquer tipo de condição. A maior delas é o amor filial, amar alguém porque é nosso filho, ou pai, ou mãe. Chegam a confundir o amor materno com o Amor Incondicional, amar a um filho tolerando o que ele faz de errado com o filho de outras pessoas. Isso jamais irá construir a família universal ou o Reino de Deus.
Percebi tudo isso, mas estava determinado. Eu iria tentar aplicar o Amor Incondicional ao meu redor, mesmo que ninguém o fizesse. Afinal, o Mestre não dissera que o Reino de Deus iria começar a partir do coração de quem começasse a praticar a Lei do Amor? Então, com essa determinação, comecei a me considerar cidadão do Reino de Deus e praticante do Amor.
Tudo poderia ter sido mais fácil para mim, se eu não tentasse dar um passo além do que o Mestre deu: me envolvi com o amor romântico! O amor que idealiza no outro a alma gêmea, que exige exclusividade de afetos, e manter essa fidelidade pela eternidade. Totalmente contrário ao Amor Incondicional, que ver no outro um irmão, que oferece o amor inclusivo. Este amor não pode, jamais, manter a fidelidade na exclusividade dos afetos que exige o amor romântico.
Acontece que o amor romântico mexe com o vulcão das nossas energias biológicas, com a força dos instintos que são responsáveis pela perpetuação da espécie através do ato sexual. Fiquei diversas vezes apaixonado e segui muitas vezes esse fluxo energético, desde que não contrariasse a Lei do Amor. Foi o passo a mais que eu dei. A lição prática que o Mestre não ofereceu. Ele jamais se envolveu com o amor romântico, mesmo que tenha sido tocado por ele.
Acontece que na minha consciência, onde está escrita a Lei de Deus, não há impedimento para que eu me envolva com o amor romântico, até as últimas consequências, do ato sexual e da geração de filhos, desde que esteja tudo sintonizado com a Lei do Amor. E a principal forma de sintonia com a Lei do Amor, é usar sempre a Verdade dentro dos relacionamentos.
Dessa forma, agindo dentro de uma cultura cristã, mas que não segue a Lei do Amor que o Cristo ensinou, que tem na maioria das vezes um comportamento hipócrita, vou ser visto como uma pessoa diferente e feia para o que eles acreditam e fazem como se fosse correto e justo. Isso tem um impacto mais forte para as pessoas que penetram na minha intimidade, que querem ser minhas companheiras. Tenho que dizer a Verdade, a feiura aparece na mente delas e por isso tenho que usar a máscara para não causar o escândalo, que o Mestre já havia me prevenido.
Por isso sou expulso quando essa feiura começa a ser percebida pelas pessoas mais próximas; por isso a razão deste texto, o Fantasma da Ópera está aqui, que foi inspirado por um sonho que tive hoje, onde uma das minhas amadas me acusa de ser o “Fantasma da Ópera” em sua vida, e devido as reflexões da professora Lúcia Helena, eu devo ter essas razões para me identificar como tal.
Sióstio de Lapa
Enviado por Sióstio de Lapa em 25/07/2019