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MENTIRA, DEPRAVAÇÃO E PATRULHAMENTO IDEOLÓGICO
Irei reproduzir por aqui um vídeo do jornalista Paulo Martins onde ele dá uma entrevista com o título “1964, eu estava lá!”, publicada no Youtube em 30-03-2019, com 42 mil visualizações em 01-05-2022, data em que acessei. Fala sobre a realidade do nosso movimento histórico, tão deturpado por mentes inocentes e as vezes criminosas. Vejamos...
Olha, a mentira é uma depravação que significa entre outras coisas, falta de rigidez moral, de decoro. Eu digo isso em razão de estar se avizinhando uma data histórica que dissociados à Verdade insistem há anos de chamar de golpe: o golpe de 31 de março, praticado por militares. Nessa afirmação, envolvendo a posição de militares, juntam outra depravação em torno do que se conhece por revolução. E explico. Primeiro, que nem o dia certo do movimento que foi a tomada de posição contra a tentativa de implantarem o comunismo no Brasil, os acusadores sabem. E me cabe corrigir essa falsidade informando que não foi no dia 31 de março.
A tentativa de agitar a intenção depois de dias de bagunças no país se deu em 1o. de abril. No dia 31 de março, no planejamento de agitação de João Goulart e Leonel Brizola, esses deixaram Brasília e se dirigiram para Porto Alegre, iniciando a tentativa de golpe de esquerda.
No dia seguinte, 1o. de abril, é que houve a agitação que deram o nome de Campanha da Legalidade. Segundo, o Movimento de Resistência a essa agitação que os incipientes de hoje não sabem, ou se sabem, mentem, teve como líderes não os militares, que ao longo dos anos são atingidos por espetadas de baixaria. A liderança daquele movimento revolucionário pertenceu a civis que inspiraram o povo brasileiro sair às ruas aos milhares em todas as capitais, em passeatas que ficaram conhecidas como “Marcha da Família com Deus pela Liberdade”. E os civis que promoveram e lideraram a revolução foram os governadores, civis, repito: do Paraná (Nei Braga), de Minas Gerais (Magalhães Pinto), da então Guanabara (Carlos Lacerda), do Rio Grande do Sul (Ildo Meneguetti), de São Paulo (Adhemar de Barros), de Santa Catarina (Celso Ramos), além dos jornalistas Roberto Marinho, do Globo e Assis Chateaubriand dos Diários e Emissoras Associados. Esta última empresa para a qual eu trabalhava.
Os militares diante da pressão desses líderes governamentais e pressão do povo nas ruas, depois de Goulart e Brizola abandonarem tudo e fugirem para o Uruguai é que, após um breve período de governo de Raineri Mazilli, o vice que foi empossado pelo Congresso, é que assumiram o comando da nação, por ter o mesmo Congresso decretado vago o cargo de presidente.
Ninguém tirou João Goulart de lá. Ele é que fugiu. Eu o vi fugir. Assim, é um depravado todo aquele que mente sobre o que chama de golpe e que foram os militares que assim determinaram. Golpe é o que queriam os sociopatas implantar. E rotulo de depravados tanto aqueles como os que hoje repetem uma mentira por uma razão simples: era eu o locutor que foi obrigado a entrar na marra no estúdio da rádio Farroupilha naquele 1o. de abril, conduzido por Goulart e por Brizola.
Eu fui sequestrado e testemunha ocular da história, talvez, quem sabe, a última do Brasil. Fiquei ali na cadeia de rádio chamada Cadeia da Legalidade. Fui nomeado oficialmente por Goulart e Brizola, lendo ofícios redigidos e patrulhados por um bando de agitadores.
Eu acompanhei toda a história, também depois através do tempo. E todos os seus capítulos não cabem aqui. Mas digo mais: todos os jornais brasileiros apoiaram os governadores civis, líderes daquele movimento. Assim como apoiaram os militares depois que assumiram para botar ordem no país.
Todos os grandes jornais brasileiros, com exceção do chamado “Última Hora”. E os militares, após assumirem e resgatarem a ordem atropelada pelo comunismo, transformaram o Brasil. Naquela época, da 49a. economia do mundo, na 8a. economia do mundo.
Assim, pela verdade dos fatos, que se honre neste fim de semana os 55 anos do movimento que evitou nos transformarem numa Venezuela de hoje, na qual o povo não conta nem com papel higiênico.
Reflitamos sobre os prejuízos que as falsas e tendenciosas narrativas trazem ao nosso país e ao mundo também. Eu fui estudante durante o período do Governo Militar. Minha família era pobre, eu prestei serviço militar na Marinha do Brasil e com estudos consegui aprovação no curso de Medicina na UFRN em 1975. Deixei a Marinha para estudar e para me manter recebia o Crédito Educativo pelo Governo Militar, dava aulas nos colégios e com o dinheiro recebido da Marinha abri uma mercearia para garantir o sustento. Durante todo o tempo de 6 anos do curso, eu era bombardeado por essas narrativas que a Ditadura Militar era perversa e asfixiava a nação. Eu não tinha outra fonte de informação nem o discernimento suficiente para ir em busca do contraditório. Para mim, todas aquelas acusações era verdade. Terminei meu curso em 1980 e logo me engajei num partido de Esquerda, o PDT (Partido Democrático Trabalhista) dirigido pelo recém egresso do exílio, Leonel Brizola. Fui candidato em diversas ocasiões por este partido e por essa liderança. Acreditava, sem sombras de dúvidas, que era um político honesto e corajoso, que enfrentou toda uma adversidade para trazer democracia e justiça social para o Brasil. Nunca me contaram a história como agora o Paulo Martins, testemunha viva da situação, comenta. Confesso que servi de “bucha de canhão”, um “inocente útil” nas mãos desses depravados, como chama Paulo Martins. Mas, não fui cooptado pela corrupção. Rejeitei ser eleito em todas as ocasiões que eu percebia que o ato ia de encontro à Dignidade Humana, que era meu lema de campanha. Terminei desistindo de ser candidato, pois percebi que jamais iria ser eleito sem entrar no jogo da corrupção que desvirtua a democracia. Mas ainda permaneci dentro dos partidos de esquerda, eu ainda tinha a convicção que eles estavam corretos. Só vim perceber o erro que eu estava metido, quando vi o candidato de esquerda, o Lula do PT, que eu havia votado para presidente e havia ganho a eleição, patrocinar diversos atos de corrupção no chamado “Mensalão” e mentia descaradamente de que não sabia de nada. Foi aí que percebi que alguma coisa muito errada estava acontecendo com o meu posicionamento político. Eu nunca pensei nem agiria daquela forma... por que então eu estava apoiando tal pessoa e defendendo tal partido? Tirei de imediato o meu apoio consciencial, pois eu não estava comprometido com nenhum cargo político, e fui em busca de explicações para o meu erro. Foi quando descobri cada vez mais um pouco da verdade, da ameaça constante do Comunismo, da defesa milenar da Fé e da Verdade na Igreja Católica, do comando espiritual do Cristo sobre a humanidade na guerra ancestral que é desenvolvida contra o mal, a ignorância. Todos que acompanham este meu diário no Recanto das Letras site   https://siostiodelapa.net/ , sabem da evolução do meu pensamento e da direção do meu comportamento nestes 10 anos de registro diário do que acontece em minhas reflexões. Hoje me sinto livre desse patrulhamento ideológico, mesmo dentro da Universidade que foi tão atingida por essa guerra cultural e procuro me engajar no exército do Cristo, pois hoje tenho mais segurança ao seu lado de não ser enganado mais uma vez.
Sióstio de Lapa
Enviado por Sióstio de Lapa em 03/05/2022


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Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr