A VONTADE DO PAI
Depois que o Cristo me ensinou sobre nosso Pai, passei a reconhece-Lo e procurar fazer a Sua vontade. Antes eu era uma criatura egoísta e boba, seguia na vida obedecendo principalmente à figura energética do Behemoth que se manifestava através dos meus instintos de preservação da vida biológica. Agora sou uma pessoa que reconhece a existência do Pai, que devo fazer a Sua vontade que muitas vezes vai na direção contrária dos meus instintos. Mesmo fazendo a minha vontade e indo no sentido contrário à vontade do Pai, Ele nunca deixou de me amar.
O Pai viu em mim muita coisa que Ele não podia amar, que eu era obstinado em fazer o que meus instintos mandavam, que tinha uma vaga consciência do divino, que “amava” mais a Deus pelos presentes da graça comum que Ele distribuía a todos do que por Ele mesmo. Contudo, Ele também viu algo em mim que muita gente via, mas como todos eu não dava a devida orientação. Ele via algo belo e amável que poderia seguir no Caminho que o Cristo ensinou se eu lutasse contra as coisas feias dentro de mim as quais Ele não podia amar. Amava o que eu seria um dia quando começasse o meu treinamento dentro do Caminho da Verdade que me levaria a fazer a Sua vontade, e por isso Ele suportava e tinha paciência na minha ignorância de seguir pelo caminho largo dos prazeres imediatos que a carne exigia.
Quando o Cristo abriu os olhos da minha consciência eu decidi fazer a vontade do Pai e não a minha. Decidi sim, caminhar pela verdade, construindo a família universal dentro dos meus relacionamentos e fazendo surgir o Reino de Deus ao meu redor, a partir da limpeza do egoísmo do meu próprio coração.
A vontade do Pai passou a ser lei prioritária para mim, que deveria cumpri-la mesmo que fosse doloroso. Essa condição passou a ser contestada pelo meu racional impregnado pelo Behemoth, por que deveria haver leis para pessoas que querem ser boas?
Mas o Pai, cuja lei está em minha consciência, mostrou para o meu entendimento que em comunidades, países ou reinos, em qualquer lugar do mundo, para existir a felicidade para seus habitantes, é necessário que exista leis para manter as pessoas boas em segurança e para punir as más. Se quisermos comprovar onde as pessoas são mais infelizes, iremos descobrir que é onde há anarquia ou nenhum governo, onde homens cruéis e egoístas fazem o que lhes agrada, e roubam e matam sem que ninguém seja forte o bastante para impedi-los ou puni-los. As leis não são feitas para importunar e aborrecer as pessoas, mas para mantê-las a salvo dos tiranos, egoístas, corruptos, maquiavélicos, ladroes e toda corja que segue sem pudor ou compaixão os mandamentos vindos das trevas para obscurecer a luz, favorecendo que os mais fragilizados na consciência por não ter a oportunidade da educação, sigam sem crítica pela vida, ou na condição de escravos ou na condição de feitores, capatazes dos demônios.
Sióstio de Lapa
Enviado por Sióstio de Lapa em 30/03/2024