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Para defender a Santa Igreja Católica é preciso saber como está se procedendo os ataques, quem são os atores e quais são as instâncias deliberativas no campo administrativo para que a demolição da Igreja como foi construída no passado, venha acontecer. Vejamos o que nos diz o Capítulo II do livro “O Processo Sinodal, uma caixa de Pandora – 100 perguntas e 100 respostas”.

07 – Este Sínodo visa tirar conclusões específicas ou iniciar um processo?

Diferentemente de outros sínodos gerais, este sobre a sinodalidade não é realizado para discutir questões doutrinárias ou pastorais e chegar a conclusões específicas, mas para definir um caminho para empreender um processo de reforma da Igreja. Seu documento preparatório propõe o lançamento de “um processo eclesial participativo e inclusivo”. Mais do que um Sínodo, deveríamos falar pois de uma “jornada sinodal”. No Documento Preparatório para o Sínodo, o termo “processo” é usado nada menos que vinte e três vezes, junto com sinônimos como “caminho”, “itinerário”, “jornada”, etc.

Essa abordagem fluida deve ser vista na perspectiva mais ampla do atual pontificado, que privilegia tornar-se e não ser, a mudança e não a estabilidade, a busca e não a certeza: “Devemos preocupar-nos mais com iniciar processos do que com ocupar espaços”.

O Cardeal Jean-Claude Hollerich, relator geral do Sínodo, declarou: “Sentar-se e conversar só constituem um Sínodo quando se discute que caminho tomar. Caso contrário, ele se torna uma guerra de conceitos”.

Este Sínodo tem certa semelhança com o Superior Tribunal de Justiça (STJ) cujos membros são escolhidos para defender a Constituição por uma bancada eleita pelo povo. Esses membros podem se valer dos poderes dados a eles para prejudicar a própria Constituição que deveriam defender. O Sínodo também é um órgão criado para defender a constituição da Igreja Católica, que são os próprios ensinamentos deixados pelo Cristo há 2 mil anos. Acontece que agora, são chamadas várias pessoas que têm interesses diversos e que podem mudar os rumos da Igreja. É essa missão que deveria ser defendida pelo Sínodo que hoje o próprio Sínodo quer modificar. Entramos num paradoxo: como uma instituição, criada para defender uma determinada missão, se torna agora a patrocinadora de sua alteração, de sua destruição? Isto é o que estamos vendo com o a atuação do atual Sínodo proposto pelo Papa Francisco. Este Sínodo não tem mais a preocupação central de proteger os ensinamentos do Cristo contra os hereges e similares. Agora procura iniciar um processo de transformação da Igreja, da Constituição que tinha por dever obedecer. A guerra de conceitos que o mundo traz de encontro aos ensinamentos cristãos agora não é prioridade defender a viabilidade divina que o Mestre ensinou. Agora o objetivo é criar um novo caminho, onde todos possam caminhar em amizade, com exclusão dos “fanáticos” que não querem se afastar dos caminhos ensinados pelo Cristo. Esses sim, merecem ser excluídos, punidos, cancelados. Agora deve ser construído de forma revolucionária um novo caminho, mesmo que seja de forma sutil, escondido na roupagem eclesiástica como se representantes do Cristo fossem.

 

Sióstio de Lapa
Enviado por Sióstio de Lapa em 07/04/2024


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Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr