Sióstio de Lapa
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07/05/2021 00h01
DOM VIGANÒ (11) – CAUSA E EFEITO

            Continuação da íntegra do pronunciamento de Dom Viganò sobre a crise na Igreja, as heresias do Vaticano II e a “igreja paralela”. Esta arrasadora conferência dada por Dom Antônio Carlo Maria Viganò, Arcebispo e ex-Núncio Apostólico dos EUA (em 29 de outubro de 2020), na qual ele trata de modo dramático sobre a grande crise atual na Igreja e a terrível "máfia eclesiástica" que nos assola, denunciando a proliferação das heresias promovidas pelo Vaticano II, as profanações de toda sorte cometidas pelos próprios clérigos, os erros gritantes do Papa Francisco (que segundo ele teria sido eleito por influência da maçonaria) e a apostasia generalizada. Vejamos a íntegra desse pronunciamento e façamos nossas reflexões. O tema desta palestra é: como o Vaticano II serve à Nova Ordem Mundial.

9. CAUSA E EFEITO

A filosofia nos ensina que algum efeito sempre corresponde a toda causa. Vimos que o que se fez com o Concílio teve o efeito desejado e deu forma concreta àquele momento antropologicamente decisivo que hoje conduz à apostasia da anti-Igreja e ao eclipse da verdadeira Igreja de Cristo. Portanto, devemos entender que se queremos anular os efeitos nocivos que vemos diante de nós, é necessário e indispensável eliminar os fatores que os originaram. Se esse é o nosso objetivo, é claro que aceitar – mesmo que apenas parcialmente – esses princípios revolucionários, isso tornaria os nossos esforços inúteis e contraproducentes. Portanto, devemos estabelecer claramente os objetivos que pretendemos alcançar, direcionando nossas ações a esses objetivos. Mas devemos também todos estar cientes de que nesta obra de restauração não há a menor exceção aos princípios, justamente porque se eles não forem bem estabelecidos, qualquer possibilidade de sucesso ficaria inviável.

Portanto, abandonemos de uma vez por todas as vãs distinções, deixemos de uma vez de supor que existam aspectos bons nesse Concílio, de tal modo que haja uma separação entre o desejo dos bispos que ali se reuniram e o que daí se sucedeu, ou entre a letra e "o espírito" do Vaticano II, ou que exista uma distinção entre o magistério ali apresentado e as práticas que vieram depois, ou ainda entre a hermenêutica da continuidade em oposição àquela da ruptura. A anti-Igreja tem justamente usado o rótulo de "Concílio ecumênico" para atribuir autoridade e força legal ao seu programa revolucionário, da mesma forma que Bergoglio chama de carta-encíclica ao seu manifesto político de fidelidade à Nova Ordem Mundial.

A astúcia do inimigo soube isolar a parte ainda sã da Igreja, que se divide entre ter que reconhecer a natureza subversiva dos documentos conciliares, sendo obrigada a excluí-los do corpus magisterial, e ter que negar a simples realidade, declarando-os apoliticamente ortodoxos, a fim de salvaguardar a infalibilidade do Magistério. O episódio das Dubia supôs uma humilhação para aqueles príncipes da Igreja, mas não pôde desfazer os nós doutrinários que foram dados a conhecer ao Romano Pontífice. 

Bergoglio não responde, justamente porque não quer negar ou confirmar os erros implícitos, correndo o risco de ser declarado herege e perder o pontificado: este é o mesmo método do Concílio, no qual a ambiguidade e o uso de terminologias imprecisas impedem a condenação do erro implicado. Mas qualquer jurista sabe bem que além da violação flagrante da lei, também é possível cometer um crime apoderando-se indevidamente da lei e usando-a para maus fins: Contra legem fit, quod in fraudem legis fit  (o que escapa à lei é contrário a ela).

A ambiguidade entre o que é dito e o que é praticado é uma estratégia comum de quem comete iniquidades e sabe que as está cometendo. O mesmo aconteceu aqui no Brasil no governo do PT. Pretensamente democrático, defensor dos pobres, aplicador da justiça, mostrou quando assumiu o poder todo seu potencial de maldade ampliando o nível de corrupção ao máximo, capaz de destruir a nação e deixando os cidadãos a mercê dos agentes totalitários, nacionais e internacionais. Mesmo apesar de denunciados, julgados e condenados com todos os direitos de defesa, permanecem com o seu diálogo ambíguo de defesa dos pobres e do planeta, discurso que sintoniza muito bem com o discurso do Papa Francisco que o recebeu no Vaticano com efusivas manifestações de respeito e consideração. Mas a Verdade, demora, mas sempre mostra quem está do lado de Deus ou não.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 07/05/2021 às 00h01
 
06/05/2021 00h01
DOM VIGANÒ (10) – FRATERNIDADE

            Continuação da íntegra do pronunciamento de Dom Viganò sobre a crise na Igreja, as heresias do Vaticano II e a “igreja paralela”. Esta arrasadora conferência dada por Dom Antônio Carlo Maria Viganò, Arcebispo e ex-Núncio Apostólico dos EUA (em 29 de outubro de 2020), na qual ele trata de modo dramático sobre a grande crise atual na Igreja e a terrível "máfia eclesiástica" que nos assola, denunciando a proliferação das heresias promovidas pelo Vaticano II, as profanações de toda sorte cometidas pelos próprios clérigos, os erros gritantes do Papa Francisco (que segundo ele teria sido eleito por influência da maçonaria) e a apostasia generalizada. Vejamos a íntegra desse pronunciamento e façamos nossas reflexões. O tema desta palestra é: como o Vaticano II serve à Nova Ordem Mundial.

8. FUNDAMENTO IDEOLÓGICO DE "FRATERNIDADE"

A questão da fraternidade, que é uma obsessão para Bergoglio, encontra sua primeira formulação em Nostra aetate e em Dignitatis humanae. A última encíclica, Fratelli tutti, é o manifesto dessa perspectiva maçônica em que o trilema liberdade, igualdade e fraternidade substitui o Evangelho em prol de uma unidade entre os homens que exclui Deus. Observe-se que o Documento sobre fraternidade humana, pela paz mundial e pela coexistência comum, assinado em Abu Dhabi em 4 de fevereiro do ano passado, foi orgulhosamente defendido por Bergoglio com as seguintes palavras: “Do ponto de vista católico, este documento não se afasta um milímetro do Concílio Vaticano II”.

O cardeal Miguel Ayuso Guichot, presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, comenta em "La Civiltà Cattolica": O Concílio fez rachar gradualmente a barragem, que acabou rompendo. O rio do diálogo cresceu com as declarações de Nostra aetate,  sobre a relação da Igreja com os crentes de outras religiões, e a Dignitatis Humanae,  sobre a liberdade religiosa; temas e documentos que estão intimamente ligados entre si e permitiram a São João Paulo II dar vida a encontros como o Dia Mundial de Oração em Assis, em 27 de outubro de 1986, e que, vinte e cinco anos depois, Bento XVI faria ressuscitar na localidade que é o berço de São Francisco, no 'Dia de reflexão, diálogo e oração pela paz e justiça no mundo: Peregrinos da verdade, peregrinos da paz'. Portanto, o empenho da Igreja Católica no diálogo inter-religioso, que abre o caminho à paz e à fraternidade, faz parte da sua missão original e tem as suas raízes no Concílio.

Mais uma vez, o câncer do Concílio se confirma como a origem da metástase bergogliana. O fio condutor que liga o Concílio ao culto da Pachamama também permeia Assis, como meu irmão Athanasius Schneider acertadamente apontou em seu recente discurso.

Sobre a anti-Igreja, Monsenhor Fulton Sheen descreveu o Anticristo com as seguintes palavras: “Levando em consideração que sua religião será a fraternidade, mas sem a Paternidade de Deus, ele enganará os próprios eleitos”. Parece que estamos vendo a profecia do venerável Arcebispo americano cumprida diante de nossos olhos.

Não há nada de estranho, portanto, que a infame Grande Loja da Espanha, depois de felicitar calorosamente seu campeão elevado ao Trono, mais uma vez preste homenagem a Bergoglio com estas palavras: «O grande princípio desta escola iniciática não mudou em três séculos: a construção de uma fraternidade universal onde o homem se chame de irmão para além dos seus credos específicos, das suas ideologias, da cor da sua pele, da sua extração social, sua língua, sua cultura ou sua nacionalidade. Esse sonho fraterno colidiu com o fundamentalismo religioso que, no caso da Igreja Católica, gerou textos severos condenando a tolerância da Maçonaria no século XIX. [Já a última encíclica do Papa Francisco] mostra o quão longe a atual Igreja Católica está dessas suas posições anteriores [que não podem ser mudadas ao bel-prazer de nenhum Papa]. Em Fratelli tutti, o Papa abraça a fraternidade universal, o grande princípio da Maçonaria Moderna.»

O comentário do Grande Oriente da Itália segue a mesma linha: "Estes são os princípios que a Maçonaria sempre perseguiu e guardou para a elevação da humanidade".

Austen Invereigh, hagiógrafa de Bergoglio, confirma com satisfação essa interpretação, que um verdadeiro católico acharia no mínimo perturbadora[14]. Lembro que desde o século 19, nos documentos maçônicos da Alta Vendita, uma infiltração maçônica da Igreja já estava planejada: «Você também vai pegar amigos e levá-los aos pés da Sé Apostólica. Vais pregar a Revolução com a tiara e a capa magna, avançando sob a Cruz e os estandartes, numa revolução que não precisará de muita ajuda para incendiar o mundo.»

A infiltração com o nome de Fraternidade universal parece está bem avançada dentro da Igreja Católica, o bastião das lições do Cristo para se alcançar o Reino de Deus que Ele profetizou. Tanto no Reino de Deus quanto na Nova Ordem Mundial a fraternidade está sendo levada como bandeira, só que na primeira é obedecida a lei de Deus conforme a aceitação de nossa consciência pela filiação divina, enquanto na segunda é obedecida a lei mundana conforme o medo instalado em nossa consciência. Nunca havia pensado no papel que a Maçonaria estava desenvolvendo nesse processo. Tenho que fazer um estudo do caso, como agora estou fazendo do Concílio Vaticano II, do seu proponente e dos seguidores com diversas intenções. 

Publicado por Sióstio de Lapa
em 06/05/2021 às 00h01
 
05/05/2021 00h01
DOM VIGANÒ (9) – SOCIEDADE E RELIGIÃO ABERTAS (2)

            Continuação da íntegra do pronunciamento de Dom Viganò sobre a crise na Igreja, as heresias do Vaticano II e a “igreja paralela”. Esta arrasadora conferência dada por Dom Antônio Carlo Maria Viganò, Arcebispo e ex-Núncio Apostólico dos EUA (em 29 de outubro de 2020), na qual ele trata de modo dramático sobre a grande crise atual na Igreja e a terrível "máfia eclesiástica" que nos assola, denunciando a proliferação das heresias promovidas pelo Vaticano II, as profanações de toda sorte cometidas pelos próprios clérigos, os erros gritantes do Papa Francisco (que segundo ele teria sido eleito por influência da maçonaria) e a apostasia generalizada. Vejamos a íntegra desse pronunciamento e façamos nossas reflexões. O tema desta palestra é: como o Vaticano II serve à Nova Ordem Mundial.

7. SOCIEDADE ABERTA E RELIGIÃO ABERTA

Sem perder de vista essa comunhão de intenções entre a Nova Ordem Mundial e a anti-Igreja, devemos ter em mente que o Pacto Global pela Educação, programa elaborado por Bergoglio com o objetivo de "gerar uma mudança em escala planetária para que a educação crie fraternidade, paz e justiça, uma necessidade ainda mais urgente nestes tempos marcados pela pandemia". Promovido em colaboração com as Nações Unidas, este "processo de formação na relação e na cultura do encontro encontra também espaço e valor na casa comum de todas as criaturas, desde as pessoas, visto que se formam na lógica de comunhão e solidariedade, trabalham já com vista a recuperar uma serena harmonia com a criação".

Como se vê, toda referência ideológica é sempre ao Concílio, porque justamente a partir desse momento a anti-Igreja colocou o homem no lugar de Deus, a criatura no lugar do Criador.

É evidente que o novo humanismo tem uma estrutura ambientalista e ecológica na qual se enxertam tanto a encíclica Laudato sii quanto a teologia verde, a Igreja com uma face amazônica do Sínodo dos Bispos de 2019, com sua adoração idólatra da Pachamama (Mãe-Terra) na presença do "sinédrio romano". A atitude da Igreja durante a cobiçada pandemia de covid-19 mostrou, por um lado, a submissão da Hierarquia aos ditames do Estado, violando assim a libertas Ecclesiae. que o Papa deveria ter defendido fortemente. Também revelou a negação de qualquer significado sobrenatural da pandemia, substituindo a justa cólera de Deus, ofendido pelos inúmeros pecados da humanidade e das nações, pela fúria mais perturbadora e destrutiva da Natureza, ofendida pela falta de respeito pelo meio Ambiente... 

Gostaria de enfatizar que atribuir uma identidade pessoal à natureza, praticamente dotando-a de intelecto e vontade, é o prelúdio da sua divinização. Já vimos um prelúdio sacrílego a isso sob a própria cúpula da Basílica de São Pedro.

O ponto principal é este: conforme a anti-Igreja se acomoda à ideologia dominante do mundo hoje, ela se envolve em cooperação genuína com representantes poderosos do estado profundo, começando com aqueles que preparam uma economia sustentável, como Jorge Mario Bergoglio, Bill Gates, Jeffrey Sachs, John Elkann e Gunter Pauli.

É importante lembrar que a economia sustentável tem repercussões na agricultura e no mundo do trabalho em geral. O deep state deve obter mão-de-obra de baixo custo por meio da imigração, o que contribui ao mesmo tempo para o desaparecimento da identidade religiosa, cultural e linguística dos países afetados. Por sua vez, a deep church fornece uma base ideológica e pseudoteológica para este plano de invasão, e ao mesmo tempo garante uma parte na lucrativa recepção. Podemos compreender a insistência de Bergoglio na questão dos imigrantes, reiterada também em Fratelli tutti: “Assim se espalha uma mentalidade xenófoba, de pessoas fechadas e fechadas sobre si mesmas” (nº 39) (...) “As migrações constituirão um elemento determinante do futuro do mundo” (nº 40). 

Bergoglio usa a expressão "elemento determinante", indicando que não é possível hipotetizar um futuro sem migração.

Deixe-me falar um pouco sobre a situação nos Estados Unidos às vésperas das suas eleições presidenciais. A Fratelli tutti dá a impressão de constituir um endosso do Vaticano ao candidato democrata, em clara oposição a Donald Trump, e aparece precisamente alguns dias depois de Francisco se recusar a conceder uma audiência em Roma ao secretário de Estado Mike Pompeo. Isso confirma de que lado estão os filhos da luz e quem são os filhos das trevas.

O Concílio Vaticano II colocou para dentro da fortaleza cristã um “Cavalo de Troia” iludido por sua grandiosidade e imponência estética, um reconhecimento pelos inimigos, do seu poder inquebrantável na guerra que estava em andamento.

Não é o “Cavalo” na forma de conceitos grandiosos e estéticos que foi colocado dentro da Santa Igreja que é o perigo. O perigo é que pessoas maliciosas, temerosas ou ignorantes, façam uso desses conceitos para desvirtuar a Santa Igreja na sua responsabilidade de converter o pensamento humano, dos interesses mundanos, egoístas e totalitários, para o pensamento divino, de construir uma sociedade baseada na família universal, construindo o Reino de Deus, sob a liderança do Cristo, e não uma sociedade controladora das liberdades individuais sob a regência daqueles que se opões ao Cristo, o Anticristo. 

Publicado por Sióstio de Lapa
em 05/05/2021 às 00h01
 
04/05/2021 00h01
DOM VIGANÒ (8) – SOCIEDADE E RELIGIÃO ABERTAS (1)

            Continuação da íntegra do pronunciamento de Dom Viganò sobre a crise na Igreja, as heresias do Vaticano II e a “igreja paralela”. Esta arrasadora conferência dada por Dom Antônio Carlo Maria Viganò, Arcebispo e ex-Núncio Apostólico dos EUA (em 29 de outubro de 2020), na qual ele trata de modo dramático sobre a grande crise atual na Igreja e a terrível "máfia eclesiástica" que nos assola, denunciando a proliferação das heresias promovidas pelo Vaticano II, as profanações de toda sorte cometidas pelos próprios clérigos, os erros gritantes do Papa Francisco (que segundo ele teria sido eleito por influência da maçonaria) e a apostasia generalizada. Vejamos a íntegra desse pronunciamento e façamos nossas reflexões. O tema desta palestra é: como o Vaticano II serve à Nova Ordem Mundial.

7. SOCIEDADE ABERTA E RELIGIÃO ABERTA

A presente análise não seria muito completa se não falasse da nova língua tão popular na esfera eclesial. O vocabulário católico tradicional foi deliberadamente modificado com o objetivo de alterar o conteúdo que expressa. O mesmo aconteceu com a liturgia e a pregação, em que a clareza da expressão católica foi substituída pela ambiguidade ou pela negação implícita das verdades dogmáticas. Mil exemplos podem ser dados. Este fenômeno remonta ao Concílio, que tentou criar versões católicas de slogans mundanos. No entanto, gostaria de enfatizar que essas expressões emprestadas de vocabulários secularistas também fazem parte da novilíngua. Pensemos na insistência de Bergoglio na Igreja partidária ou na abertura ao mundo como um valor positivo. Além disso, coloquei algumas citações da Fratelli tutti:

“Um povo vivo, dinâmico e com futuro é aquele que está permanentemente aberto a novas sínteses, incorporando o diferente” (n. º 160).

«A Igreja é uma casa de portas abertas» (n. 276).

«Queremos ser uma Igreja que serve, que sai de casa, que sai dos seus templos, que sai das suas sacristias, para acompanhar a vida, sustentar a esperança, ser um sinal de unidade […] construir pontes, romper paredes, semear reconciliação » (Ibid.).

A semelhança com a "sociedade aberta" adotada pela ideologia mundial de Soros se destaca a tal ponto que quase constitui uma religião aberta como um contraponto a ela.

E essa religião aberta está totalmente em sintonia com as intenções do globalismo. Dos comícios políticos por um novo humanismo abençoado pelas autoridades da Igreja à participação da intelectualidade na propaganda verde, tudo segue o pensamento dominante em um grotesco e lamentável agrado ao mundo. 

«Procuro o favor dos homens ou de Deus? Ou estou tentando agradar aos homens? Se ainda tentasse agradar aos homens, não seria servo de Cristo” (Gl 1,10).

A Igreja Católica vive sob o olhar de Deus; existe para sua Glória e para a salvação de almas. E a anti-Igreja vive sob o olhar do mundo, promovendo a blasfema apoteose do homem e a condenação das almas. Durante a última sessão do Concílio Vaticano II e na presença de todos os padres sinodais, estas palavras inusitadas de Paulo VI ressoaram na Basílica do Vaticano: «A religião de Deus que se fez homem encontrou a religião - porque tal é - do homem que se faz Deus. Tem acontecido? Um choque, uma luta, uma condenação? Poderia ter acontecido, mas não aconteceu. A antiga história do Samaritano tem sido o fio condutor da espiritualidade do Concílio. Uma imensa simpatia permeou tudo. A descoberta das necessidades humanas - e tanto maiores quanto mais velha fica a criança da Terra - chamou a atenção de nosso sínodo. Vocês, humanistas modernos, que renunciam à transcendência das coisas supremas, atribuam-lhe até este mérito e reconhecem o nosso novo humanismo: também nós - e mais do que ninguém - somos promotores do homem ».

Essa simpatia – no sentido etimológico de συμπάϑεια [sympatheia], isto é, de participação num sentimento alheio, é a imagem do Concílio e da nova religião – por ser religião da anti-Igreja. Uma anti-Igreja nascida da união imunda entre a Igreja e o mundo, entre a Jerusalém celestial e a infernal Babilônia. Vejamos bem: a primeira vez que um pontífice voltou a falar "humanismo" foi no encerramento do Concílio e, hoje, o encontramos como um mantra repetido por todos os que o consideram uma expressão perfeita e coerente da mentalidade revolucionária do Concílio.

A defesa de comportamentos novos que sigam a recuperação do projeto divino do homem não podem ser condenados por nenhuma pessoa ou instituição que os defendam. Isso parece ser o que acontece no Concílio Vaticano II promovido por um papa com boas intenções humanistas e sintonizado com doutrina da Santa Igreja. Conceitos como: “aberta a novas sínteses”, “casa de portas abertas”, “sair ao mundo e ser um sinal de unidade”, “construir pontes, romper paredes, “semear reconciliações”, “promotores do homem”, são difíceis de serem destruídos como negativos, pois não o são. Este é o “cavalo de Tróia” que foi colocado dentro da Igreja Católica, o Forte Cristão inexpugnável pelos inimigos. No momento que o “cavalo de Troia” foi colocado dentro da fortaleza cristã, no momento do Concílio Vaticano II, saíram de dentro deles os adversários da fé para corromper a pureza da Santa Igreja. Os conceitos positivos passam agora a servir uma ideologia alienígena aos propósitos do Cristo. Diversos comportamentos contrários aos ensinamentos cristãos passam a se manifestar, até com supremacia, sendo a pior consequência o desvio do homem para deixar de seguir a Cristo e construir o Reino de Deus com base na justiça, fraternidade e amor. Em vez disso, passa a se configurar o reino do anticristo, caracterizado pelo controle autoritário de todos, que cada um deve servir sem liberdade pessoal ou acreditar num Pai espiritual a quem devemos respeito e obediência acima de todos e de tudo.  

 

Publicado por Sióstio de Lapa
em 04/05/2021 às 00h01
 
03/05/2021 00h01
SALMO 6 INTERPRETADO – IRA

            Senhor, sei que És a essência do amor, não pode expressar ira por ninguém, por nenhuma das tuas criaturas. Porém, nós, teus filhos, criados simples e ignorantes, temos que aprender com nossas próprias forças espirituais, que gerenciando um corpo como instrumento, que é cheio de motivações egoístas próprias da carne, podemos expressar a ira ou ser vítima da ira de alguém, próxima ou distante de nós, de forma justa ou injusta.

            Sei que tudo que eu plantar aqui agora irei colher os frutos mais adiante. Os frutos da ira que eu plantar, virá sobre mim como um castigo, uma disciplinação. Não posso pedir, Senhor, para que me livre de tal consequência, pois faz parte do meu aprendizado. Quero apenas forças para suportar o furor dessas consequências, que me fazem tremer, desfalecer. 

            Vejo agora o quanto plantei na sementeira da ira, mesmo que tenha tido uma boa justificação, que eu tenha reagido a ira que tenha sido jogada sobre mim. Mas, não estou livre das consequências, mesmo quando jogo ira contra ira. O Mestre que enviastes nos ensinou que devemos voltar a face ao adversário que com ira nos golpeou. Esta é a lição que devo aprender e praticar. Devo segurar o fogo da ira que sobe à minha mente vinda da reação do Behemoth, o monstro que criaste dentro de mim para a minha defesa corporal. O meu espírito deve ter sabedoria e força para segurar a ira do Behemoth e ajudar na aprendizagem do meu irmão com a minha suposta fragilidade, por não reagir com a mesma ira.  

            Atenta, Senhor, para as minhas fraquezas, inunda com o Teu amor a minha alma, para que ela se fortaleça frente as investidas do Behemoth. Estou exausto de tanto lutar contra essa fera que se manifesta em mim com as sete cabeças dos pecados capitais. Sei que as cabeças que mais me atormentam são a luxúria, gula e preguiça, mas a cabeça da ira também se manifesta com força em muitas ocasiões. 

            Talvez eu precise mais ainda me manifestar com essas fragilidades para que possas me atender, entendendo a minha humildade no pedir. Devo ficar exausto de tanto gemer, de chorar, inundar de lágrimas a minha cama, dos meus olhos a tristeza se expressar, como um tributo para que eu não jogue a ira em qualquer um dos meus adversários, próximos ou distantes.

            Ah! Senhor, ouvi as minhas súplicas, mesmo que, por deficiência espiritual, dos meus olhos não vertam lágrimas do choro que não é liberado.

            Senhor, aceita a minha oração. Desejo alcançar a mansidão que o Mestre ensinou; quero ensinar aos meus adversários, com o sacrifício do meu próprio ego, que a expressão da ira não é semente a ser cultivada, pois seus frutos sempre serão amargos.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 03/05/2021 às 00h01
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