Nós somos o santuário de Deus. O espírito de Deus mora em nós. Quem destruir o santuário de Deus terá a sua consequência.
A alma daquele cujo santuário de Deus foi destruída por negligência, perversidade, iniquidade ou mesmo ignorância do irmão obcecado pelas tinturas do mal, aquele terá sua alma mais próxima de Deus e a alma deste terá que pagar na justiça divina, as consequências do que fez.
O campo de concentração que se criou em Brasília devido os atos de vandalismo praticados no dia 08-02-23 pelas forças do mal, queriam dispersar e macular as manifestações pacíficas de patriotismo, que exigiam das autoridades terrenas e implorando as autoridades divinas, por justiça, verdade e liberdade, seguindo as lições do Cristo. Este ato pacífico em Brasília foi cruel e injustamente coibido por aqueles irmãos em cargos de poder, mas sintonizados com o poder das trevas, para manter centenas de inocentes em campo de concentração, moderno nas instalações e antigo nos objetivos, justificado por falsas narrativas e amparado pelo cerceamento da defesa.
Cada irmão que está nessa situação de injustiça, independente da idade, sexo ou etnia, todos eles são templos de Deus em seus corpos. Esses gestores que usam o mal como ferramenta, também possuem o espírito de Deus em seus corpos, mas este ficou eclipsado pela cegueira das trevas. Não sabem o prejuízo que estão levando às suas almas e o benefício que, sem quererem, estão levando às vítimas de seus ódios disfarçados e generalizados.
Quando a pessoa perde a sintonia divina, por deixar, por seu livre arbítrio, as trevas cobrirem o espírito de Deus em sua alma, perde dessa forma a condição de filha de Deus, mesmo que seja temporário, até o momento que ela consiga encontrar um raio de verdade que possa lhe libertar da hipnose maligna.
Esta é a missão que nós, filhos de Deus, consciente de nossa paternidade e consequentemente de nossa irmandade, fraternidade, devemos ter com os irmãos, tanto com os que sofrem os efeitos das iniquidades como com aqueles que as produzem.
Nossas orações individuais e coletivas não devem ser interrompidas, pelo contrário, devem ser mais fervorosas, derramando todo o amor que o Pai nos oferece continuamente em benefício de nossos irmãos que estão desamparados nas ondas do mal, quer como vítimas, quer como algozes.
Não é somente em Brasília que tem um campo de concentração real. Todo o Brasil está coberto de iniquidades, tornou-se um campo de concentração nacional, onde as iniquidades são elogiadas e a verdade não é reconhecida, por falta de discernimento. Por isso os algozes surgem por toda a parte e podem estar bem próximos de nós, um amigo, um parente... Por isso a nossa provação como filhos de Deus é a mais genérica que podemos encontrar na história da humanidade. Por isso a nossa fé na providência divina deve ser a mais forte e genérica possível.
Tendo oportunidade de ler a Carta Encíclica do Papa Leão XIII de 28-12-1878, e vendo a oportuna aplicação aos dias de hoje, resolvi dividi-la com meus leitores de forma fracionada.
EXORTAÇÃO AO EPISCOPADO
Prevenir as crianças.
33. Quanto a Vós, Veneráveis Irmãos, que reconheceis perfeitamente a origem e o carácter dos males que nos assolam por toda a parte, tratai com todas as veras e com todo o esforço do vosso espírito de espalhar e fazer penetrar profundamente nas, almas a doutrina católica. Esforçai-vos por que todos os cristãos acostumem seus filhos desde a mais tenra idade a amar a Deus e a respeitar a Sua santa vontade, a inclinarem-se perante a majestade dos príncipes e das leis, e refrear as paixões e a conservar escrupulosamente a ordem que Deus estabeleceu na sociedade civil e na sociedade doméstica.
Não apoiar o socialismo.
34. É necessário, além disto, que trabalheis para que os filhos da Igreja Católica não ousem, seja debaixo de que pretexto for filiar-se na seita abominável, nem a favorecer. E também que por ações nobres e pela honradez do seu comportamento mostrem como a sociedade humana seria feliz, se cada um dos seus membros brilhasse pela retidão dos seus atos e pelas suas virtudes.
Fomentar as associações de proletários sob a tutela da Igreja.
35. Finalmente, como se procuram sobretudo sectários na classe dos homens que exercem oficio, que alugam o seu trabalho e que, cansados da condição de trabalhadores, são muito facilmente seduzidos pela esperança das riquezas e pelas promessas de fortuna, parece oportuno sustentar as sociedades de artistas e operários, que, fundadas debaixo da proteção da Religião, ensinam a todos os associados que se contentem com a sua sorte e suportem o trabalho com paciência e os persuadam a que tenham uma vida sossegada e tranquila.
Confiança em Deus.
36. Favoreça os Nossos esforços e os Vossos, Veneráveis Irmãos, Aquele a quem somos obrigados a atribuir o princípio e o êxito de todo o bem. Aliás, nestes dias em que celebramos o Nascimento de Nosso Senhor, encontramos motivos de esperança de um socorro muito próximo. Efetivamente, esta nova salvação que Cristo recém-nascido trouxe ao mundo já envelhecido e quase decomposto pela enormidade de seus males, Ele nos ordena que a esperemos também; e aquela paz anunciada aos homens pelos Anjos, também prometeu que no-la dava. “A mão do Senhor não se retirou para não nos poder salvar, nem aos seus ouvidos se obstruíram para não nos poder ouvir” (Is 59,1). Nestes dias, pois, de feliz auspício, Nós vos desejamos a Vós, Veneráveis Irmãos, e a todos os fiéis das Vossas Igrejas, todas as felicidades e todas as alegrias; e Nós rogamos com instância Àquele que dá todos os bens — “para que de novo apareça aos homens a benignidade de Deus nosso Salvador” (Tito 3,4), que, depois de nos ter arrancado do poder do Nosso terrível inimigo, nos elevou à nobilíssima dignidade de filhos.
37. E a fim de que os Nossos votos sejam mais pronta e completamente realizados, juntai-Vos a Nós, Veneráveis Irmãos, para dirigir a Deus fervorosas orações; invocai também a proteção da bem-aventurada Virgem Maria, Imaculada desde a origem, e de S. José seu esposo, e dos bem-aventurados Apóstolos S. Pedro e S. Paulo, em cuja intercessão temos a maior confiança. Entretanto, como penhor dos favores celestes, Nós Vos damos do fundo do coração, no Senhor, a Bênção Apostólica, a Vós, Veneráveis Irmãos, ao Vosso clero e a todos os povos fiéis.
Dada em Roma, junto de S. Pedro, aos 28 de dezembro de 1878, primeiro ano do Nosso Pontificado. Leão XIII Papa.
Excelente posição desse Papa, com discernimento, coragem e sabedoria, para reconhecer o verdadeiro inimigo de nossas almas, as quais tem o dever sagrado dado pelo Cristo de nos defender. Infelizmente, hoje, o inimigo obteve grandes avanços sobre a nossa tolerância apostólica e chega a se representar através do mais alto cargo eclesiástico. Mas, estamos na país previsto para ser a “Pátria do Evangelho e o coração do mundo”. Nós, mesmo sem cargos eclesiásticos, ou mesmo fora da Igreja Católica como eu, temos o dever como cristãos filhos de Deus, de lutar pelo Reino dos Céus que Jesus nos ensinou a construir dentro dos nossos corações e junto com nossos demais irmãos, traze-lo para a realidade material.
Tendo oportunidade de ler a Carta Encíclica do Papa Leão XIII de 28-12-1878, e vendo a oportuna aplicação aos dias de hoje, resolvi dividi-la com meus leitores de forma fracionada.
DIREITO DE PROPRIEDADE
28. Quanto à tranquilidade da sociedade pública e doméstica, a sabedoria católica, apoiada nos preceitos da lei natural e divina, a isso provê muito prudentemente com suas doutrinas e ensinos sobre o direito da propriedade e sobre a partilha dos bens que são arranjados para as necessidades e utilidades da vida. Porque os sectários do socialismo, apresentando o direito de propriedade como uma invenção humana que repugna à igualdade natural dos homens, e reclamando o comunismo dos bens, declaram que é impossível suportar com paciência e pobreza e que as propriedades e regalias dos ricos podem ser violadas impunemente. Mas a Igreja, que reconhece muito mais útil e sabiamente que existe a desigualdade entre os homens, naturalmente diferentes nas forças do corpo e do espírito, e que esta desigualdade também existe na propriedade dos bens, determina que o direito de propriedade ou domínio, que vem da própria natureza, fique intacto e inviolável para cada um.
Condenação da rapina.
Desvelo pelos pobres.
29. Ela sabe, efetivamente, que o roubo e o latrocínio foram proibidos por Deus, autor e defensor de todos os direitos, de tal forma que nem sequer é permitido desejar os bens doutrem, e que os ladrões e roubadores, assim como os adúlteros e idólatras, são excluídos do reino dos céus. Mas entretanto a Igreja, esta piedosa mãe, nem por isso despreza o cuidado pelos pobres nem se descuida de prover às suas necessidades, porque, abraçando-os com a sua ternura maternal e sabendo que eles representam o próprio Jesus Cristo, que considera como feito a EIe o bem que por qualquer for feito ao mais ínfimo dos pobres, os tem em grande consideração; ela os ajuda por todos os meios possíveis, toma a seu cargo mandar levantar por todo o mundo casas e hospícios para os receber, sustentar e tratar, e os toma debaixo da sua proteção.
30 Além disso, impõe como rigoroso dever aos ricos dar o supérfluo aos pobres e ameaça-os com o juízo de Deus que os condenará aos suplícios eternos, se não acudirem às necessidades dos indigentes. Enfim, atenta e consola o coração dos pobres, quer apresentando-lhes o exemplo de Jesus Cristo que, “sendo rico, quis fazer-se pobre por nós” (2 Cor 8,9), quer lembrando-lhes as suas palavras, pelas quais declara felizes os pobres e ordena-lhes que esperem as recompensas da felicidade eterna.
31. Quem não verá, na verdade, que é este o melhor meio de apaziguar a antiga questão entre os pobres e os ricos? Porque, a própria evidência das coisas e dos fatos bem o demonstra, desprezado ou rejeitado este meio, terá de acontecer necessariamente uma de duas Coisas: ou a maior parte do género humano será reduzida à ignominiosa condição dos escravos, como o foi por muito tempo entre os pagãos, ou a sociedade será agitada por perturbações continuas e desolada pelos roubos e assassínios, como muito recentemente ainda tivemos o desgosto de ver.
Exortação aos povos e autoridades.
32. Sendo isto assim, Veneráveis Irmãos, Nós, a quem incumbe, há pouco tempo, o governo de toda a Igreja, depois de termos mostrado desde o princípio do Nosso Pontificado aos povos e aos príncipes, acossados pelo furor da tempestade, o porto onde encontrariam um abrigo seguro, impelidos agora pelo gravíssimo perigo que está ameaçando, fazemos de novo ressoar a seus ouvidos a palavra apostólica para a salvação dos mesmos, bem como para a salvação de seus Estados. Nós lhes pedimos, nós lhes rogamos instantemente que aceitem o magistério da Igreja tão benemérita dos Estados, debaixo do ponto de vista da prosperidade pública, e que atentem bem que os interesses do Estado e os da religião, estão de tal forma unidos entre si, que tudo quanto se fizer perder a esta última, outro tanto enfraquece o dever dos súditos e a majestade do poder.
E quando reconhecerem que, para afastar esta peste do socialismo, a Igreja possui uma força como nunca tiveram nem as leis humanas, nem as repressões dos magistrados, nem as armas dos soldados, tratarão de restituir logo à Igreja a condição e liberdade tais, que possa exercer esta força tão salutar para o bem comum de toda a sociedade humana.
Esse cooptação ao comunismo/socialismo parece uma infecção mental que adquirimos ao introjetar dentro das consciências de pessoas ingênuas, com pouco potencial de discernimento, mentiras e falsas narrativas. Uma vez a pessoa encantada por propostas tão justas, semelhantes aquelas ensinadas pelo Cristo, entrega parte de sua vida a trabalhar no sentido que essas propostas se realizem, mesmo à custa de muito sangue como acontece nas diversas revoluções espalhadas pelo mundo. É importante que o povo e as autoridades tenham consciência dessa ameaça e se alie à Igreja Católica, única combatente a esse tipo de ameaça à humanidade ao longo do tempo.
Tendo oportunidade de ler a Carta Encíclica do Papa Leão XIII de 28-12-1878, e vendo a oportuna aplicação aos dias de hoje, resolvi dividi-la com meus leitores de forma fracionada.
A SOCIEDADE DOMÉSTICA
22. A própria sociedade doméstica, que é o princípio e a base da cidade e do reino, ressente e experimenta necessariamente esta virtude salutar da Igreja, que contribui para a perfeita organização e para a conservação da sociedade civil. Pois bem sabeis, Veneráveis Irmãos, que a verdadeira constituição da sociedade é baseada, segundo a necessidade do direito natural, diretamente sobre a união indissolúvel do homem e da mulher e que é completada pelos direitos e deveres mútuos entre os pais e os filhos, entre os amos e os criados. Sabeis também que as doutrinas do socialismo desorganizam completamente a sociedade, porque, perdendo o apoio que lhe dá o casamento religioso, tem forçosamente de ver enfraquecer-se o poder do pai sobre os filhos, e os deveres dos filhos para com os pais.
23. A Igreja, pelo contrário, nos ensina que o casamento respeitável em tudo (Heb 13,4), instituído pelo próprio Deus no princípio do mundo para a propagação e conservação do género humano, e por Ele decretado indissolúvel, foi feito mais indissolúvel e mais santo ainda por Cristo, que lhe conferiu a dignidade de Sacramento, e dele fez a figura da sua união com a Igreja.
24. Por consequência, é necessário, segundo as exortações do Apóstolo (Ef 5,23), que o homem seja o chefe da mulher como Cristo é o Chefe da Igreja, e que as mulheres sejam submissas a seus maridos e deles recebam as provas de amor fiel e constante, como a Igreja é submissa a Cristo, que a abraça com amor eterno e castíssimo.
Poder paterno e heril.
25. A Igreja regula igualmente o poder dos pais e dos amos, a fim de que possam conter os filhos e os criados no cumprimento dos seus deveres, sem se afastarem dos Imites da justiça. Porque, segundo a doutrina católica, a autoridade dos pais e dos amos deriva da autoridade do Pai e do Senhor Celeste. Por consequência tira dela não somente a origem a força, mas até, e muito necessariamente, a sua essência e carácter. Daí vem que o Apóstolo exorta os filhos “a obedecer a seus pais no Senhor e a honrarem seu pai e mãe, que é o primeiro mandamento acompanhado de promessa” (Ef 6,1-2). E aos pais diz: “E vós, pais, não provoqueis vossos filhos à cólera, mas dai-lhes educação instruindo-os e corrigindo-os segundo o Senhor” (Ei 6,4).
Relações entre amos e criados.
26. E mais adiante o mesmo Apóstolo recomenda aos criados e aos amos: aos primeiros que “Obedeçam a seus senhores segundo a carne, como ao próprio Jesus Cristo servindo-os de bom grado como ao Senhor; aos outros que e não excedam em ameaças nem maus tratos, lembrando-se que Deus é o Senhor de todos, e que para Ele não há distinção de pessoas” (Ef 6,5-9).
27. Se todas estas coisas fossem observadas por aqueles a quem dizem respeito, conforme a disposição da vontade divina, cada família ofereceria a imagem da morada celeste e os insignes benefícios que dai resultariam não ficariam encerrados unicamente dentro das paredes da casa, mas espalhar-se-iam também profusamente nos Estados.
Esta orientação do Papa quanto a indissolubilidade do matrimônio, da separação do homem e da mulher quando relação se torna inviável, eu discordo. Procuro seguir a lei maior de Deus, lei do Amor Incondicional, que não pode ser submissa a nenhuma outra lei ou preconceito. Fazendo isso, e a minha esposa se mantendo dentro do pensamento tradicional de amor exclusivo, da família nuclear, foi inevitável o choque emocional e ela se viu obrigada a me expulsar de casa por sentir desprezada, humilhada. Mesmo sendo agredido verbal e fisicamente, saí de casa de forma pacífica para manter a minha consciência livre e sintonizada com Deus. Como poderia manter a indissolubilidade do matrimônio dentro dessa circunstância? Dessa forma, procurando obedecer a lei do Pai, conforme Ele coloca em minha consciência, terminou por trazer inconsistência incontornável entre o que eu pensava e o que minha esposa por seu lado também pensava.
Tendo oportunidade de ler a Carta Encíclica do Papa Leão XIII de 28-12-1878, e vendo a oportuna aplicação aos dias de hoje, resolvi dividir com meus leitores de forma fracionada.
OPOSIÇÃO ENTRE A DOUTRINA DO EVANGELHO E O SOCIALISMO
O igualitarismo socialista.
14. Porque, ainda que os socialistas, abusando do próprio Evangelho, a fim de enganarem mais facilmente os espíritos incautos, tenham adotado o costume de o torcerem em proveito da sua opinião, -entretanto a divergência entre as suas doutrinas depravadas e a puríssima doutrina de Cristo é tamanha que maior não podia ser. Pois “que pode haver de comum entre a justiça e a iniquidade. Ou que união entre a luz e as trevas?” (2 Cor 6,14). Os socialistas não cessam, como todos sabemos, de proclamar a igualdade de todos os homens segundo a natureza; afirmam, como consequência, que não se devem honras nem veneração à majestade dos soberanos, nem obediência às leis, a não serem estabelecidos por eles próprios e segundo o seu gosto.
A Igualdade evangélica.
15. Mas, ao contrário, segundo as doutrinas do Evangelho, a igualdade dos homens consiste em que todos, dotados da mesma natureza, são chamados à mesma e eminente dignidade de filhos de Deus, e que, tendo todos o mesmo fim, cada um será julgado pela mesma lei e receberá o castigo ou a recompensa que merecer. Entretanto a desigualdade de direitos e de poder provém do próprio Autor da natureza, “de quem toda a paternidade tira o nome, no céu e na terra” (Ef 3,15).
16. Mas as almas dos príncipes e dos súbditos estão, segundo a doutrina e preceitos católicos, ligadas de tal sorte, por deveres e direitos mútuos, que se modere o desejo de dominar e o motivo da obediência se torne fácil, constante e nobilíssimo.
Doutrina da Igreja sobre o poder.
17. Por isso a Igreja inculca constantemente aos súbditos o preceito do Apóstolo: “Não há poder que não venha de Deus e os que existem foram ordenados por Deus. Aquele, pois, que resiste ao poder resiste à ordem de Deus e os que resistem atraem sobre si a condenação”. E de novo ordena que sejam submissos não só por temor, mas também por motivos de consciência, e que se dê a cada um o que for devido: “a quem o imposto, o imposto; a quem o temor, o temor; a quem a honra, a honra” (Rom 13,1-7). Aquele que criou e governa todas as coisas regulou com a sua sabedoria providencial que as íntimas coisas ajudadas pelas medianas, e estas pelas superiores, consigam todas o seu fim.
18. Por isso, assim como no céu quis os coros dos Anjos fossem distintos e subordinados uns aos outros, e na Igreja instituiu graus nas ordens e diversidade de ministérios de tal forma que nem todos fossem apóstolos, nem todos doutores, nem todos pastores (1 Cor 12,27); assim estabeleceu que haveria na sociedade civil várias ordens diferentes em dignidade, em direitos e em poder, a fim de que a sociedade fosse, como a Igreja, um só corpo, compreendendo um grande número de membros, uns mais nobres que os outros, mas todos reciprocamente necessários e preocupados com o bem comum.
Admoestação aos que governam.
19. Mas, para que os regentes dos povos usem do poder que lhes é concedido para edificar e não para destruir, a Igreja de Cristo avisa-os muito a propósito de que a severidade do julgamento supremo ameaça também os príncipes, e repetindo as palavras da Divina Sabedoria brada a todos em nome de Deus: “Prestai atenção, vós que dirigis as multidões e que vos comprazeis do número das nações, porque o poder vos foi dado por Deus e a força pelo Altíssimo que examinará as vossas obras e perscrutará os vossos pensamentos… Porque o julgamento dos que governam será muito severo.. . Deus efetivamente não excetuará pessoa alguma nem terá atenção com as grandezas de ninguém, pois Deus criou o pequeno e o grande e tem igual cuidado por todos; mas para os mais fortes está reservado um castigo mais forte” (Sab 6,3 ss).
Contra o abuso do poder.
A paciência e a oração.
20. Se, portanto, acontecer alguma vez que o poder púbico seja exercido pelos príncipes temerariamente e ultrapassando os limites da justiça, a doutrina da Igreja católica não permite que os súbitos se revoltem contra eles, com receio de que a tranquilidade da ordem fique ainda mais perturbada e por isso a sociedade sofra um prejuízo muito maior. E, quando as coisas chegarem ao ponto de já não brilhar esperança alguma de salvação, a Igreja ensina que o remédio deve ser rogado e apressado pelos merecimentos da paciência cristã e com fervorosas orações a Deus.
21. Se a vontade dos legisladores e dos príncipes sancionar ou ordenar alguma coisa que esteja em oposição com a lei divina ou natural, a dignidade e o dever do nome cristão, assim como o preceito apostólico, prescrevem que devemos “obedecer a Deus antes que aos homens” (At 5,29).
O Papa faz uma boa advertência sobre as injustiças que observamos nos dias atuais por aqueles colocados em cargos públicos, imaginam que podem surrupiar os critérios éticos e morais, fazendo com iniquidades as suas vontades e dos seus grupos arregimentados em verdadeiras quadrilhas. São nossos irmãos, completamente equivocados, que não reconhecem a paternidade divina, a nossa irmandade relacionada com o Pai Criador. Pensam que podem fugir aqui na justiça que eles manipulam e que não podem ser pegos em nenhuma instância para pagar por seus erros, roubos e corrupções. Nosso papel, enquanto irmãos desse bando de ignorantes, que caminham para a justiça divina, é de adverti-los, com paciência e misericórdia em busca de um sinal de arrependimento, de conseguir ver o Caminho, a Verdade e a Vida que o Mestre veio nos ensinar.