Meu Diário
24/11/2023 00h01
PROFETA DO SENHOR

            Como escolhia Deus seus profetas no passado? Lembro do caso de Jeremias que desde criança tinha sonhos proféticos nesse sentido. Hoje, com a evolução do conhecimento que gera novas formas de relacionamentos e novas tecnologias, e como tudo é permitido por Deus para nós humanos, principalmente aqueles incentivados nas coisas boas, acredito que Ele tenha outros métodos para escolher seus profetas.



            Aproveitando a ideologia modernista que está corroendo os pilares da Santa Igreja Católica por dentro, vejo no raciocínio que eles usam para isso, o argumento do incognoscível, como mais um instrumento a ser usado por Deus. O incognoscível se refere aquilo que está além dos sentidos e além da consciência, para gerar sentimentos e daí poder gerar o sentido abstrato de religião.



Posso, então, usar esse mesmo raciocínio para dizer que do meu incognoscível, estimulado pelas leituras e diversos outros fatos que entram no meu campo mental, são criados sentimentos na minha consciência que levam à criação de determinada missão.



 Posso sentir que estou sendo ungido pelo próprio Deus para executar uma missão, como a de profeta, por exemplo. Os estudos seculares apontam que o próprio Deus é quem esteja operando estes sentimentos e convicções na consciência. A explicação modernista de que tudo surge da irracionalidade estimulada do incognoscível, não anula o resultado final, e posso dizer: sou um profeta de Deus.



            Não estou negando que do incognoscível é que está vindo toda esta convicção na minha mente e nada mais racional do que associar tudo isso aos relatos da história, onde diversos livros foram publicados por homens que também usaram seus inconscientes incognoscíveis para construírem toda uma narrativa divina da influencia de Deus em nossas vidas.



            Pois agora eu posso dizer, esperando que o meu racional me livre da queda na loucura, que estou ungido do Senhor, não para ser rei de nenhuma região ou civilização, mas como um profeta, um representante de Deus na Terra, com a missão de reconhecer aquela pessoa de princípio, honesta, corajosa e de coração temente a Deus. Essa pessoa estará assim habilitada para ser o novo rei de uma nova era. De uma nova civilização que nos levará a um novo mundo, a um planeta que saltará da categoria de “provas e expiações” onde o mal, a ignorância prevalece sobre o bem, para a categoria de “regeneração”, onde prevalece o bem e o esforço para conhecer e seguir o Caminho da Verdade em direção à Vida eterna, cada vez mais próximo de Deus.



            Posso dizer que este é o meu papel atual e os modernistas hão de concordar comigo, pois estou usando os mesmos critérios que eles “descobriram” como forma de mudar o foco de como ver e administrar o mundo, diferente do Cristianismo.



            Tenho agora a missão dada por meu Deus transcendental que surgiu de forma imanente através do meu inconsciente incognoscível, mas que está sintonizado com a história que Deus plantou em diversos inconscientes incognoscíveis e que está registrado de forma didática nos livros compilados para formar a Bíblia. A missão de identificar as pessoas de bom coração e boas convicções, livres dos pecados ou interessados em deixa-los de sair da ignorância para compor a Nova Ordem de Cristo e todos entrarmos com eficiência e boa vontade no exército do Mestre.



Publicado por Sióstio de Lapa em 24/11/2023 às 00h01
 
23/11/2023 00h01
CE 11 – DEUS, REVELANTE E REVELADO

            Continuamos com a reprodução comentada da Carta Encíclica do Papa São Pio X, publicada em 08-09-1907. Esta é a quarta parte da primeira parte, onde o Papa faz a “Exposição do Sistema e sua Divisão” começando pelo “O Modernista Filósofo”.



            Nem acaba aí o filosofar, ou melhor, o desatinar desses homens. Pois, nesse mesmo sentimento eles não encontram unicamente a fé; mas, com a fé e na mesma fé, do modo como a entendem, sustentam que também se acha a revelação. E que é o que mais se pode exigir para a revelação? Já não será talvez revelação, ou pelo menos princípio de revelação, aquele sentimento religioso, que se manifesta na consciência? Ou também o mesmo Deus a se manifestar às almas, embora um tanto confusamente, no mesmo sentimento religioso? Eles ainda acrescentam mais, dizendo que, sendo Deus ao mesmo tempo objeto e causa da fé, essa revelação é de Deus como objeto e também provém de Deus como causa; isto é, tem a Deus ao mesmo tempo como revelante e revelado. Segue-se daqui, Veneráveis Irmãos, a absurda afirmação dos modernistas, segundo a qual toda a religião, sob diverso aspecto, é igualmente natural e sobrenatural. Segue-se daqui a promíscua significação que dão aos termos consciência e revelação. Daqui a lei que dá a consciência religiosa, a par com a revelação, como regra universal, à qual todos se devem sujeitar, inclusive a própria autoridade da igreja, seja quando ensina seja quando legisla em matéria de culto ou disciplina.  



            Aqui é o momento de maior malabarismo racional para deixar emergir do incognoscível o sentimento de Deus que passa a ser o objeto da fé. Então, o deus que foi criado no inconsciente incognoscível agora assume o papel do Deus criador de todo o universo, de todas as coisas, inclusive dessa insignificante criatura humana, comparada a Ele, e que agora diz ser o criador do Criador. Aqui a coerência racional nos obriga a colocar o pé no freio da construção da hipótese que pretende ser a narrativa da realidade. Como um deus criado no inconsciente incognoscível de cada um pode se tornar um Deus único e criador de todo universo? É claro que não é o mesmo Deus. O que podemos considerar é que a qualidade do incognoscível que geramos com nosso comportamento e nossas convicções, abrem o portal na consciência para o reconhecimento da existência de Deus, muito além dos produtos ínfimos do nosso inconsciente.



            Se estamos prontos para aceitar que não existe efeito sem causa, e que a causa da existência só pode ser alguma força bem além de nossa compreensão. Para definir essa força com precisão, então o máximo que podemos fazer é designa-la com algum nome que podemos escolher de acordo com as circunstancias de nossa vida. Aqui no Ocidente, dentro de nossa cultura, escolhemos chamar de Deus, mas isso não inviabiliza ou torna falsa outra denominação feita por outros povos, desde que se refira a mesma força que está gerando nossas considerações.



            Portanto, este Deus que é revelado por nosso inconsciente incognoscível passa a ser revelante para nossa insípida sabedoria, instruindo povos e criando mundos. É tolice os modernistas quererem destruir com um detalhe tão pequeno da nossa engenharia psicológica, o que Deus criou e continua criando e desenhando além de qualquer tola pretensão de nossa pequena inteligência.



Publicado por Sióstio de Lapa em 23/11/2023 às 00h01
 
22/11/2023 01h01
CE 10 – INCOGNOSCÍVEL

            Continuamos com a reprodução comentada da Carta Encíclica do Papa São Pio X, publicada em 08-09-1907. Esta é a terceira parte da primeira parte, onde o Papa faz a “Exposição do Sistema e sua Divisão” começando pelo “O Modernista Filósofo”.



            Esta necessidade das causas divinas não se fazendo sentir no homem senão em certas e especiais circunstâncias, não pode de per si pertencer ao âmbito da consciência; oculta-se (porém), primeiro abaixo da consciência, ou, como dizem com vocábulo tirado da filosofia moderna, na subconsciência, onde a sua raiz fica também oculta e incompreensível. Se alguém, contudo lhes perguntar de que modo essa necessidade da divindade, que o homem sente em si mesmo, torna-se religião, será esta a resposta dos modernistas: a ciência e a história, dizem eles, acham-se fechadas entre dois termos: um externo, que é o mundo visível; outro interno, que é a consciência. Chegados a um ou outro destes dois termos, não se pode ir mais adiante; além destes dois limites acha-se o incognoscível. Diante deste incognoscível, seja que ele se ache fora do homem e fora de todas as coisas visíveis, seja que ele se ache oculto na subconsciência do homem, a necessidade de um quê divino, sem nenhum ato prévio da inteligência, como o quer o fideísmo (doutrina teológica que, desprezando a razão, preconiza a existência de verdades absolutas fundamentadas na revelação e na fé), gera no ânimo já inclinado um certo sentimento particular, e este, seja como objeto seja como causa interna, tem envolvida em si a mesma realidade divina e assim, de certa maneira, une o homem com Deus. É precisamente a este sentimento que os modernistas dão o nome de fé e tem-no como princípio de religião.  



            Os modernistas têm como princípio da religião o incognoscível, aquilo que está além do mundo visível e além da consciência. O incognoscível quando alcançado, gera no ânimo do homem um sentimento particular do divino, cria uma realidade divina na consciência que funciona como objeto ou causa interna. A geração dessa realidade a partir do incognoscível, os modernistas chamam de fé e como princípio de religião.



            Essa moderna forma de pensar anula toda história transcendental que acompanha a humanidade, que criou ideologias e civilizações. A Bíblia é um bom exemplo disso, a história de um povo acompanhado por Deus dentro da história, que de um homem (Abraão) se projeta para toda a humanidade (Cristianismo). Os fatos criam uma narrativa que orienta na criação e manutenção de sociedades.



            Agora os modernistas descobriram que tudo isso vem do incognoscível e que toda essa criação do divino não tem nada de externo, de transcendental, tudo vem do próprio homem, como os gregos já defendiam em suas cidades cheias de sábios. Porém, a sociedade ideal, construída na base da fraternidade, da família universal, nenhuma conseguiu criar, nem ao menos idealizar.



            Foi somente com o Cristo que chegou como enviado do mundo transcendental, sem nenhuma citação ao seu incognoscível, que foram criadas as bases dessa sociedade ideal que ele chamava de Reino de Deus, onde no topo da pirâmide hierárquica estava o Pai, o Criador de todos e de tudo.



            Mas agora, os modernistas com os recursos da ciência e da sabedoria intrínseca querem anular tudo isso, pois tudo foi criado de forma irracional a partir do princípio de religião que vem do incognoscível.



            Vale a pena destruir todo o arcabouço civilizacional que construímos com base no Cristianismo para refazer tudo a partir de agora com a domesticação do incognoscível, colocando dentro da consciência, quando ele se manifestar, a nossa razão apoiada na ciência? Conseguiremos vencer os instintos que parecem estar presentes no incognoscível mais do que na consciência? Talvez as civilizações criadas pelos movimentos revolucionários que levam consigo os ideais modernistas nos apontem essa resposta.



Publicado por Sióstio de Lapa em 22/11/2023 às 01h01
 
21/11/2023 00h01
BATALHA INTERNA (SEGUNDO ROUND)

            Outra batalha interna que enfrentei nestes últimos dias foi com a cabeça da avareza do Behemoth. Esta é uma cabeça que já pensei ter domesticado a contento, não pensei que ela fosse me derrotar neste confronto, mas aconteceu.



            Foi num dia que eu tinha aula na disciplina de Medicina, Saúde e Espiritualidade no Hospital Universitário às 17 horas. A aula seria dada por um colega que já devia estar na sala, pois eu estava chegando em cima da hora.



            Neste horário, as 17 horas, muitos alunos já saíram do hospital e o estacionamento estava mais vago, sempre consigo estacionar dentro do prédio, pois geralmente está lotado. Quando cheguei no portão do estacionamento percebi que na parte alta, mais próximo da porta por onde eu iria entrar, tinha uma vaga. Dirigi-me para lá, pois teria mais tempo para chegar. Acontece que para entrar na vaga eu teria de manobrar entre vários carros que ainda permaneciam estacionados. Era possível entrar na vaga, mas deveria ter cuidado na manobra. Pela pressa de chegar logo na sala de aula, terminei danificando o meu carro que danificou o carro que estava ao lado. Percebi que havia feito um estrago no carro ao lado, mas ninguém percebeu e eu tinha que ir logo para a sala de aula. Deixei o carro onde estacionei e fui apressado para a sala, torcendo intimamente que a pessoa não percebesse o estrago em seu carro e fizesse a conexão com o meu, pois isso já aconteceu diversas vezes com o meu carro, só vou perceber que foi danificado muito tempo depois, sem saber quem causou o problema.



            Depois que terminou a aula e cheguei ao carro, encontrei a proprietária do carro danificado a me esperar. Trocamos os contatos por celular e dei autorização para ela ver um orçamento de despesa para consertar o seu carro. Não fiz nenhuma tentativa de barganha, pois reconheci que o erro foi meu e que teria de pagar por ele.



            Ela fez o orçamento numa oficina, me mostrou os valores e fiquei de ir até a oficina negociar o pagamento parcelado no cartão de crédito. Mas o gerente disse que não seria possível parcelar com mesmo valor. O pagamento deveria ser no pix ou no cartão de débito. Como não tinha tempo de renegociar essa despesa com outra oficina, combinei com dona do carro afetado que iria repassar para ela o valor correspondente ao orçamento para evitar terceiros em nosso compromisso financeiro. Ela agradeceu a solução rápida e sem constrangimentos do problema gerado, e eu agradeci de volta e me desculpando por ter sido o autor do problema.



            Mas a minha maior preocupação era com a justiça divina. Eu sabia que tinha feito a coisa errada. Eu não podia ter deixado o carro danificado sem o celular no para-brisa, informando quem era o autor do problema. Simplesmente fui embora sem deixar aviso, torcendo para não ser identificado. Nesse momento recebi o nocaute da cabeça da avareza do Behemoth. Todo o meu comportamento a seguir foi só para cumprir o protocolo racional do adversário derrotado. Fui testado pelo Pai nesta batalha íntima e perdi a contenda.



            Resta pedir ao Pai perdão por minha fraqueza moral e procurar me fortalecer para vencer em outra prova semelhante.



            Este espaço serve, desta maneira, como um confessionário, reconheço meu pecado, o confesso e estou disposto a pagar a penitência, que o Pai certamente vai me indicar na sua imensa sabedoria.



Publicado por Sióstio de Lapa em 21/11/2023 às 00h01
 
20/11/2023 01h01
BATALHA INTERNA (PRIMEIRO ROUND)

            A Guerra Espiritual que estamos dentro dela há milênios tem os seus primeiros combates dentro de nós, no interior da alma.



            Depois que encontrei os ensinamentos de Jesus e entender como o Caminho da Verdade que leva a Vida eterna, e que a lei de Deus está escrita em minha consciência, passei a coloca-la em prática com toda a honestidade que consigo fazer. Para fazer isso, o primeiro combate que tenho que enfrentar é domesticar o monstro do egoísmo que vive dentro de mim, na forma simbólica do Behemoth e suas sete cabeças, como a Bíblia registra.



            Aqui vou relatar o primeiro round da minha batalha contra a cabeça da luxúria. Estava sozinho à noite em meu apartamento com a possibilidade de interagir sexualmente como meu Behemoth deseja. Logo ele coloca diversas opções em minha mente, mas cada opção deve passar pelo crivo do espirito, pois geralmente o que deseja o Behemoth prejudica a evolução espiritual de minha alma.



Fiz o convite para minha amiga de outros encontros inocentes, para voltar a nos encontrar nesta noite. Ouvi a justificativa de não poder por motivos profissionais. Ainda tentei contornar me ajustando às suas limitações, mas senti que não existia reciprocidade, e logo puxei o freio do Behemoth de não ficar colocando outras soluções, pois o espírito sentiu que a vontade do próximo não estava sintonizada com a minha.



Deixei o silencio permanecer em nossa conversa e mantive o clima de amizade e de fraternidade que pode permanecer assim até o fim, se o espírito não perceber a devida correspondência para um aprofundamento afetivo.



            Fiz um convite velado a mais três amigas para um encontro nessa noite, mas de nenhuma senti a reciprocidade. Não insisti com nenhuma delas. A que mora mais distante, em outro município, deixou acertado o encontro na outra semana. Com esta tem uma maior profundidade afetiva, mas que não chegou ao nível da interação sexual; o espírito consegue controlar toda a força luxuriosa do Behemoth. Minhas ações até o momento só trouxeram benefícios para ela e isso deixa meu espírito triunfante, apesar da frustração do Behemoth.



            A batalha mais forte com essa cabeça luxuriosa foi quando tive contato com pessoa fragilizada emocionalmente e que eu podia conforta-la afetivamente com forte intuito sexual. O espírito ficou mais atento, o Behemoth estava se contorcendo para avançar o sinal, de promover toques corporais, abraços mais demorados, beijos “fraternos”... mas o espírito segurava todas essas motivações instintivas. Deixei meu celular com essa pessoa e avaliei a possibilidade de sair com ela após nosso encontro inicial. Tudo dependia do que ela se mostrasse necessitada, este era o compromisso do Behemoth com meu espírito. Voltamos a nos comunicar, mas tudo girou em torno de suas necessidades emocionais que não incluía um aprofundamento afetivo comigo. Deixei tudo seguir nessa base sem provocar nenhum estímulo que fosse faze-la sentir-se obrigada a algo que fosse mais do meu interesse do que do interesse dela.



            Outra opção de envolvimentos afetivos profundos como o Behemoth queria, passou por minha mente, mas foram todos descartados pelo crivo do espírito, por não ser útil à minha evolução espiritual e talvez levasse prejuízo a minha provável parceira. Inclusive outra pessoa com forte fragilidade espiritual me procurou, a qual meu Behemoth fez forte investida em nossa afetividade no passado, mas que o espírito percebeu o potencial negativo que podia ser gerado e parou todo tipo de iniciativa nesse sentido.



            Acredito que apesar da frustração do Behemoth em todas as investidas, o Espírito se sente vitorioso.



Publicado por Sióstio de Lapa em 20/11/2023 às 01h01



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Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr