O cérebro equivale a um computador no seu trabalho de processar informações. Um computador especial que possui elevados recursos que não sabemos ainda quais são, um mecanismo complexo que apenas estamos tateando no seu conhecimento e que não permite até o momento um acesso tecnológico à sua engenharia biológica. Dentro do cérebro surge um campo, chamado mental, onde emergem os pensamentos que, disciplinados e educados, podem usar a razão e a lógica para desenvolver a dedução (parte de um caso específico para a teoria) e indução (parte de uma teoria para o caso específico). Se eu considero que o mundo espiritual é um fato real habitado por inteligências desencarnadas, então eu deduzo que posso entrar em contato com essas personalidades, ouvir seus conselhos e até escrever livros através delas; se eu tenho em algum momento visto ou ouvido uma personalidade que não está encarnada, então posso induzir que ela habita uma dimensão que está além dos meus sentidos físicos, e que qualquer pessoa no mundo pode passar a qualquer momento pela mesma experiência.
O hábito de pensar leva ao desenvolvimento de ideias elaboradas, que são entendíveis à nível de córtex cerebral, são digitadas no subconsciente e sofrem a fixação no inconsciente.
Os conteúdos psíquicos do subconsciente são armazenados como memórias, algumas vezes na forma de recalque, processo ativo de manter no subconsciente emoções, desejos, lembranças ou afetos passíveis de entrarem em conflito com a visão que o sujeito tem de si mesmo ou na sua relação com o mundo. Termina por ser construído neste espaço mental a vida psíquica propriamente dita, com os sentimentos e os padrões social e moral. Este conteúdo do subconsciente pode aflorar em situações como os sonhos e nas neuroses, que representam fixações perturbadoras.
O alicerce do subconsciente, representado pelos frequentes padrões de pensamento, é quem estabelece a conduta do indivíduo, seu relacionamento interpessoal e a vivência existencial.
Os painéis do subconsciente sinalizam para a mente os diversos estados da alma, da saúde, doença, felicidade, amargura. Quem está por baixo dessa sinalização são as enfermidades representadas pelas somatizações, o bem estar ou alegria, o pessimismo ou o medo. A mente, através do consciente, recebe do meio interno e externo as impressões subjetivas (imaginação, vontade, intuição, memória) e objetivas (proveniente dos sentidos, audição, visão, etc.), respectivamente. Entre o consciente e o subconsciente está o crivo da razão, local onde se toma as decisões, se aceita ou rejeita os conteúdos, a porta estreita para o subconsciente. São armazenados neste espaço do subconsciente as ações involuntárias como pulsação e respiração, a memória completa, inclusive aquela que não está registrada pelo consciente, o raciocínio que obedece as ordens da consciência, os impulsos e sensações, os paradigmas da vida. Aqui no subconsciente não se julga, pensa ou decide. Simplesmente obedece e executa e automatiza as funções e atos repetidos.
Os desejos originados do subconsciente são os motivos de condutas, de ideias selecionadas, provindas do arquivo de experiências. Neste arquivo se encontram patologias degenerativas, rastros de infecções por vírus e bactérias, e os vícios em geral: drogas, sexo, jogo, doces, tecnologia, etc. A vontade, apoiada na ética e na moral cristã é quem pode fazer o enfrentamento dessas forças subconscientes e direcionar o comportamento para outra direção.
O empenho pessoal derivada de uma consciência que almeja o êxito, vontade e saúde, é quem deve mobilizar a vontade para o caminho do altruísmo, da evolução do espírito. Porém, surgem muitas queixas, de que a vontade é débil, que se é vítima do infortúnio ou de um destino perverso. O conhecimento adquirido no autodescobrimento vai reconhecer que todas essas dificuldades que existem para a vontade alcançar suas metas, reside nos desejos que afloram do subconsciente, causados pelas ações negativas e comportamento enfermiços do passado. É imprescindível que a vontade tenha forças para produzir hábitos saudáveis.
Um programa personalizado deve ser elaborado e é quem vai definir o sucesso ou fracasso de alcançar a meta. Deve se privilegiar as atitudes positivas, que induzem um bom efeito, uma boa vibração. Deve se insistir na renovação dos valores e perseverar na ação. A potência da ideia aceita como saudável deve prevalecer sobre as arquivadas e que comandam os acontecimentos.
A aquisição de valores capitaneada pela força de vontade é um processo longo dentro de um projeto bem elaborado. A realização positiva deve ser procurada com frequência, assim como o bom direcionamento, a auto indução para o bem e o pensamento vitalizado pela consciência da imortalidade do espírito e é a ele que se deve dar preferência dentro do trabalho evolutivo.
Para o triunfo do projeto o auxílio divino é importante, mas o empenho pessoal é imprescindível. A pessoa deve desenvolver o seu potencial, manter o Self lúcido, fixar as aspirações superiores no subconsciente e começar a ascensão consciente e inconsciente.
Como entendi que Deus quer que eu faça essa reflexão sobre a família, a partir da Relatio Synodi da III Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos, com o tema “Os desafios pastorais sobre a família no contexto da evangelização”, ocorridos de 5 a 19 de outubro de 2014, e como já fiz a primeira reflexão em 23-08 abordando os 4 primeiros itens, irei dar continuidade a partir do item 5, abordando agora cada um isoladamente, para não ficar tão extenso quanto o primeiro e para ter melhor oportunidade de aprofundamento.
Procuro ser fiel ao ensinamento do Cristo, principalmente nas duas leis que cobrem todas as demais: Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a mim mesmo. Foi com este olhar que sempre compreendi a família nuclear que construí pela primeira vez. Não conseguia ver tão bem como agora, as luzes e sombras que esse tipo de família cria, apesar de ainda ter muito que aprender. Talvez seja este trabalho uma tarefa que Deus me deu para aprofundar esse aprendizado. Sempre pensei nos meus parentes biológicos com todo o respeito.
A relação entre duas famílias que cada matrimônio cria, tem duas perspectivas: a primeira se refere ao comum, as famílias sem parentesco que se formam dentro da comunidade e que carregam em si uma forte dose de egoísmo; segundo, as famílias que se formam a partir do segundo matrimônio que os membros separados do primeiro matrimônio formam, e que continuam a exibir forte carga de egoísmo. Não irei entrar à fundo neste momento nestas considerações, mas já deixo antever a sombra mais negra que cobre os matrimônios, em qualquer perspectiva, o egoísmo, que o ensinamento do Cristo veio para dissipar.
A mudança antropológico-cultural trouxe maior liberdade e justiça às mulheres e crianças, principalmente nas sociedades civilizadas, mas muito longe de apagar o egoísmo que existe dentro de cada uma delas e que prejudica tanto as outras. Esse egoísmo se exterioriza na forma do individualismo, que num primeiro momento tende a privilegiar a família nuclear em que está inserido, muitas vezes agindo sem critérios éticos, e num segundo momento esse mesmo individualismo pode se voltar contra os componentes da família que são contrários aos seus desejos, desnaturando os laços afetivos e levando ao isolamento cada membro da família. Nesse momento a pessoa pode ir se construindo a partir dos próprios desejos que são tomados como absolutos. A fé que essa pessoa desenvolve está associada aos seus desejos individualistas, sem considerar os pensamentos e sentimentos do próximo. Certamente aquela Lei principal que Jesus ensinou não está sendo obedecida, a bússola comportamental de “amar ao próximo como a si mesmo”. Esse fenômeno não se observa apenas entre católicos, e sim na comunidade como um todo. Essa tendência comportamental faz parte dos nossos atributos biológicos ancestrais, vindos à consciência pelo atavismo que dorme na inconsciência. Não podemos evitar que isso surja, os desejos pelo sexo oposto, por exemplo, mesmo que estejamos casados e tenhamos jurado fidelidade frente a um altar. Não devemos nos culpar pela existência desses desejos, pois foi assim que o Pai nos criou. O que devemos fazer é controla-los para que a sua expressão não venha prejudicar o próximo.
Nesse momento passamos a perceber, se tivermos conhecimento suficiente, o conflito psicológico entre duas instâncias que procuram dominar a mente e exercer a preponderância sobre a consciência: os instintos que defendem a preservação do corpo físico, e portanto o individualismo; e os valores morais que defendem a ética do Cristo e portanto o altruísmo frente às necessidades do próximo, que são tantas quanto às nossas.
O leitor deve já ter percebido que eu estou colocando sobre o documento a compreensão que possuo sobre os assuntos abordados, e que obedecem aos paradigmas que construí e que devem estar desviados dos autores do texto original. Mas, como tanto eles quanto eu estamos tentando aplicar as lições do Cristo, espero que as minhas considerações sigam uma sequência lógica dentro do Evangelho, principalmente na obediência as duas leis principais.
Não tenho a pretensão de estar totalmente correto em minhas elucubrações, e, portanto, será de muito valor a opinião dos leitores que identificarem distorção do meu pensamento e ações, daquilo que o Cristo ensinou e exemplificou.
Em 24-08-16, as 19h, na Escola Padre Monte, foi realizada mais uma reunião do Projeto Foco de Luz e Associação de Moradores da Praia do Meio – AMA-PM, com a participação das seguintes pessoas: 01. Freire (1ª vez, candidato a vereador); 02. Marcos (1ª vez, pastor); 03. Paulo; 04. Rusa; 05. Jaqueline; 06. Netinha; 07. Edinólia; 08. Francisco; 09. Nivaldo; e 10. João Maria. Após os 30 minutos iniciais de conversa livre, foi dado início a reunião com a leitura do preâmbulo espiritual com o título “Coisas mínimas”, uma fala de Jesus, registrada por Lucas, em 12:26. Em seguida foi lida a ata da reunião anterior que foi aprovada por todos com uma observação, que o Bispo Damião havia informado sobre o curso que sua igreja patrocina através da internet e que necessita de uma base em inglês. COMUNICADOS: 01. Na terça feira, dia 22-08, foi feita reunião no HUOL para organizar a reunião com os padrinhos que irá acontecer no dia 25-08, no mini auditório do terceiro subsolo; 02. Luana, filha da Professora Luciana, que desenvolve um trabalho acadêmico na escola Isabel Gondim, virá a nossa próxima reunião para ver a possibilidade de interagirmos em benefício das crianças do bairro. 03. Foi feita uma reflexão com todos os presentes sobre o apadrinhamento, sobre a forma financeira e afetiva que poderá ser usada no trabalho. Foi cedida a palavra ao candidato a vereador, Freire, para que ele colocasse qual a sua plataforma política. As 20h45m foi encerrada a reunião, o pastor Marcos conduziu a oração ao Pai, fizemos a foto coletiva e degustamos o lanche trazido por Rusa e Francisco.
A Igreja Católica dedicou para a família um Sínodo extraordinário que se realizou de 5 a 19 de outubro de 2014, no Vaticano. Tratou dos “desafios pastorais da família no contexto da evangelização”. A Igreja quis tratar das questões ligadas à família, sendo um apoio a ela neste tempo de tão grandes mudanças. Num Sínodo a Igreja é chamada a se envolver comunitariamente numa participação das Igrejas particulares das diversas partes do mundo. O episcopado é especialmente chamado a se fazer presente nas discussões, buscando aprofundar questões por vezes difíceis.
Esta trecho acima foi escrito por Frei Nilo Agostini e publicado no verso da pagela da folhinha Coração de Jesus, do dia 22-08. Quando retirei a folhinha do dia e li o texto no verso, entendi logo que era um recado do Pai para que eu procurasse aprofundar o conselho de família, e fui logo em busca desse documento, que vou procurar passar um pente fino a partir da introdução.
RELAÇÃO FINAL DO SÍNODO DOS BISPOS 2014
INTRODUÇÃO
Este foi o texto que introduz o documento. Coloquei em negrito as frases que remetem a uma reflexão considerando o paradigma que Deus permitiu que eu construísse em minha consciência e pautasse o meu comportamento em torno dele, na construção da família universal que se contrapõe a família nuclear, foco do Sínodo dos Bispos.
No item 01 fala do retorno ao lar, para se reunir à mesa na consistência dos afetos, nos encontros que dilatam o coração. Mas também é a hora mais pesada quando se está na solidão, sem sonhos, com projetos desfeitos, até mesmo com raiva. Onde estarei situado, no primeiro ou segundo caso? Na harmonia dos afetos ou no desespero da solidão? Acredito que não estou situado em qualquer um dos dois, e ao mesmo tempo tenho mais tendência ao primeiro caso e acredito que quando a família universal estiver estabelecida no Reino de Deus, o regresso ao lar ampliado terá uma dilatação do coração muito mais abrangente e o risco da solidão amargurada não mais existirá. Mesmo que alguém falte em algum lugar que um coração lhe espera, sempre haverá uma compensação à altura dos sentimentos.
No item 02 há o reconhecimento de que a família é escola de humanidade, mas não considera o egoísmo alojado na família nuclear e que promove tanta miséria no mundo. Diz que apesar das crises, provocadas pelo egoísmo, o desejo de família continua vivo, sobretudo entre os jovens. Sim, uma família baseada no amor incondicional, mas todas as ações ainda são voltadas para o amor romântico na formação da família, daí todo o esforço de fidelidade para uma relação de posse entre os cônjuges, ficando muito longe da inclusividade do amor incondicional.
No item 03 há referência da dúplice escuta dos sinais de Deus e da história dos homens, e da dúplice e única fidelidade que daí deriva. Também procuro ver e seguir os sinais de Deus, por isso é que estou aqui fazendo essas considerações. Imagino que a dúplice fidelidade se refere aos cônjuges, mas a minha interpretação é que a minha única e primordial fidelidade é com a vontade do Pai, mesmo que vá de encontro aos valores culturais da humanidade.
Finalmente, no item 04, aponta olhar a complexidade da família hoje, na luzes e nas sombras, discernir os caminhos para renovação da sociedade... parece que continuo indo no caminho certo, apesar dos dissabores e conflitos que surgem sempre ao redor. Afinal, nada diz que os caminhos certos são livres de espinhos e pedras.
Como era esperado, o casamento do meu filho primogênito foi realizado com as defecções esperadas e inesperadas das pessoas mais ligadas a mim. O choque do amor romântico com o amor universal, ainda deixa prevalecer a força do primeiro, mesmo que todos sejam alunos do Mestre Jesus que defendia o amor universal, incondicional.
Ele mesmo, meu filho, estava se casando dentro dos paradigmas do amor romântico, reforçado com a fala do padre que defendia a fidelidade do amor exclusivo numa perspectiva de eternidade. Não consideravam nenhum deles, que a perspectiva eterna do amor só existe quando ele e formado dentro dos critérios da incondicionalidade, pois caso contrário, os primeiros conflitos podem ser desastrosos. Quando ele, o amor, é condicionado a qualquer coisa, não merece nem o nome de amor, pois se a condição não existir, o amor não existirá. Pode ser assim? O amor que é considerado a maior força existente no Universo, identificado com o próprio Deus, só ter existência se alguma condição existir? De forma nenhuma, Ele existe independentemente de qualquer condição.
Por outro lado, fico preocupado. Então, naquela capela só existia pessoas que amavam de forma condicional, e portanto não era o amor real? Só eu procurava desenvolver esse amor sem necessidade de condições? Não poderei estar enganado? Este não é um pensamento pretencioso, egoísta? O que prova que estou certo? Será o fato de que não desenvolvo cargas negativas dentro do meu coração pelo erros que cometeram e cometem com relação a mim? Pois eu vi diversos rostos dos quais poderia nutrir raiva, e assim não faço, procuro desenvolver o amor apesar dos conflitos. Também não vi diversos rostos que poderiam estar ali, desenvolvendo a família universal, o meu plano de vida, mas não estavam, e mesmo assim não guardei ressentimentos e a tudo procuro encontrar justificativas.
Essa é a prova que posso mostrar da minha qualidade de amar incondicional, não coloco na frente a condição da pessoa agir pelo menos da mesma forma comigo, como eu agi com ela, procuro ser até um pouco solidário com a forma dessa pessoa sentir e agir. Essa forma de empatia com sentimentos exclusivos dos quais eu não compactuo, chagou ao ápice no momento que meu filhos jurava uma fidelidade ao amor exclusivo, repetindo as palavras que o padre ditava. A emoção tomou conta do seu psiquismo, as palavras ficaram bloqueadas na boca e as lágrimas jorraram em profusão. Todos na capela perceberam e aquilo serviu de ironia para alguns amigos e de uma coisa bonita para outros, principalmente as mulheres, que são mais sentimentais. Felizmente ninguém percebeu que dos meus olhos também jorravam lágrimas solidárias ao sentimento dele, mesmo eu sabendo que a qualidade do meu amor é diferente, é inclusiva, e que minha fidelidade está dirigida à vontade do Pai e a nenhuma das minhas amantes e similares.