Tem um dito que fala, “Quando setembro vier”, querendo sinalizar a vinda de coisas boas após a saída de agosto, o mês considerado de desgosto. Preconceitos e superstições à parte, não consigo ver grandes prejuízos no mês de agosto que acaba de findar. Afinal foi dentro dele que surgiu a grande intuição de aproveitar o livro RENOVANDO ATITUDES do espírito Hammed, e colocar o meu pensamento de forma paralela.
Então setembro chegou!
Espero que minhas companheiras mais próximas consigam avançar na luta contra o egoísmo dentro dos relacionamentos, que o amor romântico seja completamente utilizado pelo amor incondicional, que o sentimento de fraternidade seja maior que a animosidade, que a desculpa dos erros seja maior que até mesmo as boas intenções equivocadas;
Espero que minhas companheiras mais distantes consigam ver, compreender e respeitar o que elas não tem condições de aceitar dentro de seus relacionamentos mais íntimos;
Espero que o Senhor da Seara me dê as forças necessárias para imprimir ritmo no jornadear da caravana do amor, coragem para enfrentar os obstáculos das intolerâncias e ignorâncias colocadas como pedras salientes no meio do caminho, e sabedoria para administrar os sentimentos internos e externos, inclusive de novos seres que surgem ávidos de aprender a amar de forma inclusiva;
Espero, enfim, que eu consiga cada vez mais o controle sobre esse veículo carnal que abriga o meu espírito e que serve de ferramenta para operacionalizar ações no mundo material; que essas ações representem sempre a vontade do Pai e que eu seja advertido e contido quando por ignorância, prepotência ou arrogância queira sair da sua senda em busca de prazeres apenas mundanos
Era a pergunta que São Francisco fazia ao Pai. Desejava ser simples, humilde e irmão de toda a criatura. Louvava a natureza toda, o sol, as plantas, a água, as aves, os animais, o ser humano como sinais da presença divina e da bondade divina. Queria ser um instrumento nas Suas mãos para transmitir a Paz neste mundo cheio de guerras e semear o Bem onde há tanto ódio. Pedia iluminação para poder escolher o caminho que o Pai apontava para si, que pudesse descobrir qual era em sua vida, a Santíssima Vontade, mesmo que tivesse que tirar suas roupas em praça pública e despido como nasceu provocar o escândalo nas mentes preconceituosas.
Tenho também o mesmo dilema de São Francisco em minha consciência. Existem tantas opções na vida! Tenho o trabalho material que devo realizar para contribuir com o esforço coletivo; tenho o trabalho espiritual que devo aprofundar e ficar mais próximo do Pai; tenho os relacionamentos afetivos que cobram espaço de romance, cuidados e atenção...
Acredito que o Senhor já colocou na minha consciência o que quer que eu faça. Limpar o meu coração das mazelas do egoísmo e cultivar as virtudes associadas ao amor. Depois desse primeiro trabalho, quando o coração estiver sintonizado com o bem, passar para os relacionamentos interpessoais com o mesmo objetivo, de retirar as mazelas e cultivar as virtudes do relacionamento. Com a coragem de usar a verdade em todos os momentos, em todos os locais, em todos os relacionamentos, pode haver situações também de escândalos frente a cultura predominante. Assim como Francisco, espero ter bem clara na consciência a vontade que Deus, o que é que Ele quer que eu faça para servir como Seu instrumento, e assim poder superar as adversidades.
Assim se expressou Santo Agostinho de Hipona com relação a Deus. “Tarde demais eu te amei! Eis que habitavas dentro de mim, e do lado de fora eu te procurava! Disforme, eu me lançava sobre as belas formas das tuas criaturas. Comigo estavas, mas não eu contigo. Longe de Ti me retinham as Tuas criaturas, elas que não existiriam se em Ti não existissem. Tu me chamaste, e teu grito rompeu minha surdez. Fulguraste e brilhaste, e Tua luz afugentou a minha cegueira. Espargiste Tua fragrância e, respirando-a, por Ti suspirei. Eu Te saboreei e agora tenho fome e sede de Ti. Tu me tocaste, e agora vivo ardendo no desejo de Tua paz.”
Essa expressão de Santo Agostinho mostra um fato que acontece com muitas pessoas, de ter vivido uma vida de prazeres carnais longe de Deus na juventude e depois da maturidade descobrir a importância de Deus. Comigo não foi diferente. Sempre eu respeitava a existência de Deus, mas na minha juventude não era algo tão presente como hoje. Estava muito mais envolvido com as exigências materiais. Hoje compreendo melhor a dimensão de Deus em minha vida e sei que Ele tem um projeto para cada um de nós de acordo com o potencial. Não tenho a força dos sentimentos de Santo Agostinho nesse reconhecimento de Deus presente em tudo ao redor. Gostaria até de sentir todo esse desejo, essa fragrância inebriante, essa fome de Deus. Essa sensibilidade de perceber o divino com tanta intensidade deve ter uma base genética que forma algo parecido com os hormônios onde muitos deles amadurecem determinado órgão e que irão funcionar na adolescência e vida adulta. Não acredito também que Deus exige tamanho êxtase de nós, mas que deve ser maravilhoso, isso sim, ter uma harmonia tão profunda com a natureza. Talvez com esses exemplos eu consiga aprender um pouco mais.
Deus faz uma aliança com todos que sintonizam e procuram fazer Sua vontade, cuja palavra e lei está escrita no coração e na consciência. A parte de Deus na aliança e deixar toda a natureza à minha disposição, eu enquanto um organismo vivo, complexo e possuidor de livre arbítrio para decidir os caminhos que quero percorrer. A minha parte na aliança é lutar contra os elementos do egoísmo que estão profundamente plantados na minha biologia, na forma de impulsos, emoções e desejos. Esta é uma luta renhida, pois o meus adversários internos se fragmentam em diversos outros e cada um desses pecados agora podem exercer enorme influência no campo consciencial. Dois deles considero os mais fortes, a preguiça e a gula. Este último o enfrento de forma radical, o jejum; o primeiro é também perigoso, pois se espalha insidiosamente por todo o corpo por toda a consciência. Procuro combater com a vigília e ficar o máximo de tempo acordado. Tenho um nicho de trabalho onde produzo o suficiente para que aqueles que me veem pela primeira vez imaginar que sou uma pessoa que não tem problemas com a preguiça. Os livros sagrados do oriente dizem que devemos estar sempre sintonizados com Deus, apesar de que passo a maior parte do tempo sem nem ao menos lembrar que Deus existe. Mas sei que tenho a Sua lei na consciência e quando tenho oportunidade procuro aplicar o que já determinei como correto e como meta de vida. Para fortalecer a minha aliança com Deus, sei que a prece é um hábito que tenho que desenvolver. Ainda percebo uma resistência a esse hábito ser criado, acredito que minha formação acadêmica materialista seja uma dessas barreiras associado ao mundo de interesses que o mundo material nos oferece. Enquanto eu não corrigir essas deficiências do meu comportamento, não tenho uma aliança sólida com Deus, do meu ponto de vista.
Os dons e talentos que recebi de Deus são como ferramentas para alcançar o meu alvo. O vigor físico potencializa essas ferramentas no contexto material e me sinto apto a realizar o que a consciência aponta como correto. Sei que os irmãos que convivem comigo neste mesmo espaço físico e temporal, também procuram suas realizações e como todos somos filhos do mesmo Pai, a solidariedade deve ser uma constante em todos os relacionamentos, principalmente nos interpessoais. Fazendo assim, sei que estou sendo útil através do trabalho realizado. Existe a recompensa material pelo tempo e qualidade do trabalho que é realizado, alguns exageram nesse aspecto porque buscam acumular além de suas necessidades para formar um poder financeiro que facilitará a vida no futuro. Sei que a prevenção das incertezas da vida é um elemento de prudência que todos devemos ter, mas sempre estou atento para que não deixe minha vida escravizada aos interesses puramente materiais. Os dons que recebi são suficientes para deixar a minha vida em relativa segurança, mas sei que devo ser útil também ao próximo com o uso de minhas ferramentas e quanto mais aplicado nessa tarefa mais recompensa terei no mundo espiritual. A utilidade maior que vejo na ação do meu corpo neste pequeno período de vida material, é no ajuste dos relacionamentos que originam com uma base egoísta, material, mas que deve progredir para a solidariedade coletiva, atingindo o ponto ideal da família universal. Nesse ponto a vida atinge o ápice de ser útil ao próprio Deus, na contribuição da harmonia em todos os aspectos da natureza. O prazer ou sofrimento que as circunstâncias me oferecem, agora não tem tanta força no direcionamento do meu comportamento, pois a minha meta está sintonizada com a vontade do Criador e sei que tudo pertence a Ele, tudo se confunde com Ele, inclusive meu corpo com suas dores e alegrias.