Sonhei com a última das minhas ex-esposa. Ela havia ficado com muita raiva do meu comportamento do qual ela achava errado e eu não. Então não havia possibilidade de convivência a não ser com o suporte da amizade. Mas nem isso ela conseguiu suportar. Aproveitou a última frustração que sofreu e me expulsou de casa, sem direito a diálogo, sem direito a visita. Destruiu também qualquer possibilidade de amizade nesse contexto. Mas o meu amor é indestrutível, tem a pretensão de ser incondicional. Então fiquei, com paciência, à espera que o tempo operasse a correção do bom senso. Mesmo eu sentindo a tremenda injustiça da situação, jamais fiz qualquer reclamação em busca dos direitos que a lei pode me oferecer.
Foi ai que tive o sonho harmonizado que sempre espero atingir. Ela caminhava abraçada comigo, a cabeça repousando no meu ombro e fazia reflexões do quanto havia sido dura comigo. Pedia desculpas pelo que me fez sofrer, pois agora reconhecia ser muito maior do que eu a fiz sofrer. Reconhecia também todos os benefícios que eu trouxe para ela, materiais, espirituais, inclusive um filho que a representará na imortalidade da vida. Eu ouvia a tudo calado e sentia as lágrimas de alegria pelo sabor da reconciliação. Ela dizia que agora respeitava o meu modo de viver, que mesmo não o acatando, não iria desprezar o meu amor e iríamos continuar a viver separados, mas como bons amigos. Não consigo lembrar das minhas palavras no sonho, nem mesmo lembro se falei alguma coisa. Lembro apenas da emoção, do sentimento da harmonização que sentia. Sei que durante o sono a nossa alma se liberta do corpo físico e vai para onde deseja. Se ocorreu esse encontro no sonho, pode ser que tenha na realidade ocorrido no mundo astral onde nossas almas, um pouco mais livres do apego da carne, podem se relacionar de forma mais afetiva, sem tantas cobranças ou preconceitos. Então agora eu sei que nossa harmonização já aconteceu no mundo espiritual e com um pouco mais de paciência ela chegará até o mundo material onde estagiamos. Minha esperança agora está animada, pois sei que logo mais o Pai oferecerá oportunidade para que a harmonia chegue aos nossos corações materializados.
É um dia importante para o amor romântico ao qual está associado depois do final da Idade Média. Também está associado ao bispo Valentin que lutou contra as ordens do imperador Cláudio II que havia proibido o casamento durante as guerras. Além de continuar celebrando casamentos ele mesmo se casou secretamente. A prática foi descoberta e Valentim foi preso e condenado a morte. Enquanto estava preso, muitos jovens lhe enviavam flores e bilhetes dizendo que ainda acreditavam no amor. Enquanto aguardava na prisão o cumprimento da sua sentença, ele se apaixonou pela filha cega de um carcereiro e, milagrosamente, devolveu-lhe a visão. Antes da execução, Valentim escreveu uma mensagem de adeus para ela, na qual assinava como “Seu Namorado” ou “De seu Valentim”.
Atualmente, o dia é principalmente associado à troca mútua de recados de amor em forma de objetos simbólicos, silhueta de um coração, a figura de um Cupido com asas, mensagens românticas, etc. Também se estima que as mulheres comprem aproximadamente 85% de todos os presentes no Brasil.
Já o experimentei em diversas ocasiões com esse significado romântico. Hoje sei que o amor romântico é um dos diversos derivativos do Amor Incondicional e como qualquer um deles é inferior á matriz. Hoje procuro desenvolver em minhas ações e sentimentos o Amor Incondicional que tem como essência o amor inclusivo (não-exclusivo), diferente do amor romântico que tem como essência a exclusividade. As mulheres que amo e delas algumas que por intimidade podem ser consideradas como namoradas, se deparam com esse conflito: se sentirem o lado romântico irão sofrer por não sentir a exclusividade; se sentirem o lado espiritual do amor incondicional irão notar que perderam muito do romantismo. Enfim, usando uma linguagem matemática, o Amor Incondicional pode conter o amor romântico, mas este não pode conter aquele. Por mais atraente que seja o amor romântico, principalmente quando estamos apaixonados, não posso deixar de privilegiar o Amor Incondicional, agora que despertei para a sua força, que sei que ele é a principal força da Lei do Amor, que sei que á a base da formação da Família Universal, do Reino de Deus que Jesus tanto ensinou, que não posso mais recuar para o romantismo tradicional. Ficarei com o Amor Universal, ao lado de Jesus, procurando cumprir a vontade do Pai.
Fico em alguns momentos a meditar se os momentos de lazer que costumo ter principalmente em fins de semana, são permitidos pela Lei de Deus. Sei que o lazer está dentro da programação dessa Lei, mas existe tantos problemas no mundo clamando por uma resolução, pela participação de alguém que ajude na solução, que penso ser esse lazer uma ação não permitida. Sei que já estou capacitado técnica e espiritualmente para ser um militante na seara do Senhor e os momentos de lazer as vezes são encarados como desperdício de tempo. Sei de exemplos como o de Paulo de Tarso que voltou sua vida para o cumprimento de sua missão e não vejo registros na sua trajetória de momentos de lazer como esses que eu faço. Sei que não tenho a dimensão espiritual que ele tem, mas sei da importância do trabalho que devo realizar e da responsabilidade de não ficar na procrastinação. Por outro lado, tenho responsabilidade com a integridade física e psicológica do corpo que foi destinado como sede da minha alma. Sei que este corpo precisa principalmente no aspecto psicológico, dos momentos de lazer. Posso associar os momentos de lazer com o compromisso espiritual, mas ainda não tenho a sabedoria necessária para fazer isso com competência. Termino por me envolver nos interesses mundanos e não encontro as palavras, a argumentação necessária para a introdução eficaz do espiritual nos momentos de lazer. Sei que em raros momentos eu tenho conseguido isto de forma mais ampla, mas neste último final de semana não consegui. Para contentar a necessidade do corpo com o propósito do espírito vou procurar me capacitar cada vez mais na introdução do espiritual nas atividades de lazer. Lembro que já fiz isso com boa competência, quando no aniversário de minha irmã introduzi a leitura de um trecho do evangelho com o depoimento de cada um sobre a aniversariante e na consideração do texto lido. Acredito que o caminho será esse. Se nesse último fim de semana eu não consegui o objetivo, foi falha minha, mas o procedimento deve ter continuidade. Mesmo porque na forma de o fazer já está embutido a aplicação de um comportamento mais espiritualizado de que mundano, e disso tenho certeza e que as pessoas que estão próximo também tem essa percepção. Mas devo centrar minha atenção na correção das falhas para aumentar a capacidade de atuação espiritual.
Estou vendo cada vez mais com clareza a ação de Deus ao meu redor. Foi o que aconteceu na minha última reunião de trabalho no Centro Espírita onde estudamos um trecho de uma leitura derivada do Evangelho e aplicamos aos problemas de Dependência Química associando aos problemas de vida de cada um, estilo reunião de mútua ajuda. A última reunião aconteceu numa sexta feira imprensada, pois a quinta feira anterior tinha sido feriado. O vício materialista que tende a “enforcar” a sexta feira quando a quinta é feriado, já é uma questão cultural, isso acontece em todos os ramos do trabalho materialista. Mas neste trabalho espiritual, temos um novo patrão cuja presença constante em nossa consciência não permite que usemos de “estratégias” para fugir à responsabilidade. Assim, neste dia, estávamos apenas nós os três trabalhadores, e apenas um dos participantes com dependência química. Já cheguei atrasado após perder 15 minutos procurando um texto que iria ser lido na reunião e não encontrei. Depois da leitura, chegou SP e após cumprimentar, acredito que se sentiu constrangido por ter chegado até ali e sair sabendo que a reunião era dirigida para ele e que na sala vizinha os seus familiares participavam de outra reunião com mesmo propósito de ajuda à luz do Evangelho. Então sentou à nossa mesa, e logo em seguida a outra pessoa que chegara pontualmente ao local foi chamado para participar em outro setor da casa, de forma inédita para nós, sem ainda estar devidamente fortalecido espiritualmente. Então percebi a conjuntura totalmente diferente das reuniões anteriores. Havia faltado as pessoas que costumeiramente estão presentes. Bem sei que o efeito dia “imprensado” pode ter favorecido, mas os pais de um deles estava na reunião ao lado e ele não compareceu; JB que está internado e que tem todo o interesse de vir, havia dito logo cedo que viria para a reunião, mesmo que estivesse chovendo, mas não choveu e ele não compareceu; a única pessoa que compareceu foi retirada da sala com a justificativa de outro trabalho na mesma casa espírita. Então, estavam presentes apenas os três trabalhadores da casa e SP que começou a falar de outras pessoas e não dele, como é a sua tendência. Falava da mãe que estava doente, de um trabalhador da sua fazenda que havia adoecido e falecido e que ele fez tudo para ajudar, das dificuldades dos familiares na convivência apesar de sempre estarem procurando ajuda. Foi assim que percebi a mão de Deus naquela conjuntura. Pedi a ele que ouvisse o que eu tinha de dizer. Disse que ele tinha sido levado para esta reunião nesta noite pela ajuda de Deus que ele fez por merecer. A oração de sua mãe ao seu favor, a oração dos parentes dos trabalhadores em seu favor agradecido pela ajuda recebida no falecimento do filho, a oração dos familiares aflitos a cada momento e principalmente nos dias de reunião, tudo isso o deixou com mérito para que hoje ele estivesse ali sozinho, conosco, que representamos a vontade de Deus na orientação aos dependentes químicos. Ao final da reunião mostrei ao SP que o objetivo de sua vinda foi para que pudéssemos colocar com bastante clareza o que Deus não consegue colocar por intuições em seu pensamento. Que ele devia se esforçar para reconhecer a sua responsabilidade espiritual de promover sua própria recuperação, com esforços sinceros de corrigir os erros que identifica e evitar de julgar o próximo e procurar os corrigir, de observar o argueiro no olho do outro sem ver a trave que está no seu; que ele tinha méritos espirituais devido ações positivas que pratica ao redor, mas que as ações viciosas o levam à destruição, mas o amor de Deus está tentando agora através de nós, com toda essa conjuntura especial que fez acontecer para lhe propiciar uma lição bem mais profunda e personalizada. Foi feita a releitura de um trecho especialmente aplicado a ele e que ele perdeu devido ter chegado atrasado. Até comentei isso, pois Deus procurou fazer com que eu e EC, que sempre chegamos pontualmente ao trabalho, hoje tivéssemos motivo para perder 15 minutos procurando a Xerox do livro que iríamos iniciar a leitura e que terminou por não acontecer, pois o foco da reunião foi em outra direção. Durante a prece final senti a presença marcante do amor de Deus ao nosso redor e pedi ajuda para que as lições da noite pudessem permanecer em nossas mentes e corações, que pudéssemos sair da reunião fortalecidos e decididos a fazer nossa reforma interior como o primeiro passo de harmonização ao nosso redor.
Quando estamos sintonizados com Deus ele supre nossas necessidades as mais diversas, pelos caminhos os mais diversos. Sinto-me privilegiado em hoje perceber quando recebo orientações e auxílio os mais diversos, que apesar de vir pelos caminhos mais variados, sei no íntimo que procede dEle. Hoje sei que as minhas grandes dificuldades é no sentido de obter energia para vencer a preguiça e obter informações para vencer a ignorância. Fui advertido da importância que reveste o dia de Corpus Christi. Mas a minha ignorância neste aspecto era tamanha que não fiz o devido “link”. Aproveitei o feriado como um dia comum e não fiz nenhuma reflexão motivado pela data ou qualquer comportamento especial. No dia seguinte fui a casa de um paciente que o acompanho no domicílio uma vez por mês. Como sempre ele me oferecia livros e que eu os levasse para ler justificando com uma sabedoria peculiar. Eu evitava levar argumentando que nas visitas anteriores eu já havia levado e que não havia ainda terminado de ler. Então ele mostrou um mini-folheto da igreja católica onde trazia mensagens para cada dia deste mês. Com curiosidade folheei até o dia do feriado e logo me veio à consciência a dimensão do que eu havia perdido por não ter aquele conhecimento tão importante dentro dos meus objetivos, da missão de vida. Dizia assim o texto na íntegra:
“7º dia – quinta feira (festa de Corpus Christi) – Essa passagem do Evangelho é uma das mais belas que conhecemos. A narrativa da instituição da Eucaristia deveria ser sempre refletida por nós católicos, porque ela faz memória da última ceia, do último momento de intimidade de Jesus com seus discípulos. Jesus se dá aos outros e se oferece como o cordeiro que seria imolado em resgate de muitos. Daria a sua vida para que todos nós pudéssemos tê-la em abundância. E assim se cumpriu. Hoje, semanalmente, nos reunimos ao redor da mas da Eucaristia e revivemos esse momento marcante, comungando do corpo de Cristo, como os discípulos fizeram. Por isso, essa aliança entre nós e o Pai se faz eterna em cada Eucaristia que participamos. Em cada comunhão assumo um compromisso com Deus na minha história, no meu trabalho e na minha família.”
Ao fazer essa leitura rápida vi a dimensão do que perdi naquele feriado. Valorizar o momento de intimidade entre os companheiros, a disposição de se doar em função do bem comum, de ajudar a todos a se aproximarem de Deus com o sacrifício da própria vida. Com esse conhecimento o meu dia teria sido um pouco diferente na essência, talvez tivesse me entregado ao trabalho de organização do apartamento, mas talvez o jantar na casa do meu irmão tivesse sido mais espiritualizada, talvez não tivesse cometido a falha que ficou registra aqui.