Interessante, como acontece nossa percepção do mundo, da vida, de nós mesmo. Sabemos que somos apenas uma partícula insignificante frente a magnitude do Universo. No entanto, ao reconhecer a nossa filiação divina, que somos uma criatura consciente e inteligente, todos filhos do mesmo Pai, com potencial de aprender e se aproximar dEle ao longo da evolução, sentimos uma plenitude perfeita em nossos sentimentos. Sabemos identificar agora nossa missão e os obstáculos que iremos encontrar, mas não temos medo, não perdemos a confiança, sabemos que Ele está diuturnamento conosco. Sabemos que essa consciência não irá nos livrar do sofrimento, mas compreenderemos melhor o papel que ele tem nas nossas vidas, a função de teste para a nossa determinação, e em reconhecer o seu papel na reformulação de nossa rota no mundo material.
Recebi críticas sobre a aplicação do termo Messias ao projeto de vida que tenho na consciência. Revi a questão e concordei. O termo evoca um sentido divino que o meu bom senso concorda em não aplicar a mim mesmo. Sei das múltiplas imperfeições que possuo e jamais um termo divino pode se aplicar ao meu todo, no máximo uma sementinha que Deus deixou na minha consciência e me cabe expandi-la.
O termo que melhor se aplica é Missionário. Tem ainda um apelo religioso, mas diz com mais propriedade do cumprimento de uma missão, que pode ser local, regional, estadual, internacional ou mundial. Acredito que o Reino de Deus colocado a partir das relações interpessoais tenha um alcance mundial. Acredito que tenho o conhecimento necessário para aplicar a Lei de Deus sem os limites dos preconceitos humanos, baseado na premissa básica de fazer ao próximo aquilo que queremos que seja feito a nós. Desde que procuremos fazer isso com a maior honestidade, eficiência e eficácia possível, estamos automaticamente construindo o novo templo das relações humanas. Sim, isso tem um caráter religioso, espiritual, então o termo missionário está bem aplicado.
O amor romântico de todos é o mais conhecido, escrito, experimentado, desejado e intenso, tão intenso que se transforma em paixão. Desenvolveu até mesmo uma escola literária, o romantismo e influencia na sociedade de todas as formas. É considerado o pré-requisito fundamental para a criação de uma nova família nuclear, onde por sua força o homem/mulher deixa seu pai e sua mãe e vai viver com outra pessoa. O cancioneiro popular e erudito é dominado por essa forma de amor.
O amor romântico exige exclusividade, o casal de enamorados não permite que outra pessoa divida esse sentimento. Daí a nova família nuclear formada tem na sua essência a exclusividade dos afetos.
Sabemos que a motivação instintiva, sexual é o elemento mais forte para criar e manter esse tipo de amor. É tanto que, após a familiar formada, os filhos gerados, o tempo tende a corroer o amor romântico. O instinto de procriação do macho agora de volta para as fêmeas ao redor e é muito comum que seu interesse sexual o faça se envolver com outra parceira. Isso cria um conflito com a exclusividade aceita e prometida até o fim dos dias pelo casal original. Uma série de problemas surgem a partir daí, com separações, atitudes agressivas, jurídicas, policiais, nada que deveria ser consequência do Amor propriamente dito.
Nas minhas meditações sobre esse tema, vejo o amor romântico como um simples momento que podemos usufruir da vida, com respeito a todos os envolvidos na questão e volto a atenção para o verdadeiro amor, aquele que pode incluir todas as formas, inclusive o amor romântico. Pode ser identificado simplesmente como AMOR. Qualquer outro adjetivo que se coloque ao lado, faz ele perder força e se tornar limitado aquela determinada circunstância. Estou ainda a aprender como sentir e emitir esse AMOR e mesmo nas primeiras lições, já sinto o poder construtivo que ele tem na vida de todos, principalmente na de quem o emite.
As lições de cunho espiritual são importantes para o direcionamento e avaliação dos rumos de nossas vidas. Os líderes espirituais, os avatares que surgem em cada civilização, são importantes como modelos do nosso comportamento. Aqui no ocidente prevalece a figura de Jesus Cristo como o nosso grande timoneiro. Jesus ensinava que Ele era a videira e que Deus, nosso Pai, seria o agricultor. Dizia que todo ramo que estivesse ligado a Ele e não dessem frutos, seria cortado. E que aqueles que dessem frutos seriam podados para que dessem mais frutos ainda.
Com essa imagem fica bem claro que todos que seguem seus ensinamentos devem dar bons frutos para caracterizar a bonança da videira. Mesmo produzindo bons frutos, o ramo não fica livre de pressões. Tem que passar pela poda, pelo sofrimento, para que seus frutos sejam multiplicados. O ramo tem que está em sintonia com a videira para permitir sem lamentações e com o sentido de crescimento e aprimoramento, a poda feita pelo agricultor. Hoje quando sinto na pele e na mente o sofrimento que se abate sobre mim, mesmo sabendo que procuro produzir bons frutos na natureza, sei que é a ação do Agricultor aperfeiçoando algo dentro de mim que ainda não sei bem o que é. Mas confirmo que sempre que saio do sufoco, meus frutos são mais fartos e saborosos.
Chegará o dia em que a seara do Senhor somente existirá videiras com ramos produtivos e saborosos, e não haverá necessidade de tantas podas, pois todos contribuem para suprir as necessidades de todos. Teremos formatado o Reino de Deus.
Acredito que as pessoas ficam confusas com relação ao amor porque não conhecem bem a sua natureza, o seu caráter, a característica. Daí, terminam por confundi-lo com outros sentimentos ou misturar com outros interesses incoerentes. O amor é o sentimento que motiva o bem estar de quem é o seu foco. O principal foco somos nós mesmos. Ninguém saberá amar quem quer que seja, se primeiro não aprender a amar a si mesmo. Tendo cumprido esse pré-requisito, então está apto a distribuir o amor ao seu redor, irradiar sempre essa energia do Criador em qualquer circunstância ou ocasião, sem esquecer, que onde focar sua consciência para direcionar o seu amor, o objetivo sempre será o bem estar da pessoa amada. Muita gente faz a inversão desse sentimento e assim comete um sério pecado. Pensa que por sentir amor por uma pessoa é obrigatório que essa pessoa sinta por si também, nas mesmas proporções, talvez maior. Chega a ficar contrariado e até desenvolver sentimento de hostilidade se tal fato não acontecer de acordo com suas perspectivas. Definitivamente, isso não é amor. Pode ser desejo, paixão, orgulho, vaidade, uma série de candidatos menos afamados, mas o amor, jamais! O amor deve estar sempre a serviço do ser amado, procurar o seu bem estar, sua felicidade,mesmo que não seja ao nosso lado e se pudermos colaborar para que isso aconteça, mesmo que o ser amado não partilhe sua felicidade conosco, isso sim, é que podemos considerar o amor. Verdade, se o nosso amor é correspondido à altura pelo outro, a sensação de felicidade é quase perfeita, mas sempre acontece algum desnível, e se o amor assumir o comando da situação, o tempo se encarregará de equilibrar os sentimentos, sempre à luz do amor. Como entender que uma pessoa que diz que nos ama, fica feliz quando sofremos? Quando somos atacados, ameaçados, agredidos? Que tipo de amor é esse? Só podemos justificar isso com um termo: ignorância dos sentimentos. O amor esta sendo usado para identificar outro sentimento. Qual é? Vou pensar nisso e postar na próxima vez.