A Terra está corrompida. Aqui encontramos impiedosos que fazem dos seus atos uma rotina, déspotas que manipulam o poder como se fosse uma ferramenta de exclusividade para alcançar benefícios pessoais; ali vemos verdugos que não possuem nenhum prurido de usar o poder para a opressão do próximo; adiante, vemos os maus serem aplaudidos pelas massas ignorantes e entes subordinados e complacentes.
Essa realidade já está escrita nos Evangelhos conforme visto em Mt 24.8 – Certamente a violência e a corrupção moral são sinais da volta de Jesus. São o princípio das dores. A Igreja precisa orar mais por nosso país e pelas nações (2Cr 7.14). Diante da volta iminente de Jesus, não podemos ficar parados, esperando, de braços cruzados que tudo aconteça e que as pessoas morram e sofram sem salvação.
Em reflexões íntimas podemos ficar tentados, frente às facilidades amorais que tantos utilizam, a pensar que não é loucura permanecer íntegro? Se consideramos alguém correto e de repente o vemos ser arrastado pela cobiça e o erro? Se as pessoas que consideramos de valor, de repente descobrimos que são escravas de paixões erradas?
Podemos ser tentados, em concluir que o melhor a fazer é seguir o mal. Não podemos cair nessa armadilha. Temos que refazer os painéis morais de nossa mente e nos deixar afagar pela brandura e pacificação. Lembrar que, sem seguidores, o mal não prospera.
Lembrar que na Natureza existe o macro e o microcosmo, e tudo é constituído através de átomos que também são universos miniaturizados. Lembrar que a floresta depende do filete de água que circula por suas entranhas. Lembrar que o sol, para nos favorecer a vida, se consome enquanto gera substrato e converte massa em energia.
A vida espiritual na Terra depende das mil insignificâncias nobres que possuímos e que o Senhor se serve para a construção do melhor em nosso meio. É imperioso que permaneçamos com nosso posto de bem servir, pois Deus é Verdade, ver tudo, e não tem pressa. A preparação da regeneração moral da humanidade depende da melhoria das condutas dos homens. Precisamos aceitar o guia moral do Evangelho para que possamos viver melhor na Terra e conquistemos as bem-aventuranças na vida espiritual.
É importante que tenhamos a consciência da jornada que devemos empreender em nossas diversas reencarnações, para aprender a nos purificar, burilar o nosso espírito, no infinito caminho a percorrer na senda evolutiva. Cuidemos desde agora de exercitar a mansuetude e a sensatez.
A Terra está classificada ainda como planeta de provas e expiações, portanto este atributo de mansuetude e justiça não vai ser comum de encontrar entre nós. Mesmo assim, é necessário que sejamos benignos e pacientes, que tentemos transformar moralmente as relações socioeconômicas para que fiquem sintonizadas com a Justiça.
Neste mundo de provas e expiações nem sempre é fácil aguentar firme, nem sempre é fácil compreender as pessoas, nem sempre é fácil perdoar. Problemas nem sempre são fáceis de se resolver. Situações adversas nem sempre são fáceis de se aceitar. Ora, não podia ser tudo mais fácil nesta vida? Às vezes sobrevêm o desânimo e desistimos de realizações importantes quando topamos com os obstáculos.
A compreensão de nossa jornada evolutiva desde os primórdios é muito importante. Reconhecer que no início nós éramos animais puros, guiados pelo instinto, sem nenhuma nesga de critério moral em nossa consciência. Passamos pela evolução biológica que preparou o nosso corpo e principalmente o cérebro para acolher os princípios da ética, aceitar a autoridade moral de Jesus e submeter a nossa força biológica, financeira ou política aos seus postulados. Isso é o que nos transformará de animal em humano no caminho da angelitude.
Nos dias atuais devemos aprimorar nossa inteligência dentro da coerência dos ensinos evangélicos com relação a criminalidade que está exacerbada em todos os pontos do nosso país. Usemos a figura de linguagem usada pelo Cristo, de lobos, ovelhas e pastor.
Os indivíduos podem ser caracterizados dentro de cada uma dessas características. Os lobos são os marginais que infestam a nossa comunidade e nos aterrorizam com os atos mais bárbaros. Por suas ações devem ser considerados mais como animais do que humanos que absorveram a moral evangélica; as ovelhas são aquelas pessoas que não apresentam com predomínio os instintos animais, que são susceptíveis às lições evangélicas e podem cada vez mais conter os seus impulsos instintivos; os pastores são aqueles que se preocupam com a proteção do rebanho, das ovelhas. Pode ser um religioso que usa a caridade, a misericórdia, para ensinar sobre o Evangelho, como pode ser um policial que usa a Justiça para retirar do meio das ovelhas o lobo feroz.
É preciso que nós, ovelhas em processo de aprendizagem das lições do Cristo, interpretemos bem quando Ele nos disse: “Eis que eu vos envio como ovelhas para o meio dos lobos; sede, portanto, prudentes como as serpentes e simples como as pombas” (Mt 10.16). Se eu vou está no meio dos lobos, das feras que podem me trucidar, acabar com a minha vida, e como eu tenho responsabilidade com a minha vida com prioridade (Amai ao próximo como a si mesmo), deverei estar armado para defender esta vida que é a minha, mesmo que isso implique em destruir a vida do animal que me ameaça. Mesmo que eu esteja, prudentemente armado para me defender, não deixarei de ser simples nos meus mais diversos relacionamentos, inclusive divulgando essas lições do Cristo, até mesmo para as feras, se elas estiverem dispostas a ouvir e aprender.
Finalmente, agindo dessa maneira, mesmo armados não iremos perder a condição de mansos e ficar enquadrado na recompensa divina, segundo o Cristo: “Bem-aventurados os mansos, eles herdarão a Terra”.
“E ele, tremendo e atônito, disse: Senhor, que queres que eu faça? – Levanta-te e entra na cidade e lá te será dito o que te convém fazer.” (Atos, 9:6)
Esta particularidade dos Atos dos Apóstolos reveste-se de grande beleza para os que desejam compreensão do serviço com o Cristo.
Se o Mestre aparecera ao rabino apaixonado de Jerusalém, no esplendor da luz divina e imortal, se lhe dirigira palavras diretas e inolvidáveis ao coração, por que não terminou o esclarecimento, recomendando-lhe, ao invés disso, entrar em Damasco, a fim de ouvir o que lhe convinha saber? É que a lei da cooperação entre os homens é o grande e generoso princípio, através do qual Jesus segue de perto a humanidade inteira, pelos canais da inspiração. O Mestre ensina os discípulos e consola-os através deles próprios. Quanto mais o aprendiz lhe alcança a esfera de influenciação, mais habilitado estará para constituir-se em seu instrumento fiel e justo.
Paulo de Tarso contemplou o Cristo ressuscitado, em sua grandeza imperecível, mas foi obrigado a socorrer-se de Ananias para iniciar a tarefa redentora que lhe cabia junto dos homens. Essa lição deveria ser bem aproveitada pelos companheiros que esperam ansiosamente a morte do corpo, suplicando transferência para os mundos superiores, tão somente por haverem ouvido maravilhosas descrições dos mensageiros divinos. Meditando o ensinamento, perguntem a si próprios o que fariam nas esferas mais altas, se ainda não se apropriaram dos valores educativos que a Terra lhes pode oferecer. Mais razoável, pois, se levantem do passado e penetrem a luta edificante de cada dia, na Terra, porquanto no trabalho sincero da cooperação fraternal receberão de Jesus o esclarecimento acerca do que lhes convém fazer. (Caminho, Verdade e Vida – Emanuel/Chico Xavier)
ATA
As 19h do dia 12-07-17, foi realizada mais uma reunião da AMA-PM e Projeto Foco de Luz com a participação das seguintes pessoas: 01. Paulo Henrique; 02. Edinólia; 03. Nivaldo; 04. Márcia; 05. Duzimar; 06. Genilson; 07. Alzenir; 08. Francisco; 09. Mano; 10. Adélia; 11. Washington; 12. Movelito; 13. Diácono Márcio e 14. Graça. Após os 30 minutos iniciais de conversa livre, foi iniciada a reunião com a leitura do preâmbulo espiritual “Comer e Beber” e a ata da reunião anterior que foi aprovada por todos os presentes sem ressalvas. Foi avaliado por todos a Festa Junina realizada no dia 01-07-17. Mais uma vez ficou a sensação de que todo o esforço realizado não foi canalizado em direção à vontade de Deus, terminou prevalecendo os interesses mundanos, interesses monetários em torno de venda de bebidas e alimentação, inclusive o grande esforço de arrecadação com o bingo para fazer o pagamento de uma banda musical com ritmos fora do contexto evangélico. É importante lembrar que nossa proposta de trabalho é cumprir na íntegra o que Jesus ensinou, sem partidarismo, sem credo religioso, mas com a inclusão de todos que tenham a Boa Vontade de ajudar de forma incondicional, sem querer receber benefícios materiais em troca do trabalho comunitário desenvolvido. É necessário que seja feito um esforço coletivo, uma tempestade de pensamentos, para encontrar a forma mais coerente de trabalhar as festas dentro do espírito cristão. Convidar as quadrilhas tradicionais que exibem a tônica evangélica, trabalhar os alunos de música junto com o professor para trabalharem músicas características do evento cristão, organizar os jovens interessados para participarem da organização do evento e da comunidade. Foi informado pelo Diácono sobre a festa de Santana no final deste mês e da participação da AMA-PM. As 20h30 a reunião foi encerrada, o Diácono Márcio conduziu a oração ao Pai e todos posamos para a foto oficial.
É possível ter ambientes dentro de casa tão carregado que criam verdadeiras crostas, e que as salamandras podem ter dificuldades em limpar esses ambientes. É preciso advertir que é preciso muito cuidado ao usar os elementais do fogo como as salamandras, é preciso ter conhecimento para usar esses seres.
Não há mais dúvidas no mundo espiritual que estamos governados por representantes dos adversários do Cristo, inclusive por pessoas boas que estão hipnotizados por essas forças. É importante focar nossa luta no campo das ideias, para que não terminemos por combater os nossos irmãos que também são bem intencionados como nós, mas que estão iludidos pela força hipnótica dos agentes do mal.
Deve haver interesse em transformar o adversário de nossas ideias em amigo e até em parceiro, ao ser reconhecido a verdade das situações que estamos envolvidos. Os espíritos realmente mudam de lado, e passam a trabalhar no lado do Bem. Esse é o grande objetivo das reuniões mediúnicas, em trabalhos de desobsessões. Tem exemplos citados em diversos livros, de André Luíz, de Ângelo Inácio, etc.
Não temos como avaliar como estar o andamento dessa Batalha Espiritual, cujo protagonismo está no mundo espiritual e que envolve milhares de ano. O que sabemos é que estamos próximos de cumprir uma etapa vitoriosa que é a transformação do planeta Terra em ambiente de regeneração, onde a maioria dos espíritos que permanecerem aqui, estarão voltados para o bem, contrário do que acontece hoje.
O que podemos observar hoje, é que as pessoas que se dizem do Bem tem medo de se pronunciar, de dizer o que pensam, de colocar “a cara à tapa” frente a oposição, os elementos do mal, que geralmente são muito ousados e atrevidos. Muita gente se diz que é do Bem, mas quando convocados nem 10% comparecem. Será que são do Bem mesmo? Ou pessoas que se aproveitam da onda, da moda?
As doações de ectoplasma são realizadas mais pelos chacras básico, genésico e também pelo esplênico que fica logo acima. Pode se sentir uma sensação sexual nesse momento devido essa proximidade. É importante se definir pelo menos um dia da semana dentre de um horário conveniente para essa doação e deve ser esperado nessa ocasião a percepção de flashes espirituais que irão ficando cada vez mais nítidos.
A paralização que se sente em alguns momentos ao adormecimento, deve-se ao início do desdobramento, um mecanismo de defesa que o organismo usa para preservação da vida. A mente pode associar essa paralização com um ataque energético, mas isso não é o que acontece.
Plantas que tenham flores ou pontas, como a samambaia, lança e espada de São Jorge, o alecrim, são importantes para se ter dentro de casa. Permitem um cheiro muito salutar o manjericão, principalmente o rojo. As pontas servem para absorver as energias negativas e descarregar na terra onde elas são plantadas.
As marcas das coisas ruins que fizemos e que ficam registradas no nosso perispírito, são diluídas gradativamente com o trabalho no Bem que podemos fazer durante as vivências posteriores.
Em alguns momentos de trabalhos espirituais, pode ser observado uma baixa de temperatura. Isso se deve por ter no espaço uma temperatura muito fria, e nas regiões astrais onde se fazem trabalhos nas sombras, também são regiões frias.
As tecnomagias, torres que se colocam para irradiar as influências hipnóticas, não se tornam desenvolvidas no ambiente material, pela dificuldade de operacionalizar. Uma forma de se libertar dessas influências, é o conhecimento, como Jesus já ensinava, que a Verdade nos libertará. É importante que tudo seja questionado, que possamos fazer nosso próprio juízo, de sermos livres pensadores, para não sermos utilizado inocentemente pelos espíritos das trevas.
Tive acesso a um texto na internet que fala de Flávio Josefo, historiador judeu, que serve para fechar essa série sobre “Jesus real”.
Flávio Josefo (37-100dC) é considerado como um dos maiores historiadores judeus de sua época, e além de escrever sobre a História dos Judeus e suas guerras, também escreveu sua autobiografia, na qual se descreve, como filho de Matias o sacerdote judaico, nascido em Jerusalém, instruído pela Torá e adepto do farisaísmo. O seu testemunho é importante, pois é provavelmente o único relato sobrevivente de uma testemunha ocular da destruição de Jerusalém.
Josefo é considerado como um revolucionário judeu que rendeu-se à supremacia romana trocando o suicídio pela lealdade a Roma. Por sua demonstração de lealdade, Vespasiano não apenas o recebeu como cidadão romano, mas o patrocinou como historiador.
No seu livro “Antiguidade dos Judeus” que é normalmente datado na década de 90dC tem duas citações interessantes. A primeira faz clara referência a Tiago “irmão de Jesus chamado Cristo”.
“Anano, um dos que nós falamos agora, era homem ousado e empreendedor, da seita dos saduceus, que, como dissemos, são os mais severos de todos os judeus e os mais rigorosos no julgamento. Ele aproveitou o tempo da morte de Festo, e Albino ainda não havia chegado, para reunir um conselho diante do qual fez comparecer Tiago, irmão de Jesus chamado Cristo, e alguns outros; acusou-os de terem desobedecido às leis e os condenou ao apedrejamento. Esse ato desagradou muito a todos os habitantes de Jerusalém, que eram piedosos e tinham verdadeiro amor pela observância das nossas leis” – (Josefo, Flavio, História dos Judeus – CPAD, 2000, pp. 465)
Dois fatos são interessantes nessa citação: 1) Confirma uma clara declaração das escrituras: Jesus tinha um irmão chamado Tiago (Gl 1.19); 2) Ele era reconhecido como Cristo, outra afirmação clara das escrituras (Mt 16.16)
A segunda declaração de Josefo a respeito de Jesus é ainda mais explicita e por isso, muito controversa. Pouco antes da declaração supracitada, ele também afirma:
“Nesse mesmo tempo apareceu Jesus, que era um homem sábio, se todavia devemos considera-lo simplesmente como um homem, tanto suas ações eram admiráveis. Ele ensinava aos que tinham prazer em ser instruídos na verdade e foi seguido não somente por muitos judeus, mas mesmo por muitos gentios. Ele era o Cristo. Os mais ilustres da nossa nação acusaram-no perante Pilatos e ele fê-lo crucificar. Os que o haviam amado durante a vida não o abandonaram depois da morte. Ele lhes apareceu ressuscitado e vivo no terceiro dia, como os santos profetas o tinham predito e que ele faria muitos outros milagres. É dele que os cristãos, que vemos ainda hoje, tiraram seu nome” – (Josefo, Flávio, História dos Judeus – CPAD, 2000, pp 418
Esta citação tem sido criticada como sendo impossível de ter sido proferida por um judeu-romano escrevendo sobre a história dos judeus. Normalmente apela-se para o fato de que o texto acima é fruto de uma corrupção cristã tardia, especialmente pelo fato de Orígenes (185-253) atestar que Josefo não aceitava a Messianidade de Jesus. Entretanto, essa declaração não é inteiramente verdadeira, observemos a declaração de Orígenes:
“Tamanha era a reputação de Tiago entre as pessoas consideradas justas, que Flávio Josefo, que escreveu Antiguidade dos Judeus em vinte livros, quando ansiava por apresentar a causa pela qual o povo teria sofrido grandes infortúnios que até mesmo o templo fora destruído, afirma que essas coisas aconteceram com eles de acordo com a Ira de Deus em consequência das coisas que eles se atreveram a fazer contra Tiago o irmão de Jesus que é chamado Cristo. E o que é fantástico nisso é que, apesar de não aceitar Jesus como Cristo, ele nos deu testemunho da justiça de Tiago” – (Orígenes, Vol. 9, pp 424)
Considerando o fato de que Orígenes atesta que Josefo o chama de Cristo (como vimos que o faz quando fala sobre Tiago), embora não o considerasse como tal, não é impossível que a citação seja de fato verdadeira. Porém, devemos reconhecer que algumas declarações desse texto atribuído a Josefo parecem por demais cristãs para serem de um fariseu, e entendemos que não é a toa que tenha sido considerada uma interpolação. Dos três textos apresentados nessa sequência sobre a realidade de Jesus, apoiado em documentos pretensamente históricos e também reais, este último do historiador Flávio Josefo parece ser o mais convincente e real, mesmo que sobre ele ainda paire as críticas de adulteração em favor do pensamento cristão. Também aceito a coerência dessas críticas, mas a pujança do documento histórico, apoiado nas suas bases sociais, é o grande elemento de confirmação do Jesus Cristo histórico.
Tem outro texto também encontrado na net, postado por uma psicóloga, que também reproduzo abaixo com os seus argumentos feitos por ela.
Encontrei na net o texto abaixo que afirmam ser um documento da Antiguidade, cujo conteúdo é uma carta que teria sido encontrada nos arquivos do Duque de Cesare, de Roma. Tal documento, dia z fonte, faz parte da Ordem dos Lazaristas de Roma. Teria sido copiado de uma inscrição feita em folha de cobre, encontrada no interior de um vaso de mármore. A carta teria sido escrita por Publius Lentulus, senador romano, governados da Judéia e antecessor de Pôncio Pilatos, endereçada ao imperador romano, Tibério César. A carta de Lentulus é uma descrição minuciosa de Jesus de Nazaré, atendendo pedido do imperador, que desejava saber quem era o homem que vinha sendo aclamado pelo povo.
Não sou historiadora nem antropóloga, então, que esses avaliem e pesquisem a validade do documento. Ainda que tal carta jamais tenha sido escrita por Publius Lentulus, o texto por si só tem o mérito de ser rica expressão literária, característica, aliás, de muitos documentos antigos que já tive o deleite de ler.
A carta diz:
Sabendo que desejas conhecer quanto vou narrar, existe nos nossos tempos um homem, que vive atualmente de grandes virtudes, chamado Jesus, que pelo povo é inculcado o profeta da verdade, e os seus discípulos dizem que é filho de Deus, criador do Céu e da Terra e de todas as coisas que nela se acham e que nela tenham estado. Em verdade, ó César, cada dia ouvem-se coisas maravilhosas desse Jesus: ressuscita os mortos, cura os enfermos, em uma só palavra. É um homem de justa estatura e é muito belo no aspecto. Há tanta majestade em seu rosto que aqueles que o veem são forçados a amá-lo ou teme-lo. Tem os cabelos da cor da amêndoa bem madura; são distendidos até as orelhas, e das orelhas até as espáduas, são da cor da terra, porém mais reluzentes. Tem no meio de sua fronte uma linha separando os cabelos, na forma em uso pelos nazarenos. O seu rosto é cheio, o aspecto muito sereno. Nenhuma ruga se vê em sua face, de uma cor moderada. O nariz e a boca são irrepreensíveis. A barba é espessa, mas semelhante aos cabelos, não muito longa, separada pelo meio. Seu olhar é muito afetuoso e grave; tem os olhos expressivos e claros. O que surpreende é que resplandecem no seu rosto como os raios do sol, porém ninguém pode olhar fixo o seu semblante, porque quando resplende, apavora; e quando ameniza, faz chorar. Faz-se amar e é alegre com gravidade. Diz-se que nunca ninguém o viu rir, mas antes, chorar. Tem os braços e as mãos muito belos. Na palestra, contenta muito, mas o faz raramente e, quando dele se aproxima, verifica-se que é muito modesto na presença e na pessoa. É o mais belo homem que se pode imaginar, muito semelhante a sua mãe, a qual é de uma rara beleza, não se tendo jamais visto por estas partes uma mulher tão bela. Porém, se a Majestade Tua, ó César, deseja vê-lo, como no aviso passado escreveste, dá-me ordens que não faltarei de manda-lo o mais depressa possível.
De letras, faz-se admirar de toda a cidade de Jerusalém; ele sabe todas as ciências e nunca estudou nada. Ele caminha descalço e sem coisa alguma na cabeça. Muitos se riem vendo-o assim, porém em sua presença, tremem e admiram. Dizem que um tal homem nunca fora ouvido por estas partes. Em verdade, segundo me dizem os hebreus, não se ouviram jamais tais conselhos, de grande doutrina, como ensina este Jesus. Muitos judeus o têm como divino e muitos querelam afirmando que é contra a lei de Tua Majestade. eu sou grandemente molestado por estes malignos hebreus. Diz-se que este Jesus nunca fez mal a quem quer que seja, mas, ao contrário, aqueles que o conhecem e o tem praticado afirmam ter ele recebido grandes benefícios e saúde; porém, à tua obediência estou prontíssimo: aquilo que Tua Majestade ordenar será cumprido. Vale, da Majestade Tua, fidelíssimo e obrigadíssimo.
Publius Lentulus
Presidente da Judéia.
Esta carta vai no mesmo sentido daquela pretensamente escrita por Pôncio Pilatos, descreve um Jesus de forma muito respeitosa, quase de um admirador, o que não me parece ser coerente com a posição de um governador que via seus subalternos naquela região, pessoas muito crédulas, fanáticas... mas, mesmo que a carta não seja real e sim fruto da imaginação de alguém, intuitivamente ou não, está coerente com a própria vida de Jesus, como nós crentes o compreendemos.