Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
26/05/2015 00h01
FOCO DE LUZ (55)

            Em 21-05-15 foi realizada reunião da AMA-PM e Projeto Foco de Luz com a presença das seguintes pessoas: 1. Paulo Henrique 2. Edinólia 3. Radha 4. Ana Paula 5. Davi 6. Juliano 7. Nivaldo 8. Silvana 9. Francisco Rodrigues 10. Ezequiel 11. Altair 12. Damares 13. Maria Vênus e 14. Tarcísio. Foi aprovada a seguinte pauta de reunião: 1. Informes 2. Leituras das atas anteriores 3. Avaliação da caminhada 4. Documentos da AMA-PM e 5. Tarefas designadas. 1º) No primeiro ponto de pauta foi aberta uma longa discussão sobre as crianças que frequentam o futebol, colocada por Nivaldo. Ele considera que as crianças são mal educadas, falam muito palavrões, não respeitam os professores nem os colegas. Acredita que seja necessária uma reunião com os pais, uma visita à casa de quem não puder comparecer e aplicar uma disciplina adequada dentro das atividades. Ele se coloca junto com Davi e Altair a ajudarem Ezequiel nessa tarefa. Paulo também mostra um ofício que preparou para entregar à secretaria de esportes solicitando a vinda de dois técnicos para ajudarem a resolver os problemas. – Ezequiel informa que o terreno que conseguimos poderá ser organizado para funcionar como estacionamento comunitário cuja renda pode ser revertida para a Associação. – Altair informa de um projeto no qual ele participou em Fortaleza e que pode ser aplicado em nossa comunidade, com a perspectiva de aumentar a receita da Associação. 2º) No segundo ponto de pauta os dois registros das atividades anteriores foram lidos e aprovados por todos, com a correção do nome do vereador, onde se lê Marcílio, leia-se Maurício. 3º) Na avaliação da caminhada ficou determinado que as tarefas deveriam ser rigorosamente cumpridas pelas pessoas que se dispõem a fazer e que apesar dos vários problemas observados, a resultado final foi positivo e que se deve organizar no próximo ano, talvez em mesma data, com o envolvimento de outros parceiros, principalmente ligados à espiritualidade. 4º) Foi mostrado a todos o livro de registro das diversas atividades que foi aberto em nome da Associação e que deve ser colocado o CPF e Identidade de cada diretor para ser encaminhado ao cartório. 5º) Nas tarefas designadas o que ficou em foco foram os preparativos para a festa do São João, um evento junino que ficou sugerido receber o nome de ARRAIAL DA PRAIA DO MEIO, a ser realizado na Rua Mascarenhas Homem, ao lado do Hotel Reis Magos, no dia 27-06-15. Esta atividade ainda está focada principalmente em Paulo e como não havia mais tempo de discutir as demais tarefas e seus responsáveis, ficou para ser designadas as tarefas e seus responsáveis na próxima semana. Ficamos todos em roda e de mãos dadas para a oração do Pai Nosso conduzida por Damares. Finalizamos todos reunidos após a mesa para a foto coletiva oficial.   

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em 26/05/2015 às 00h01
 
25/05/2015 00h01
VITÓRIA, ENFIM!

          Consegui vencer! Passei o dia resistindo as tentativas da gula, ou melhor, não deixava que elas se firmassem na minha mente. Quando eu sentia que chegava uma lembrança de passar em algum restaurante durante o dia e comer alguma coisa, por mínima que fosse, eu desviava o pensamento para outro assunto que interessasse naquele momento. Sei que os pensamentos surgem de forma inesperada na mente, de acordo com as necessidades do espírito, do condicionamento que ela foi submetida no passado. Se o meu corpo está condicionado pelas forças atávicas de milhões de ano a se alimentar com regularidade, também conquistei um condicionamento nesta minha atual existência de comer apenas uma vez por dia, e até passar de 3 a 5 dias de jejum sem grandes problemas fisiológicos. Então, tendo esses dois grandes condicionamentos dentro de mim, estou capacitado a resistir com mais eficácia às forças atávicas.

            Aceitei entrar apenas à noite numa padaria. Nesse momento é que se estabelece a queda de braço. Eu aceito o argumento de fazer uma refeição muito limitada, já que eu não estou considerando estar hoje de jejum, apenas no controle alimentar.

            Ao ver as opções ao meu dispor, verifico que existem dois pratos de meu interesse e que eu poderia desviar um pouco meu foco do que eu pretendia comer, apesar de aumentar a quantidade, que era isso que eu me proponha evitar. Ao pegar o prato para abastecê-lo, eu via que era ali o momento onde eu podia continuar na luta em busca de uma vitória ou ser derrotado. Consegui colocar a quantidade necessária, mas ainda inferior, para a compensação das reservas nutricionais que perdi durante o dia.

            Digamos que eu não tenha vencido a gula, pois entrei na padaria e coloquei no prato além do que pretendia comer. Mas como não comi além do que era necessário para reabastecer minhas reservas nutricionais, considero que houve um empate, entre a gula e o meu espírito.

            Entrei assim à noite capacitado para quando chegasse ao meu apartamento ir direto para a mesa fazer os trabalhos necessários. Esta mesa seria o local, seria o ringue aonde iriam se enfrentar a minha preguiça e o meu espírito. Sabia que a força da gula no auxílio à preguiça como acontecera ontem estaria atenuada, pois ela foi alimentada há pouco.

            Nessa situação atravessei a meia noite em pleno trabalho que minha consciência apontava como necessário fazer e assim foi computada uma vitória para meu espírito, nessa guerra que ainda vai se estender por muito tempo durante esta minha atual vivência. Mas isso me deixa mais confiante com as forças que possuo e mais sintonizado com a vontade do Pai.

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em 25/05/2015 às 00h01
 
24/05/2015 09h26
DOIS CONTRA UM

            No dia anterior eu estava disposto a enfrentar preguiça e vencê-la. Preparei-me para ser disciplinado, e assim que cheguei em meu apartamento evitei de ir para a cama como sempre faço. Fui para mesa de trabalho disposto a abrir o notebook, mas antes pequei num livro para ler algum trecho. Lembrei que não tinha comido nada, que podia chupar dindim ou comer uma fruta. Decidi comer maçã e azeitonas. Mas fui tentado a fazer uma papa, mesmo não sabendo direito. Terminou ficando em muita quantidade, usei um litro de leite, e ficou toda encaroçada, mas comestível. Comi bastante, principalmente raspando a panela que fiz e deixei dois pratos na geladeira. Depois do tempo gasto nessa atividade gastronômica, onde deixei a cozinha bagunçada e tinha que ajeitar, resolvi ir para a cama para continuar a leitura que estava fazendo na mesa. Terminei dormindo.

            Dessa forma, percebi que sofri mais uma derrota, sem nem ao menos ter tido oportunidade de abrir o notebook para trabalhar. Percebi também que dessa vez a preguiça teve outro aliado: a gula. Se eu não tivesse caído na tentação de fazer a papa, eu teria ficado satisfeito só com a maçã e as azeitonas. Foi a gula que me retirou da mesa e deixou-me envolvido na confecção de comida, mas ainda consegui me controlar a fim de não exagerar não exagerar na quantidade e comer os dois pratos de papa que eu havia feito.

            Mas vou considerar esse dia de ontem como o primeiro round na minha luta com a preguiça. Amanhã eu tentarei vencer usando a mesma estratégia de hoje, só que dessa vez eu deverei ficar atento à participação da gula. Dois adversários são bem mais difíceis de vencer.

            Tenho consciência de que sou um discípulo de Jesus, que sigo uma vontade de Deus colocada por Ele em minha consciência, e que encontro dentro de mim os principais obstáculos em fazer a Lei do Amor funcionar e dar seguimento ao que minha vontade decidiu: a gula e a preguiça. A gula atende aos desejos básicos e imediatos do corpo com relação aos instintos da própria vida, enquanto a preguiça é sua aliada, que tem a máxima sintonia com ela, que preserva as energias do corpo evitando a necessidade de alimentação extra. Ambas para serem executadas apresentam ao corpo a moeda do prazer. É essa moeda do prazer que termina induzindo a mente para que a tenha em bastante quantidade. Como o corpo não tem o sentido crítico de fazer esse prazer parar quando as necessidades fisiológicas forem atendidas, termina sendo gerado um comportamento de busca dessas moedas além do necessário, que se acumula na forma de gordura, de obesidade, que termina, a longo prazo, sendo mais prejudicial que benéfico.

            Essa mecânica fisiológica, individual, também se aplica com muita semelhança ao que acontece no campo social, coletivo. As pessoas tendem a acumular as moedas financeiras além de suas necessidades, as vezes de forma ilícita, o que causa a médio e longo prazo sérios prejuízos para a coletividade, com a geração de grandes fortunas e bolsões de miséria .

            Vejo assim que tudo se relaciona, as coisas acontecem e interagem umas com as outras. O que acontece no meu campo de influencias individuais, implica no que eu possa fazer no campo de minhas influências coletivas. O Amor que eu devo praticar tem como objeto o próximo que está fora de mim, mas deve ter como base a mim mesmo, lembrando da lição do Mestre: “Ama ao próximo como a ti mesmo.”

            Assim, a luta que devo fazer para corrigir os erros e equívocos, os vícios e defeitos do mundo, deve iniciar pelo trabalho realizado em mim mesmo, lembrando a lição que Gandhi deixou prá nós: “Seja você a mudança que quer ver no mundo.”

Sabendo que a todo momento Deus nos oferece opções de caminhos, devemos ter a humildade e sabedoria para reconhecer aqueles que estão de acordo com a Sua vontade e aqueles que atendem apenas aos nossos desejos, por mais embutidos que eles sejam. E assim caminharemos todos juntos, todos tolerando a todos os erros que a ignorância nos permite cometer, e todos ensinando a todos a pequena gota de verdade que se conseguiu alcançar.     

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em 24/05/2015 às 09h26
 
23/05/2015 00h01
AMOR E TRABALHO

            Jesus falava de um amor fraterno, que todos fossem um, assim como Ele estava no Pai e o Pai estava em Si. Esperava que nós fôssemos perfeitos nessa unidade. Mas como convencer as pessoas, mesmos cristãs, nascidas e condicionadas dentro de um mundo material? Para isso é necessário o testemunho fiel e constante do amor fraternal, com todas suas exigências evangélicas: igualdade, perdão, serviço, justiça, dedicação a ponto de dar a vida por um irmão.

            Dentro dessas exigências para a aplicação prática do amor, uma delas se sobressai por ser o catalisador de todas as outras: o serviço. É o serviço, o trabalho, que coloca em movimento todas as demais e permite o amor se expressar. Se algum fator bloqueia a expressão do trabalho, todas as outras virtudes ficam comprometidas, inertes, ociosas.

            No meu processo evolutivo cheguei ao estágio de convicção de ser um membro combatente do exército do bem, comandado por Jesus, com uma missão específica determinada por Deus em minha consciência, que é construir uma simples maquete do Reino dos Céus com o uso prioritário do Amor Incondicional em todos os tipos de relacionamento. Com essa compreensão formei os meus paradigmas de vida e agora devo fazer a implementação do que está sob a minha responsabilidade. É nesse ponto que sinto a fragilidade do serviço que devo realizar, do trabalho que devo fazer. Vejo ao meu redor uma série de atribulações, de tarefas que são necessárias cumpri-las, no entanto fico adiando com a justificativa do lazer, do repouso, do descanso. Sei que isso são fatores importantes para a fisiologia e o psiquismo humano, mas isso pode ser aplicado a quem não assumiu tão fortes responsabilidades. Qualquer pessoa ao meu redor pode fazer uso desse artifício de repouso físico e psíquico, mas essas pessoas não tem o grau de compromisso que eu tenho com Deus, algumas delas nem sabe de Sua existência, a maioria simplesmente considera como um ser distante que não tem necessidade de se ter uma atenção maior que aquela que se faz aos objetivos materiais. Então, o repouso que eles reivindicam pode ser feito sem culpas ou críticas, pois existe um compromisso bem maior com as necessidades fisiológicas e psicológicas. No meu caso o compromisso maior é com Deus então, não posso me dar ao luxo de seguir os mesmos parâmetros com relação ao repouso físico.

            É por isso que eu digo que sou vencido geralmente pela preguiça, pois é ela que exige de mim o repouso que eu não posso ter, segundo a minha prioridade. Qualquer pessoa não identifica essa falha, até acham que eu trabalho muito, que não aceitam este diagnóstico que faço de mim. Por mais que eu escute essas contestações sobre a preguiça que considero atrapalhar meus objetivos, não consigo me contentar com o que faço ou deixo de fazer. A minha consciência continua acusando a minha vontade de ficar subjugada pelos desejos da preguiça.

            Tenho feito uma serie de tentativas de vencer esse problema, mas sempre sou derrotado, pelo esquecimento ou simplesmente pela desistência. A exposição do problema neste texto que vou publicar em meu diário, é mais uma estratégia que estou usando para vencer o problema. Sei que quando qualquer inimigo interno é denunciado, ele perde parte de sua força. Assim, com a publicação escancarada da preguiça que me domina, espero esta adquirindo força enquanto minha adversária perde a dela. Também devo recrutar dentro de minha rotina uma disciplina que oriente a realização das tarefas no cotidiano.

            Hoje, então, posso considerar como o dia D da minha libertação do jugo da preguiça, seguindo com rigor a programação das tarefas que já esquematizei na minha agenda. Espero que desta vez eu seja vitorioso e possa volta a este diário relatando as diversas tarefas que agora não se avolumam ao meu redor sem direcionamento ou resolução.   

Publicado por Sióstio de Lapa
em 23/05/2015 às 00h01
 
22/05/2015 00h01
LUZ E TREVAS

            “Vós sois a luz do mundo. Não se esconde uma cidade sobre uma montanha nem se acende uma luz para colocá-la debaixo do alqueire, mas sim para colocá-la sobre o candeeiro, a fim de que brilhe a todos que estão em casa. Assim, brilhe vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai que está nos céus.” (Mt 5, 14-15)

            Dizia-lhes ainda: “Traz-se porventura a candeia para ser colocada debaixo do alqueire ou debaixo da cama? Não é para ser posta no candeeiro? Porque nada há oculto que não deva ser descoberto, nada secreto que não deva ser publicado. Se alguém tem ouvidos para ouvir que ouça.” (Mc 4, 21-22)

            “Ninguém acende uma lâmpada e a cobre com um vaso ou a põe debaixo da cama; mas a põe sobre um castiçal, para iluminar os que entram. Porque não há coisa oculta que não acabe por se manifestar, nem secreta que não venha a ser descoberta. Vede, pois, como é que ouvis. Porque ao que tiver lhe será dado; e ao que não tiver, até aquilo que julga ter lhe será tirado.” (Lc 8, 16-18)

            Estes são os três trechos da Bíblia em que os evangelistas, Mateus, Marcos e Lucas escrevem o que Jesus falou sobre a luz. Jesus falou da importância da luz, mas não aprofundou essa lição, pois ainda não era o momento, não existia a capacidade cognitiva de apreensão de tal informação. No livro de Nelci Silvério de Oliveira, “Os Evangelhos em sua natureza, essência e profundidade”, ele já faz ensaios mais profundos do significado da luz.

            Escreve Nelci que no primeiro yom (período cósmico que abrange bilhões de anos) a essência divina (Elohim) criou a luz de natureza incolor, invisível, indestrutível e imortal, anterior e posterior a luz das próprias nebulosas primitivas. Esta luz que percebemos hoje, visível e colorida, luz temporal e transitória das estrelas, somente foi criada no quarto yom, ou quarto período.

            Moisés quando escreveu intuitivamente o livro de Gênesis também aborda essa questão e se harmoniza com o que escreveu Nelci:

            “No princípio, Deus criou os céus e a terra. A terra estava informe e vazia; as trevas cobriam o abismo e o Espírito de Deus pairava sobre as águas. Deus disse: ‘Faça-se a luz!’ e a luz foi feita. Deus viu que a luz era boa, e separou a luz das trevas. Deus chamou a luz DIA, e as trevas NOITE. Sobreveio a tarde e depois a manhã: foi o primeiro dia.” (Gn 1-5)

            “Deus disse: ‘Façam-se luzeiros no firmamento dos céus para separar o dia da noite; sirvam eles de sinais e marquem o tempo, os dias e os anos; e resplandeçam no firmamento dos céus para iluminar a terra.’ E assim se fez. Deus fez os dois grandes luzeiros: o maior para presidir o dia, e o menor para presidir a noite; e fez também as estrelas. Deus colocou-os no firmamento dos céus para que iluminassem a terra, presidissem ao dia e à noite, e separassem a luz das trevas. E Deus viu que isso era bom. Sobreveio a tarde e depois a manhã: foi o quarto dia.” (Gn 14-19)

            O primeiro yom corresponderia ao primeiro dia da Bíblia onde Deus criou a luz de natureza incolor, invisível, indestrutível e imortal; o quarto yom corresponderia ao quarto dia, com a criação dos astros, os luzeiros do firmamento que nos fornecem a luz visível e colorida, temporal e transitória.

            Essas gloriosas e magníficas visões intuitivas de Moisés, confirmadas por outras visões mais recentes, mas igualmente intuitivas, como as de Einstein, e que Jesus conhecia muito bem, começam a ser comprovadas experimentalmente nos laboratórios de física quântica-nuclear da atualidade. Dessa forma sabemos hoje que toda forma de matéria não passa de energia congelada, e que a energia é apenas luz condensada. Então, tudo é luz. É luz como luz, dotada de máxima vibração possível; luz como energia, de média vibração; e luz como matéria de mínima vibração. Luz > Energia > Matéria.  

            Desse modo, os 92 elementos da química, desde o Hidrogênio (H) até o Urânio (U) são filhos da luz incolor e invisível, que cria a energia que, por sua vez, produz a matéria.

            Podemos concluir que, tudo quanto existe é originado do Absoluto ou Luz Metafísica Divina, por intermédio da luz incolor e invisível, que não é perceptível pelo prisma, que não pode ser decomposta em cores fundamentais. Por isso é que a luz perceptível, que pode ser decomposta pelo prisma, originada dos luzeiros dos céus, é criada pela Luz Metafísica Incriada, que por sua vez produz todas as galáxias e tudo quanto as galáxias contém.

            Por tudo isso, a matéria, ao contrário do que parece, é justamente aquilo que tem o máximo de ilusão e o mínimo de realidade, o mínimo de luz e o máximo de trevas, de tudo quanto possa existir. A matéria é quantidade sem qualidade, ao passo que a luz é qualidade sem quantidade. As coisas, portanto, são tanto mais reais e tanto mais indestrutíveis, à medida que, na cadeia evolutiva, estejam mais próximas de sua origem, mais perto da luz. Inversamente, são tanto mais ilusórias, quanto mais distantes se achem do foco luminoso originário.

            Desse modo, de um lado está a luz incolor, literalmente indestrutível, com o máximo de realidade possível. No meio, ocupando uma posição intermediária, entre a luz criadora e as coisas criadas, temos as diferentes formas de energia ou semiluz ou penumbra, com um nível médio de realidade, na horizontalidade quantitativa e existencial do mundo. Por isso, coisas energéticas que, embora regidas pelo tempo, não ocupam posição no espaço, como o pensamento e o sentimento, são muito mais luminosas e, portanto, muito mais reais do que qualquer coisa material, a exemplo de uma pedra, de uma árvore ou de um planeta.

            Vemos assim que a comparação que Jesus faz do homem com a luz, não é uma simples analogia, mas é a verdade mesma, autêntica e cristalina.

            O homem quando realmente se cristifica, a exemplo de Jesus, torna-se luz metafísica imortal, ou seja, transforma-se naquilo que ele é. O Cristo é a luz divina dentro do homem, é o homem mesmo em sua essência, ainda que não saiba disso. Contudo, ainda saberá... E quando, finalmente, sabe, quando sente esse sabor, quando sabe por experiência própria, sua luz crística deixa de ser meramente potencial ou escondida debaixo do velador ou do alqueire e, fazendo-se atualizada, põe-se então no alto do candelabro e ilumina necessariamente a todos os que estão na casa. Ela é a plenitude divina, da qual todos podem receber graças e mais graças, se forem suficientemente idôneos e receptivos.

            É neste sentido que a cidade da consciência humana, uma vez situada no monte da experiência crística, nunca mais pode permanecer oculta.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 22/05/2015 às 00h01
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