Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
10/03/2013 19h33
ESQUISITICE

            Nessa questão de esquisitice de pessoas com o mundo a sua volta, trago o exemplo de José na comparação com Jesus e como modelos para todos nós. Como servo obediente José estava sempre perto dos irmãos, mas como homem de integridade ele se afastava por completo das obras deles. Assim, serviço com os irmãos não implica em cumplicidade com o mal. O serviço nos leva a companhia dos outros; o caráter pode nos levar para longe do que fazem. Só a nossa presença pode expor a impiedade dos irmãos.

            Da mesma forma Jesus, veio para perto de nós devido as nossas necessidades, mas sua perfeição o manteve afastado dos nossos erros e pecados. A nossa necessidade desesperada o tornou Servo entre as multidões; nossos pecados e sua coerência o deixou só, estrangeiro nesse mundo. Como Servo perfeito Ele estava acessível a todos; como filho obediente de Deus, Ele estava separado de todos. Seu serviço O levou a muitos lares necessitados; sua condição de filho muito amado de Deus O deixou sem lar.

            O pensamento vai de José a Jesus e volta para nós, para mim particularmente. Também sou filho de Deus, como José e Jesus. Como eles também procuro um lugar especial no coração do Pai, procuro fazer a Sua vontade. Fazendo isso vou também assumindo a minha esquisitice. Sei do caminho que Ele escreveu na minha consciência baseado na Sua lei do amor. Sei do caminho de tantos que vão no mundo, cheios de egoísmo e suas derivações... não posso comungar com eles, não posso caminhar com eles... não posso sair das derivações do amor incondicional: da justiça, da verdade, da solidariedade, do respeito, da fraternidade, da humildade... Por isso sou esquisito! Por isso me refugio no deserto.

            O extremo da esquisitice é a humildade. Lembro de Jesus na última ceia com os apóstolos. Era a figura mais proeminente naquele recinto, naquela casa, naquela cidade. Era o Messias esperado, era o filho de Deus! Mesmo assim, levantou-se da mesa, tirou sua capa e colocou uma toalha em volta da cintura... Derramou água numa bacia e começou a lavar os pés dos seus discípulos, enxugando-os com a toalha que estava em sua cintura, como está registrado em João 13,4-5. Que cena mais esquisita do que essa? E no entanto é a lição mais preciosa que minha incipiente esquisitice quer aprender do divino mestre. Dai eu terei mais paciência com aqueles que querem que eu deixe o caminho que Deus me ordenou e siga o caminho deles, pois cada um tem de Deus uma missão diferente, por mínima que seja; compreenderei mais as fraquezas de cada um no enfrentamento da verdade, no risco que o orgulho pode sofrer ao perceber no erro que o ego vive; também serei mais complacente com minhas dificuldades, com a caridade tão valiosa que eu não consigo a praticar com pureza, com minha displicência com o Pai, por não me dirigir a Ele quantas vezes seja necessário, como desejo que assim façam meus filhos.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 10/03/2013 às 19h33
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09/03/2013 02h17
UMA SÓ CARNE

             Nestes dias no deserto vem a mente temas de profunda reflexão. Uma reflexão lá do início da Bíblia, da alegoria da criação dos seres humanos, da destinação do sexo do homem e da mulher, diz em Gênese 1,27: “Deus criou o homem à sua imagem; criou-o a imagem de Deus; criou o homem e a mulher”. Mais adiante, no mesmo livro está escrito em 2,21-24: “Então o Senhor Deus mandou ao homem um profundo sono; enquanto ele dormia, tomou-lhe uma costela e fechou com carne o seu lugar. E da costela que tinha tomado do homem, o Senhor Deus fez uma mulher, e levou-a para junto do homem. Eis agora aqui, disse o homem, o osso de meus ossos e a carne de minha carne; ela se chamará mulher, porque foi tomada do homem. Por isso o homem deixa seu pai e sua mãe para se unir a sua mulher e já não são mais que uma só carne.”

            Isso mostra que a sexualidade é uma criação divina e, portanto, o sexo também é divino. Cabe a nós reconhecer essa condição e praticar o sexo com essa consciência. Dentro do divino está o amor incondicional e assim entendemos a sexualidade integrada a esse tipo de amor, muito antes que surja o amor romântico com sua excessiva carga de egoísmo, de exclusividade do amor.

            Mostra também a precedência do homem sobre a mulher, do homem como matéria prima para a construção da mulher. Foi dele que foi retirada a costela para a formação da mulher. Depois fala da força interior que existe entre homem e mulher que os aproxima, que os faz abandonar pai e mãe, o forte laço biológico. É como se dentro dessa força existisse o propósito de reintegrar o ser original, o homem completo, cuja costela que foi subtraída vem na forma de uma mulher. Eles agora são uma só pessoa e o homem completo com sua mulher que passa a ser “osso dos seus ossos e carne de sua carne”. Desta forma integrado o homem com uma mulher, mesmo assim a força de aproximação entre homem e mulher continua a funcionar. Por que Deus não colocou em Sua engenharia a falência dessa força de aproximação entre homem e mulher quando eles estivessem já completos um com o outro? Da mesma forma que Ele permite que a força da fome desapareça quando nos alimentamos? Parece que Deus quer que essa força continue a atuar em homens já completos para que possa haver a conexão entre outros homens completos através de suas mulheres incorporadas e assim dar a base instintiva para a criação de uma sociedade justa, amorosa e fraterna, o Reino de Deus. Agora isso só acontecerá se a mulher incorporada tiver o devido respeito como parte integrante do homem. Aí mais do que em qualquer outra situação se aplica a principal Lei de Deus: amar ao próximo como a si mesmo. No caso seria: amar a mulher como se fosse a si mesmo, e que na realidade é! Então, o homem respeitaria a força que o aproxima de outras mulheres, da mesma forma que respeitaria a força que aproxima sua mulher de outros homens, tudo isso sem perda do respeito próprio de um para com o outro. É necessária a aplicação integral do amor incondicional. O amor romântico, quando existir, deve sempre estar subordinado ao amor incondicional. Isso deve ser observado com extremo rigor, sob pena da sociedade do Reino de Deus fracassar e termos em vez disso a sociedade tipo humana, com toda sua carga de pecados e hipocrisia. A mulher que é carne de minha carne, jamais terá medo da minha aproximação de outras mulheres, pois sabe no seu íntimo que isso não tem a perspectiva do seu abandono, pelo contrário de sua integração muito maior num circulo de amor. Eu também não terei medo da aproximação de minha mulher de outro homem, pois sei que isso não tem a perspectiva do meu abandono e sim de minha integração num circulo de amor muito maior.

            Quem está lendo esses escritos até esse ponto, e sabendo que eu estou no deserto, pode até pensar que isso seja a famosa miragem, tão comum nessas paragens desérticas. Mas para mim, é a luz que Deus joga na minha consciência, para que eu desenvolva os argumentos necessários para sustentar a tese que viabilizará a sociedade do Seu Reino. Espero que os fatos que eu citei, presentes até no livro sagrado, não esteja sendo corrompido de alguma forma por minha inteligência. Nesse ponto eu quero pedir o auxilio de outras consciências que possam estar vendo os erros que eu não percebi e chamar minha atenção para correção. Confesso que estarei pronto a qualquer momento para corrigir os erros identificados, afinal de contas a vontade de Deus não pode ser estabelecida sobre erros.

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em 09/03/2013 às 02h17
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08/03/2013 17h40
ESPIRITUALIDADE E SAÚDE

            Esta é outras das inspirações que listei no último domingo. A realização de um programa na televisão onde seja colocada a importância da espiritualidade para a saúde física e mental. Será feita em um dia fixo, uma vez por mês. O tema será preparado antecipadamente onde coloco algum aspecto das emoções e o prejuízo que ele traz. Por exemplo, a raiva: será colocado o motivo da sua existência, a função fisiológica e psicológica na sobrevivência do indivíduo. Por outro lado o efeito que provoca no estado evolutivo da alma. Assim serão considerados os diversos aspectos do comportamento humano, resgatando os pensamentos e sentimentos nessa dinâmica do funcionamento da existência nos dois planos da vida. Eu apresentarei o tema e o colega, dono do programa e também médico, fará a interface do público comigo através das perguntas ao vivo e da percepção do colega também sobre o tema. As perguntas serão aproveitadas para a preparação do próximo programa.

            Fiquei na mente com todo esse formato de trabalho a ser realizado, sinto que tenho capacidade técnica para o realizar, mas fico preocupado com o tempo que vou precisar para essa preparação. É como se a cada momento eu tivesse acumulando serviço sobre os que eu já tenho obrigação de realizar. Até o Projeto Foco de Luz que estava em minha mente e eu não conseguia implementá-lo, surge na cidade vizinha a possibilidade dele ser realizado através de pessoas da comunidade e que necessitarão da minha assistência de alguma forma. Fico a imaginar, como tudo isso que vem a minha mente e com o apelo para que eu o realize tem em tudo a vontade de Deus, como é que a divindade vai me ajudar a realizar a contento tanto trabalho, se eu tenho necessidade do descanso físico e se o meu mais forte adversário interno é a preguiça? Onde vai ficar o lazer? Não sei como explicar, sei que as tarefas parecem acima do meu potencial, mas se Deus as apresenta para mim é que de alguma forma eu posso a realizar. Tenho que deixar meu corpo trabalhar como na prece eu peço: ser instrumento da vontade de Deus.

            Para não deixar passar em branco o DIA DA MULHER quero fazer aqui um pequeno depoimento: confessar do meu maior respeito e agradecimento a condição feminina, desde minha mãe que me gerou, minha avó que me criou, minhas irmãs, minhas colegas de trabalho, de filosofia, de filantropia e principalmente as minhas companheiras de todas as épocas que trilham a estrada da vida ao meu lado, que me ajudam e me instruem em tantos momentos: o meu MUITO OBRIGADO!

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em 08/03/2013 às 17h40
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07/03/2013 23h59
CAMINHOS DO SENHOR

            Que pretensão a nossa querer determinar quais os caminhos corretos a seguir... podemos ter uma noção, pela lógica ou intuição, qual o caminho mais apropriado em determinada circunstância, mas sempre devemos ficar atento para as exigências do Senhor e isso pode implicar em mudanças de rota previamente estabelecidas.

            Foi em determinado momento no início da Quaresma, em função de conflitos de relacionamentos que eu percebia não ser coerente com a vontade do Pai, e como Ele já havia determinado uma missão para eu realizar que necessitava comportamentos coerentes, decidi entrar num deserto parecido com aquele de Jesus. Só que com Jesus, o deserto era físico totalmente. O meu deserto tem mais uma natureza psicológica, onde o principal impacto ocorreu a nível do meu apartamento que considero um espaço divino e que não pode caber dentro dele nenhum comportamento egoísta, seja de qual natureza for. Então nesse período nenhuma pessoa dos meus relacionamentos devia o frequentar. Eu deveria ficar sozinho nesse espaço e aproveitar o momento para impulsionar meu contato com o Pai e com o divino Mestre. Também existia outras consequências a nível de relacionamento com as pessoas em geral, principalmente as mais próximas. Eu previa um distanciamento radical de todos meus afetos, até mesmo na possibilidade de encontros. Mas acontece que Deus tinha outros planos e me bombardeou de provas para ver o que prevalecia, se era a minha intenção inicial de um isolamento tão radical, ou eu atenderia as necessidades extras que surgissem e que me colocasse em teste no cumprimento de sua vontade. Enfim, Ele quer saber se eu tenho uma fé circunstancial ou uma fé no cumprimento de Sua divina vontade: amar ao próximo como a si mesmo!

            Neste dia as estruturas da minha missão, da família ampliada, do projeto de família universal foi abalado. A pessoa querida que mora no interior com seu marido e filhinha de 6 anos, chegou a Natal precisando de ajuda. Eu não poderia permanecer no deserto e ficar alheio a tudo. Devia ajudar, e principalmente, me envolver. Como eu não poderia dar a ajuda que ela precisava por completo, de um lugar para ficar, de remédios para tomar, de uma pessoa para acompanhar, eu fiz o possível e pedi ajuda a quem esta mais próximo de mim. Arranjei o lugar para ficar e arranjei os remédios, mas não podia ficar com ela. Todos os meus contatos mais próximos foram acionados. Eu sentia que Deus não provava somente a mim e sim a todos que se aproximaram do problema. Não fiquei ressentido com o vacilo de alguns, a rejeição de outros... eu não sabia como iria terminar, sabia que eu tinha iniciado o movimento de ajuda, de solidariedade em função do clima familiar, de apoio incondicional. Percebi que os caminhos era o Senhor que construía através do toque no coração de cada pessoa e na capacidade que a pessoa tinha de responder a esse toque. Percebi que até o meu deserto aqui fora é um contexto totalmente fora do que eu imaginava. Pensei que até o centro do deserto, o meu apartamento, poderia ser ocupado por pessoas em função de um bem maior, de ajudar ao próximo, de uma vontade divina e da qual a minha vontade particular é subordinada.

            Agora eu sei, continuo no meu deserto emocional, mas sei que estou submetido a vontade de Deus e quantas vezes Ele me provoque no sentido de servir, de ajudar o próximo, eu direi presente. Afinal, o teste real não é permanecer no deserto, o teste real é cumprir a vontade do Pai e para isso somos testados a cada momento.

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em 07/03/2013 às 23h59
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06/03/2013 23h59
NO DESERTO... MEU LAR!

            Este relato corresponde as inspirações acontecidas no último domingo e que fiquei de postar. Depois da experiência do êxtase divino, fui para a sala do apartamento fazer exercícios físicos, queria cuidar do corpo como estou cuidando da alma. Durante o momento que eu estava fazendo a corrida no mesmo lugar, eu estava voltado para a janela, ao leste, que dar a visão ampla do mar à minha frente. Enquanto corria, eu via o céu azul entre coberto de nuvens, brancas e airosas a deslizarem pelo firmamento formando imagens as mais diversas e imaginativas. Abaixo, o mar se costurava ao céu na linha do horizonte e deixava da costura surgir um tremor que se espalhava na superfície até se derramar nas areias da praia na forma de ondas. Eu via assim toda a dimensão da Natureza e nela a expressão do Criador, sua imagem e sua força que tudo cobria, que tudo atingia, até chegar no meu corpo, entrar no meu interior e cobrir a minha alma.

            Quando virei meu corpo para a direita, no movimento dos ponteiros do relógio, na direção do sul, vi o grande espelho na parede da sala que foca o corpo quase que completo. Contemplei-o no exercício, a sua perfeição anatômica e fisiológica e vi que merecia ser considerado como o templo de Deus, assim como todos os meus irmãos também possuem tal templo e por isso devem ser reverenciados, respeitados e amados... o Amor Incondicional.

            Virando um pouco mais à direita fico em direção ao oeste, em frente a parede que tem a foto dos meus cinco filhos, ao redor da imagem de Jesus no campo jogando sementes nos sulcos da terra e abaixo a frase: “O Semeador saiu para semear.” Faço considerações que esses filhos são frutos do meu amor que o Pai está me ensinando a semear. A terra utilizada é o coração de minhas companheiras nos quais existe muita aridez afetiva por causa do egoísmo. Portanto daí tão importante o trabalho de transformações desses corações com a charrua do Amor Incondicional.

            A última direção que assumo é para o norte, onde se encontra a parafernália da tecnologia que serve para alavancar nosso aprendizado. São livros, televisão, DVD, rádio, telefone, computador... sei que tudo isso está ao meu dispor. O mais importante são os livros, trazem pensamentos valiosos de pessoas de grande estatura moral, encarnadas ou desencarnadas.

            Por fim imaginei o quarto onde durmo e faço minhas orações antes do sono chegar. Considero além do lugar apropriado para repouso, o meu santuário, o lugar de conversar com Deus e com Jesus, principalmente.

            Com todas essas reflexões, pensei... este meu deserto, sem ninguém ao meu lado... mas é o meu lar!

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em 06/03/2013 às 23h59
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