Meu Diário
08/02/2024 00h01
AMARGURA (poesia)

Taça de fel para mim, tu se tornou



O que era tão gostoso, puro mel



O tempo sem clemência transformou



Neste inferno que antes era o céu



 



Quando penso tão grande nosso amor



Que causou entre os deuses tal ciúme



E num feitiço nos encheu de amargor



Do brilho estelar, um mero vagalume



 



Mas a lembrança, doce-mel, não se apaga



E por mais que peça a Deus que traga



Não é o doce que sinto, é amargura



 



Quem me dera mudar minha desdita



Mas ninguém a minha vida facilita



Quem se importa minha sina, noite escura?



Publicado por Sióstio de Lapa em 08/02/2024 às 00h01
 
07/02/2024 00h01
VIAGEM DE SAUDADE (poesia)

O carro avança por estrada afora

 

 

Pavimentada de tristeza e mágoa

 

 

 

 

Nem os pássaros que cantam nesta hora

 

 

 

 

Fazem enxugar dos meus olhos a água

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ela não quer a minha companhia

 

 

 

 

Não se importa com a minha solidão

 

 

 

 

Que na curva eu capote e vá pra tumba feia

 

 

 

 

Sem ato de amor ou consolação

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Por que eu tenho que ainda viajar?

 

 

 

 

Se assim aumenta minha saudade?

 

 

 

 

E cada metro percorrido parece perguntar...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ei! Cadê ela, a musa que eu via ao teu lado?

 

 

 

 

E que com ela nós fazíamos a Trindade?

 

 

 

 

Eu, só contigo, é puro e acre enfado!

 

 


Publicado por Sióstio de Lapa em 07/02/2024 às 00h01
 
06/02/2024 00h01
FLOR CARMESIM (poesia)

Eu sou do sonho a flor misteriosa



Que se abriu no teu seio virginal



Como promessa de vida esplendorosa



Como milagre de um sonho surreal



 



Olha agora ao teu lado e veja



O que tenho de belo, flor carmesim



Tão confusas de dor e de tristeza



De hastes finas que esperam por um fim



 



Eu me plantei em ti, em algum dia



Quando te vi mesmo sendo uma menina



E previ assim mesmo a minha sina



 



Dar ao mundo meu perfume eu sabia



E por isso eu seria expulso do seu mundo



E afogo minhas pétalas em mar profundo



Publicado por Sióstio de Lapa em 06/02/2024 às 00h01
 
05/02/2024 00h01
VENTURA DO AMOR (poesia)

Minha querida, que vive sem deleite



Que chora um pranto, convulso, noite e dia



Eu sei que isso ela não merecia



Tamanha dor, te digo, não aceite



 



Eu vou colher, lá no meu jardim



Uma flor lilás pra lhe enfeitar



As mágoas do passado afastar



E dizer que és pérola para mim



 



Jamais te sintas do mundo desprezada



Pois sem você meu mundo era sombrio



Sem luz, sem calor, com muito frio



 



Quero, me vejas, e te sintas muito amada



E que possas gritar para o universo



Toda a ventura do amor em belos versos



Publicado por Sióstio de Lapa em 05/02/2024 às 00h01
 
04/02/2024 00h01
ESPINHO/AMANTE (poesia)

Eu sou a dor de quem tanto lamenta



Eu sou a lágrima daquele que padece



Eu sou a mágoa de quem nunca esquece



Eu sou o medo de quem por nada tenta



 



Na Terra eu não tenho nenhum laço



Não tenho de ninguém um só sorriso



A promessa de um dia, o paraíso



Nunca tive a doçura de um abraço



 



Sou como tu, xique-xique desprezado



Que perfura quem de ti se aproxima



Sou como tu, um reles desgraçado



 



Mas eu tenho para mim atenuante



Para trazer de alguém alguma estima



Sou um poeta, transformo espinho/amante



Publicado por Sióstio de Lapa em 04/02/2024 às 00h01



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Imagem de cabeçalho: Sergiu Bacioiu/flickr