Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
27/12/2013 03h14
LIBERDADE DE PENSAR E DE CONSCIÊNCIA

            Mais uma vez sinto o auxílio de Deus em colocar outro texto pertinente aos assuntos que estou refletindo e que merece ser reproduzido na íntegra e interpretado com cuidado. Está em dois títulos, “Liberdade de pensar” e “Liberdade de consciência” e que encontrei em “O Livro dos Espíritos, Livro III, Capítulo X:

            833 – Há no homem alguma coisa que escapa a todo constrangimento e pela qual ele desfruta de uma liberdade absoluta?

            - É no pensamento que o homem goza de uma liberdade sem limites, porque não conhece entraves. Pode-se deter-lhe o vôo, mas não aniquilá-lo.

            834 – O homem é responsável pelo seu pensamento?

            - Ele é responsável diante de Deus. Só Deus, podendo conhecê-lo, o condena ou absolve segundo a Sua justiça.

            835 – A liberdade de consciência é uma conseqüência da liberdade de pensamento?

            - A consciência é um pensamento íntimo que pertence ao homem, como todos os outros pensamentos.

            836 – O homem tem direito de entravar a liberdade de consciência?

            - Não mais que a liberdade de pensar, porque só a Deus pertence o direito de julgar a consciência. Se o homem regula, por suas leis, as relações de homem para homem, Deus, por suas leis da Natureza, regula as relações do homem com Deus.

            837 – Qual o resultado dos entraves postos à liberdade de consciência?

            - Constranger os homens a agirem de modo contrário ao que pensam, torná-los hipócritas. A liberdade de consciência é um dos caracteres da verdadeira civilização e do progresso.

            838 – Toda crença é respeitável, mesmo que seja notoriamente falsa?

            - Toda crença é respeitável, quando é sincera e conduz à prática do bem. As crenças repreensíveis são as que conduzem ao mal.

            839 – É repreensível escandalizar na sua crença aquele que não pensa como nós?

            - É faltar com a caridade e golpear a liberdade de pensar.

            840 – É insultar a liberdade de consciência opor entraves às crenças capazes de perturbar a sociedade?

            - Podem-se reprimir os atos, mas a crença íntima é inacessível.

            Kardec – Reprimir os atos exteriores de uma crença, quando esses atos trazem algum prejuízo a outrem, não é insultar a liberdade de consciência, porque essa repressão deixa à crença sua inteira liberdade.

            841 – Deve-se, em respeito a liberdade de consciência, deixar se propagarem doutrinas perniciosas, ou se pode, sem insultar a essa liberdade, procurar trazer de novo ao caminho da verdade aqueles que se perderam por falsos princípios?

            Certamente se pode e, mesmo, se deve. Mas ensinar, a exemplo de Jesus, pela suavidade e a persuasão e não pela força, o que seria pior que a crença daquele a quem se quer convencer. Se há alguma coisa que seja permitido se impor, é o bem e a fraternidade. Mas não cremos que o meio de fazê-los admitir seja o de agir com violência: a convicção não se impõe.

            842 – Todas as doutrinas tendo a pretensão de ser a única expressão da verdade, por que sinais se podem reconhecer aquela que tem o direito de se colocar como tal?

            - Será aquela que faz mais homens de bem e menos hipócritas, quer dizer, praticante da lei do Amor e da Caridade na sua maior pureza e na sua mais larga aplicação. Por esse sinal reconhecereis que uma doutrina é boa, porque toda doutrina que tiver por conseqüência semear a desunião e estabelecer uma demarcação entre os filhos de Deus, não pode ser senão falsa e perniciosa.

            Posso observar em todas as questões a pertinência no que estava refletindo nos últimos dias com respeito ao relacionamento homem-mulher como base da família e da sociedade. Incluirei agora no raciocínio questão por questão.

            833 – Sim, é no pensamento que tenho total liberdade, ele vai para os campos mais ousados e posso fazer o que quiser sem a preocupação de estar ferindo os direitos do próximo. Mesmo assim devo evitar pensamentos que eu veja claramente que levam prejuízo a terceiros, pois pode escapulir para o campo da realidade. E se queremos ser éticos conosco mesmo quando dizemos querer seguir os passos de Jesus como nosso Mestre, não é interessante eu estar pensando em algo degradante para o próximo, mesmo que isso nunca venha a ser expresso por palavras ou atos.  

            834 – Sou responsável por meus pensamentos, mesmo que algum surja no campo da minha consciência e que seja incompatível com meus princípios. Nesse caso eu não devo lhe dar nenhuma consideração e procurar desviar para pensamentos que sejam mais coerentes com aquilo que desejo fazer e mostro a quem tenha interesse em saber. Mesmo que ninguém venha a saber o que está acontecendo no meu campo mental, Deus sempre será o meu juiz em qualquer campo de minhas ações, implícitas ou explicitas.

            835 – Os pensamentos que surgem no meu campo mental e que os mantenho através do livre arbítrio, compõem a minha consciência. Faz parte da essência da minha liberdade e da qual devo prestar contas, principalmente frente a Deus.

            836 – Tenho esse direito de entravar a liberdade de consciência com relação a mim, não devo deixar progredir em meu campo mental pensamentos que são contrários às minhas intenções. Posso fazer e/ou seguir leis que são feitas para disciplinar as ações frutos desses pensamentos distorcidos. Dentro das leis da Natureza devo adequar o meu pensamento e comportamento para não as corromper, pois são elas que viabilizam minha relação com Deus.

            837 – Quando coloco entraves à minha liberdade de pensar para que não se forme consciência contrária às minhas intenções, estou agindo de acordo com a lei da Natureza que não permite abusos de qualquer tipo nas relações. O mesmo não é permitido para os outros. Não devo constranger os homens a agirem de modo contrário ao que pensam, como resultado de entraves colocado à sua liberdade de consciência. Isso iria torná-los hipócritas.

            838 – A crença que tenho num formato de família ampliada que leva ao amor inclusivo e uma sociedade mais fraterna, se torna respeitável porque é sincera e conduz à pratica do bem.

            839 – Não posso jamais escandalizar o irmão que não pensa como eu. Devo apenas mostrar as incoerências que eu observar no seu comportamento quando comparado com o meu. O resto é ele quem irá decidir com a sua liberdade de pensar.

            840 – Quando uma crença perturba a sociedade no que ela tem de falsa e hipócrita, isso é salutar. Quando a minha crença no amor inclusivo da família ampliada perturba o egoísmo do amor exclusivo da família nuclear, eu crio um movimento no seio da sociedade que tende a levar uma fraternidade mais ampla em todos os seus membros.

            841 – É essa a missão que o Pai destinou para mim. Mostrar a natureza perniciosa da família nuclear da forma que ela foi constituída e se mantém, sem insultar a liberdade de pensamento dos seus praticantes. Devo procurar trazer ao caminho da verdade, como Jesus ensinou, aqueles que se perderam por falsos princípios. Devo ensinar como o Mestre, pela suavidade e persuasão e não pela força; ensinar como podemos praticar o bem e a fraternidade sem preconceitos ou hipocrisia.   

            842 – Com essa questão coloco em teste a minha forma de pensar e que estabelece um tipo de doutrina. Verifico que ela tende a fazer mais homens de bem e menos hipócritas, pessoas praticantes da lei do Amor e da Caridade com maior pureza e mais larga aplicação. Por esse sinal é que reconheço que minha doutrina é boa, pois tende a semear a união e a inclusão de todos os filhos e filhas de Deus.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 27/12/2013 às 03h14
 
26/12/2013 01h01
A QUESTÃO DOS FILHOS

            Dentro das reflexões dos relacionamentos entre homens e mulheres que melhor contribuam para a formação de uma sociedade fraterna, próxima do Reino de Deus ensinado por Jesus, se encontra a questão dos filhos. Aparentemente eles são os mais prejudicados quando os seus pais biológicos se envolvem afetivamente com novos parceiros e com eles constroem ramos familiares. Para eles é mais confortável que seus pais fiquem junto de si durante toda a sua fase de desenvolvimento, maturação, independência, até que um dia os deixam e vão construir suas próprias famílias como está previsto na Bíblia. Observando à distância esse ciclo que se repete, parece que os pais são formados apenas para impulsionar os seus filhos dentro de uma base familiar exclusiva, egoísta, que não considera com justiça os direitos dos outros que pertencem a outras famílias. Daí tanta miséria social. Os pais, desde que tenham filhos, perdem o direito à sua individualidade quanto o pensamento do que podem realizar para atender com prioridade as suas intenções, caso essas não estejam relacionadas com o bem estar dos filhos.

            A formação de uma família ampliada implica num afastamento do pai por algum tempo da economia do lar, tanto afetiva quanto financeira. Claro que isso irá fazer falta ao filho, mas deve ser considerado os propósitos que existem por trás dessa falta. Por acaso esse pai também não fica ausente quando está trabalhando por turno, por dia, semanas e até meses fora de casa? Tudo isso não é justificado pelo papel de provedor que no momento ele realiza? Um papel que tem como objeto a manutenção e vida com dignidade do corpo físico? Por que então se o pai se afasta com o objetivo de cumprir um apelo consciencial com uma nova parceira, sem que isso acarrete ameaça ao provimento dos recursos materiais, seja tão proibido? Acredito que aconteça tão forte proibição devido o grau de extrema ignorância em que ainda estamos mergulhados.

            Existe também uma crítica muito forte, de que eu tenho responsabilidade de educar e criar com toda minha competência os filhos que Deus deixou sob minha guarda. Não posso deixá-los desamparados em busca de meus prazeres imediatos. Primeiro, não estou em busca de prazeres imediatos, dos prazeres sexuais, pois se assim fosse eu teria recursos bem mais fáceis de os conseguir através da prostituição. Segundo, o meu filho pode decidir, antes de descer para sua reencarnação, se deseja ficar sob os cuidados de um pai com o meu perfil. Acredito que muitos aceitarão, pois eu mesmo aceitei, acredito, vir a terra sob a guarda de um pai que nunca deu a devida atenção para mim, de afetos, de cuidados ou recursos financeiros. E mesmo hoje com toda essa compreensão do passado, não tenho nenhuma queixa dele, sinal de que algum compromisso assumi nesse sentido e que por isso não desenvolvi em nenhum momento de minha vida qualquer tipo de ressentimento. Portanto, tenho minha consciência tranqüila com relação aos filhos, e mais ainda, porque sei que agindo dessa forma estou cumprindo a vontade de Deus e que mais adiante ele terá um nível de relacionamento muito mais amplo e afetivo dentro da comunidade e que esse será o meu grande legado.

            A formação da família ampliada que cria as condições de uma família universal e por conseguinte o estabelecimento do Reino de Deus entre nós, pode num primeiro momento levar a essa lacuna da falta de afeto e de cuidados que a presença constante proporciona. Mas por outro lado, abre espaço para que entre no âmbito familiar novos parceiros que podem cumprir com satisfação e sem o sentimento de ser escravo de ninguém e de nenhuma lei e assim seja preenchida essa lacuna com maior riqueza de afetividade. A minha nova parceira será uma segunda mãe para meus filhos; os filhos que ela possa ter serão considerados meus novos filhos; os nossos filhos, os meus e os dela, serão considerados com mais propriedade como irmãos; a possibilidade de a qualquer momento entrar nessa família um(a) novo(a) parceiro(a) deixa o sentimento de fraternidade para com o outro muito mais forte. O sentimento de justiça se faz exercer com muito mais propriedade, consciência e satisfação no seio da sociedade. As famílias nucleares cada vez mais se diluirão umas nas outras e isso está conforme a família universal. Está conforme o Reino de Deus!  

Publicado por Sióstio de Lapa
em 26/12/2013 às 01h01
 
25/12/2013 01h01
CONTRAPARTIDA DA ABNEGAÇÃO FEMININA

            Observamos que todo projeto que envolve dois aspectos, sempre exige do outro algum tipo de contrapartida. Assim acontece com o consorcio homem-mulher feito com base no Amor Incondicional. Aparentemente nesse tipo de consórcio onde é exigido da mulher um alto grau de abnegação frente aos seus imperativos biológicos e fisiológicos com base na reprodução da vida, parece ser o homem o grande beneficiado. Como para o homem está destinado cuidar do exterior, dos relacionamentos externos, tem maiores oportunidades de desenvolver afetos por outras pessoas e com outras mulheres desenvolver intimidades sexuais, desde que na observância do Amor Incondicional. A partir daí surge a possibilidade de ser formado mais um ramo da família ampliada, com a mulher que decidiu ir até a intimidade sexual e que não será usada como um simples objeto de prazer. A Força afetiva ligada ao amor romântico que proporcionou esse enlace adicional na estrutura psicológica e comportamental do homem, termina por deixar sua companheira original sem parte do seu tempo que deveria cuidar dos seus interesses, inclusive dos filhos se já formados. Nesse contexto a mulher assume mais uma responsabilidade, de cobrir a ausência do companheiro que se encontra com outra nos momentos de necessidade. A mulher original sente a falta afetiva e pragmática do companheiro junto da sua vida nesses momentos. Ela já sabia que isso poderia acontecer e já decidira previamente que, através da abnegação, iria suportar esse acumulo de responsabilidade e escassez de afetos.  

            Acontece que ela também tem no seu entorno relacionamentos com outros homens e que alguns cumprem os critérios de sua consciência e que podem preencher o vazio afetivo em que ela se encontra ou a resolução de questões práticas aliviando o peso dessa responsabilidade. Por que então, ela não se envolve afetiva e sexualmente com esse homem, já que o perfil de relacionamento é em tudo semelhante ao que aconteceu com o seu companheiro e outra mulher? Então, deve estar implícito ou explícito, no mesmo contrato que permitiu ao homem ter uma nova companheira, a “sua” mulher também deve ter o mesmo direito de ter um novo companheiro, com as mesmas características. Está dentro da lei de Justiça, que pertence à legislação do Amor. É a contrapartida que o homem deve permitir, pois sabe que isso não agride a ética, mesmo que ele seja atacado de forma brutal pelos preconceitos sociais de sua cultura. Quando isso acontece, formou-se a primeira ação que amplifica a família de forma transparente e fraterna. Todos são considerados como irmãos, muito mais próximos, e cada um tem como objetivo do seu amor o bem estar do outro. Ninguém sentirá tanto a falta do companheiro original, pois esse vazio sempre poderá ser ocupado pelos homens e mulheres de boa vontade quanto a construção de uma família universal.

            Confesso que essa contrapartida masculina à liberdade feminina, como pré-requisito ao exercício da liberdade do homem de construir novos vínculos, não é uma tarefa fácil. Eu mesmo passei muito tempo maturando essa contrapartida, mesmo sabendo que a minha liberdade tinha a coerência do Amor Incondicional, mas devia passar pelos critérios de Justiça para a sua aplicação. Como meus preconceitos machistas eram muito fortes, foram necessários dias e noites seguidos de meditação e oração. Pedia a Deus uma resposta para sair do impasse e sempre vinha na consciência a quebra dos preconceitos que me amarravam nos critérios mundanos. Até que consegui fazer isso, que agora considero fundamental.

            Hoje, dia do nascimento do Mestre Jesus, dedico essas reflexões, rogando a Ele e ao Pai que corrijam os erros que porventura os meus interesses escusos tenham proporcionados desvios do caminho que foi determinado para mim. Peço também força, coragem e energia para implementar aquilo que ainda é necessário fazer dentro do meu campo de ação, com meus irmãos, principalmente com minhas companheiras que têm mais dificuldade do que eu na condução desse projeto e que sem elas eu não posso dar o exemplo que o Pai deseja: estar nesse mundo sem pertencer a ele, e sim ao Reino de Deus a partir da transformação dos corações.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 25/12/2013 às 01h01
 
24/12/2013 09h40
IGUALDADE DE DIREITOS

            Discorrendo sobre tema tão complexo quanto a abnegação que a mulher deve ter para se tornar carne da mesma carne do homem, Deus oferece na minha leitura diária um texto tirado de “O Livro dos Espíritos” que deseja chamar a atenção para os direitos da Mulher: Igualdade de direitos do homem e da mulher, que reproduzo logo abaixo na íntegra.

            817 – Diante de Deus, o homem e a mulher são iguais e têm os mesmos direitos?

            Deus não deu a ambos a inteligência do bem e do mal e a faculdade de progredir?

            818 – De onde se origina a inferioridade moral da mulher em certos países?

            Do império injusto e cruel que o homem tomou sobre ela. É um resultado das instituições sociais e do abuso da força sobre a fraqueza. Entre os homens pouco avançados, do ponto de vista moral, a força faz o direito.

            819 – Com que objetivo a mulher é fisicamente mais fraca do que o homem?

            Para lhe assinalar funções particulares. O homem é bom para trabalhos rudes, por ser o mais forte; a mulher para os trabalhos suaves, e ambos para se entre ajudarem nas provas de uma vida plena de amargura.

            820 – A fraqueza física da mulher não a coloca naturalmente sob a dependência do homem?

            Deus deu a uns a força para proteger o fraco, e não para se servir dele.

            Kardec: “Deus conformou a organização de cada ser às funções que deve cumprir. Se deu a mulher uma força física menor, dotou-a ao mesmo tempo, de maior sensibilidade, relacionada com a delicadeza das funções maternais e a fraqueza dos seres confiados aos seus cuidados.”

            821 – As funções para as quais a mulher está destinada pela Natureza tem uma importância tão grande quanto as do homem?

            Sim, e maiores; é ela quem lhe dá as primeiras noções da vida.

            822 – Os homens, sendo iguais diante da lei de Deus, devem sê-lo, igualmente, diante da lei dos homens?

            É o primeiro princípio de justiça: Não façais aos outros o que não quereríeis que se vos fizessem.

            - Segundo isso, uma legislação, para ser perfeitamente justa, deve consagrar a igualdade dos direitos entre o homem e a mulher?

            - De direitos, sim; de funções, não. É preciso que cada um esteja colocado no seu lugar. Que o homem se ocupe do exterior e a mulher do interior, cada um segundo a sua aptidão. A lei humana, para ser equitativa, deve consagrar a igualdade dos direitos entre o homem e a mulher, pois todo privilégio concedido a um, ou a outro, é contrário a justiça. A emancipação da mulher segue o progresso da civilização, sua subjugação caminha com a barbárie. Os sexos, aliás, não existem senão pela organização física, visto que os espíritos podem tomar um e outro, não havendo diferença entre eles, sob esse aspecto, e, por conseguinte, devem gozar dos mesmos direitos.

            Eis o texto. Basta agora ajustar o meu pensamento aos ensinamentos dos espíritos.

            817 – Meu pensamento está ajustado a essa questão, considero o homem com os mesmos direitos devidos a mulher, e que ambos estão dentro do processo evolutivo, assim como todos os seres da Natureza. O que devemos observar são as diferenças postas pelo Criador e que serão abordadas mais adiante.

            818 – Entendo também que a inferioridade moral existente dentro de quase todas as culturas humanas, é um reflexo da nossa inferioridade espiritual, de quem cede aos desejos do corpo usando a força para subjugar os mais fracos, principalmente as mulheres que foram formadas fisicamente mais frágeis para melhor cumprir as tarefas de suas missões básicas determinadas pelo Criador.

            819 – O objetivo de deixar a mulher mais fraca fisicamente que o homem foi determinado pelo Criador quando desenhou toda a engenharia da Natureza, inclusive o livre arbítrio do homem. Agora, o homem de posse de maior força física, de inteligência e de livre arbítrio, pode por ignorância usar essas circunstâncias em benefício exclusivo dos seus desejos individuais, acarretando prejuízos no outro, principalmente a mulher, parceira natural dos seus relacionamentos.  

            820 – Não é que por ser fisicamente mais frágil a mulher se torna automaticamente dependente do homem. Cada um tem a sua missão a cumprir dentro da Natureza. Mesmo que eu tenha a condição física de subjugá-la, jamais deverei fazer isso, pois irá frontalmente contra a lei da Natureza. Com certeza irei pagar esse débito em novas oportunidades segundo a lei do Carma. Esse ciclo vicioso que pode se formar, somente é eliminado com o perdão que está orientado dentro da lei do Amor. Portanto, compreendo ser a mulher um ser formado pelo Criador assim como eu e que por suas características necessita de proteção, tanto contra minhas próprias tendências internas quanto os instintos animais ao seu redor. Esse abuso inominável da mulher pelo homem está bem claro na ação do estupro e que é vergonhosamente tolerado em algumas culturas, como na Índia, por exemplo.

            821 – Deus jamais iria fazer algo que não tivesse importância dentro da Natureza. Tudo que observamos ao nosso redor tem um papel e uma designação, mesmo que não possamos alcançar em sua totalidade. A mulher tem um papel da maior importância, a de gerar e alimentar a vida biológica dos novos corpos e dar as primeiras lições de comportamento neste mundo, lições cheias de afeto e amor.

            822 – Devemos todos sermos iguais perante as leis, assim como somos iguais perante a Deus, desde o momento que Ele nos criou. A diferenciação que iremos desenvolver ao longo do tempo é que nos faz distinguir uns dos outros. Então devemos ter uma distinção de acordo com as condições herdadas ou adquiridas, mas sempre com a aplicação da justiça frente as funções que cada um decide implementar no seu projeto de vida, de acordo com o seu livre arbítrio.  

            Portanto, o Pai me mostrou esse texto como forma de fazer a comparação com os espíritos mais esclarecidos na Sua lei e confesso que me considerei enquadrado dentro dos princípios que eles estabeleceram. Assim fico ainda mais confortável em continuar com minhas considerações e elucubrações.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 24/12/2013 às 09h40
 
23/12/2013 01h01
TRANSMUTAÇÃO DE CARNE PARA CARNE

         Chegamos ao ponto crucial do relacionamento homem-mulher do ponto de vista ético, cumprindo a Lei do Amor: a transmutação da carne da mulher para a carne do homem, de forma integral, honesta e voluntária. Para isso acontecer, o homem deve ter o máximo de honestidade em dizer com transparência tudo que se passa no seu mundo íntimo, do que ele sabe sobre a Lei da Natureza, a Lei de Divina, e como entende que Deus quer fazer ele agir para se aperfeiçoar e aperfeiçoar também a sociedade. Mostrar com clareza toda essa engenharia motivacional que foi criada no epicentro dos nossos instintos e suas diferenças de gênero. Mostrar com honestidade que ele enquanto homem e cabeça do casal tem a responsabilidade de elaborar o projeto a ser seguido, segundo a vontade do Senhor reconhecida pela consciência, e que a mulher, parceira e candidata a ser carne feminina dessa carne masculina deve respeitar e procurar cumpri-la como se esse projeto fosse originalmente seu. Ela tem consciência nesse momento de seu alto nível de abnegação, pois os seus projetos originais quanto aos impositivos carnais, são colocados ao serviço do projeto do homem do qual deseja ser companheira.

            Para cada ser humano Deus designa uma determinada responsabilidade, portanto cada homem ou mulher tem um projeto divino a ser realizado e que está escrito dentro da consciência. O importante é que o projeto de um não se sobreponha ao projeto do outro e que acarrete prejuízos para a sua evolução, principalmente a evolução espiritual que é o objetivo máximo da vida.

            No meu caso, descobri que o projeto de vida que Deus colocou na minha consciência, foi a de aplicar o Amor Incondicional em todos os relacionamentos, principalmente os relacionamentos afetivos e considerando sem preconceitos todo o potencial romântico e sexual. Dessa maneira a formação da família que hoje é baseada no casamento e no amor romântico, com o exercício da exclusividade, passará a ser baseada no Amor Incondicional com o exercício da inclusividade. Esse aspecto cria a possibilidade do seu companheiro desenvolver afeto por outra pessoa, da mesma forma que desenvolveu por si, e com essa pessoa criar um novo relacionamento sem rompimento com o anterior. Esse é o ponto crucial que a companheira original irá passar, pois esse comportamento está no sentido contrário do que ela foi formada para se comportar e atingir o seu sucesso reprodutivo. Agora o seu parceiro irá ter a atenção dividida com outra pessoa. Se a Lei da Natureza envolvesse somente os aspectos biológicos, então essa abnegação jamais seria coerente e ética, pois prejudicaria os seus interesses primários. Acontece que temos de considerar a vida espiritual como pertencente a Lei da Natureza e que tem um status maior do que a vida material. Essa vontade de Deus que reconhecemos dentro da consciência, representa em primeiro plano a evolução do mundo espiritual e que dentro dele não existe a problemática do gênero, pois o espírito é um ser assexuado, que não é masculino nem feminino. Porém o espírito é um ser criado por Deus na forma da ignorância para que ele adquirisse com seu próprios esforços a sabedoria necessária para se aproximar dEle. Tem que passar pela experiência de homem e mulher para saber gerenciar na base do Amor Incondicional os interesses instintivos do macho e da fêmea. Então, essa abnegação que é observada hoje no espírito que está vivenciando e administrando um corpo feminino, amanhã poderá está com papéis trocados e o mesmo espírito ao qual ela se consorciou num projeto de vida em comum, como carne da mesma carne, agora ela é quem pode estar gerenciamento projeto semelhante e o seu antigo parceiro será quem irá demonstrar o mesmo grau de abnegação. O que importa é que esse tipo de comportamento forme a base de uma família mais harmonizada dentro de si e com a comunidade, com a sociedade e com o planeta, com o cosmo.

            Com essa compreensão a mulher pode ter os argumentos necessários para decidir por essa abnegação e fazer a transmutação de sua carne feminina para a carne masculina do homem, se entende ser essa a vontade de Deus para si e que o provável companheiro é honesto frente à vontade de Deus, e não aos seus caprichos mundanos. Feita a transmutação ela agora passa a ser realmente carne da carne do seu companheiro, onde ele estiver, com quem estiver, trocando ou não afetos, até a intimidade da sexualidade, até a formação de novos vínculos, tudo para ela passa a ser motivo de júbilo e alegria na proporção exata do que isso causa em seu companheiro.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 23/12/2013 às 01h01
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