Os profetas eram escolhidos por Deus para transmitir o Seu pensamento e desejos ao povo escolhido por Ele, assim entendemos quando lemos a Bíblia. Depois de Jesus Cristo, para quem as profecias apontavam como o Filho de Deus, que representava o próprio Deus na Terra, e que veio nos ensinar sobre o Amor, parece que não foi mais necessário a escolha de novos profetas. A lição fora dada, o Evangelho foi escrito e difundido pelo mundo todo.
Apesar disso, o mundo continua majoritariamente egoísta, muitos morrem de fome, guerras ou pestes. O desequilíbrio financeiro, educacional e moral é marcante em todos os rincões do planeta. O que fazer para evitar isso e construir o Reino de Deus como Jesus ensinou que poderíamos fazer? Se o comportamento político deveria cuidar dessa tarefa, já que todos os políticos em sua grande maioria se consideram como cristãos? Mas, se eles próprios, em posse do poder, são quem mais contribuem para a geração e manutenção dessa desigualdade?
Reconheço que é a política realmente quem deve ser a responsável para fazer a transformação da sociedade egoísta para a sociedade fraterna do Reino de Deus. Mas temos que tirar o foco do poder temporal para o poder transcendental; tirar o foco dos cargos políticos que se alcança para alimentar o egoísmo humano em suas diversas faces, para o foco de Deus, aquele que deseja que vivamos com justiça e fraternidade.
Para facilitar o entendimento e saber para quem iremos prestar conta de nossos atos políticos dentro de um governo de Deus, devemos reconhecer Jesus como o nosso governador planetário e para o qual prestaremos contas, pois esse governador representa Deus. Não é preciso se fazer uma eleição para se adquirir um cargo nesse governo de Deus. Basta colocar em prática o Evangelho, em qualquer local em que estejamos, em qualquer situação em que estejamos inseridos, em qualquer profissão que estejamos capacitados.
Neste atual estágio de nossas vidas, não é mais necessário o surgimento de profetas para falar sobre a vontade de Deus, Jesus já resumiu tudo que necessitava ser dito. Agora nós podemos simplesmente assumir um cargo nesse sistema político, por mais simples que seja, colocando em prática o Evangelho. Não precisa dizer a ninguém que obteve esse cargo, quem está disposto a fazer esse trabalho deve simplesmente fazer. Não iremos prestar contas a ninguém dessa tarefa, somente ao próprio Deus com a representação de Jesus. E a Deus ninguém consegue enganar, Ele sonda os nossos corações e ver qual a intenção que existe dentro deles.
Eu vejo ao meu lado um mar de perversidades, de maldades, de ignorantes das leis divinas e portanto fora da política de Deus. Existem miseráveis nos dois polos da vida, aqueles indigentes que sobrevivem como animais, movidos pelos impulsos dos instintos de sobrevivência, que se arrastam como pedintes ou se escondem como marginais; no outro polo estão os detentores de grandes fortunas, conseguidas com atos de corrupção ou lucros exagerados sobre o trabalho escravo ou injusto de pessoas tratadas como animais de carga.
Resolvi me engajar na política divina por sentir o apelo dos irmãos que sofrem e morrem sem a solidariedade cristã. Parece-me que isto é o que Deus deseja que aconteça, que pessoas fiquem sensibilizadas pelos efeitos do mal sobre os Seus filhos e quer que os corações mais sensibilizados assumam os diversos cargos políticos para colocar na prática a Sua vontade. Sei que o meu cargo ainda é pequeno, apesar de Deus ter me proporcionado um lugar de destaque na sociedade. Meu cargo é pequeno porque eu tenho a intenção, mas falta ainda uma forte determinação para vencer a inércia provocada pela preguiça. Posso me considerar, ainda com muita arrogância, uma espécie de líder comunitário dentro da política de Deus. Tenho feito alguns trabalhos na comunidade, tento construir uma família ampliada com foco no amor incondicional, e tento ser solidário nas minhas tarefas profissionais. Mas reconheço que ainda sou falho em todas as áreas, que poderia fazer muito mais, mas meus próprios vícios e defeitos me impedem. O que me deixa mais aliviado é que vejo que as minhas intenções são boas e sintonizadas com a vontade do Pai, pois assim é que minha consciência reconhece.
Fico satisfeito com o meu pequeno cargo na política divina, e procurarei vencer meus defeitos para escalar cargos mais altos nessa hierarquia, e para isso oro para o Pai me ajudar a ser um bom político ao lado do Mestre.
Em 28-01-16, as 19h, na Escola Estadual Olda Marinho, foi realizada mais uma reunião da AMA-PM e Projeto Foco de Luz, com a presença das seguintes pessoas: 01. Paulo, 02. Edinólia, 03. Radha, 04. Juliano, 05. Costa, 06. Luci, 07. Medeiros, 08. Vancleiton, 09. Welphiton, 10. Francisco, 11. Washington, 12. Nivaldo, 13. Antônio Sergio, 14. Richardson, 15. Joseane, 16. João Maria, 17. Ana Paula, 18. Balaio, 19. Maria Vilma, 20. Djailson, 21. Gustavo, 22. Djailton 23. Marize, 24. Analice, 25. Augusto, e 26. Ingrid. Foi lido o preâmbulo espiritual com o título “Bases” a partir de uma citação de João em 13:8. Em seguida foi lida a ata da reunião anterior que foi aprovada por todos com uma alteração no nome da filha de Joseane, onde se lê: Andrieli Micaeli Felipe Medeiros, leia-se Andrieli Micaeli Oliveira da Silva. Paulo entrega o telefone do proprietário da casa onde funcionou o antigo Conselho Comunitário para ser feito o contato e possível negociação. Medeiros informa que está pronto para iniciar as atividades da Academia Pré-Militar no próximo sábado e domingo. Paulo ficou de fazer o ofício informando a direção da Escola com cópia para a Secretaria de Educação, informando o uso da dependência da escola todos os sábados e domingos com uso das salas para cursos de educação militar e de musica com instrumentos de sopro. Será feito comunicado à comunidade sobre essa atividade e de cadastrar novos interessados de ambos os sexos com a idade de 8 a 18 anos. A AMA-PM promoverá nova reunião com a Escola e com a Secretaria de Educação, para melhor viabilizar o uso das dependências da Escola no corrente ano. Richardson apresenta uma planilha de custos para um campeonato de Jiu-jitsu no qual já é campeão brasileiro desde 2013 e solicita apoio da AMA-PM. Foi autorizado pela diretoria e todos os presentes o pagamento da hospedagem no valos de 50,00 reais. Ana Paula informa que não houve filme na praça pois foi retirado o telão para ajustes, mas que a atividade retornará depois do carnaval. Djailson Bezerra e Djanilson Alves de Lima apresentaram os troféus que ganharam como o 1º e 4º lugar respectivamente, no campeonato de Surf de Genipabu, com o apoio da AMA-PM. Augusto e Ingrid informam que amanhã, dia 29-01, as 13h, estará um ônibus patrocinado por uma ação entre amigos, à disposição dos interessados em assistir o filme “Os dez mandamentos” no Cinemark do Midway, que iniciará as 14h30min. Cada pessoa contribuirá com o valor de 5,00 reais para pagamento do ônibus. O ingresso do filme é cortesia, e quem for direto para o Midway, pode pegar o ingresso na portaria até as 14h. As 20h30min a reunião foi encerrada e Medeiros conduziu a oração do Pai Nosso, e Nivaldo pediu preces para Ivanaldo que se encontra hospitalizado. Todos posamos para a foto oficial e degustamos o lanche o bolo dos aniversariantes do mês, que por falha não foram citados durante a reunião.
Ao ler o livro da médica Rachel Naomi Remen, “Histórias que curam”, deparei-me com uma história que já havia imaginado colocar em prática algum dia. Referia um paciente que sofria de câncer e que foi encaminhado ao seu consultório para participar do programa de Treinamento de Visualização Ativa para esse tipo de paciente. A indicação, conforme ela explicou ao paciente, era fazer meditação diária com as imagens mentais com o objetivo de reverter suas tendências autodestrutivas e encorajá-lo a lutar pela vida.
O paciente era controlador de tráfego em um grande aeroporto. Era homem reservado e calado, que poderia ser julgado tímido até que se notasse a firmeza do seu olhar. Ele contou embaraçado que era o único nas aulas de treinamento de visualização que não conseguia acompanhar o programa. Ele não entendia por quê. Apesar disso ele não apresentava sinal algum de autodestruição. Ele gostava do trabalho, sua família e queria muito criar o seu filhinho.
Quando foi pedido para ele contar a respeito do treinamento, ele desdobrou um papel com o desenho de um tubarão. A boca do animal era enorme, aberta e repleta de dentes afiados e pontudos. Por 15 minutos, três vezes ao dia, ele tinha de imaginar milhares de tubarões minúsculos caçando dentro do seu corpo, atacando e destruindo selvagemente toda célula cancerosa que encontrassem. Era um tipo bem tradicional do sistema imunológico, recomendado por muitos livros de autoajuda e usado por inúmeras pessoas. Ela indagou o que parecia impedi-lo de fazer a meditação. Com um suspiro ele respondeu que achava maçante.
O treinamento não dera certo com ele desde o início. No primeiro dia, foi pedido a classe que encontrasse uma imagem para o sistema imunológico. Na discussão subsequente, ele descobriu que não encontrara o tipo “certo” de imagem. Toda a classe e o psicólogo/líder trabalharam com ele até que lhe veio à ideia daquele tubarão.
A médica olhou para o desenho em seu colo e o contraste entre a imagem e aquele homem reservado era marcante. Curiosa, ela perguntou qual tinha sido a sua primeira imagem. Desviando o olhar, ele murmurou: “não era feroz o bastante”. Era a do peixe dojô (parecido com o peixe cascudo entre nós, brasileiros).
Rachel ficou intrigada. Ela nada sabia sobre o dojô, nunca vira um, e ninguém antes lhe falara dele nesse papel de curador. Com entusiasmo crescente o paciente descreveu o que os dojôs fazem no aquário. Ao contrário dos peixes mais agressivos e competitivos, eles se alimentam no fundo, peneirando a areia com as guelras, constantemente avaliando, separando o que presta do que não presta, comendo o que já não sustenta a vida no aquário. Nunca dormem. São capazes de tomar decisões rápidas e precisas. Como controlador de tráfego aéreo o paciente admirava essa capacidade.
A doutora pediu que o paciente descrevesse em poucas palavras o dojô. Ele usou as palavras como “perspicaz, vigilante, impecável, minucioso, inabalável e confiável”. Foi informado mais uma vez ao paciente sobre o sistema imunológico. Ele ainda não sabia que o DNA de cada um dos nossos trilhões de células possui uma assinatura individual, uma espécie de logotipo pessoal. Nossas células do sistema imune são capazes de reconhecer o logotipo do nosso DNA e destroem toda célula que não o possua. Esse sistema é o defensor de nossa identidade celular, patrulhando constantemente as fronteiras do Eu/não-Eu, discernindo o que é Eu, e o que não é, sem nunca dormir. As células cancerosas perderam seu logotipo de DNA. O sistema imune saudável as ataca e destrói. Na verdade, a mente consciente do paciente fornecera-lhe uma imagem particularmente precisa para o sistema imune.
Dra. Rachel ainda disse que quando era estudante de medicina, participara de um estudo no qual um micro enxerto, um minúsculo grupo de células epiteliais, fora retirado de uma pessoa e enxertado na pele de outra. Em 72 horas o sistema imune da segunda pessoa, procurando entre os trilhões de células possuidoras da assinatura de seu próprio DNA, encontrava aquele minúsculo grupo de células com o DNA errado e as destruía. Foram feitos numerosos truques para esconder e disfarçar o micro enxerto, mas por mais que fosse tentado não se conseguia “passar a perna” no sistema imune. Infalivelmente ele encontrava aquelas células e as destruía.
O paciente lembrou que o professor e a classe haviam conversado sobre a importância de um “espírito de luta” agressivo e da “motivação assassina” de uma imagem mental eficaz para combater o câncer. Nesse momento o paciente corou e explicou que no lugar onde crescera, os dojôs ficavam grandes e em certas épocas do ano “andavam” pelas ruas. Quando ele era criança, isso lhe parecera uma espécie de milagre, e ele nunca se cansava de observá-los. Tivera vários dojôs como animais de estimação. Depois de indagado sobre isso ele respondeu o que era um animal de estimação: aquele que gosta de você incondicionalmente.
Depois disso foi pedido para ele sintetizar sua imagem, fechar os olhos e descrever milhões de dojôs que nunca dormem, movendo-se por todo seu corpo, vigilantes, incansáveis, dedicados e seletivos, examinando pacientemente cada célula, deixando todas as que estavam saudáveis, comendo as cancerosas, motivados pelo amor e pela devoção incondicionais de um bicho de estimação. Era importante para eles se o paciente viveria ou morreria. O paciente era único e especial para eles tanto quanto para seu cachorro.
Essa imagem comovia-o profundamente, e não era difícil lembrar-se dela. Nem maçante. Por um ano ele fez essa meditação diariamente. Anos mais tarde, depois de plenamente recuperado, o paciente ainda continua com essa prática algumas vezes por semana. Diz que ela o lembra de que, no nível mais profundo, seu corpo está do seu lado.
Enfim, a Dra. Raquel conclui dizendo que as pessoas podem aprender a estudar sua força vital da mesma maneira que um jardineiro perito estuda uma roseira. Nenhum jardineiro jamais fez uma rosa. Quando suas necessidades são atendidas, a roseira produz rosas. Os jardineiros colaboram e dão condições que favorecem esse resultado. Como sabe qualquer pessoa que já tenha podado uma roseira, a vida flui de cada roseira de modo ligeiramente diferente.
Esta história da Dra. Raquel lembrou muito depois que fiz um curso de hipnose e também raciocinava que eu poderia ajudar aos pacientes com dificuldades semelhantes, sugerindo essas imagens defensivas para o corpo. Infelizmente nunca tive oportunidade de aplicar na prática. Agora vejo que adquiri mais informações e que estarei mais apto a fazer um trabalho parecido para ajudar os pacientes que me procurarem com tais problemas.
“O livro de Urântia” trouxe-me um conceito que ainda não tinha conhecimento: ajustadores. São seres altamente espiritualizados enviados pelo Pai para residir em nossas mentes. Sendo o Amor de Deus universal, todas as suas criaturas devem estar harmonizadas na Natureza que compõe o próprio corpo de Deus. Porém como o homem foi dotado de Livre arbítrio e criado de forma ignorante, com o objetivo de aprender com sua própria experiência, e certamente com muitos erros, ele sempre está entrando em desvios dos caminhos do Senhor e necessitando de correção.
A minha inteligência não alcança a razão do Pai ter agido assim, deixando um ser recém-criado dentro da ignorância, passível a cometer erros a todo instante. Ele poderia ter criado um ser com toda a inteligência e sabedoria possível. Alguma coisa bem mais importante Deus quis fazer agindo dessa forma. O que seria? Se ele tivesse criado os seres sencientes e racionais, já prontos, não seria uma espécie de robô do Criador? Parece que nós servimos para o Criador como uma espécie de jogo. Ele dá a partida em diversos seres racionais, a partir de um determinado ponto evolutivo. Então Ele passa a seguir com todo o interesse o caminhar trôpego desses seres, inclusive no momento importante que eles reconhecem uma paternidade divina e procuram fazer a vontade do Senhor.
Mas acontece que essa vontade de seguir o que deseja o Criador, pois Ele colocou dentro de nós um monstro poderoso, obra prima da Sua criação, assim como Ele relatou a Jó. Ele sabe que a Sua criaturinha é muito frágil, que necessita de educação para poder vislumbrar os caminhos corretos.
Para compensar esse desequilíbrio que existe a favor do Behemot, o Pai tenta salvar o homem dos resultados desastrosos de suas tolas transgressões às leis divinas. Então Ele coloca os Ajustadores residindo também dentro de nós. O desvio que o Behemot causar, poderá ser corrigido pela influência dos Ajustadores. Dessa forma continuaremos nossa marcha evolutiva em direção ao Pai. O jogo enfim, termina para nós quando entramos no seio do Pai. Para o Pai o jogo continua, pois Ele está sempre a criar dentro de uma expansão infinita do Universo.
Surge então outra pergunta... quando chegamos na intimidade de Deus, permanecendo com o nosso nível altíssimo de consciência, nós seremos então uma partícula do corpo energético de Deus? Poderei ser um Ajustador no auxílio a tantos outros seres que se formaram à medida que eu evoluía?
Vou parar por aqui, pois sei que estou dando muito trabalho ao meu Ajustador de pensamentos ao querer entender a intimidade da sabedoria do Pai.
No ano em que nasci, 1952, o filósofo argelino Albert Camus publicou um texto, “Regresso a Tipasa” que me trouxe parecidas reflexões, mas diferentes conclusões.
Ele entende que se nos foi dada, embora numa só vez, a oportunidade de amar intensamente, passamos o resto da vida à procura de uma renovação desse mesmo ardor e dessa mesma luz.
Eu entendo que o nosso coração é uma máquina de bombear sangue bem conhecida e esclarecida, mas também uma fonte de jorrar amor, pouco conhecida e esclarecida. O amor que fomos criados com a função de jorrar em direção ao outro, não deve exigir a reciprocidade que a bomba mecânica exige; o sangue que sai pelas artérias deve ser compensado pelo sangue que entra pelas veias. É uma bomba condicional, só bombeia o sangue arterial, se entrar o sangue venoso.
O coração como fonte de jorrar amor tem a sua matéria prima não no amor do outro que vamos amar, mas do éter que nos rodeia como o hálito do Criador. Por um mecanismo ainda desconhecido, algumas pessoas disparam dentro do coração-fonte de outra pessoa, uma espécie de imprinting, que a faz se apaixonar perdidamente por ela. Vim descobrir esse mecanismo por experiência própria, não encontrei essa informação em nenhum livro didático até hoje. Vejo apenas a citação desse efeito de forma romanceada, mas passando por longe do seu significado natural e espiritual.
Logo descobri, com meu olhar curioso sobre mim mesmo, que aquela paixão inicial que energizava meu coração-fonte, logo ia perdendo intensidade ao longo tempo e de certa forma armava um novo gatilho para ser acionado quando surgisse outra pessoa que possuísse os critérios (?) necessários para um novo disparo. Percebi que eu poderia me contrapor a isso, mas perderia uma função considerável da vida, que entraria numa espécie de compartimentalização afetiva dentro da pluralidade da Natureza. Tentei ensinar isso que estava aprendendo e surfar de forma justa com minhas companheiras essas ondas fortes de paixão que periodicamente surgiam. Compreendi que elas eram formadas a partir do oceano de amor etérico, captadas pelo coração-fonte, disparadas por mecanismos neuroquímico-fisiológicos desconhecidos e desenvolviam uma energia tão poderosa que podiam dominar o psiquismo e até transformar o bem transcendente que ela carregava no mal egoísta que os instintos exigiam.
Então, não estou como Camus estava, a procurar um amor que foi vivido intensamente no passado. Sei que estou mergulhado no mar etérico do amor e que marolas de desejos ou ondas de paixão podem se formar regularmente ao longo da vida. Percebo agora que as ondas fortes da paixão não estão se formando como antes, com mais frequência. Vejo que aquela onda de paixão mais forte na minha vida, provavelmente não mais se repetirá com outra pessoa. Para isso seria necessário o combustível dos hormônios que agora começam a rarear. Não vou passar o resto da vida à procura de uma renovação desse mesmo ardor, dessa mesma energia. Estou sintonizado com as limitações que o tempo que conquistei me trouxe. Basta saber que no pretérito participei de tantas explosões de luz, de amor, e que uma delas foi a mais fulgurosa e resplandecente... que iluminou o céu da minha existência por mais tempo e que até hoje a sua memória traz o brilho fugaz do que eu não mais irei obter.
Por isso eu me sinto mais confortável do que Camus, estou adaptado às minhas atuais condições naturais e afetivas, e satisfeito com minhas memórias, que enquanto a biologia permitir servem de aperitivo para tudo o que a vida ainda pode me oferecer.