Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
22/12/2013 01h01
O SENTIDO DA CARNE DA MINHA CARNE

            Este é o ponto central do dilema ético do relacionamento homem-mulher que se estende desde o início da cultura humana civilizada, e que a Bíblia deu uma grande contribuição formando essa alegoria que é cheia de sabedoria. Fazer a mulher carne da carne do homem, é transformar os seus desejos e aspirações os mesmos do homem. Essa é uma missão quase impossível, pois a mulher possui instintos e desejos próprios que visam a sua sobrevivência e que se chocam com os instintos e desejos do homem, que vai em outra direção. Existe apenas um pequeno momento onde os instintos e desejos de ambos coincidem, o momento do amor romântico, da paixão correspondida. Esse momento mágico é o que permite a racionalização da eternidade do sentimento e que justifica o compromisso e juramento de convivência harmoniosa até o fim da vida. Nesse momento o homem não tem no campo da consciência o interesse por outras pessoas, o amor romântico impede que se veja os defeitos um do outro.

            É importante que saibamos toda essa dinâmica dos sentimentos que fluem em nossa consciência ao sabor dos hormônios que obedecem ao ritmo biológico impresso pelos genes e que busca o melhor sucesso reprodutivo: os homens procuram jogar os seus gametas (espermatozóides) ao redor, com a maior amplitude possível, quanto mais mulheres puder fertilizar, melhor, e ele lutará pela inclusividade dos relacionamentos que deseja múltiplos; as mulheres procuram escolher os gametas mais competentes, quanto maior influencia financeira, de poder e de coerência tiver o homem, seu possuidor, melhor, e ela lutará pela exclusividade desse relacionamento que deseja único. Esta é a Lei da Natureza, a Lei de Deus. Não podemos anulá-la, reformulá-la ou aboli-la. O máximo que podemos fazer é contê-la no limite das nossas forças, volitivas, legais e morais. Obedecê-la com coerência e ética é o que Deus espera de nós.

            O casamento foi elaborado intuitivamente para conter a força desses instintos, principalmente o instinto masculino, pois nele se encontra o apelo pela inclusividade, pela fertilização do máximo de fêmeas possível e do uso da força. É daí que pode surgir o abuso da força, do desejo, da consumação dos atos nocivos contra outras pessoas, contra as mulheres e consequentemente com seus filhos.

            Se não houver esse conhecimento da parte de ambos, homem e mulher, o processo de transmutação da carne da mulher para a carne do homem fica viciado, pois ela está entendo o processo apenas num determinado instante, o instante do amor romântico, da paixão. O instante em que ela percebe que todo o interesse do homem é apenas voltado para ela, que não existe outra mulher no seu raio de interesse. Então ela pode facilmente aderir a esse projeto, pois atende muito bem ao que ela também deseja, as exigências de sua programação existencial para a perpetuação da vida biológica.

            Para que haja a transmutação da carne da mulher para a carne do homem de forma definitiva, é necessário que ela conheça esse projeto biológico do homem e esteja disposta a suportar as conseqüências de sua expressão comportamental. Nesse ponto devem ser considerados os limites éticos dos relacionados, principalmente aqueles ensinados pelo Cristo e que são encontrados nos Evangelhos. Se assim não for considerado então o relacionamento se torna bárbaro, hipócrita. Não há transmutação de uma carne para outra, e sim o abuso, a exploração de uma carne por outra. Geralmente a exploração e abuso da carne da mulher pela carne do homem.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 22/12/2013 às 01h01
 
21/12/2013 01h01
O DILEMA ÉTICO

            Mais uma vez Deus se faz presente em meus pensamentos. Logo quando eu vou entrar para a discussão do dilema ético com relação a esposa e os filhos na dissolução do casamento, faço na leitura diária da Bíblia Sagrada um texto de Eclesiástico (7:20-30), “Bondade e Atenção” que escrita por um dos inspirados por Deus, agora serve de base para as minhas reflexões atuais.

            20. Não Pratiques o mal contra um amigo que demora em te pagar, não desprezes por causa do ouro um irmão bem amado.

            21. Não te afastes da mulher sensata e virtuosa que te foi concedida no temor ao Senhor, pois a graça de sua modéstia vale mais do que o ouro.

            22. Não maltrates um escravo que trabalha pontualmente, nem o operário que te é devotado.

            23. Que o escravo sensato te seja tão caro quanto a tua própria vida! Não o prives da liberdade, nem o abandones na indigência.

            24. Tens rebanho? Cuidas deles; se te forem úteis, guarda-os em tua casa.

            25. Tens filhos? Educa-os, e curva-os à obediência desde a infância.

            26. Tens filhas? Vela pela integridade de seus corpos, não lhes mostres um rosto por demais jovial.

            27. Casa tua filha e terás feito um grande negócio; dá-a a um homem sensato.

            28. Se tiveres mulher conforme teu coração, não a repudies, e não confies na que é odiosa.

            29. Honra teu pai de todo o coração, não esqueças os gemidos de tua mãe;

            30. Lembra-te de que sem eles não terias nascido, e faze por eles o que fizeram por ti.

            Agradeço a Deus por ter colocado em minhas mãos no momento preciso de minhas elucubrações que faço até mesmo em seu nome, um texto tão pertinente com aquilo que quero abordar. Afinal, a Bondade e Atenção com aqueles que convivem comigo dentro da estrutura de um casamento, que forma uma família, são os dois grandes itens que sustentam a ética do relacionamento. E se é cogitado a dissolução desse casamento, são eles os primeiros a ser examinados. Então farei um “pente fino” em cada item do texto.

            20. Vou considerar aqui o “ouro” como o “desejo sexual”, afinal muito dos esforços que fazemos enquanto humanidade para adquirir o ouro, é para ter mais acesso ao sexo. A minha amiga, esposa, pelo desgaste do tempo, demora em me pagar, de dar o prazer sexual que antes era de imediato. Não deverei desprezar por causa do sexo instintivo, desejado com outras pessoas, a minha irmã, minha esposa bem amada.

            21. Aqui o texto é direto! Não há margem para outra interpretação. Não posso me afastar da mulher sensata e virtuosa com a qual prestei juramento no casamento; não posso lhe desprezar por causa sexo prazeroso, fácil e rápido com outra pessoa.

            22. O termo escravo não tem mais espaço para considerações no nosso estágio atual de compreensão dentro da comunidade dos filhos de Deus, daqueles que procuram fazer Sua vontade. Devo considerar apenas o operário, o funcionário, o trabalhador, que faz o seu trabalho pontualmente no limite de suas competências e que pode nos ser devotado, caso estejamos numa posição hierárquica superior. Dentro da comunidade dos filhos conscientes de Deus, todos somos trabalhadores de Sua vontade, todos temos uma missão a cumprir, e a regra de ouro é amar uns aos outros. A minha esposa e filhos tem um papel dentro dessa seara do Senhor, assim como eu em relação a eles. Eles me devem obediência enquanto cabeça do casal e pai de família. Eu devo a eles o trato de bondade e atenção para com suas diversas necessidades que estão na dependência das minhas ações.

            23. Continuarei a interpretar aqui “escravo” como “trabalhador na seara do Senhor”. Então todos nós somos trabalhadores de Deus cumprindo diversas funções de acordo com Sua vontade. Ninguém pode ser maltratado por causa disso. Principalmente o operário, o membro da família, e que por causa dessa ligação afetiva de natureza biológica, no caso da consangüinidade, me são devotados. Que esse membro da família sensato me seja tão caro quanto a minha própria vida, pois a minha vida está sendo construída com a freqüente participação deles. Jamais os privarei da liberdade, a mesma que eu desejo para mim; jamais os abandonarei na indigência, no ocaso do esquecimento, no perjúrio de minhas promessas.

            24. Interpreto o “rebanho” como meus “bens materiais”. Devo cuidar deles, tem utilidade para mim, meus parentes, amigos... o próximo.

            25. Tenho filhos, procurei educá-los com o potencial financeiro advindo do meu trabalho, com o exemplo da coerência, justiça e afeto do meu comportamento, desde a infância.

            26. Tenho filhas e nunca fiz distinção da educação delas com a educação dos filhos. O autor do texto quer chamar a atenção para a integridade do seu corpo, pois a mulher tem a responsabilidade de ser o receptáculo e geratriz de novas vidas que se desenvolvem dentro do seu corpo. Se a integridade do seu corpo é violada, dependente ou independente de sua vontade, um grande prejuízo irá cair sobre ela, diferente do que acontece com o corpo masculino que não assume essa responsabilidade. Por outro lado não devo enquanto pai, apresentar um aspecto por demais jovial, que me afaste da condição de pai e me aproxime da condição de parceiro sexual, pois isso pode levar às forças instintivas se manifestarem com violência e também levar a prejuízos irreparáveis. 

            27. Devo contribuir para que minha filha consiga um parceiro sensato para construírem a vida enquanto companheiros, que forme sua família com base na Lei de Amor, sem confrontar animosamente a lei dos homens.

            28. Este item é o ponto mais importante para resolver o dilema ético. Se tenho a mulher conforme o meu coração, não devo a repudiar. Isso quer dizer que devo abrir o meu coração com franqueza e transparência para aquilo que penso, sinto e desejo fazer. Mesmo que meu coração tenha mudado pelas forças das circunstâncias e agora um novo projeto ele quer realizar. A minha mulher deve saber disso, colocar sua opinião para ver se seus argumentos contrários conseguem demover os meus propósitos. Se os meus propósitos são tão consistentes que permanecem incólumes apesar de toda crítica sofrida, então a mulher deve saber que estou mudado e deve decidir se quer ou não continuar sendo a minha companheira com esse novo projeto. Se ela ajusta o seu pensamento às minhas transformações existenciais, ela continua “conforme o meu coração” e não mostra nenhuma justificativa de repúdio da minha parte, continua “carne da minha carne”. É o caso de mostrar para ela a perspectiva do sexo fora do casamento como a opção mais coerente com a Lei do Amor, conforme a minha consciência. Mostrar que não estou disposto a ser um eterno escravo das leis humanas que me deixam impedidos de entrar na Lei de Deus. Mostrar que não quero ser um bárbaro na vida íntima obedecendo aos instintos próprios da animalidade sem considerações com o próximo e apresentar para todos uma aparência que não possuo. Mostrar que quero seguir a Lei da Natureza obedecendo aos princípios éticos próprios da minha responsabilidade humana, incluindo todas as opções de afeto que o Pai me ofereça, inclusive o aprofundamento nas relações íntimas quando isso for conveniente e subordinada á Lei do Amor. Por outro lado, devo ter muito cuidado com a mulher odiosa, a mulher que se deixa levar por seus sentimentos mesquinhos de egoísmo, raiva, ódio, ressentimentos, pois essa não conseguirá desenvolver a empatia, de se colocar no meu lugar para tentar ver se é possível a mudança de seus pensamentos para se ajustar aos meus. Esse é o ponto de maior dificuldade na resolução do dilema ético. Essa abertura do coração e tentar uma conformidade com o coração de nossa(s) companheiras(s). Merece ser abordado com mais profundidade em outro dia.

            29. Não lembro a participação do meu pai junto a mim, educativa, financeira ou afetiva. Mesmo assim honro a sua memória, pois foi ele a ferramenta escolhida por Deus para me trazer a este mundo material, na ocupação deste corpo que sua genética me proporcionou, com todo vigor sexual que leva às paixões do amor romântico que ele tinha em demasia e que hoje me serve para eu a usar em favor do Amor Incondicional. Não esqueço os sofrimentos de minha mãe nos momentos cruciais da minha vida e da dela, no momento do parto que quase nos levava a morte prematura, no nosso afastamento físico quando ela me doou à minha avó devido suas dificuldades financeiras, no afastamento para outro estado distante levando apenas a saudade do filho que deixou prá trás.

            30. Jamais esqueço que os meus pais foram as ferramentas que Deus usou para me trazer ao mundo material, que ficaram responsáveis por minha sobrevivência, mesmo que para isso tivessem que sofrer a dor da separação, principalmente a minha mãe. Tenho até hoje essa convicção de fazer por meus pais o que eles fizeram por mim, principalmente em cuidar dos seus filhos, os meus irmãos, como se fossem eles que tivessem na minha pele.    

Publicado por Sióstio de Lapa
em 21/12/2013 às 01h01
 
20/12/2013 01h01
DISSOLUÇÃO DO CASAMENTO

            Cheguei ao ponto em que considerei a dissolução do casamento como a ação ética que devo proceder para consumar a aproximação afetiva com parceiros que a Natureza me oferece e em concordância com a Lei do Amor. Então surge outra questão de importância considerável. Quais as conseqüências dessa dissolução do casamento, principalmente para a esposa e para os prováveis filhos? O casamento não fora instituído para a sua defesa e preservação?  Como ficarão eles?

            Caso eu não consiga resolver essa questão, estarei impedido eticamente de dissolver o casamento. Se eu fico impedido eticamente de seguir a Lei de Deus, isso me parece incoerente, já que a Lei de Deus é a superior, que nenhuma outra lei pode sobrepor. Então, porque um ramo da Lei de Deus, a ética, está impedindo que eu siga a lei maior? Só tenho uma resposta: minha incompetência! Incompetência de inteligência e de sabedoria para desatar esse nó. Caso eu não conquiste essa competência, estarei fadado a viver o resto da minha vida dentro da lei do matrimônio, abafando diuturnamente a Lei da Natureza que se reproduz também dentro de mim. Cuidarei da mulher que escolhi para esposa e cuidarei também das almas que Deus me deu como filhos para educar, com todo amor que eu consiga expressar.

            Agora, a maioria das pessoas que estão dentro do casamento e sentem o apelo da Lei da Natureza, não tem a preocupação ética com o outro. Aprofundam o relacionamento afetivo, muitas vezes na base exclusiva das sensações, do prazer carnal, das paixões desvairadas. A outra pessoa é usada como um objeto sexual, que deve proporcionar prazer até o ponto em que surja outro interesse mais novo e frequentemente mais jovem. A esposa deve ficar de fora desse jogo de sensações, ela não pode se manifestar, mesmo que sinta na pele a dor do desprezo, do afastamento e muitas vezes da agressividade e violência. Dessa forma a maioria dos casamentos se sustenta ao longo dos anos. Muitos são dissolvidos e logo formados outros na mesma base. A traição do homem é tolerada e as vezes incentivada sutilmente pela cultura. A traição da mulher é condenada com rigor, não tem voz, não deve ter prazer, muito menos direito à felicidade. Este é o retrato de nossa sociedade.

            Na minha percepção nenhuma das duas soluções acima é a ideal. Na primeira eu irei ser um eterno prisioneiro de uma lei que eu mesmo assumi. Assumi sem pensar que no futuro eu iria ficar emparedado, não tive essa explicação prévia para poder decidir se queria ou não. Agora estou dentro da prisão e não tenho competência para me livrar dela. O que me resta é cumprir o papel de uma espécie de animália com o papel de reproduzir e tomar conta do ninho reprodutor onde existe a fêmea e os filhotes. Talvez um dos meus filhos quebre essa cadeia e consiga seguir a Lei do Amor sem ferir a ética.

            Na segunda opção, se eu a seguir, estarei me comportando como um bárbaro, apenas com o verniz civilizatório. Estarei usando da minha força, política ou financeira, para usar e abusar das mulheres do meu entorno. Serei guiado pelo instinto, não considerarei a Lei de Deus, não quero usar nenhuma bússola comportamental. Todo o meu esforço será no sentido de adquirir cada vez mais poder, mesmo que seja de forma ilícita, usurpando o direito do próximo, mesmo que sejam milhões de pessoas. Tudo para mim, para meus parentes, para meus amigos... o próximo é apenas um número nas estatísticas, o caminho pelo qual atingirei meus objetivos egoístas, uma massa de manobra e dentro dela os deliciosos objetos sexuais. Essa é a opção que eu mais abomino, se não tenho outro recurso, prefiro ser um eterno prisioneiro da primeira opção, um animal reprodutor, mas que obedece a Lei de Deus e os seus limites éticos.

            Não quero ser prisioneiro nem ser bárbaro. Quero seguir a Lei de Deus expressa na Natureza. Quero ter mais inteligência e alcançar mais sabedoria para resolver o dilema ético e aprofundar de forma coerente em todos os relacionamentos afetivos que o Pai me ofereça.

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em 20/12/2013 às 01h01
 
19/12/2013 01h17
SEXO FORA DO CASAMENTO

              Vamos imaginar que devemos obediência em primeiríssimo plano à Lei do Amor. Que devemos seguir a bússola comportamental do “amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”. Tenho a consciência de que a Natureza expressa a Lei de Deus nos seus mecanismos “criados”. Então, a atração afetiva que existe entre homem e mulher é uma determinação divina. O aprofundamento dessa atração até o limite da sexualidade explicita com a potencial reprodução de vida, também é determinação divina. O que entra em avaliação nesse ponto é a minha condição humana, de possuir um cérebro privilegiado que me deixa com a responsabilidade de ser ético, de não querer para o outro o que não quero para mim. Então quando estou de frente a uma possível parceira afetiva, tenho que considerar todo o contexto da minha vida e da vida dela. Do mesmo jeito que tenho minhas motivações e um plano para minha vida, assim é para a vida dela também. Não posso ser egoísta, de pensar apenas em minhas motivações e satisfazer meus desejos sem fazer essa consideração para com o próximo, sob pena de abandonar, de não usar a bússola comportamental que o Mestre nos legou. Quando, ao fazer isso, eu avalio com total honestidade e transparência de ações e motivações, que o aprofundamento afetivo é benéfico para ambos, que outra lei poderá se opor a essa que está sustentada na Lei do Amor? Poderia dizer assim, mas ele não pode fazer esse aprofundamento afetivo com essa pessoa, pois está casado com outra e devido a isso assumiu compromisso de fidelidade com ela e se o romper é sinal de traição. Sim. É verdade. Esse compromisso prévio do casamento se rompido unilateralmente caracteriza a traição conjugal. Mas está formado um conflito na consciência: por um lado a Lei do Amor permite o aprofundamento da relação afetiva com outra pessoa; por outro lado a lei humana impede esse aprofundamento afetivo com outra pessoa sob pena da traição do adultério. Posso tentar abafar a Lei do Amor e obedecer a lei do matrimônio, mas sabendo que a lei de Deus está presente na primeira lei e não na segunda. Eu reprimo toda a engenharia divina de aproximação dos corpos e das almas, em função de um compromisso conjugal que pode ter suas bases não muito éticas, para aumentar fortunas, para ampliar o poder político ou simplesmente por uma paixão carnal. Ficar dentro da lei do matrimônio ou dentro da Lei do Amor é a questão.

            Parece que tomar a decisão de ficar dentro da Lei do Amor e fazer o aprofundamento afetivo que a Natureza (Deus) permitiu é o mais adequado. Do ponto de vista ético, para agir de acordo com essa decisão, eu tenho que eliminar do meu comportamento qualquer ascendência da lei do matrimônio, de obedecer a exclusividade do amor tanto para mim como para minha parceira. Essa é uma conseqüência imediata do rompimento com a lei do matrimônio. Ao fazer esse rompimento eu não estou pretendendo me locupletar com a liberdade que isso parece oferecer, de ter sexo casual com quem quer que seja, sem considerar as circunstâncias, tanto de minhas novas parceiras, como da minha antiga esposa. A primeira conseqüência é a de que, da mesma forma que eu fiz essa avaliação do meu ponto de vista e considerei ser mais lógico o aprofundamento afetivo com terceiros em obediência a Lei do Amor, as minhas companheiras, tanto as novas como as antigas, também podem fazer a mesma avaliação e decidir da mesma forma. Então o sexo fora do casamento é permitido tanto para um quanto para o outro, de forma ética, em obediência a Lei da Natureza, Lei do Amor, Lei de Deus. 

Publicado por Sióstio de Lapa
em 19/12/2013 às 01h17
 
18/12/2013 08h11
NATUREZA E CIVILIZAÇÃO

            Essa questão de Natureza e Civilização merece um estudo apurado, pois na Natureza está a Lei de Deus e na Civilização a lei do Progresso, que é uma derivada daquela. No estágio inicial encontramos o Estado Natural, que é a fase primitiva, a infância da Humanidade, o ponto de partida do seu desenvolvimento intelectual e moral. O homem sendo modelável à perfeição, carrega em si o germe do seu aperfeiçoamento, não está destinado a viver perpetuamente no Estado Natural, como não está destinado a viver perpetuamente na infância.

            A lei de Deus está intrinsecamente dentro da Natureza que está em constante evolução. Também participamos dessa evolução em todos os aspectos materiais, como todos os seres da criação. Devido a complexidade neuronal que possuímos, adquirimos mais um fator de evolução, que é o aspecto moral. Dentre todos os animais apenas o homem tem essa obrigação. Todos os outros seguem apenas o fluxo automático da evolução natural sem nela intervir voluntariamente. Somente o homem pode usar a inteligência e com livre arbítrio agir de forma coerente ou não, com a Natureza e sua evolução.

            O Progresso é uma condição da natureza humana, como uma espécie de ramo da condição da Natureza. Mesmo que eu possa a ele me opor como expressão do meu livre arbítrio, estarei indo de encontro a própria Lei da Natureza. Em algum momento pagarei por esse engano. Com o tempo irei reconhecer que a Lei da Natureza é uma força viva, que obedece a Lei do Amor, essência do Criador, e que os meus enganos, até mesmo com a criação de leis que atendam aos meus pensamentos distorcidos ou incompletos, podem retardar a Lei do Progresso, a Lei da Natureza, mas jamais a sufocar. Quando essas leis humanas se mostram incompatíveis com a Lei da Natureza, o Progresso as afasta com todos aqueles que tentam mantê-las. Assim será até que o homem tenha colocado suas leis em conformidade com a justiça divina, que quer o bem para todos, e não leis feitas para o forte, em prejuízo do fraco.

            Temos atualmente um caso que mostra a força do Progresso na correção da lei humana que no momento se mostra incompatível com a Lei da Natureza. É o exemplo do casamento. Essa instituição foi elaborada e construída há priscas eras para disciplinar o relacionamento homem-mulher, a geração de filhos e a formação da família. Foi e continua sendo muito útil, no sentido de colocar barreiras ao instinto animal, intrínseco ao homem, e assim evitar a causa de prejuízos a terceiros. Acontece que a Lei da Natureza continua a operar dentro desse circulo fechado que se tornou o casamento. Continua a existir atração pelo sexo oposto, mesmo na presença da lei humana, do compromisso assumido pelo casamento. Sei que nós evoluímos dentro dessa condição durante séculos, serviu para formarmos uma civilização diferente do barbarismo que poderia existir, se a lei do casamento não fosse instituída por todos os povos. Acontece que algo não funciona à contento. Essa lei do casamento é burlada frequentemente e gera um forte egoísmo no tecido social que causam inúmeros males, como fome, guerras, pestes, etc. É necessário que o Progresso aponte para as incoerência da lei humana frente à Lei da Natureza, para que possamos corrigir as incompatibilidades.

            A lei da Natureza por ser de essência divina, sempre estar sinalizando para a evolução saudável de toda a criação. Se a natureza do homem, como fruto da Natureza, tem dentro de si a atração pelo sexo oposto com algumas diferenciações entre os gêneros, para facilitar o sucesso reprodutivo, é porque tem a sua importância no processo evolutivo e a temos que considerar com cuidado. Não é porque existe a lei do casamento que proíbe o relacionamento afetivo e sexo com terceiros, que a Lei da Natureza deva ser evitada ou abolida. Podemos evitar, mas abolir jamais! O que devemos fazer é compatibilizar a essência da nossa lei humana com a essência da Lei do Amor e fazendo assim obedeceremos a Lei da Natureza e nos tornamos compatíveis com a evolução, com o Progresso.

            O casamento obedece a Lei do Amor? A lei natural que é a Lei de Deus é a única verdadeira para a felicidade do homem. Ela indica que sejamos atraídos para o sexo oposto. Essa atração acontece dentro do reino animal de forma ampla. Todos a obedece e respeitam apenas os limites materiais, como obstáculos físicos ou a presença de outro pretendente de maior força física. O homem tem outra limitação além da material, a limitação espiritual, moral. Também está dentro da Natureza essa limitação, quando o criador permitiu um cérebro de maior complexidade neuronal para nós, humanos. Do mesmo modo que o animal obedece aos limites materiais como respeito à Lei da Natureza, também devemos obedecer aos limites da moral e da ética, como respeito à Natureza. Vejamos bem esse ponto, não é obedecer a legislação humana de não fazer sexo fora do casamento, é obedecer a moral e a ética dentro da Lei da Natureza. Então pode existir sexo fora do casamento como obediência à Lei da Natureza?

            Esse ponto vai exigir um mergulho mais profundo nos mecanismos racionais em busca de coerência e de viabilizar uma melhor compatibilidade entre nossa lei humana e a Lei do Amor, a Lei da Natureza. Deixarei para amanhã.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 18/12/2013 às 08h11
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