Ramatis responde no capítulo 12 de “O Evangelho à luz do Cosmo” (Ed. Conhecimento, 1974) o seguinte:
Em verdade, esse temário evangélico do Mestre Jesus refere-se, precipuamente, a essência da vida espiritual do homem, pois abrange as causas e os efeitos fundamentais de suas vidas sucessivas sob o processo implacável e justo da Lei do Carma. Daí certa semelhança entre os vários conceitos evangélicos sob a mesma concepção aforística, em que o Mestre Divino diz: “Com a mesma medida com que medirdes, sereis medidos”, “Aquele que não tiver pecado, que atire a primeira pedra”, “A cada um será dado segundo as suas obras”, “Quem com ferro fere, com ferro será ferido” ou, numa síntese significativa, que assim adverte: “A semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória”.
Sob o invólucro dessas sentenças e aforismos cristãos, permanece sempre o inalterável conteúdo evangélico, que esclarece quanto a mesma lei cármica de ação e reação, atuando em todos esses casos algo semelhantes. Não se trata apenas de advertência, censura ou sentença moral, porém, é referência indiscutível a uma lei ou princípio específico, que age num determinado ângulo do Cosmo, visando sempre a harmonia e o equilíbrio criativo da vida. É Lei que corrige e cerceia a causa, a fim de eliminar o efeito, mas proporciona um resultado educativo. No âmago desses ensinamentos o Mestre Jesus adverte e esclarece quanto aos prejuízos e a leviandade do espírito que, julgando-se santificado diante de algum delinqüente, muitas vezes condena os mesmos pecados que já cometeu alhures, ou que ainda poderá cometer na atual e em existências futuras. Quanto mais o espírito se integra no conceito de justiça suprema e desenvolve o Amor, ele deixa de julgar os seus irmãos menos credenciados, livrando-se mais cedo da implacabilidade da Lei do Carma, que atua na sua função impessoal e, exclusivamente, para a retificação espiritual.
Assim, conforme o procedimento que alhures tivemos em vidas pregressas, poderemos julgar o alheio, mas sem desmentirmos o conceito de “amar o próximo como a nós mesmos” ou “fazermos aos outros o que queremos que nos façam”. Sob a rigorosa justiça com que julgarmos os demais espíritos, nós seremos rigorosamente julgados. Todas as máximas evangélicas são correlatas entre si, porque se derivam da mesma Lei Cósmica panorâmica, que mantém a coesão entre os astros, a afinidade entre as substâncias e o Amor entre os homens. Malgrado certas regras e enunciações familiares, que limitam a vida humana, na sua intimidade sempre vibra a chama criadora.
Deste modo, quem julgar o próximo com o mesmo Amor e boa intenção com que julga a si mesmo, salva-se, porque, então, revela um elevado princípio de honestidade espiritual, uma vez que julga e condena o próximo ao mesmo nível de culpa e penalidade que desejaria para si próprio.
Perfeito esse pensamento de Ramatis. O reproduzi na íntegra, apenas coloquei em letra maiúscula a inicial de Amor, pois entendo ser equivalente a força do Criador.
Como a temática circula em torno da justiça e como esse é um tema principal em meus paradigmas, avaliei com muito cuidado para ver se eu estou realmente o cumprindo. À primeira vista parece que sim, mas não eu não posso ser tão pretensioso, pois a cada momento estamos dando opiniões sobre terceiros e que não deixam de expressar um julgamento. Talvez nas grandes ocorrências da vida, com pessoas com estão distantes do meu entorno, eu tenha maior facilidade em aplicar essa justiça e fidelidade espiritual nas minhas colocações. Porém nos fatos da vida cotidiana eu lembro de momentos aqui e acolá que fui falho com a Lei. Sei que foram coisas pequenas, comportamentos até triviais que emitimos opinião e julgamento, mas sei que foram carregados de autoridade e que se fossem aplicados a mim não seriam tão severos assim. Tenho que ficar mais atento a esses deslizes, ficar na vigia como o Mestre advertiu, a estrada é cheia de desvios da Lei do Amor e por qualquer sentimento negativo de medo, ciúme, raiva, ressentimento, antipatia, eu posso gerar Carma negativo em minha vida.
Outro aspecto importante que devo ter em mente como responsabilidade pessoal, é na educação cristã de quem está no meu entorno. Faz parte da caridade distribuir o ensinamento recebido da forma mais humilde possível para orientar os irmãos que estão em caminhos desviados da Lei do Amor, da justiça divina. Lembrar outra máxima que Jesus nos ensinou que é fundamental para esse aprendizado, tanto de quem ensina para quem precisa aprender: “Os humilhados serão exaltados”. Geralmente surge a vergonha em quem tem necessidade de aprender e a arrogância em quem tem o dever de ensinar. Esses dois monstros só podem ser domesticados pela humildade. Dessa forma, quem agiu com humildade frente ao seu irmão, seu próximo, seja na condição de aprendiz ou de professor, sempre será exaltado pelo Mestre e tem a sua cidadania garantida no Reino de Deus
Mike Wittmer (Pão Diário, 1914) diz que “A imaginação estabelece os horizontes da vida e descortina o que é possível. As pessoas sem imaginação estão despreparadas para enfrentar o futuro. O povo americano estava cego em 11 de setembro, pois sequer imaginavam que os terroristas atirariam aviões contra edifícios. A economia mundial sofreu um declínio porque os líderes financeiros não foram capazes de conceber que os valores das moradias pudessem cair ou que instituições lendárias pudessem falir. E a mulher agnóstica ao meu lado em nosso vôo transatlântico se dirige à eternidade sem Deus, pois em suas palavras, “não consegue imaginar que existe um ser por trás das forças da Natureza”.
A imaginação não significa fazer de conta. Embora muito do que as pessoas imaginam seja fictício, os cristãos são chamados a imaginar – formar uma imagem mental – sobre o que Deus prometeu.
E o que é isso? Diferente da letra musical de John Lennon, “Imagine que não existe céu, é fácil se você tentar”, as Escrituras prometem que viveremos eternamente numa nova terra (Isaias 65: 17-25; Apocalipse 21:1-4). Jesus retornará um dia, para restaurar Sua criação, ressuscitará dos mortos e julgará os maus e viverá conosco.
Lennon deseja na canção Imagine – “Todas as pessoas compartilhando o mundo todo” e “vivendo a vida em paz” – isto acontecerá pela descida do céu à terra (Apocalipse 21:1-1), não por desejarmos mudanças em nosso mundo.
Um descrente em debate com um teólogo cristão afirmou ser incapaz de crer ser verdade o que a Bíblia diz sobre a nossa ressurreição e a terra restaurada. O teólogo respondeu que o problema não é a Bíblia, mas a imaginação deste.
As Escrituras prometem um futuro perene de paz terrena e deleite na presença de Deus. Como canta Lennon, então “o mundo viverá em unidade”. Imagine isso.
Esse texto de Mike mostra com muita clareza a forma como criamos as imagens mentais. Tudo está baseado nos paradigmas que tenhamos criado e que orientamos a vida por eles. Tanto eu como ele acreditamos no mesmo Deus, mas nossas imagens mentais são muito diferentes, pois acreditamos em coisas diferentes, temos paradigmas diferentes.
Primeiro, ele imagina que exista um “ser” que eu entendo que ele quis se referir a uma figura antropomorfizada. Esse Deus que ele acredita de forma humana, eu já imagino como uma força expressa pela inteligência, sabedoria e amor, que cria e se inclui em toda a Natureza.
Quando ele coloca a letra de Lennon para contrapor a crença da existência que ele tem do céu, eu vejo que tanto um quanto outro tem razão, pois o céu pode ser construído aqui na Terra da mesma forma que existe nos mundos superiores. Ele cita Isaías e Apocalipse para justificar sua crença e imaginação. É uma crença que aceita o sentido literal do que está escrito, mas do meu ponto de vista essa é mais uma alegoria das quais a Bíblia está repleta, desde a formação do mundo em 6 dias até a origem da humanidade a partir de um único casal.
No debate com o agnóstico ele fica surpreso porque o outro não consegue imaginar a ressurreição e a Terra restaurada como a Bíblia diz. Mas eu que acredito no mesmo Deus, mesmo que não tenha a mesma forma com a qual ele pensa, também não imagino essa descida do céu à Terra e nem na ressurreição de todos. A minha imagem mental concebe o aperfeiçoamento da Terra a partir da minha transformação moral, e de cada um de nós, e a evolução do meu espírito imortal, pois o meu corpo há muito deve ter sido decomposto pela Natureza e ajudado a criar novos corpos. Talvez até mesmo um corpo que eu venha a utilizar, com a integração de novos elementos.
Ele acredita que a harmonia e paz mundial só acontecerá pela descida do céu a Terra, como está escrito em Apocalipse. Já a minha imagem mental fica mais próxima da que John Lennon cantou, que nós é que iremos construir esse Reino de Deus com a nossa reforma íntima, cada um fazendo a faxina do egoísmo de dentro do coração e construindo a família universal.
Assim, cada um tem a forma de criar sua imagens mentais que tem o objetivo de construir a verdade. Como só existe uma só verdade, mas com diversos caminhos para se chegar até ela, quem estiver no caminho mais distorcido, lá na frente vai observar as incoerências e corrigir o que a razão lhe indicar. Esse é o nosso processo evolutivo, e não devemos ficar preocupados, pois o caminho evolutivo de todos vai em direção à Deus, e tudo conspira no Universo para que sejamos vitoriosos em nossa trajetória.
O trabalho foi apresentado. A minha conduta frente aos relacionamentos íntimos sob a tônica do Evangelho foi apresentado na forma de estudo de caso. Não me identifiquei como o paciente que era apresentado e isso tinha o objetivo de facilitar a discussão e crítica sobre o conteúdo. Mesmo que no final tenha sido reconhecido pelas pessoas que me conhecem em maior profundidade que o paciente apresentado tinha um comportamento muito parecido com o meu. Apesar disso não foi necessário fazer a identificação do paciente, e acredito que tenha sido mais conveniente, uma vez que a palestra foi filmada na íntegra e que tem o potencial de ser discutida de forma mais ampla nas redes sociais.
Com relação as críticas e observações que surgiram após a apresentação, vou tentar colocar as mais contundentes.
Foi colocada a validade do processo terapêutico no sentido de diluir a crise existencial que motivou a procura do paciente por terapia. Ele hoje vive mais confortável do que antes. Apenas um detalhe foi destacado nessa crítica, a de que o paciente continua a sofrer pelas pessoas que convivem com ele e que desejam que ele mude seus pensamentos e forma de agir. Acredita que ele ainda não está amadurecido, pois deixa manifestar no seu emocional esse sofrimento.
Outra crítica levantada é que o paciente decidiu com uma pessoa que estava próxima, mas não avaliou no sofrimento de quem estava distante. Não fiz os reparos na ocasião, pois o tempo era curto e o objetivo maior era ouvir as diversas críticas da platéia. Mas agora eu faço os reparos às críticas. Eu não poderia conter meu comportamento natural do desenvolvimento da simpatia, amizade e desejo sexual por uma pessoa devido um contrato feito com uma terceira pessoa. Seria colocar a lei de Deus (Natureza) em segundo plano. Eu devia sim, ser justo com a terceira pessoa e dar a ela os mesmos direitos que eu estava descobrindo ter para mim. Mesmo porque se eu decidisse fazer esse bloqueio do desejo, de tirar ele do campo de minha consciência, eu não iria conseguir, como tentei e não consegui, por várias vezes e por muito tempo. O sinal desse fracasso era a perda da qualidade de vida que eu percebia que estava acontecendo. É claro, eu poderia assumir esse prejuízo e viver o resto da vida com essa perda de qualidade, mas eu estava à procura de manter um relacionamento constante, fraterno, harmônico, saudável e completo.
Voltou a ser criticado o caso de que o paciente deveria ter evitado manter o desejo do sexo extra-conjugal na mente, pois isso foi o fator que levou à mudança de paradigma. É o mesmo argumento que já defendi antes. A tentativa de manter esse desejo fora do campo mental iria repercutir na qualidade de vida que se estenderia por toda existência.
Foi feito também comentários favoráveis quanto a capacidade financeira do homem que se envolve com várias mulheres e que tem condições de manter todas com um bom nível de vida, inclusive os filhos que surgem desse relacionamento. Não é bem o que eu queria mostrar, pois isso é verificado realmente na comunidade, mas dentro completamente da hipocrisia social que é denunciado. O que é defendido aqui é que o Amor Incondicional seja exercido através até mesmo da sexualidade e que os parceiros tenham a sua independência em todos os níveis, social, emocional, acadêmico, financeiro, etc. o laço que faz a união é apenas o amor e que daí pode se espalhar de forma democrática pelo entorno existencial de cada pessoa. É isso que irá dar a condição de família universal, de base para o Reino de Deus.
Uma forte crítica foi a de que poderia estar sendo utilizadas as lições evangélicas para justificar a realização de desejos inadequados. Isso é verdade, pode acontecer de alguém fazer, consciente ou inconscientemente essa distorção. Mas o caso foi apresentado com suas principais características e onde foi aplicado o Evangelho para a tomada de decisões. Então, se foi observada alguma distorção do Evangelho para justificar a realização dos desejos inadequados do paciente, que fossem identificados à luz da lógica e coerência. Como isso não foi feito, eu fico com a interpretação de que essa crítica serviu apenas de advertência para uma possibilidade do uso inadequado do Evangelho, mas que não se aplica ao caso.
Também foram reforçadas as críticas que o caso aponta quanto a hipocrisia generalizada que existe dentro da família tradicional.
Interessante que ao fim de toda a apresentação, quando já estávamos nos preparando para sair, o senhor que contratei para fazer a filmagem chega perto de mim e de mais duas ou três pessoas que estavam juntas e diz que a amizade e simpatia por uma amiga terminam por levar a traição conjugal. Foi mais um exemplo do que eu estava apresentando, que a Lei da Natureza está funcionando com todos e a maioria reage com hipocrisia a algo que talvez Deus queira diferente.
Finalmente, coloco aqui um aspecto que eu passei por cima na apresentação, quando disse que respeitava os paradigmas de cada pessoa. É que eu não estou querendo destruir a família tradicional, nuclear, no que ele tem de ideologia. Se as pessoas que a compõem estão dispostas a cumprir todos os requisitos com alegria no coração, harmonia entre todos, fraternidade com a sociedade, sem a exploração do mais fraco para alimentar abusivamente o seu sangue, eu não tenho nenhum reparo a fazer. Mas se quer manter o rótulo de perfeição dentro de uma estrutura social que ele não respeita na intimidade e gera com isso os mais pérfidos crimes contra o próximo, contra a humanidade, então eu sou TOTALMENTE CONTRA! E este é o papel que o Pai quer que eu faça neste momento, com as pessoas que Ele coloca ao meu lado e que tentam ser minhas companheiras nessa missão, ou desempenhar outro papel que não sei ainda bem o que é, mas com certeza o Pai sabe e eu só sei que sigo a sua vontade que ele coloca na minha consciência.
Chega um momento que sou convocado por Deus para falar sobre Sua lei. Há mais de 60 anos que estou usufruindo da Natureza que Ele me ofertou e que me criou dentro dela. Como eu possuo a capacidade cognitiva maior de que os seres viventes conhecidos neste planeta, enquanto espécie, desenvolvi também a inteligência suficiente para armazenar sabedoria ao longo do tempo. Acredito que não desperdicei o meu tempo tanto quanto muitas pessoas que vejo caminharem ao meu lado, como irmãos desorientados do sentido da vida e muitas vezes mergulhados em vícios que tiram sua capacidade de raciocinar.
As circunstâncias para mim se organizaram de tal forma hoje que foi preparada uma reunião onde eu pudesse colocar na forma de estudo de caso, o que aconteceu comigo ao longo da vida, das lições que adquiri, das decisões que tomei.
Em função disso desenvolvi paradigmas para uso pessoal muito diferentes daqueles que são usados pelas pessoas em geral e que constituem a cultura ocidental. Mesmo que não seja cumprida pela maioria, mas todos parecem defender essa cultura, apesar de no silêncio das intimidades tudo se passar de forma diferente, alimentando a hipocrisia que parece se tornar uma característica da sociedade.
Dentro das lições que aprendi, um foi da minha criação por um “ser” superior que se expressa na sabedoria suprema e realiza tudo na base do amor incondicional. Não sei por qual razão Ele resolveu criar os humanos com capacidade de raciocinar em profundidade e desenvolver o livre arbítrio de acordo com a consciência de cada um. Sei que existe uma trilha evolutiva com muitos desvios, mas que ao final se aproxima dEle. A construção do universo que continua a acontecer por essa engenharia divina parece nos atrair à reboque em busca de um trabalho de co-criação, que passa pelos corpos biológicos gerados pela força dos instintos e deve se espalhar também na criação dos mundos quando estivermos associados intimamente a Deus pela inteligência e sabedoria.
Essa minha argumentação filosófica está num campo completamente especulativo, sem nenhuma base científica a lhe comprovar, a não ser a intuição que pode ser estimulada pelos espíritos superiores que nos assistem constantemente.
No entanto, essa atividade que irei realizar, de apresentar ao meu grupo de estudos o pensamento que amadureci até hoje nessa reflexão e ação que venho fazendo ao longo do tempo, tem uma estrutura mais próxima da realidade, pois serve para a criação de uma sociedade mais harmônica e fraterna capaz de impulsionar com mais vigor a humanidade em direção a Deus. Sei que não tenho total certeza no caminho que estou seguindo, se é o mais reto em direção à Deus, mas sei que estou sempre mensurando todas as ações com a lei maior que Jesus nos ensinou: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.
Espero que eu tenha o fluxo mental bem concatenado com o que eu já reflito e pratico há tanto tempo, para que meus amigos possam analisar devidamente o meu pensamento e contribuir com sugestões, críticas e possíveis correções de erros que eu não percebi.
Espero que todos nós possamos nos debruçar sobre a lei da Natureza e verificar qual a melhor forma de colocar em prática.
A Ir. Jailda Rocha Caetité, CFA, nos adverte para a vigilância constante. ´”Hoje o Senhor nos convida à atitude de vigilância constante: vigiai, pois, porque não sabeis o dia em que chegará o Senhor. É necessário vigiar, estar com o coração voltado para Deus e não somente para as situações passageiras e terrenas. Estar com o coração livre, desapegado, pré-ocupado com as coisas que agradam ao Senhor. Deus, em sua infinita bondade e misericórdia, cada dia nos concede a vida e com ela a liberdade de escolha. Ele sempre está conosco e nos convida a estarmos sempre com ele, a agirmos segundo a sua vontade. Toda a nossa vida deve ser vivida nesta atitude de vigilância constante, e na liberdade que tem as criaturas de responder ao convite que o Criador nos faz.”
Essa advertência é uma forma de tirar o foco de minha atenção do mundo material e suas exigências, para o mundo espiritual e suas diretrizes. A tendência que tenho enquanto corpo biológico é de deixar me seduzir pelas necessidades do corpo e que me presenteia com o prazer caso eu atenda a elas. Claro que muitas delas são necessárias a minha sobrevivência, mas não posso deixar que elas assumam a condição de prioridade na minha vida.
Essa questão de saber que o Senhor chegará a qualquer momento, eu entendo como o dia da falência do meu corpo físico e a minha alma ser convocada para prestar conta dos meus atos. Sei que tenho diversas tarefas a cumprir e que o tempo não para pra compensar as minhas falhas. Quanto mais o tempo passa e não consigo colocar em pratica o que Deus quer de mim, mas me torno invigilante e propenso ao fracasso.
Também Jesus falou na Parábola da figueira que o Reino de Deus está próximo, que esta geração não passará antes que tudo aconteça. É mais uma advertência, dessa vez feita pelo Mestre, de que não posso ficar acomodado com minhas faltas e deficiências à espera que uma nova encarnação me dê a oportunidade de realizar meus compromissos com o Pai.
Procuro estar com o coração livre de compromissos materiais, inclusive com o amor romântico que tende a nos deixar apegado com os interesses materiais de natureza egoísta. Devo ficar previamente ocupado com as diretrizes que o Pai colocou na minha consciência como sendo a Sua vontade e que eu aceitei como forma de ser usado como o Seu instrumento. Mesmo que a pressão do amor romântico deixe o meu tempo mais voltado para alguma pessoa, isso também serve para consolidar essa pessoa dentro da estrutura da família ampliada, protótipo da família universal que formará a base desse Reino de Deus.
A cada dia o Pai me oferece a vida e com ela a liberdade de escolha, de exercer o meu livre-arbítrio. Ele sempre está comigo e me convida a ficar sempre sintonizado com Sua vontade. É esta vigilância, a de ficar sempre atento aos caminhos que Ele quer que eu tome para fazer a sua vontade. É como se fosse um GPS colocado em minha cabeça onde Deus coloca o trajeto que eu devo fazer entre as diversas alternativas para chegar ao meu objetivo. Se por acaso ou qualquer motivo eu saio dessa rota, logo Ele colocará mais à frente um novo caminho alternativo. Caso eu ignore e continue na rota errada, mesmo assim Ele não desiste de mim e continua a me oferecer rotas alternativas até a proximidade do abismo que por ignorância estou à caminho.
Dessa forma eu procuro sempre estar vigilante, com os olhos colados ao caminho que Deus me indica, aproveitando todo sinal e lição que Ele me oferece ao longo da estrada através dos Espíritos, que como eu, se dispõem a servir como Seus instrumentos. Acredito que eu esteja na rota, não tanto vigilante como preciso estar, pois sou omisso em muitas ocasiões com relação a oração, atitude que me coloca mais próximo dEle e dos Espíritos que lhe obedecem.