Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
14/03/2013 23h57
MANHÃ COM DEUS

            Pretendia acordar hoje às 4 horas, mas esqueci de ajustar o despertador e acordei às 5 horas, dentro da minha rotina. Então resolvi fazer exercício dentro de casa, correr no mesmo lugar, principalmente. Como eu moro em apartamento à beira do mar, já pensei em descer uma vez na semana pelo menos e tomar banho de mar e de sol, como os essênios faziam, a comunidade do deserto onde Jesus possivelmente tenha vivido parte de Sua vida. Mas não seria hoje que eu começaria isso.

            Coloquei um CD com temática espiritual para ouvir enquanto corria. O CD falava da mãe de Jesus, das bem aventuranças, do Bom Pastor... e enquanto eu ouvia e corria, sentia a mensagem ir tomando conta do meu espírito. Eu continuava a correr e não sentia o cansaço. Passou a hora correspondente ao tempo do CD e eu continuava a correr e sem sentir o cansaço. Então resolvi colocar um CD do Padre Zezinho para terminar o exercício com canções. Mas foi aí que atingi maior profundidade espiritual. Cada canção que eu ouvia eu me aprofundava no meu passado, nas minhas experiências com Deus, do que já havia feito, das intenções e ações...

            Foi mais uma hora de duração do CD e eu continuava a correr nesse estado de êxtase. Os pés já doíam e eu não podia mais intercalar a corrida com os saltos como sempre faço. Mas lembrei de São Francisco andando descalço no deserto em busca da paz entre os cristãos e mulçumanos, e pensei que esse simples incomodo no pé não era motivo prá mim parar. As intuições que vinham a cabeça eu logo ia escrever pelo menos um título para que eu não esquecesse mais tarde. Fui em seguida fazer um artigo dando as boas vindas ao Papa, com o título: BEM VINDO, FRANCISCO! Enviei em seguida para o Jornal de Hoje que sai na parte da tarde. Quando cheguei agora a noite no apartamento que recebi o meu exemplar, fiquei muito satisfeito em ver que o Jornal havia publicado e ainda em lugar de destaque, no centro e acima de todos os outros artigos. Senti que perdi esta manhã para o mundo, mas para o lado espiritual foi totalmente aproveitado. Senti como nunca a presença de Deus perto de mim e que fiz uma boa comunicação com Ele. Hoje estou fechando esse relato com muita satisfação com Deus e tenho certeza, que Ele comigo também está satisfeito por minha atuação hoje. Tenho ainda na memória diversos textos que publicarei ao longo da semana.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 14/03/2013 às 23h57
 
13/03/2013 23h59
13-03-13

            Esta é uma data muito significativa para mim do ponto de vista espiritual. Continuo no deserto quaresmal há quatro semanas, 28 dias. É a minha primeira vez que fico nessa espécie de deserto quaresmal que é representado por minha solidão no apartamento onde moro e redução ao máximo dos relacionamentos afetivos externos.

            Hoje pela manhã foi dia da plenária do departamento onde trabalho, na academia, na Universidade, apresentei pela primeira vez o piloto de um projeto de pesquisa, a avaliação de um texto adaptado da Bíblia, o Salmo 65, que fala da existência de Deus. Falei aos colegas do objetivo do trabalho, que seria avaliar do ponto de vista cognitivo, racional, à luz da ciência, se os argumentos colocados pelos livros sagrados apresentam alguma distorção de coerência com a realidade e como podemos fazer nova interpretação, se for o caso. Orientei que todos não eram obrigados a participar, mas agradeceria bastante a opinião de quem se interessasse, pois isso seria de grande colaboração para a academia que usa de forma generalizada os conceitos e aplicações espirituais, inclusive com capelas e ministros religiosos em seu meio e no entanto no campo teórico existir tanta resistência e até descrença. Durante a reunião, o colega chefe do departamento e que se considera ateu informava em tom jocoso como andava a eleição do Papa que ocorria naquele momento no Vaticano. Senti que a proposta foi bem acolhida por todos e espero agora como vai ser o retorno.

            Logo mais a tarde tive a feliz notícia que o novo Papa havia sido eleito e que havia escolhido o nome de Francisco I, e que já indicava de início que o caminho para a humanidade seria o Amor. Isso me deixou muito alegre e até comprometido, pois o Papa é conterrâneo do meu continente, do pais vizinho, a Argentina, recebeu o nome do Santo que, segundo minha família deixou eu vir à luz do mundo, por isso me dedicaram a ele com o nome Francisco das Chagas. Até ressaltaram as chagas que o afligiram nos seus últimos dias de vida e que o aproximou tanto de Jesus, pois eram estigmas, chagas nas mãos e pés que lembravam as mesmas feridas que Jesus sofreu na cruz.

            E tudo isso aconteceu no dia que privilegia o número de minha predileção, o número 3: 13-03-13. Recebo tudo isso, neste momento do deserto, como o sinal que o Pai aceita a minha oferta de ser o Seu instrumento e sinaliza em todo o orbe, desde o Vaticano, passando pela história, a sua unção na minha consciência. Pode até parecer tamanha prepotência, Deus se ocupar e dar sinais tão grandiosos a uma simples ovelhinha cheia de vícios e pecados, mas como tenho comigo o dever da transparência, não poderia deixar de colocar essas intuições que chegam ao meu coração e que devem afetar o meu comportamento.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 13/03/2013 às 23h59
 
12/03/2013 08h34
NUDEZ DA ALMA

            A alma limpa não teme ficar desnuda. O exemplo vem desde o início da criação. Adão e Eva andavam nus, pois não conheciam o pecado, não tinham erros nas suas consciências, não cometeram o pecado. No momento que isso aconteceu, passaram a se esconder do Senhor, mostrando a vergonha da sua alma desnuda, suja, contaminada. A maioria das pessoas evitam ler e refletir sobre a palavra divina, pois tem medo de serem confrontados pela luz. As palavras divinas são bastante simples (não matarás, não mentirás, não adulterarás, não roubarás, etc.) mas ninguém quer se sentir culpado. Então preferem ignorar os livros sagrados ou mesmo os ironizar. Podem chegar até a ser muito cultos, academicamente elevados, terem a leituras de dezenas de livros por ano, mas não inclui a leitura de nenhum dos livros sagrados (Bíblia, Alcorão, Baghavad Gita, etc) em sua totalidade. Nos próprios livros sagrados existem explicações para esse tipo de comportamento: Os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, e não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas. (João 3:19-20).

Quando erramos fugimos de Deus e escondemos nossa nudez moral. Se for levantada uma pedra do chão será visto uma série de insetos no lado em que estava apoiada, que geralmente é escuro. Quando a luz os atinge, logo eles correm para se esconder dela. Irão procurar outro local escuro. Esse é exatamente o mesmo comportamento de alguém com a consciência culpada. Só é possível suportar a luz mediante um sincero arrependimento e o desejo de voltar a Deus.

Por outro lado, não adianta exibir apenas uma imagem de obediência exterior aos princípios divinos, porque Deus olha para além das palavras, olha também para a motivação: Eu sei o que vocês estão fazendo. Vocês dizem que estão vivos, mas, de fato, estão mortos. (Apocalipse 3:1-6).

Nossos motivos são importantes para Deus. Praticamos obras para parecer bem aos olhos dos outros, para vencer nossos sentimentos de culpa, ou por um senso de dever? A demonstração exterior de nossas ações pode levar as pessoas a pensar que estamos comprometidos, vivos e vibrantes no justo caminho, mas essas ações não enganarão a Deus que conhece os nossos corações. Não devemos esquecer o que está escrito em 1 Samuel 16:7 – Eu o rejeitei porque não julgo como as pessoas julgam. Elas olham para a aparência, mas eu vejo o coração.

Portanto, eis o motivo de eu procurar ser tão transparente em minhas ações, para que a luz possa incidir sobre meus erros. Evito ao máximo a aparência do justo, do perfeito, pois ainda reconheço graves defeitos na minha alma e somente a luz da verdade pode queimar esse insetos daninhos que se escondem na obscuridade do meu coração. Sei que as pessoas que amo e que me amam pela aparência do que pretendo ser, e que não conhecem a sujeira interna que ainda existe em meu coração, se assustam e sofrem quando percebem algo que me expõe como pecador, ou mesmo o reflexo da luz em minha vida atinge a obscuridade dos seus corações. Ah, como é difícil está sempre exposto à luz, por isso Deus permite em sua extrema bondade, que permitamos ter uma “caixa preta” para guardarmos aquilo tão sujo e que ainda não é conveniente expor, e que sua ocultação não prejudique ninguém próximo. Mas para Deus nada está oculto. Ele tem todos os seus planos delineados e coloca na consciência de cada um a missão que a cada um pode cumprir, associados ou não uns aos outros. Cabe a nós com o livre arbítrio, seguir ou não.  

Publicado por Sióstio de Lapa
em 12/03/2013 às 08h34
 
11/03/2013 23h59
PAI E FAMÍLIA UNIVERSAL

            É muito justo o amor que dedico aos meus pais biológicos, mas ao Pai Universal eu devo amor muito mais, pois Ele é Pai das diversas famílias e não de uma só. Seguindo esse mesmo raciocínio, se é justo o amor entre os irmãos biológicos, justo é que os irmãos da família universal sejam amados acima dos irmãos biológicos. Isso parece uma incoerência, mas estou apoiado na pura lógica. A família universal é permanente, o Pai universal é também permanente e os irmãos desta família universal são também para toda a eternidade. Ao passo que na família humana, biológica, nuclear, e a tudo que a ela se refere é transitório, como todo ser humano é transitório. A família humana deve servir como campo de estágio para eu educar meus sentimentos, pois é muito mais fácil amar minha mãe e meu pai do que ao próximo.

            Eu sou filho de Deus antes que tivesse sido filho de meu pai biológico. Meu amor a Deus inspira o amor às criaturas que são suas obras. O amor há de ser a base de uma sociedade bem constituída. Os laços da família carnal devo deixar de lado quando se trate dos interesses de toda a família humana, a família universal, para qual a todos me liga o dever amplo associado ao Pai. Enquanto isso, a cada membro somente de minha família biológica, me liga um dever particular no seio da mesma, jamais comparável ao dever que tenho com a família universal.

            A condição do meu espírito que tomou um corpo e constituiu-se em uma família carnal aprende com mais facilidade entre seus membros a formação de laços espirituais, que são os laços do amor. Esses laços persistem após a morte do corpo físico e isso me liga melhor dentro da família espiritual que é o objetivo, enquanto que a carnal constitui apenas um meio. Nas condições da família carnal encerram os altos propósitos do Pai, donde sabiamente fazem brotar os mais belos sentimentos, entre companheiros, entre pais e filhos, entre irmãos e irmãos, construindo os laços de afeto que vão entrelaçar os membros da família espiritual.

            Sigo a lei do amor universal como a minha religião universal que a todos alcança e a todos está destinada a elevar para o Pai. Amor esse que é germinado na família carnal e que se eleva pelo desprendimento dos interesses materiais, do amor romântico, para vivificar no espírito o desejo do bem coletivo, universal. Uma aspiração para a verdade e o domínio absoluto sobre tudo que é da carne, conduzindo o meu corpo como instrumento e jamais como senhor da minha vontade, que segue a vontade do Pai.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 11/03/2013 às 23h59
 
10/03/2013 19h33
ESQUISITICE

            Nessa questão de esquisitice de pessoas com o mundo a sua volta, trago o exemplo de José na comparação com Jesus e como modelos para todos nós. Como servo obediente José estava sempre perto dos irmãos, mas como homem de integridade ele se afastava por completo das obras deles. Assim, serviço com os irmãos não implica em cumplicidade com o mal. O serviço nos leva a companhia dos outros; o caráter pode nos levar para longe do que fazem. Só a nossa presença pode expor a impiedade dos irmãos.

            Da mesma forma Jesus, veio para perto de nós devido as nossas necessidades, mas sua perfeição o manteve afastado dos nossos erros e pecados. A nossa necessidade desesperada o tornou Servo entre as multidões; nossos pecados e sua coerência o deixou só, estrangeiro nesse mundo. Como Servo perfeito Ele estava acessível a todos; como filho obediente de Deus, Ele estava separado de todos. Seu serviço O levou a muitos lares necessitados; sua condição de filho muito amado de Deus O deixou sem lar.

            O pensamento vai de José a Jesus e volta para nós, para mim particularmente. Também sou filho de Deus, como José e Jesus. Como eles também procuro um lugar especial no coração do Pai, procuro fazer a Sua vontade. Fazendo isso vou também assumindo a minha esquisitice. Sei do caminho que Ele escreveu na minha consciência baseado na Sua lei do amor. Sei do caminho de tantos que vão no mundo, cheios de egoísmo e suas derivações... não posso comungar com eles, não posso caminhar com eles... não posso sair das derivações do amor incondicional: da justiça, da verdade, da solidariedade, do respeito, da fraternidade, da humildade... Por isso sou esquisito! Por isso me refugio no deserto.

            O extremo da esquisitice é a humildade. Lembro de Jesus na última ceia com os apóstolos. Era a figura mais proeminente naquele recinto, naquela casa, naquela cidade. Era o Messias esperado, era o filho de Deus! Mesmo assim, levantou-se da mesa, tirou sua capa e colocou uma toalha em volta da cintura... Derramou água numa bacia e começou a lavar os pés dos seus discípulos, enxugando-os com a toalha que estava em sua cintura, como está registrado em João 13,4-5. Que cena mais esquisita do que essa? E no entanto é a lição mais preciosa que minha incipiente esquisitice quer aprender do divino mestre. Dai eu terei mais paciência com aqueles que querem que eu deixe o caminho que Deus me ordenou e siga o caminho deles, pois cada um tem de Deus uma missão diferente, por mínima que seja; compreenderei mais as fraquezas de cada um no enfrentamento da verdade, no risco que o orgulho pode sofrer ao perceber no erro que o ego vive; também serei mais complacente com minhas dificuldades, com a caridade tão valiosa que eu não consigo a praticar com pureza, com minha displicência com o Pai, por não me dirigir a Ele quantas vezes seja necessário, como desejo que assim façam meus filhos.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 10/03/2013 às 19h33
Página 889 de 975