Pedro chegou perto de Jesus e indagou a Ele sobre a lei de Moisés que orientava o apedrejamento das mulheres que pecavam, que se deterioravam pela prostituição, já que as lições que o Mestre passava, de Amor e tolerância, parecia proteger essas pessoas.
Jesus advertiu ao velho discípulo, que a maioria das mulheres que se encontram nessa situação de decadência moral, são devido as culpas dos próprios homens que a induziram entrar no mundo do pecado. Disse ainda que tanto o homem quanto a mulher foram criados de forma equânime, todos com a centelha do Criador dentro de si, mas a mulher tem uma responsabilidade maior com o Amor, pois é dela o dever de guardar dentro de si por nove meses o filho que foi gerado, e ainda alimentar no próprio seio, educar e proteger nos primeiros anos de vida. Esse esforço extra que toda mulher faz na sua vida, geralmente de forma anônima, não é reconhecido como é reconhecido o trabalho de políticos, filósofos, generais, nos livros de história. Isso faz ainda mais a mulher se aproximar de Deus, pois o Pai também não é reconhecido pela maioria das pessoas, que vivem na terra dominado pelos instintos animais. Por isso, Pedro, - explicou o Mestre - o rigor da lei de Moisés com as mulheres, que assim tenta preservar os interesses materiais dos instintos masculinos, não pode ter mais autoridade moral que a lei do Amor, que é baseada na Verdade e na Justiça divina. Como poderíamos compactuar com tal lei, se sabemos toda essa história e predestinação da mulher? E sabemos também do comportamento masculino?
Pedro assentiu com as explicações do Mestre, sentiu a sabedoria e justiça que vinham de suas palavras e calou meditativamente.
O tempo passou, e dois dias depois do sacrifício da crucificação do Mestre, os discípulos estavam desarvorados, sem entender porque o Mestre tão poderoso, tão próximo de Deus, se submeteu à tanto suplício, à desonra, à ironia, à crucificação entre dois ladrões. O pensamento chegava ao desespero, ao medo... como levar adiante as mensagens do Mestre, de uma pessoa que se viu tão humilhada e desonrada? O Amor que o Mestre ensinara não tinha espaço no coração desses discípulos.
No terceiro dia Maria Madalena foi ao sepulcro do Mestre com flores nas mãos, lembrava das lições, do Amor que sentia em sua presença... Foi nesse momento que Jesus sentiu a vibração do Amor, o sentimento que liga o Céu com a Terra, e teve condições de se manifestar. Chamou Maria pelo nome e quando essa o reconheceu e tentou lhe abraçar, o Mestre disse que não o tocasse, que não havia ainda subido para o Pai.
Maria Madalena levou a boa notícia aos demais discípulos, que após vencer o primeiro momento de dúvidas, sentiram grande alento em seus corações e despertou toda a energia de saírem pelo mundo divulgando o Evangelho.
Há um historiador francês que faz a seguinte indagação: “Onde está o sábio da Terra que já deu ao mundo tanta alegria quanto a carinhosa Maria de Magdala?”. É uma amostra da força amorosa que a mulher possui, pois nenhum dos discípulos masculino conseguiram deixar o Amor em destaque e possibilitar a materialização do Mestre, provando que Ele continuava vivo e entre nós. Foi o portal amoroso que Maria Madalena abriu, uma mulher, condenada pela cultura e preconceitos humanos, que possibilitou a força necessária para a instalação dos princípios da Boa Nova em nossos corações.
Tenho uma amiga que passa por muitas dificuldades no relacionamento com seu marido, e ao sairmos juntos certa tarde, ela confessou que se sentia simultaneamente no Céu e no Inferno. Achei interessante essa colocação dela e fiz o texto abaixo como se fosse ela a autora.
Por estranho que pareça, me sinto no inferno e ao mesmo tempo no paraíso. Estou ao lado do homem que amo, e com o homem que o destino colocou, nos últimos dias, na minha vida. Ambos foram colocados por Deus em minha vida, certamente Ele quer me ensinar algo que ainda não consigo entender.
O primeiro homem é o meu marido, entrou na minha vida e casamos... mesmo não estando entusiasmada para viver uma vida de mulher casada. Geramos duas filhas e construímos nossa casa, firmamos nosso relacionamento. Eu sempre fui muito resistente com essa questão de relacionamentos, levava na brincadeira o sentimento do amor.
Minha vida tornou-se um inferno quando soube, inclusive através de provas, da traição do meu marido. Parece um castigo dos deuses, eu que sempre ironizei o amor, fiquei como uma pessoa apaixonada que via da traição o desprezo do homem que tenho que reconhecer, se não estou apaixonada, o amo de verdade e tenho medo de perde-lo. Acontece que o sentimento do orgulho ferido, da raiva e até do ódio, tornou o meu pensamento obcecado pela imagem dos dois fazendo amor. Chego a ouvir vozes dentro de minha cabeça que me acusam ou que me mandam reagir, de matar ou morrer. Não consigo aceitar as mentiras que meu marido me diz, que nada aconteceu, não reconhecendo as provas documentais e testemunhais que tenho. É este tumulto perverso e dolorido, constante e severo na minha mente, que me tira o sono e a paz, que me joga dentro do inferno.
O outro homem que Deus colocou ao meu lado, traz para perto de mim a luz do Evangelho, mostra as lições que Jesus veio nos dar sobre o Amor, a tolerância e principalmente o perdão. Mas como perdoar uma pessoa que me machucou tanto e continua a me machucar, pois permanece na mentira e nunca aceita a verdade que eu tenho nas mãos? Mas este amigo me diz que se ele fala a mentira e não quer reconhecer isso é problema dele, o meu problema é ter a firmeza para reconhecer que isso é tarefa dele, que eu não posso fazer por ele, e que o que eu posso fazer se quiser, é corrigir a minha forma de pensar e sentir e dar o perdão pelos males que ele me fez, mesmo ele não reconhecendo isso. Mas isso é problema dele, o meu problema é encontrar forças e dar o perdão verdadeiro, somente assim sairei do inferno e poderei entrar no céu.
Então foi isso que senti nesta tarde. Ao lado do meu marido que leva consigo as mentiras que me atormenta e ao lado do meu amigo que leva consigo o Evangelho que pode me libertar, eu fico a sentir o inferno quando chega na memória a traição que sofri e o sentimento de perdão, e ao mesmo tempo, por um pequeno intervalo de tempo eu chego a sentir o céu quando imagino lhe dar o perdão e o amar sem nenhum tipo de ressentimento.
Ah, meu Deus, como eu queria jogar fora esse inferno e ficar sempre dentro do Céu! Mas eu não me renderei. Lutarei até o fim para transformar dentro de mim tanto orgulho, tanta vaidade por não ser reconhecida uma mulher que possui um marido que não trai, tanta raiva que surge as vezes sem eu querer... Mas meu amigo ensinou que quando nos sentimos fragilizados sem forças para atingir aquilo que queremos, devemos orar a Deus com toda a força dos sentimentos para que Ele nos dê força e sabedoria para alcançar este Céu, que aqui e acolá experimento um pouquinho dele.
O médium Divaldo Franco escreveu um artigo publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, em 26-01-17, que levam a uma interessante reflexão:
NÓS OSSOS QUE AQUI ESTAMOS PELOS VOSSOS ESPERAMOS
Na cidade de Évora, em Portugal, os franciscanos do passado, desejando encontrar um método eficaz para fixar-se nos postulados de imortalidade da alma, construíram uma capela com ossos humanos, especialmente de pessoas que se encontravam sepultadas em volta das igrejas.
Com as alterações naturais do tempo, o recinto que era dedicado a orações, meditação e profundas reflexões, transformou-se em lugar de turismo.
À entrada encontra-se uma frase muito peculiar: “Nós ossos que aqui estamos pelos vossos esperamos”.
Surpreendentemente é uma grande verdade e deveríamos, com certa frequência, pensar na realidade que somos espíritos imortais!
Observamos que a maioria das criaturas humanas, mesmo aquelas que se vinculam a doutrinas religiosas, vivem como se a sua fosse uma existência eterna, fadada ao prazer e às comodidades, como privilégios que merecem.
Para que sejam alcançadas essas metas frívolas dos gozos ligeiros, entregam-se, não poucas vezes, a comportamentos lamentáveis, distantes de todo e qualquer conceito ético-moral, de respeito a si mesmo, à sociedade, à vida.
Enriquecer, adquirir prestígio social e fama, aumentar o orgulho e a ostentação, zombar do bom senso e das condutas retas, parecem constituir objetivos que devem ser alcançados a qualquer custo.
Os desatinos morais e os crimes de toda ordem predominam em nossa cultura, aureolados como normais, tal o cinismo de quem os comete.
Olvidam-se que a morte espreita, e que, a cada momento, todos somos arrancados do mapa existencial, exatamente quando pensamos estar em máxima segurança.
A fatalidade dessas ocorrências nefastas tem afetado o Brasil, numa sucessão de lances dolorosos, nos quais mulheres e homens notáveis, que trabalham e zelam pelo bem, que confiam no destino histórico da nacionalidade, causando impactos terríveis e dores indefiníveis.
Estamos vivendo um desses momentos cruéis com a desencarnação por acidente aéreo do Exmo. Sr. Ministro do Supremo Tribunal Federal, Dr. Teori Zavascki, cuja existência fez-se caracterizar pela honradez e nobreza de caráter.
Essa tragédia dantesca dá-se num momento muito grave no país, quando S. Exa. Deveria prosseguir na tarefa nobre a que se dedicava, trabalhando pela dignidade e justiça contra a corrupção de autoridades insensatas e de outros cidadãos criminosos que se locupletaram nos bens públicos e nos valores que poderiam solucionar os graves problemas do país...
Várias hipóteses têm sido levantadas para esclarecer o infausto acontecimento, no entanto, merece considerarmos que nada impede que se manifeste a Justiça Divina, alcançando-nos a todos, cujos ossos estão sendo esperados por aqueles que edificaram a capela portuguesa.
Divaldo constrói uma metáfora espiritual, onde a Capela de Ossos mostra às pessoas que todos irão ter esse mesmo destino, e que existe alguém do outro lado da vida para guardar os ossos, como matéria mais resistente do antigo corpo vivente. Mas, como está escrito que se espera pelos ossos dos que ainda caminham com a carne, implica que uma consciência esteja por trás dessa organização no mundo espiritual, e da mesma forma que organiza esses ossos deve ser organizado o procedimento de cada um dentro dos princípios da Justiça Divina.
Portanto, nós que caminhamos por este planeta de provas e expiações, por mais bens materiais ou cargos públicos ou privados, devemos esclarecer a nossa mente da virtualidade deste mundo de formas, que nossos ossos que facilitam a nossa movimentação aqui, nenhuma função terão no mundo espiritual, onde a prestação de contas será feita com base em nossas atitudes, aquelas que geraram o bem ou o mal.
Confesso a minha simpatia pela monarquia, depois que tive melhor informação sobre o que foi os dois períodos de reinado que houve no Brasil. Li um texto na rede whatsapp que me chamou a atenção e certa discordância, com relação ao que aconteceu com o imperador Dom Pedro II.
A DECADÊNCIA DE SUA MAJESTADE
França, em sua capital, Paris, no Hotel Bedford! Foi simples assim, em um modesto quarto de hotel, que um senhor alto, de cabelos e barba brancas, com seus penetrantes olhos azuis, está partindo deste mundo.
Este senhor, deitado em sua modesta cama, está acompanhado da filha, dos netos, do genro, e de seus leais amigos brasileiros! Este senhor foi durante mais de cinquenta anos um imperador!
Um estadista sem igual na história mundial! Deposto e exilado de sua pátria amada, sua mãe gentil, sem dinheiro, doente e viúvo.
Já na tarde do dia 4 de dezembro, a pneumonia fatal começa a agir, e aos 35 minutos do dia 5 de dezembro de 1891, este grande homem parte deste mundo para se encontrar com o Rei dos reis!
Depois de dedicar toda sua vida ao Brasil, seu único e simples pedido foi atendido: que colocassem um saco com terra brasileira pra ser enterrado junto com ele!
Era a forma que ele encontrou de estar perto do seu Brasil. Já que foi banido para nunca mais voltar. Mas em janeiro de 1921 ele voltou. Seus meros e magníficos restos mortais voltaram para sua terra.
E foram recebidos com todo o respeito dos representantes do regime que o exilou. Muitos não contiveram suas lágrimas. Tanto que relata o historiador Pedro Calmon que descreveu a cena: “Os velhos choravam. Muitos ajoelhavam-se. Todos batiam palmas. Não se distinguiam mais republicanos e monárquicos. Eram brasileiros!”.
Ao verem o esquife de sua Majestade tocando o solo brasileiro, e dentro do esquife, junto de seu humilde corpo, o maior tesouro do imperador, um saco com terra brasileira, o Brasil republicano deu seu primeiro passo para se reconciliar com seu passado monárquico, que jamais será esquecido!
Somente pelo teor deste texto, podemos verificar que o título é incoerente. Como é que uma pessoa com tanta hombridade, honestidade e amor à pátria a qual foi educado para cuidar, que permaneceu firme em seus compromissos morais e éticos, sem o encantamento egoísta dos bens materiais, pode ser considerado decadente? E que romanticamente, tinha ao seu lado de forma perene, muito além do tempo esperado para a decomposição do seu corpo carnal, estava a terra que ele tão singelamente pediu?
Só posso justificar esse título se o autor considerou apenas o ponto de vista materialista, a aquisição e posse de bens materiais que se espera de um governante. Mas se considerarmos o lado positivo da vida, daquilo que é importante para o espírito evoluir na direção de Deus, veremos que o imperador teve sucesso do início ao fim da vida, apesar dos obstáculos do caminho, como traições, tentações e covardias...
No último texto que escrevi levantei a dúvida se o Brasil estava sem Deus. Mesmo tendo afirmado no final que não, que o Brasil continua com Deus apesar de tanta perversidade e corrupção, transcrevo abaixo u texto do Rica Perrone que diz sobre isso:
“Caro amigo brasileiro honesto. Hoje é sexta-feira e eu sei como você se sente, porque honesto também sou. Fui criado também por pessoas que me impediram de roubar a caneta do coleguinha ou voltar com o troco errado da padaria. Enfim, como a enorme maioria, sou o mínimo aceitável de um ser humano.
Hoje faz cerca de 12 graus em São Paulo, onde estou passando a noite. Na entrada do mercado uma família na calçada me pediu pra comprar... um cobertor. Eu comprei, é claro. Posso, graças a muito trabalho. E junto dele comprei uns bolinhos pras crianças numa sacola. Quando eu dei o cobertor pra menina, ela viu a sacola cheia de bolinhos junto. “Tio, você esqueceu esse saquinho...”. Ela me devolveu!!! Era pra ela. Mas eu não disse, ela não pediu, dei porque quis. Mas ela achou que era meu e com fome, na rua, passando frio, me DEVOLVEU!!!
Disse que era dela. Ela sorriu, “fica com Deus, Tio”.
Deus?
Caralho. Ela está na rua, com a família toda no exato momento em que a TV noticia a porra da absolvição do nosso honestíssimo senhor presidente.
Deus, pra ela significa a justiça divina. A justiça que ela não vai ver mas precisa acreditar que haverá. Pois sem ela não dá para acordar todo dia.
Essa família que agora passa frio na esquina da Oscar Freire com a Joaquim Eugênio de Lima não tem o que comemorar. Mas quando eu fui embora, naquela situação horrível de se culpar por ter o que comer e não poder resolver o problema deles, eu olhei para trás e ela abraçava o pai. Não acabou. Por mais perdido que esteja, o jogo não acabou.
Eu sei que ele trocaria tudo por ter um jantar digno toda noite e uma casa para morar. Mas eu sou capaz de apostar que esse cara não roubaria por medo de perder o olhar daquela menina de respeito e admiração.
Então, meus caros amigos brasileiros honestos que hoje dormem com mais um soco na cara. Aproveitem o final de semana para fazer a única coisa que esses filhos da puta não podem fazer e nós podemos: olhe nos olhos da sua família. Abrace seu pai e agradeça a criação que ele te deu. Brinde com seus avós, se ainda os tiver, e honre a comida comprada honestamente que estará na sua mesa.
Mas em homenagem a eles todos, o protesto mais humilhante que podemos fazer é esse. Passar o final de semana com nossas famílias e sem ter que baixar a cabeça pra desviar de um olhar.
Nós somos maioria. Bom final de semana pra vocês! ;-)
Por esse fato podemos concluir que a tese de que o Brasil está sem Deus, pois não existe pessoas honestas, não é verdadeira. Talvez a maioria possa ser considerada corrupta, em diferentes graus, mas por outro lado, existem pessoas honestas em diferentes graus. Tudo depende para onde aponta a intenção de cada pessoa. Se for para fazer o mal, aproveitar-se do suor do próximo, então essa ação será corrupta em diferentes graus. Se a pessoa a intenção de fazer o bem, os seus deslizes é que irão definir o grau de honestidade que eles possuem.
A esperança é que tenhamos condições de aprender de forma honesta o que seja ética dentro do mundo material e o que seja a moral cristã dentro do universo espiritual. Se bem desenvolvidas essas condições, veremos que a ética e a moral cristã estejam entrelaçadas e que Deus continua conosco, esperando que construamos aqui o país do Evangelho.