Desta vez estou fazendo este texto assim que acordei. Sonhei muito, e antes que a memória se apague devo registrar o que consigo alcançar. O tema principal de duas partes do sonho foi a verdade.
Na primeira parte foi com relação a politica. Apresentei um discurso dirigido aos políticos do PT, principalmente a um vereador, meu conhecido, a quem eu dirigia a interlocução.
Eu dizia pra ele que o partido havia se corrompido, que havia alcançado o poder divulgando boas intenções. Fiz parte da maioria que o ajudou alcançar esse propósito. Logo percebi ainda no primeiro mandato, que existiam atos de corrupção dentro do poder praticados pelas principais lideranças do partido. Passei a ser um dos críticos contra essa prática nociva, que levava ao enriquecimento ilícito de alguns e ao assassinato de outros, prática alicerçada na mentira com perspectivas de se expandir pelos países vizinhos.
Eu falava pra esse vereador que da mesma forma que eu compreendi esse processo e o repudiei em função dos meus princípios, também qualquer uma pessoa de inteligência mediana pode compreender esse processo e se desligar dele, se por acaso tiver algum vínculo, como é o caso dos parlamentares que foram eleitos por essa legenda. Caso esses parlamentares continuem no mesmo lugar, apesar de todas as evidências que surgem para referendar as acusações, só podemos imaginar duas situações para essas pessoas: primeiro, que realmente sejam inocentes de toda a sujeira que acontece ao seu redor, que sejam inocentes úteis, hipótese essa difícil de ser aplicada aos parlamentares eleitos, que justamente por essa situação podemos supor que não tem a condição de inocente; segundo, que saibam da “sujeira” orquestrada pelo seu partido e resolvem aderir aos seus benefícios, como agentes passivos, usufruindo indiretamente dos benefícios da corrupção, ou como agentes ativos, participando das manobras da corrupção e tendo como recompensa extra o enriquecimento ilícito.
Na segunda parte do sonho eu fui confrontado com os valores da família tradicional. Sentado numa mesa com várias pessoas da mesma família, de alta religiosidade católica, eu investia contra os preconceitos tradicionais da família nuclear, mostrando que o importante era a aplicação do amor incondicional em todos os relacionamentos. Não tinha nenhum valor a pessoa que vivia dentro da igreja ou qualquer templo espiritual se não pratica o Amor. Fazia o confronto dizendo que sabia da crítica que eu recebia de algumas pessoas, devido o preconceito que está dentro de cada um, mas nenhuma dessas pessoas poderia me acusar de ter me comportado com nenhuma delas sem o Amor que está sendo ensinado nos principais livros espirituais de todo o mundo, principalmente pelo Evangelho ensinado por Jesus de Nazaré.
Hoje voltamos mais cedo para casa depois de termos andado bastante pelo centro comercial de Florianópolis. Estamos na cidade que realiza o XXXIII Congresso Brasileiro de Psiquiatria, e estamos hospedados numa casa que se localiza sobre um morro, como é comum em Florianópolis. O GPS desta vez nos encaminhou por um caminho mais longo e tivemos que enfrentar uma ladeira mais íngreme. Eu seguia na frente com quatro passageiros no carro que eu dirigia, e o meu irmão seguia logo atrás de mim, também conduzindo consigo quatro passageiros. Eu seguia com o carro na segunda marcha, mas logo o carro indicava que precisava de marcha com mais força. Tive que engatar a primeira marcha e nesse movimento o carro parou. Ao ser acionado a força da primeira marcha os pneus patinaram na pista molhada pela chuva constante que caía na cidade há cerca de dois meses ininterruptos. O carro patinava e nesse movimento se deslocava para baixo pela força da gravidade. Tinha que parar e segurar o carro com o freio para ele não se chocar logo abaixo com o carro do meu irmão. Devia dar tempo para ele perceber o que estava acontecendo comigo e deixar o carro dele descer para uma distância segura. Mas também ele passava pela mesma dificuldade. Não conseguia fazer o seu carro se deslocar para cima, pois os pneus do carro também patinavam com a força da primeira marcha. Para complicar ainda mais a situação, descia um ônibus em sentido contrário, e desviava para a contramão, devido uma motocicleta estacionada na sua mão e que obrigava e esse processo e ficava defronte ao meu carro.
A situação era deveras constrangedora e ameaçadora. Os passageiros desceram dos carros, tanto do meu quanto do meu irmão, apavorados com a possibilidade dos carros perderem os controles e despencarem ladeira abaixo com resultado letal. Eles não podiam fazer muita coisa além de se lamentarem e correrem de um lado para outro desorientados. Inclusive com a possibilidade do outro irmão gordo escorregar cair e sair rolando ladeira abaixo sem ninguém conseguir segurá-lo, e quem tentasse poderia seguir rolando com ele numa esquisita bola de neve. Felizmente os nossos anjos da guarda intuíram a um dos transeuntes para nos orientar a manter os carros em meia embreagem e lentamente ir deslocando o carro ladeira acima. Com essa orientação e com uma postura mais calma, fizemos o procedimento necessário e saímos daquela situação perigosa. Além do risco que corremos, prevaleceu no final o sentido de pilhéria e ironia da situação com as pessoas que saíram do carro se descabelando ou se divertindo com a situação, como era o caso das mulheres e das crianças e adolescentes. Foi motivo de muita risada durante muito tempo essa situação inusitada.
Faço agora uma avaliação mais crítica da situação. Sei que tudo que realizamos na vida envolve em si certo risco. Até mesmo dentro de casa, dormindo ou trabalhando, corremos risco de vida, com assaltos ou coisas parecidas. Uma viagem que realizamos por locais desconhecidos, por estradas que não conhecemos, certamente o risco se torna maior. Mas isso é o que a vida requer de nós, coragem para conhecer coisas novas, fortalecer o nosso espírito com novas informações, novos conhecimentos, apesar do risco que isso possa nos trazer.
Uma ação que considero hoje da máxima importância e parece que esta viagem em particular comprova isso como uma realidade. É a questão da oração, de conversarmos com o Pai e pedir a proteção extra para as dificuldades extras que iremos enfrentar. Não é que o Pai não saiba de nós essa necessidade, é que fazendo assim a nossa consciência fica mais sintonizada com as forças energéticas que partem da Sua essência, na forma dos espíritos protetores, a partir dos nossos anjos da guarda. Pode parecer coincidência, mas no dia que esquecemos de fazer essa oração dirigida ao Pai seguida das ações de fraternidade e amor entre nós, é que aconteceram coisas mais perigosas perto da gente, como a batida do carro em Gramado e agora essa ameaça na ladeira quando voltávamos para casa.
Agradeço a Deus pela proteção e oportunidade de tudo de bom que vimos e aprendemos pelo caminho, principalmente da importância da comunicação com Ele, nosso Pai, e da convicção que Ele sempre está conosco, e com mais intensidade quanto mais assim o desejarmos.
A nossa vida convive com uma contínua ameaça, desde uma destruição individual a uma morte coletiva. Isso está acontecendo constantemente ao nosso redor, com os assassinatos por roubos, furtos, assaltos até a guerras e atentados terroristas. Apesar dos inúmeros templos religiosos espalhados ao redor do mundo, e até algumas vezes de origem de dentro deles, essas ameaças às vidas humanas se concretizam.
Os ensinamentos de Jesus quanto a aplicação do Amor e a formação do Reino de Deus a partir dos nossos corações, sofre o impedimento da interpretação viciosa do amor romântico, que gera núcleos familiares de amor exclusivo, fonte da maior parte do egoísmo presente na comunidade.
Parece que não há outra saída para evitarmos essa ameaça a nossa vida individual ou coletiva a não ser seguir as lições do Cristo a partir dos nossos corações, construir o Reino de Deus dentro de nós e partir para difundi-lo ao nosso redor.
É isso que tento fazer. Interpreto o Amor da forma que Jesus ensinou e Paulo exemplificou, evitando contaminá-lo com qualquer tipo de preconceito. É tanto que a maior crítica que me fazem nessa tarefa que pretendo realizar, é que coloco a possibilidade de sexo no desenvolvimento dessas ações, mas como não fazer isso, se o sexo é obra de Deus e que é através dele que podemos dar continuidade à vida através dos filhos? Aplicar o Amor Incondicional e tirar de dentro dele a possibilidade do sexo, é inviabilizar o Reino de Deus na construção de novos seres. Se quem somente aplica o Amor Incondicional e se priva das ações sexuais, deixa de reproduzir seres com essa mesma responsabilidade e as lições se perdem no meio das inúmeras pessoas que pensam de forma contrária, usam o sexo somente para benefício de seus desejos materiais. O sexo usado dentro dos interesses espirituais, dentro dos conceitos do Amor Incondicional, sempre irá respeitar a máxima que Jesus ensinou, de amar ao próximo como a si mesmo.
Sinto que fazendo dessa forma estou trazendo o Reino de Deus para dentro do meu coração e tento dar o próximo passo, de transmitir essa condição ao meu próximo, qualquer que seja ele, de preferência dentro de um trabalho coletivo, como este que comecei a realizar na Associação de Moradores da Praia do Meio.
Isso não é fácil, sei o quanto é difícil tanto para as pessoas que se aproximam de mim desejando um amor exclusivo, quanto para mim mesmo ao sentir o sofrimento que provoco nessas pessoas. Sinto que o meu semblante melancólico se acentua com essa situação, eu sinto que ninguém pode se aproximar de mim sem sofrer. Sou uma espécie de rei Midas que tudo que tocava se transformava em ouro e não podia nem ao menos se alimentar. Tudo que eu toco com a minha aura de amor, provoca no outro o desejo da exclusividade e a alegria e felicidade do primeiro instante se transforma em dor e sofrimento por toda a vida, parece ser assim... Como posso ficar feliz com essa situação, se tudo que eu desejo é fazer a felicidade do próximo? Como posso deixar de agir assim, se é isso que sinto que o Pai deseja de mim?
Sei que estou no sacrifício e quem de mim se aproxima. O máximo que posso fazer é advertir dessa condição. Eu tenho a missão já reconhecida por mim de fazer esse trabalho em sintonia com a vontade de Deus, com todas as consequências aparentemente negativas. Quem disso tiver conhecimento e mesmo assim desejar participar desse relacionamento com todo o sofrimento que ele provoca, então estou disposto a compartilhar também com essa pessoa esse sofrimento, mas por favor, não jogue na convivência nenhuma queixa disso estar acontecendo, pois gera conflitos e isso é o que o Pai não deseja nesse relacionamento que implica na paz e na defesa da vida, tanto individual quanto, principalmente, coletiva.
O dia de ontem foi dedicado aquelas pessoas que se comprometeram radicalmente com o Pai e que a Igreja Católica os reconhece como santos. O dia de hoje é dedicado a todos os que morreram, e isso inclui também os santos. Portanto, podemos concluir que os santos possuem três dias no ano que são festejados: o dia de todos os santos, dia de finados, e o próprio dia consagrado a cada um dos santos individualmente.
Da mesma forma que uso a lógica para chegar a essa conclusão acima, onde cada pessoa pode ver com clareza essa realidade, também posso usar a lógica para verificar as justificativas que são dadas para o festejo de cada uma dessas datas.
Primeiro, o dia de Todos os Santos: são considerados aqueles reconhecidos pela igreja das pessoas que se comprometeram radicalmente com a vontade do Pai, inclusive com autoria de um ou mais milagres. Compreendo que essas pessoas assim consideradas como santas são apenas a ponta de um iceberg. Devem existir muito mais pelo mundo que cumprem essas formalidades da Igreja, apenas não são descobertas como tais. Geralmente são pessoas simples que fazem a vontade do Pai, despercebidas pela hierarquia do mundo, muitas vezes chamando o Pai por outros nomes diferentes de Deus, ou dentro de cultos e rituais excêntricos para a visão dos noviços, pessoas das quais a Igreja Católica nunca ouviu nem falar. Porém o Pai ao qual nada passa neste mundo sem a Sua percepção, desde a queda de um cabelo branco numa cama de algodão, faz o devido registro e as colocam na mesma posição daqueles colocados pela Igreja. Por esse motivo minha lógica considera que aquele livro que fala das vidas dos santos deve ser muito mais robusto nos registros celestiais.
Segundo, o dia de finados. Inicialmente eram comemoradas apenas aquelas pessoas que morreram dentro da fé cristã. Logo depois corrigiram o erro para incluir todas pessoas que morreram, quer fossem ateus ou santos. Porém a Igreja Católica se move no mundo sustentada nas bases materiais pelos interesses dos clérigos que a constroem e por isso passamos a viver contradições bizarras que a lógica não admite. Uma delas é que cada pessoa dorme uma espécie de sono dentro da sepultura depois da morte do corpo físico, esperando a ressurreição da carne. É como se fosse uma longa gestação dentro da sepultura até o nascimento definitivo, a hora em que todos os que repousam nos sepulcros ouvirão a “voz” e sairão. Os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida; os que praticaram o mal, vão ressuscitar para a condenação. Uma contradição lógica é que, como esses inúmeros corpos irão ser reconstituídos materialmente se as suas moléculas e átomos voltaram a intimidade da Natureza para a formação de outros corpos, outras vidas? Iriamos observar uma disputa por átomos e moléculas que ao longo do tempo pertenceram a corpos e vidas distintos. E o julgamento seria uma ação tipo tudo-ou-nada. Ou iriam para a vida ou para a condenação. Os próprios espíritos já explicaram com toda a didática e lógica como a vida ocorre nos planos materiais e espirituais. A educação constante que devemos receber para evoluir no plano espiritual, voltando aos corpos que se formam ao longo do tempo nesse processo de aprendizagem e evolução, que ocorre tanto no plano material quanto no espiritual, mas de forma muito distinta.
Então, esses dois dias, Todos os Santos e Finados, são importantes para uma tomada de consciência e nos adaptar nos processos evolutivos nos quais estamos inseridos. Sei hoje da importância do mundo espiritual frente o mundo material. A Terra não passa de um hospital-escola onde devemos aprender e ensinar dentro da energia do Amor que é a essência do Criador. Sei que devo me esforçar como os santos, reconhecidos ou não, para fazer a vontade do Pai. Isso implica que as prioridades da minha vida material devam ficar em segundo plano, que eu deva sofrer as consequências dessa decisão, pois o mundo ainda está muito distante do Reino dos Céus que Jesus ensinou. Porém é com nossa atitude de enfrentamento de todas as dificuldades, usando o Amor na forma que Paulo nos ensinou, que iremos construir esse Reino, que é a realização das lições de Jesus e o cumprimento da vontade do Pai.
O grupo familiar que está sob a minha influência, com a minha viagem ao Congresso em Florianópolis, sofreu uma severa crise, principalmente dentro do casal que se apresentava mais frágil no relacionamento. Não sei ainda como tudo começou, mas a informação que tive é que o homem perdeu a calma e partiu para a violência. Espancou as duas filhas menores e ameaçou a mulher com um facão no pescoço. Os demais parentes acorreram ao socorro e orientaram para ele sair de casa, alugar um espaço só para ele e assim ele viver como deseja, sem intervir de forma tão brutal na vida da mulher e das filhas. Aparentemente ele concordou com a sugestão, mesmo que a culpa não fosse apenas dele, pois o comportamento obsessivo da mulher termina por provocar esse tipo de ira. Mesmo assim ele disse que estava alugando uma casa e que iria sair da convivência com as filhas e esposa. No entanto continua indo dormir na sua residência com a permissão da esposa. As pessoas se ressentiram da minha ausência e até comentaram que se eu estivesse em Natal isso não teria acontecido.
Reflito sobre a importância que passei a ter nesse conjunto familiar ampliado, e que em tudo isso tem a mão de Deus, construindo caminhos e sugerindo ações, que se devidamente cumpridas sob a luz da justiça irão com a ajuda do tempo harmonizando as relações e formatando os relacionamentos compatíveis com o Reino dos Céus.
Nesta viagem que realizei para Florianópolis fiz o convite a todas minhas três companheiras mais frequentes para me acompanhar. Por motivos diversos e por ação de justiça só me acompanhou uma. Essa foi a primeira conjuntura que Deus deixou à nossa disposição e que eu, obedecendo à Sua vontade conforme o ajuste de minha consciência, permiti que acontecesse. Então, o espaço mental e sentimental de cada uma ficou onde Deus queria. A primeira na condução dos preparativos de uma cirurgia que devia ser realizada e que o tempo apropriado para os preparativos foi justamente esse da viagem. A segunda que me acompanhou na viagem e aproveitou junto com nossa filha de um momento que fazia parte dos seus sonhos. E a terceira que permaneceu junto da família em terapia e que se mostrou uma base firme de auxílio e orientação para todos os parentes, além da tomada de decisão de ir morar sozinha, longe da influência da mãe que se mostra tomada pelo orgulho e preconceito.
Então eu pude perceber com toda clareza a movimentação da influência de Deus em nossas vidas e da responsabilidade que cada um deve ter em perceber a Sua vontade e ter forças para cumpri-la. Para fazer isso cada um deve desempenhar com bastante determinação a fé, esperança e amor. Fé de que os caminhos que estamos trilhando sejam realmente os caminhos designados pelo Pai; esperança de que conseguiremos apesar das imensas dificuldades, vencer os nossos adversários externos e principalmente os internos; e principalmente o amor, para tudo tolerar, tudo compreender, em tudo ter paciência...
Não posso compreender, a não ser com a ajuda do amor, como pessoas que estão dentro deste círculo de relacionamentos não percebam que isto tem uma determinação divina, se tudo isso só gera amor ao redor à luz da verdade, e que o mal-estar que surge na consciência de algumas pessoas em algumas ocasiões são sempre devidas a expressão do egoísmo, quer seja na exigência de um amor exclusivo, quer seja no medo de não ser considerada uma pessoa normal como aquelas que praticam tanto o mal travestidas de bondade.
Na próxima reunião que terei com todos sinto a necessidade de não seguir com o plano original de ler uma das histórias que Jesus contava à noite nas casas dos amigos e discípulos com cada um dando sua opinião, e sim dar uma espécie de aula mostrando a natureza do nosso corpo e da nossa alma e a estratégia de evolução que ambos possuem. Acredito que essas informações bem sólidas que já possuo sejam o mais necessário para todos neste atual estágio de relacionamentos e de compreensão do sentido da vida.