Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
04/05/2014 09h37
UNIVERSALISMO CRÍSTICO

            O livro “Universalismo Crístico – o futuro das religiões” escrito por Roger Bottini Paranhos, aborda a questão das religiões e a necessidade de assumirmos a espiritualidade com os valores da nossa consciência, evitando ficar preso aos dogmas que existem em todas as religiões. Mas o que mais chamou minha atenção foram os dois capítulos iniciais, principalmente o segundo onde o autor trava um diálogo com um dos dirigentes das trevas, um mago negro.

            Esse dirigente vive no submundo das trevas numa espécie de castelo luxuoso e suntuoso erigido sobre a miséria de milhares de almas que vivem ali subjugadas. O mago explica que a causa da existência de tanto luxo e conforto num ambiente como aquele era a miséria de todos os seres que ali viviam, sofrendo o peso dos crimes que suas consciências causaram. Explica ainda que onde existe riqueza e suntuosidade, existe por trás a miséria que a sustenta. Isso tanto é observado no mundo astral como no mundo material.

            O mago tenta trazer o autor para o seu lado, o reino das sombras, do mal. Quer evitar que ele publique esse livro e não deixa de fazer ameaças. Mesmo ele sabendo da dificuldade desse pensamento prosperar na Terra onde prevalece os valores egoístas e o mal ainda supera o bem, o mago diz que não quer se arriscar. Lembra do exemplo de Jesus, que trouxe para a Terra uma mensagem de Amor que na época era inadmissível para a ampla maioria das pessoas, que quando muito seguiam a lei de Moisés. Jamais imaginaria que essa mensagem tomasse a dimensão que tomou, mesmo porque quem ficou encarregado de passar à frente foram pessoas rudes, iletrados, pescadores, escolhidos do seio do povo. Por isso ele não podia desconsiderar as lições que esse livro traria para o povo, mesmo sabendo que a ampla maioria não iria considerá-lo, pois estavam presos nos dogmas das diversas religiões e nos seus interesses materialistas.

Essas lições dirigidas à consciência de cada um no sentido de despertar para uma espiritualidade real, onde o Amor fosse o objetivo maior na caminhada para Deus e a ajuda ao próximo fosse a bússola de orientação nessa caminhada, independente de igrejas, poderiam ter sintonia com algumas mentes e servir como um parâmetro de mudança real. Dessa forma ele não podia se arriscar e tudo faria para que esse livro não fosse publicado, apesar da determinação do autor, mesmo com todas as suas limitações do ponto de vista do amadurecimento espiritual.

            Não entrei ainda no assunto que o autor quer passar através desse livro, mas já me sinto solidário com o seu modo de pensar e de agir. Essas lições que visam dar a consciência de cada um a responsabilidade de sua evolução espiritual, de sua caminhada em direção à Deus independente de igrejas, já é algo que eu faço na prática. Fico até desconfortável quando alguém pergunta por minha religião. Como faço muitos trabalhos de estudos e assistenciais na Casa Espírita, todos esperam que eu me identifique como espírita. Mas eu não sinto que eu seja um espírita como os confrades esperam, pois eu não sigo com rigor o que eles esperam dos devotos, principalmente na leitura quase que exclusiva dos livros de Allan Kardec e autores associados ao seu pensamento. Não encontro nas livrarias clássicas da doutrina espírita autores como Ramatis, médiuns como Robson Pinheiro e agora este, Roger Paranhos. No entanto da mesma forma que encontro lições valiosas dentro das obras de Kardek e associados, também encontro lições valiosas em outras religiões e outros pensamentos, encarnados ou desencarnados. Não fico preso a essa escolha feita por terceiros do que eu devo ler ou não. Não quero dizer que eles estejam errados, nenhuma das religiões com seus dogmas e determinações de cunho exclusivista na orientação do pensamento. Devem preservar algo que seja importante para levar a fé a maioria das pessoas que ainda não sabem como se dirigir ou caminhar para Deus. Porem pessoas que já possuem uma consciência crítica bem desenvolvida, não podem ficar presas a essas limitações. Sua consciência caminha com mais rapidez em direção a Deus se usar a própria lei de Deus instituída dentro de suas consciências. Assim, essa pessoa não tem possibilidade de se tornar hipócrita, pois para ele Deus está sempre perto de si e acompanhando seus passos, sondando seu coração, e nada do que fizer ficará encoberto. Não há como praticar a hipocrisia, pois sua relação fundamental não é com os outros ao redor, e sim com Deus que tanto está ao redor como está dentro de si.  

            Dessa forma, não posso me considerar um espírita formal, aquele que segue os princípios da doutrina dentro de uma determinada orientação. Por isso eu sempre respondo quando indagado, que sou espiritualista cristão. Espiritualista porque não sou materialista, sei da existência do mundo espiritual e a ele me reporto com prioridade; cristão porque dentro de todos os avatares da humanidade reconheço Jesus, o Cristo, como o melhor representante, para mim, do caminho a verdade e a vida.

            Por todos esses motivos o livro de Roger está me encantando e vou procurar ler todos os outros anteriores para melhor perceber as lições que ele e seus mentores querem nos ensinar.

 

 

Publicado por Sióstio de Lapa
em 04/05/2014 às 09h37
 
03/05/2014 00h01
AÇÃO E REAÇÃO

            Tenho um relacionamento meio complicado com o meu 4º filho que tem 22 anos. Além dele ter seus problemas emocionais, tive que sair de nossa casa de forma agressiva, pois a sua mãe resolveu não tolerar um comportamento que ela já conhecia desde que nos envolvemos e que ela sabia que eu não iria modificar. Sua decisão de permanecer comigo mesmo sabendo disso, deveria estar envolto pela tolerância de algo que ela sabia que iria acontecer. Mas parece que ela ficou acumulando ressentimentos dessa situação até que explodiu no dia que ela me mandou sair de casa. Tudo bem, isso poderia ter sido feito de forma educada e até fraterna, pois eu até me disponha a viver com ela como amigo até o fim da vida. Mas a intolerância prevaleceu no comportamento dela e até o amor que deveria existir entre nós, da parte dela não teve nenhum efeito para atenuar a situação. Dentro de tudo isso quem ficou mais prejudicado foi o nosso filho, pois deixou de ter a minha presença perto dele com mais regularidade e terminou sendo contaminado pelos sentimentos dela. Por mais esforço que eu demonstre na minha forma de amar, sem exclusividade para ninguém, inclusive com os próprios filhos, companheiras, etc, não sou compreendido e sou tratado com distanciamento e algumas vezes com hostilidade. Procuro cumprir os meus compromissos financeiros com o mesmo princípio da minha 5ª filha que tem 18 anos, para não deixar margem de injustiça, e desenvolvo uma série de trabalhos extras para cumprir o viés espiritual que existe muito forte em minha mente, de ajudar a tanta gente. Até mesmo para dirimir qualquer dúvida quanto a fidedignidade de meus princípios no pagamento de sua pensão, equivalente ao de sua irmã, eu deixei com ele a senha dos meus empregos para que ele pudesse acessar os comprovantes de pagamento todo mês e ele mesmo calculasse quanto eu deveria passar pra ele.

            Acontece que ontem eu o procurei para me dar uma declaração de que era aluno regular de Universidade, para que eu pudesse renovar o plano de saúde, junto com a sua irmã. Depois de tentar tirar pelo site da Universidade e não conseguir, eu pedi que ele me desse a senha que eu tentaria tirar mais tarde da minha casa. Ele disse que não daria a senha para mim. Essa ação que ele teve de desconfiança dos meus atos fez com que desencadeasse de imediato uma reação e antes que eu dissesse qualquer palavra agressiva me retirei, sem dizer pra ele qualquer palavra de despedida.

            Fiquei no caminho a remoer o acontecido, conclui que a ação dele foi deveras injusta e que merecia uma reação como a que tive. Por outro lado, raciocinei que eu tenho mais experiência de vida que ele e tento seguir um caminho espiritual com base no amor incondicional e que a minha reação não foi coerente com esse meu projeto. Devo amá-lo e demonstrar que o amo, apesar de qualquer ação negativa que ele tenha com relação a mim, por mais injusta que seja. O meu papel não é de julgar, e sim de amar.

            Quando essas argumentações amadureceram em minha cabeça, eu liguei para ele e pedi desculpas por ter saído de forma brusca e não ter falado com ele. Expliquei que foi devido eu ter me sentido injustiçado por eu ter toda confiança nele que deixo consigo as senhas do meu trabalho onde ele pode ter acesso a minha vida profissional, inclusive ao financeiro. Enquanto isso ele não tem confiança de me dar a senha da universidade para ver se eu tiro uma declaração que comprove que ele é aluno universitário, com o objetivo de renovar o plano de saúde que é de interesse dele. Caso eu não tenha essa declaração, simplesmente o plano dele pode ser cancelado. Foi esse o motivo da minha reação, expliquei, mas apesar disso eu peço desculpas por minha reação que deveria ter sido sempre de amor. Ele respondeu do outro lado da linha que tudo estava bem.

            Encerrei a ligação e fiquei mais confortável perante Deus e a minha consciência. Também fiquei a pensar que devo regularizar com mais brevidade a minha situação jurídica junto a mãe dele, pois do jeito que está pode acontecer algo que deixe meus demais filhos em situação de inferioridade financeira, e isso não é justo e acredito que ninguém possa defender injustiça.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 03/05/2014 às 00h01
 
02/05/2014 00h01
AMOR ESPIRITUAL

            Amor espiritual pode ser colocado como sinônimo de Amor Incondicional, Divino, que não está subordinado aos interesses da matéria, quaisquer que seja eles, que não sofre as expectativas do retorno, da troca, não importa quais sejam as circunstâncias.

            Poucas pessoas conseguem perceber e entender esse Amor, e pouquíssimas pessoas conseguem colocar em prática. Quando conseguimos colocar em prática o Amor, significa que Deus entra em nossos corações e se derrama por nossas ações. Quem está acostumado a praticar outras formas de amar, geralmente ligadas a algum aspecto da matéria, imagina que Amar de forma incondicional não traz o tipo de prazer que eles obtém com outras formas de amor, o romântico, por exemplo. É justamente o contrário. Quem ama de forma incondicional experimenta uma forma de prazer contínua, que independe do comportamento ou dos humores de quem quer que seja.

            Eu procuro desenvolver a minha alma praticando o Amor Espiritual e sei que mesmo com esses pensamentos e comportamentos, ainda estou em pequeno patamar evolutivo nesse aspecto.

            Encontro nos relacionamentos homem-mulher a maior, melhor e mais complexa forma de Amor Espiritual. É maior porque vem associado ao romantismo com todo o apelo da carne, dos instintos. É melhor porque nos oferece além do prazer espiritual, o prazer carnal; e é mais complexa porque implica em forte atenção do seu desenvolvimento, pois facilmente pode se desviar para o amor romântico e dessa forma inverte todos os princípios positivos, vai da fraternidade para a exclusividade. Existe a forte tendência de cobrar o amor que dedicamos.

            A melhor forma de acessar o Amor Espiritual é fazer a Sua associação com Deus e daí tenho sustentação para os sentimentos, sonhos, pensamentos e ações. Evito regras e normas exageradas, procuro seguir apenas a minha consciência que deixo por sua vez sintonizada com a vontade do Pai. O que posso fazer é desenvolver regras internas, praticar a oração com regularidade e permitir sentir pelo outro, ter empatia.

            Não coloco limitação nem condicionamentos na minha forma de amar. Desenvolvo um Amor inclusivo e não exclusivo; desenvolvo um Amor fraterno e não egoísta; um Amor de liberdade e não de aprisionamento.

            A prática desse Amor Espiritual leva cada vez mais ao aperfeiçoamento da minha alma, mesmo que eu identifique no momento atual diversas falhas no meu modo de pensar e de agir, geralmente relacionados com as necessidades da carne, dos instintos, das pulsões comportamentais.

            Mas nem tudo são flores nesse caminhar do Amor Espiritual. Quem ainda não conseguiu incorporá-lo dentro de si, sofre pela ausência do ser amado. Mesmo que se esforce para sentir o Amor, sempre ficam sombras de sentimentos negativos que turva o semblante que sinaliza o sofrimento que se aloja no coração. Isso não deixa de me trazer também algum tipo de mal estar, pois sei que sou a causa desse tipo de sofrimento. O que me deixa confortado é que sei que estou fazendo o que minha consciência determina e que está em sintonia com o Pai.

            Quero ter o poder do Amor Espiritual todos os dias da minha vida, ser transformado por Ele de um homem velho carcomido pela matéria, num homem renovado pelo espírito e quero levar comigo nessa minha caminhada todas as minhas companheiras, formando assim a família ampliada, pré-requisito para formar o Reino de Deus.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 02/05/2014 às 00h01
 
01/05/2014 09h06
O CAMINHO, A LUZ, A VERDADE

            Viajo semanalmente para Caicó sempre pela madrugada. O sol ainda não tem nascido e tudo está escuro. Na estrada como não há luz artificial eu dependo da luz do carro para continuar no caminho. Foi a partir daí que fiz esta reflexão, comparando esta minha ação de viajar pela madrugada e com o processo da vida.

            Também entrei na vida numa espécie de escuridão consciencial, não consigo lembrar naturalmente de nenhum dos fortes eventos que aconteceram comigo durante o nascimento. Sei apenas o que me falaram, confirmado por alguns fatos que posso comprovar. Dizem que o meu parto foi muito difícil, eu fui o primogênito, era uma criança de cabeça nem tão grande assim, mas como iria passar por um canal que nunca havia dado passagem a algo tão grande, justificava todo o trabalho e risco que corri, junto com minha mãe. Dizem que foi necessário uma promessa ao principal santo do mês, para que se eu escapasse ser colocado o nome dele em mim. Foi assim que aconteceu, recebi o nome dele por ter vindo ao mundo e passar a respirar, mesmo com as marcas dos dedos da parteira que foi me arrancar com suas mãos do ventre da minha mãe.

            Nada disso eu lembro, a escuridão era total e eu ainda não iniciara a minha caminhada na vida por conta própria. A escuridão foi se desfazendo lentamente através da educação que eu recebia em todos os lugares, principalmente no lar e na escola. Minha avó que me criava, mesmo sendo uma pessoa rude e ignorante, teve essa grande percepção da vida e me colocou dentro da escola e da igreja católica. Assim foi como se eu tivesse ao meu dispor dois tipos de transporte coletivo a me transportar pela estrada da vida enquanto a luz do dia (verdade) ia surgindo e clareando minha compreensão.

            Cheguei ao ponto de não mais depender do coletivo para caminhar na estrada da vida, eu podia adquirir o meu próprio transporte e fazer a minha própria condução pela estrada que eu achasse mais conveniente, sem depender mais da vontade do coletivo, de ser submetido a vontade daquele motorista ou cobrador.

            É neste ponto que estou. Dirijo o meu próprio carro por uma estrada escura e que clareia lentamente à medida que o sol aparece. Inicialmente eu dependo quase que exclusivamente da luz artificial do meu carro para entrar na estrada que quero e dirigir para o meu objetivo. Não vejo nada do que está ao redor, apenas aquilo que o farol do carro consegue focar à frente para que eu obedeça os sinais de trânsito e não saia do seio da estrada. Mas a medida que o dia vai clareando eu deixo de depender dos faróis do carro e consigo perceber melhor todas as indicações da estrada e também perceber com clareza tudo que existe ao meu redor. Plantas, animais, casas, pessoas e até outros caminhos. A verdade se descortina à minha frente mostrada pela luz do sol, assim como a verdade entra na minha consciência mostrada pelo Espírito Santo de Deus, que pode usar qualquer recurso à sua disposição para isso. Eu posso agora usar o meu livre arbítrio com mais amplitude, posso mudar de estrada, de caminho, se achar conveniente.

            Dessa forma a minha vida agora se desenvolve com o domínio pleno da minha consciência durante a luz do dia e assim espero caminhar até a existência final do meu organismo. Existe a possibilidade de antes que aconteça a falência inevitável do corpo, eu entre num novo período de escuridão, quando o cérebro adoece, principalmente pelo Mal de Alzheimer e a consciência não pode mais ser acessada, como aconteceu durante a fase de recém nascido.

            Essas são as vicissitudes da vida, dos caminhos que posso optar em percorrer. Espero que eu esteja sempre iluminado pela luz que vem do Criador e que minha consciência esteja sempre em sintonia com Ele e disposta a fazer a Sua vontade como se fosse a minha.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 01/05/2014 às 09h06
 
30/04/2014 16h43
INCOMPATIBILIDADE FAMÍLIA E SOCIEDADE

            Existe um consenso de que a família é a célula básica da sociedade, desde os conceitos acadêmicos até os espirituais. Então, se queremos ter uma sociedade saudável, devemos criar uma família saudável, do ponto de vista individual e principalmente, coletivo.

            Vou abordar agora neste espaço o conceito ideal de família e que existe como ícone a Sagrada Família, formada por José e Maria. Vamos observar logo de imediato que o padrão idade e virgindade que são colocados dentro do padrão utópico da família como idealizamos não se cumpre. Maria era virgem quando conheceu Jose, mas este já havia sido casado e tinha filhos, portanto ele não era virgem. A idade também não foi equilibrada, José era muito mais velho que Maria. E finalmente, o mais complicado, a paternidade dos filhos; Jesus não era filho de José.

            Observamos assim que o ícone da Família Sagrada não preenche os critérios de uma família ideal, uma família utópica.

            Mas isso não retira a importância da família para a vida individual e coletiva, para a formação de uma sociedade saudável. E qual é a sociedade mais saudável que podemos imaginar? Aquela prevista por Jesus, com base no Amor Incondicional e que formará o Reino de Deus. Pode ser mais uma utopia, mas Jesus, como um excelente educador, nos disse que isso seria possível, desde que fizéssemos uma transformação radical em nosso comportamento, a partir da reforma íntima, dos instintos e pulsões próprios da natureza animal.

            Portanto, fica a compreensão que a estrutura familiar é importante para a estrutura de uma sociedade saudável e assim sendo a família também deve ser saudável no sentido grupal (parentes), biológico, individual e social.

            Observamos sérias dificuldades nos relacionamentos humanos em todos os níveis, individual, grupal e social. Dessa forma podemos concluir que as famílias estão sendo formadas com algum tipo de problema muito severo, mesmo que na aparência todas estejam dentro de padrões aceitos como corretos dentro da cultura.

            Jesus veio nos ensinar sobre o Amor como a maneira que tínhamos de construir essa sociedade alternativa, fraterna. Esse Amor que Ele nos ensinou era diferente daquele amor que já era praticado, o amor que motivava a formação da família e que teve origem no romantismo. Era o amor romântico e que até hoje é sentido com muita ênfase e que em muitas ocasiões se confunde com o Amor Incondicional.

            Temos assim duas formas de sentimento para construir a família. Até hoje o amor romântico permanece de forma quase que exclusiva na formação da família. Daí surge o exclusivismo, o egoísmo, o ciúme, a intolerância, a posse do outro. O Amor Incondicional não é ao menos considerado na formação da família. Esse é o principal fator de distorção do ideal social que aponta para a fraternidade, enquanto as famílias são construídas com base no exclusivismo, no egoísmo. Por mais que eduquemos, evangelizemos e procuremos criar a sociedade ideal do Reino de Deus, jamais iremos conseguir se continuamos a construir famílias com base no amor romântico que é contrário ao que preconiza o Amor Incondicional.

            Essa incompatibilidade ideológica entre formação da família e construção da sociedade nos deixa mergulhados num ambiente aparentemente esquizofrênico, onde se defende um ideal e se pratica outro.

 

Publicado por Sióstio de Lapa
em 30/04/2014 às 16h43
Página 771 de 941