Ao assistir o filme “Santo Agostinho – o declínio do império romano” observei que ele é centrado na Verdade. Durante a formação de Agostinho como advogado ele aprendeu a valorizar as palavras como ferramenta de mudança de opinião do outro, mesmo que isso envolvesse a mentira, fosse contra os fatos e ajudasse a quem melhor pudesse pagar, mesmo que isso envolvesse a mentira e a injustiça. Agostinho não tinha escrúpulos em aplicar essa máxima, das palavras mesmo mentirosas servirem como seu principal instrumento de trabalho. Ele percebia ao seu redor todas as consequências das mentiras que professava, na vida íntima e na vida pública, levando dores e distorções nos pensamentos das pessoas do seu convívio, da sua influência. Foi no seu primeiro encontro com Ambrósio, bispo de Mediolano (atual Milão), na corte do Imperador, quando ele insinuou a dificuldade na procura pela verdade, que Ambrósio lhe respondeu que não era preciso procurar a Verdade, pois a Verdade nos encontra.
Confesso que o meu pensamento era mais parecido com o pensamento de Agostinho, mas depois que refleti sobre a assertiva de Ambrósio, reconheço que ela tem maior coerência. A minha procura pela Verdade pode me levar por caminhos errôneos e que eu pense ser verdadeiros, mesmo que mais tarde eu venha reconhecer o erro e corrigi-lo, quando a Verdade me encontrar.
Fazendo agora uma reflexão sobre a minha trajetória de vida e as decisões que tive de tomar até o momento atual, observo que tudo se encaixa com mais perfeição. Lembro que a base do meu comportamento desde a adolescência, quando eu já começava a projetar meus planos para o futuro, era a justiça nos relacionamentos e a harmonia da convivência dentro do Amor. Quando eu observei que a Verdade me mostrava que havia justiça e mais Amor nos relacionamentos, mesmo conjugais, desde que fosse aplicada a justiça no comportamento do casal e nos novos pares que se formassem. Fiz justamente isso que a Verdade me trouxe: mudei os meus paradigmas de vida, trocando o amor condicional pelo incondicional, a família nuclear pela ampliada e me empenhei mais na construção do Reino de Deus como Jesus ensinou, Ele que dizia ser o Caminho, a Verdade e a Vida.
Em 430 Agostinho faleceu em Hipona, cidade na província romana na África, onde ele se dedicou enquanto Bispo e que tentou salvar da destruição pelos vândalos, só não conseguindo devido a presunção orgulhosa do governador, que acreditava que o poder militar de Roma não poderia ser derrotado por povos ignorantes. Os vândalos incendiaram a cidade e destruíram tudo, menos a catedral e a biblioteca de Agostinho.
Durante o cerco e o doloroso processo da invasão e destruição da cidade murada, as palavras de Agostinho ecoavam: “O Amor na adversidade tudo suporta. Na prosperidade se modera. No sofrimento é forte. É alegre nas boas obras. Na tentação é seguro. Na hospitalidade, generoso. Agradável entre verdadeiros irmãos. Entre os falsos, paciente. Este é o Espírito dos Livros Sagrados. É a virtude da profecia. É a salvação dos mistérios. É a força do conhecimento. É o fruto da fé. É a riqueza dos pobres. É a vida de quem morre. O Amor é tudo.”
Muito parecido com o texto de Paulo sobre o Amor. Muito parecido com a minha vida por querer viver o Amor de forma integral, ampla e irrestrita.
Procuro desenvolver a sabedoria de desapegar-me dos bens materiais e das circunstâncias da vida, ser um pobre pelo Espírito e possuir o Reino de Deus dentro do meu coração. Sei que devo ir mais além, desapegando-me não somente dos prazeres dos sentidos, como também das loucas emoções do coração e dos famigerados orgulhos da mente, para que somente assim eu consiga purificar meu coração, possuir o Reino dos Céus e sentir Deus dentro de mim, ser uno com o Pai. Assim atingirei a sexta bem-aventurança que Jesus ensinou: “Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus (Mt 5,8)”.
Esse “ver a Deus” não consiste em nenhum tipo de visão física, seja por meio de minhas grosseiras retinas de ordem material, seja por uma espécie de retina energética ou astral, após a morte biológica. Deus não pode ser “visto” assim desse modo, porque Ele é Absoluto, Infinito, Eterno e necessariamente Ilimitado. Ver a Deus significa percebê-lo espiritualmente, vislumbrar sua Essência, Conhecê-lo em seus desígnios e propósitos acerca do mundo, da humanidade e, sobretudo, a respeito de mim mesmo. Ver a Deus é viver em sua Presença, acima de toda ilusória noção mental ou intelectiva de tempo e espaço. É mergulhar consciente e subjetivamente na Eternidade e no Infinito.
Para que eu possa ver a Deus, é preciso que eu seja puro, seja limpo, tanto no corpo como na alma, o que realmente não é fácil, muito menos nessa dimensão telúrica pesada, obscura e de baixíssima vibração na qual me encontro. Desapegar-me dos bens da matéria, possuindo-os ou não, para mim já não é fácil. Tenho como exemplo o acúmulo de livros e DVDs que tenho abarrotados em meu apartamento. O desapego do próprio ego, então, é muito mais difícil. Este abandono da megalomania pirotécnica do meu ego fogueteiro, anticósmica mania que ele tem de idolatrar-se e fazer propaganda barulhenta de si mesmo, parece até impossível corrigir. Mesmo que eu me sinta confortável quando me comparo com outras pessoas, pois sei que elas me veem como uma pessoa humilde nesse aspecto, eu sei que ainda falta muito para que eu atinja o estágio de pureza.
Como me considerar “servo inútil”, conforme ensina Jesus, principalmente quando o ego, de fato, cumpre todas as suas obrigações virtuosas para aparecer bem para os outros? Como enfrentar esse terrível egocídio que é necessário? Como, então, posso morrer voluntariamente antes de morrer compulsoriamente?
Estas e outras objeções do ego, à primeira vista, são bastante lógicas e razoáveis. Porém, todos os homens crísticos e autoiluminados, aptos a ver a Deus, de todos os tempos e lugares, demonstraram sempre, não somente com seus ensinamentos, mas, acima de tudo, com suas próprias vidas, a inconsistência de qualquer desculpa egoica. Segundo tais gigantes do Espírito, o ego que não se integra no Eu, que não encontra seu caminho para Deus, não ultrapassou ainda seu estágio incipiente (elementar) e insipiente (ignorante) de evolução espiritual. Esta é a razão porque continua sendo um ego psicologicamente frouxo, moloide, lesmoide, ou moluscoide. É obvio que um ego moloide não pode ver a Deus!...
Se eu conseguir a necessária coragem e desenvolver uma sabedoria que me permita trilhar o “caminho estreito” do desapego total e, desse modo, passar pela “porta apertada” da renúncia completa, verei com muita surpresa, que o ego, em verdade não morre. Algo em mim irá morrer, morre sim, pois não existe parto espiritual sem dor, todavia, não é o ego que morre, é o egoísmo, isto é, a própria impureza.
Sei que devo reconhecer meus pecados perante o Senhor, isso é até fácil. Devo me comprometer em não repeti-los, e aí se encontra o problema. Não encontro forças até o momento para evitar cometer os erros que sei que cometo. Tenho como termômetro dessa dificuldade o desejo da alimentação. Sei que é errado comer exagerado e que prejudico meu corpo, o templo de Deus. No entanto não consigo parar o desejo que se instala na minha mente a serviço do ego indisciplinado. Termino com sobrepeso e até com níveis de obesidade. Este é um dos exemplos mais simples da dificuldade que tenho de cumprir, esse compromisso que tenho com o Pai, de administrar corretamente e proteger o corpo que Ele me deu.
Mesmo reconhecendo tão graves defeitos na minha conjuntura espiritual atual, o que me contenta é que sinto que estou caminhando em direção à luz, mesmo com todos esses percalços que identifico na rota. Sei que a minha meta é me tornar tão iluminado e puro, que a própria beleza de Deus possa brilhar em mim, mesmo que isso leve séculos e séculos de aprendizado nas diversas vivências pelas múltiplas moradas do Pai... Terei paciência e persistência!
Esta é a quinta lição que Jesus ensinou no Sermão da Montanha: “Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia (Mt 5,7).”
Que é um homem misericordioso, então? É todo aquele que ama desinteressadamente os míseros, que são os sofredores, os deserdados do mundo, os humilhados e ofendidos, os enganados e roubados, os menos favorecidos, os nossos irmãos menores ou mais fracos; enfim, os retardatários na longa caminhada de retorno ao aconchego do Pai. Consola-os com paciência e alivia-lhes o sofrimento.
Quase sempre me esqueço de me incluir entre os míseros, pois preciso contemplar a mim mesmo com um profundo olhar de misericórdia, principalmente agora que está terminando o período dos 40 dias que decidi entrar no deserto psicológico para treinar o meu espírito no controle dos desejos da carne e sofri derrota em todos os itens de avaliação, até no mais simples deles que foi o controle alimentar. Por isso devo ser misericordioso não somente em relação àqueles que sofrem, mas também a mim mesmo. Sou como aquele que foi atacado por ladrões, saqueadores e ficou despojado da maravilhosa morada interior e agora perambula pelo mundo. O meu saqueador é o desejo da carne que rouba os frutos do meu espírito.
Um modelo de misericórdia que devo observar é o de Francisco de Assis, que praticou sua misericórdia sem esperar jamais qualquer retribuição ou recompensa, nem na terra nem nos céus. Seu fazer é naturalmente uma simples e pura consequência do seu ser. Quando o ser é bom, ele faz o bem em virtude de um transbordamento lógico, necessário e espontâneo, ele faz o bem por amor a própria bondade. Logo seu fazer não obedece a nenhuma condição, é simples doação, sem esperar qualquer gratidão por parte dos homens, nem mesmo um prêmio celeste por parte de Deus.
A própria graça divina que devo alcançar, segundo essa lição, deve ser incondicionada, deve ser graça que vem de graça, porque nenhum ser humano pode causá-la ou merecê-la, já que seria inconcebível eu reivindicar direitos em face de Deus. A graça vem, e vem necessariamente, pois conforme as leis cósmicas que regem o Universo, a misericórdia de Deus está sempre aberta e escancarada, à disposição de toda e qualquer criatura que se lhe torne idônea e receptiva, que lhe seja fiel, que já esteja afinada pela mesma frequência vibratória do infinito.
Para que tudo isso funcione no âmbito qualitativo da Metafísica, não basta que eu faça o bem, é necessário que eu seja bom, incondicionalmente bom, indefectivelmente bom, bom para com os bons e igualmente bom para com os maus. É preciso que eu seja capaz de amar os meus semelhantes pelo que eles são e não pelo que eles fazem, possam ou deixem de fazer. Qualquer criatura de Deus, dotada de livre arbítrio, é filha da Bondade Absoluta e tem a mesmíssima natureza do Pai, é uma luz divina no mundo, ainda que temporariamente escondida debaixo do velador ou do alqueire. Como estou longe ainda de atingir esse estágio, pois o que prevalece na minha mente é ainda o repúdio por alguém que se aproxima de mim nos semáforos pedindo uma ajuda, pois penso logo no uso de drogas, na ameaça que ela pode me causar... Não consigo ver o Deus que está escondido nela debaixo do velador!
Assim, se eu pratico qualquer espécie de mal ou de maldade, por ação ou omissão, é porque ignoro, pelo menos naquele momento, minha própria natureza e filiação divina; é porque mantenho uma visão separatista em relação ao Pai Celeste. Por isso mesmo a grande vítima do mal é sempre o malvado. Se eu não souber disso, ou sabendo deixar de praticar, então serei tão ignorante, hipócrita ou malvado quanto ele. Desse modo, o círculo da ignorância e da maldade tende a aumentar. Só existe uma forma de quebrar esta dura e aflitiva dicotomia de mal e de maldades. É a conscientização da Paternidade Única de Deus e a consequente fraternidade universal das criaturas.
Qualquer um pode fazer o bem, até mesmo pelos motivos mais egoístas e anticósmicos possíveis. Quando será que uma igreja, templo ou centro espírita, que corretamente condenam e abominam certos egoísmos terrestres, deixarão de incentivar e fazer a apologia de determinados egoísmos celestes, como a salvação da alma em troca de boas obras? Quando será que um partido político ao assumir o poder e fazer boas obras que é o seu dever, deixarão de corromper as instituições em busca de lucros financeiros indevidos e manutenção no poder pernicioso? Será que Deus deve pagar um preço ao homem pelo fato dele cumprir o seu dever? A tentativa de vender a alma a Deus não passa de um equívoco, um sentimento frágil e mercenário do ego.
Norman Mailer, escritor norte-americano, ganhou o prêmio Pulitzer de literatura com o livro “O Evangelho Segundo o Filho”. Nesse trabalho ele coloca a tentação que Jesus sofreu no deserto pelo Diabo da seguinte forma:
Teu Pai não pode exigir uma obediência completa de Seu povo – a fala do Diabo. Ele não entende que as mulheres são criaturas diferentes dos homens, e que possuem diferente percepção. De fato, teu Pai não faz a mínima ideia do que sejam as mulheres, e esse desdém que sente por elas é partilhado pelos Seus profetas, que expressam, dizem eles, Sua voz. Não me parece que estejam equivocados, pois raramente são repreendidos! Veja Isaías! Diga-me que não é para louvar seu Pai que ele ameaça aquelas a quem chama de “filhas de Sião”, e que acusa de serem, segundo afirma, “desobedientes”, e de “andarem de cabeça erguida e olhos cobiçosos, gingando”, e as ameaça com a espada do Senhor, assegurando que Ele “descobrirá suas partes “secretas”. Suas partes secretas – repetiu o Diabo, sempre citando Isaías: - “O Senhor tirará seus braceletes e gorros, os ornamentos das pernas, os brincos, os anéis e as joias do nariz, a roupa, as capas e os véus. E acontecerá que em vez de perfume haverá podridão; e no lugar de tranças, cabeça raspada; ferro em brasa em vez de beleza.”
- Através da boca do profeta, meu Pai falava da nação de Sião – repliquei (Jesus). – É o que nos ensinaram.
- Não – respondeu o Diabo. – Ele finge falar da nação de Sião. Mas refere-se às mulheres, que Ele menospreza. As maldições poderosas Ele as guarda apenas para os homens: “A indignação do Senhor cai sobre todas as nações e Sua fúria alcança todos os exércitos. Ele os destruiu completamente, entregando-os ao massacre. Eles serão eviscerados e seu sangue regará as montanhas.” Quanta ira! O coração do teu Pai queima em razão de tantos fracassos! Existe prova maior de que não seja Todo-Poderoso? Não! E Ele não tem coragem ao menos de reconhecer: “Sim, perdi, mas meus soldados foram honestos e lutaram bem.” Não, Ele é vingativo. “Os palácios serão abandonados”, diz Isaías, “os fortes e as torres se transformarão em covis, até que o Espírito seja despejado sobre nós, vindo do Altíssimo.” Mas quando isso se dará? – perguntou o Diabo. – Teu Pai mandaria você na frente, para suavizar o coração dos homens enquanto o Seu próprio coração queima com o sangue das vítimas dos massacres. Suas maldições contradizem Seu amor a tudo que Ele criou. Suas fúrias podem ser poderosas, mas não satisfazem Seu desejo. Sua linguagem revela, sim, o quanto Ele adora a grandeza que pretende desprezar.
“Diga-me que teu Pai não está tomado de adoração pelas mulheres, embora esconda de Si mesmo! O que odeia é o poder feminino de espicaçá-Lo. Ezequiel é quem sabe o que mora no coração de teu Pai. Afinal, ele ouviu as palavras do Senhor: ‘Jurei-te e entrei em acordo contigo e te tornaste minha. Lavei-te com água; sim, purifiquei teu sangue e te ungi com óleo. Vesti-te com seda, te cobri de ornamentos e pus braceletes em tuas mãos, e uma corrente em teu pescoço, e brincos em tuas orelhas, e uma linda coroa sobre tua cabeça. Assim, enfeitada de ouro e prata, tu comeste o melhor pão e o mel mais suave; excessivamente bela, prosperaste num reino. Os pagãos conheceram teu renome em virtude de tudo o que te havia prodigalizado.’ Agora – continuou o Diabo – ouça Suas piedosas lamentações e veja como Ele se queixa! ‘Mas confiaste em tua beleza e fazendo jus ao teu renome, bancaste a prostituta, e despejaste fornicações em todos que passaram, multiplicando a tua idolatria. Insaciável, fizeste isso com os egípcios, teus vizinhos, e com os assírios. Por isso, prostituta, porque tua vileza foi espargida, tua nudez descoberta, reunirei os teus amantes e te entregarei a eles, e eles acabarão com a tua importância, tirando tuas roupas e joias, e te deixando nua e exposta, e te apedrejarão e te trespassarão com suas espadas. Depois disso queimarão tuas casas e te difamarão aos olhos de muitas mulheres.’
“Por acaso – perguntou o Diabo – terá sido para depreciar Jerusalém que Ele fez tudo isso acontecer? A linguagem de seu Pai exala desejo, é evidente.
Suas palavras estão poluídas. – Queria despertar toda a minha fúria para responder, mas só conseguia repetir: - Sua palavras estão envenenadas.
E Satã replicou:
- Tão intoxicada de luxúria quanto a minha é a língua de teu Pai.
Sentia-me confuso. Não podia negar que meu corpo estremecera ao ouvir a repetição das palavras de meu Pai.
Corretíssima a interpretação do autor na tentação que o Diabo faz a Jesus no deserto usando os próprios textos da Bíblia, os relatos dos profetas. A coerência dessas tentações justificam deixar Jesus confuso e sem argumentos, ele que está sendo preparado para defender a Verdade e a Justiça. De repente vem o Diabo e tira do livro sagrado as informações incontestáveis que lá está escrito do comportamento libidinoso, perverso e injusto do Pai. Mas Jesus venceu essas tentações, pois sabia de informações que o autor não sabia. Esse “deus” descrito no Velho Testamento se refere aos espíritos inteligentes, porém malvados, deportados do planeta Capela para cá. Fizeram-se passar por deuses com toda a impiedade de seus corações. Jesus sabia dessa história, pois foi um dos espíritos superiores que participaram da organização dessa deportação. Então a confusão que o Diabo tentou fazer na mente de Jesus, não surtiu efeito por esse motivo. Jesus sabia que o Deus que o Diabo se referia não era o Pai Misericordioso, a essência do Amor, que havia lhe enviado.
Portanto a falta de conhecimento desses fatos serviu para criar uma obra bastante polêmica e coerente com a visão que o autor desenvolve. Fico contente em saber que eu também não ficarei confuso se alguém quiser me confundir com a natureza do Deus que eu acredito.
Em 26-03-15, às 19h, teve inicio mais uma reunião do Projeto Foco de Luz e AMA-PM, com a presença das seguintes pessoas: 1. Edinólia 2. Cíntia 3. Aninha 4. Netinha 5. Adriano 6. Ivânia 7. Juliano 8. Damares 9. Sílvia 10. Paulo 11. Aparecida 12. Luzimar 13. Davi 14. Ezequiel 15. Ana Paula 16. Rawllinson 17. Sued e 18. Francisco. Foi abordada inicialmente a oficialização da Associação. Paulo e Luzimar estão trabalhando neste sentido e foram até o cartório para pegar o Estatuto e as orientações de como proceder para reativar a Associação. Adriano colocou a proposta de ser feita uma nova Associação, mesmo usando o nome da antiga, pois isto é possível do ponto de vista legal. Nesse sentido o procedimento fica mais simples. Seria apenas publicado o Edital de convocação de uma Assembleia na comunidade para a criação da Associação dentro de 15 dias. Nessa Assembleia serão feitas duas atas, uma com os resultados da Assembléia e aprovação do Estatuto e outra com os resultados da eleição. Como já foi feita uma reunião onde os cargos dessa nova Associação já foram definidos, o procedimento se torna mais ágil. Adriano ficou de passar mais uma vez os documentos para orientar a construção do Edital para o email de Francisco, Paulo e Luzimar e na próxima reunião deverá ser apresentado, aprovado e divulgado de imediato. Em seguida Edinólia disse que se reuniram às 17h, ela, Cíntia e Aninha, para a organização da Páscoa e que planejaram para ser realizada na Escola Olda Marinho. Ezequiel protestou com energia sobre o local escolhido, pois acredita que o local melhor para ser realizado é na Rua do Motor, na praça por trás do muro do HUOL, com a projeção de filme e palestra referente ao momento cristão. A discussão se tornou acalorada com a defesa dos dois locais para a realização do evento. Foi necessário recordarmos do que aconteceu com a Igreja Primitiva nos seus primeiros dias, quando estava sendo construída com a participação de poucas pessoas, como acontece conosco neste momento. Naquela época surgiu também um forte conflito entre os trabalhadores de Cristo, principalmente de Pedro e Tiago que queria que todos os novos cristãos fossem circuncidados como os judeus, e Paulo, como apóstolo dos gentios, defendia que as pessoas que não eram judeus, mas queriam seguir os exemplos do Cristo, não tinham porque seguir o costume judeu da circuncisão, cuja população condenou o Cristo e o crucificou. Naquela época Pedro reconheceu a justiça das palavras de Paulo e ficou aceito por todos que os judeus podiam ser cristãos e circuncidados, mas os gentios podiam ser cristãos e não circuncidados, se eles assim desejassem. Então deveríamos tirar a sabedoria dessa decisão e decidir agora no nosso grupo, fazer o evento na Escola como o grupo planejou e fazer também o evento na Rua do Motor como Ezequiel e outras pessoas acham importante. Entramos dessa forma em concordância de fazer o evento da Rua do Motor no dia 03-04-15, sexta-feira da Paixão, deixando a nossa reunião da quinta feira santa cancelada para todos irem na sexta feira, e no dia 09-04-15, quinta feira, fazer o Evento na Escola dentro do espaço da reunião. Ezequiel colocou também a ideia de ser feita uma passeata na Rua do Motor em defesa da Paz, tendo em vista crimes que acontecem na comunidade deixando um rastro de medo e de dor nos moradores. Finalmente a reunião foi encerrada as 20:30h como previsto, com todos conscientizados da dificuldade que é participar de um projeto cristão como este, cuja motivação maior é “servir ao próximo” sem esperar recompensas materiais de qualquer espécie, muitas vezes nem o reconhecimento público, pois o seguir a lição do Cristo de fazer a caridade sem ostentação implica nisso. Mas entendemos que todo o trabalho que fazemos e o sacrifício que oferecemos tem como recompensa maior a conquista de melhor qualidade para nossa alma, sempre apoiando o companheiro que tenha mais dificuldade e aprendendo a tolerar qualquer atitude que nos pareça presunçosa ou arrogante. Enfim, todos estamos na mesma escola tendo Jesus como Mestre que está sempre ao nosso lado observando nossas lições. Ezequiel conduziu a oração do Pai Nosso e Luzimar concluiu com uma oração do coração. Todos posamos para a foto coletiva e seguimos em paz para nossas casas.