Por onde ando e olho não te vejo
O complemento da minh’alma, uma mulher
Faze-la comigo uma só carne, como almejo
E assim fazendo, amar como Deus quer
Assim procuro esse sonho, essa quimera
A mulher que roubou minha costela
Levou meus sonhos e me devora, essa fera
O tédio enche o vazio, a tristeza enregela
Que me importa esta vida, esta tristeza
A solidão de alma, essa frieza
Não tenho mais motivo pra viver
É tudo sempre o mesmo, eternamente
De sofrer já não sinto em minha mente
Um sonho d’ouro, gostinho de prazer
Será que sou de Deus um condenado?
Será que tenho a alma enviesada?
Será que luto na vida revoltado?
Pedindo ao Pai com a mão ensanguentada?
Oh! Como eu fui pela vida iludido
Em narrativas mentirosas acreditei
E transformei tudo aquilo que sonhei
E deixei meu irmão de mim bem escondido
O Cristo me ensinou ser bem direito
Mas tolo me tornei, sendo esquerdista
Com um sonho de um dia ser perfeito
Mas tenho agora pesadelo em minh’alma
Só tem um jeito para mim, ser transformista
De estrela vermelha ser no Céu estrela d’alva
Cada uma das pessoas que exerce sobre a sociedade qualquer influência, recebeu de Deus ou do Diabo determinada missão, e cuja realização tem a participação dos acontecimentos exteriores que se encaixam com as intenções de cada um.
Para compreender a unidade, a sintonia dessas existências humanas com os acontecimentos exteriores, devemos observar como se dar cada participação delas, a influência que exerceram, para verificar qual a intenção por trás da motivação que leva a vontade ser ativada pelo livre arbítrio.
Da mesma forma que estudamos as pessoas, podemos estudar as famílias, as sociedades, os povos. Da moral individual pode surgir a moral coletiva que nas épocas críticas da história aparece com mais nitidez e que explica o seu triunfo ou decadência.
Porém, mais importante que considerar as influências individuais, devemos considerar os desígnios do Criador (qualquer que seja o nome dado a Ele, sendo o mais usado, Deus). Se nós como criaturas temos o nosso propósito na existência, certamente Deus deve também ter o Seu propósito, mesmo que a nossa consciência criada não tenha condições de alcançar a inteligência infinita do Criador.
Por causa dessa nossa incapacidade de compreender a totalidade dos desígnios de Deus é que vemos os princípios de moral pública e privada servirem para explicar melhor os fatos, na biografia ou na história. Embora virtude não seja sempre recompensada, ou as iniquidades sempre punidas como deveriam ser.
O correto é que a virtude em si mesma leve à felicidade, do mesmo modo que o vício leva à desordem e infelicidade.
Mesmo que assim pareça, da virtude ser derrotada e a iniquidade ser triunfante, deve o historiador ter o dever de censurar a iniquidade e glorificar a virtude.
A História deve ser um tribunal onde no qual o passado comparece para ser julgado e para ser proposto a imitação do presente ou à sua condenação.
A História deve ter a dignidade de se apresentar como representante da consciência humana, onde está colocada a centelha de Deus.
Entendendo assim, ela se eleva muito acima da história meramente descritiva. Os seus relatos dentro da verdade, tornar-se-ão o mais útil dos ensinamentos a explicar os fatos a luz dos princípios morais e éticos dando à eles suas confirmações.
A história torna-se assim uma verdadeira moral em ação, uma escola de política real e filosofia social saudável.
Peguemos a Revolução Francesa e a ponhamos no banco dos réus, como uma prática da disciplina Medicina, Saúde e Espiritualidade, neste semestre. Organizemos um júri com um promotor, advogados de defesa e de acusação compostos pelos alunos. Os fatos não devem ser apenas verificados, mas explicados. Os efeitos serão reconduzidos às suas causas, começando pelas imediatas, que são as tendências da vontade “livre” do homem. Depois, a sua causa primeira que sempre deve ser a Providência soberana de Deus.
Surge assim um conhecimento racional semelhante aquele da física sobre o movimento dos corpos celestes. No entanto, as conclusões da História não são tão rigorosas como os relacionados com as leis físicas, que se manifestam com muita precisão. Nas leis da História entra a liberdade do homem, o livre arbítrio, e assim, não produzem efeitos tão certos.
Nos dois casos, no entanto, há a presença da verdadeira ciência em busca da unidade, de integrar as biografias aos fatos, a providência de Deus. Só assim nos aproximaremos do seu encadeamento, da organização que os une, contemplando o grande edifício que a Providência Divina constrói desde o início dos tempos.
Iremos conferir se realmente existe essa unidade nos acontecimentos da História como existe em todas as outras partes da criação. Como terá a Providência Divina que aproveitar esse caos aparente que é a existência da humanidade, na bela ordem que caracteriza a sua ação e que constitui a suprema beleza de todas as suas obras.
Estou vivendo em época bem avançada no tempo. A ciência e tecnologia se desenvolveram a ponto de criarmos máquinas suficiente eficazes no alcance da dimensão espiritual que por muito tempo era inacessível. Só tínhamos acesso a ela por ocasião da morte do corpo físico. Mas a nossa comunicação com as pessoas que passaram para o mundo espiritual na condição espiritual, continuava a evoluir satisfatoriamente, através de médiuns cada vez mais sensíveis às energias vibracionais do mundo transcendental. Sabíamos das condições boas ou precárias que cada espirito assumia quando retornava ao seu lar original. Sabíamos das diversas cidades espirituais, da sua hierarquia e dos diversos campos de aprendizagem.
O grande salto tecnológico que obtivemos foi quando desenvolvemos uma nave ampla, poderosa, de complexidade computacional capaz de se manter em curso espacial conduzindo centenas de passageiros em direção ao mundo espiritual.
Esta viagem de colonização do mundo espiritual com nossos corpos carnais, extrapolou em importância todas as outras conquistas que alcançamos, até mesmo a longínqua conquista da lua. Agora, com o sucesso dessas viagens, estávamos alcançando a eternidade, pois quando houvesse a morte do corpo físico, já estaríamos dentro do mundo espiritual, não haveria nenhum choque emocional pelo sentido da perda.
Já tinha ocorrido outras viagens com sucesso e as pessoas encarnadas já haviam construído cidades, tanto na proximidade da Terra quanto na proximidade de outros mundos.
O inconveniente dessas viagens era a duração, pois para vencer a barreira vibracional para chegarmos no além com integridade do corpo físico, era necessário um tempo de cerca de 100 anos. Por isso foi desenvolvida a tecnologia para suspender a atividade biológica dos nossos corpos e preparar todo um ambiente dentro da nave para a devida adaptação ao novo mundo.
A viagem era muito cara, para cobrir os custos de tal empreitada. Gastei todas minhas economias, mas estava convicto de valer a pena. Inclusive eu podia voltar à Terra na dimensão material após 200 anos e encontrar pessoas totalmente novas. Seria muito interessante as entrevistas que eu iria dar aos vários veículos de comunicação, que queria saber como foi a experiência e se valeu a pena dentro das minhas perspectivas existenciais.
A minha nave levava 300 passageiros e era totalmente dirigida por comandos automáticos, computadorizados, com robôs funcionando por Inteligência Artificial, com uma programação bem próxima ao comportamento humano. Todas as capsulas de hibernação possuíam tampa de vidro e todos os registros da pessoa numa espécie de prontuário digital. eram equipadas com todos os insumos de ressuscitação.
Dessa forma ingressei na nave, sendo recebido cordialmente por um exército de funcionários robotizados, cada um com uma missão de orientação para cada situação prevista no plano de voo. Não sentia medo a minha curiosidade do que eu iria encontrar, de como iria me comportar, era maior que os temores que vez por outra passavam por minha mente. Fui colocado para a hibernação antes da nave decolar. E assim comecei a grande aventura da minha vida.
Estamos em período de eleições municipais para prefeitos e vereadores. Cada candidato desenvolve suas estratégias para conquistar o máximo possível de eleitores. Estamos numa posição privilegiada, segundo eles, pois administramos uma Associação de Moradores acoplada a uma Cooperativa de Resíduos Sólidos, ambas com as mesmas características: trabalhar dentro da comunidade seguindo as lições do Cristo, principalmente aquela lição onde Ele diz aos seus discípulos, que se mostravam irritados por causa de Salomé, mãe de João e Tiago, e que queria para eles uma posição de destaque no Reino dos Céus, um ao lado direito e outro ao lado esquerdo do Pai – Ele aplacou a irritação dos discípulos dizendo que o Reino de Deus era diferente dos reinos seculares, onde as pessoas lutam por privilégios, honrarias, altos salários e ser servido por todos. No Reino de Deus vocês terão a oportunidade de experimentar da mesma taça de fel que irei beber, mas quanto a posição de cada um junto ao Pai, depende dEle e do trabalho abnegado que possamos realizar, sabendo que nossa maior proximidade dEle depende de quanto mais servirmos ao próximo, e não ser servidos.
Com esta filosofia em mente, estamos fazendo convite a muitas pessoas que podem colaborar conosco, principalmente os candidatos a um cargo público.
Interessante que neste caso, de recebermos a visita de um candidato, ele pode ter em mente quantos votos irá obter com este trabalho conosco. Infelizmente ele não tem a consciência que está sendo sondado pelo Espírito Santo, enquanto conversamos, se ele tem condições de assumir a condição de cidadão do Reino de Deus e se está disposto a alcançar o cargo mais alto nesta hierarquia divina
Durante a nossa conversa o candidato faz perguntas na intimidade do seu pensamento e o Espírito Santo responde:
- Que filosofia é essa que essas pessoas praticam?
- A escola do Céu, cujo mestre é Jesus.
- Quem realmente preside essa organização?
- Nosso Pai celestial.
- Em que base será aceita a minha ajuda?
- No respeito e auxílio mútuo.
- Se eu for perseguido por ajudar, como deverei proceder?
- Desculpando a ignorância quantas vezes for necessário.
- Qual o direito que terei quando ajudar?
- O direito de servir, sem exigências.
- Em que consistirá minha recompensa?
- Na alegria de praticar a bondade.
- Estarei fazendo parte de um grande partido?
- Serão em todos os lugares uma assembleia de trabalhadores atentos a vontade divina.
- Qual será o programa?
- Permanecer nos ensinamentos novos de amor, trabalho, esperança, concórdia e perdão.
- Quem tem a voz imediata de comando?
- A consciência.
- E os cofres para manter esse movimento?
- Está na nossa capacidade de produzir o bem.
- Com quem contaremos de imediato?
- Acima de tudo, com o Pai, e na estrada, com nossas próprias forças.
- Quem terá a melhor posição nesse ministério?
- Aquele que mais servir.
- Que objetivo fundamental será o nosso?
- O mundo regenerado, enobrecido e feliz.
- Quanto tempo irei gastar?
- O tempo necessário.
- De quantos companheiros seguros dispomos para fazer essa obra?
- Dos que puderem compreender e quiser ajudar.
- Mas não iremos constranger as pessoas para a colaboração ativa?
- No Reino Divino não há violência.
- Quantos doutores, sacerdotes, pastores, políticos, irão nos acompanhar?
- Neste trabalho, a condição transitória de qualquer profissão ou cargo não interessa, pois a qualidade permanece acima do número.
- Esta missão se limita a Praia do Meio?
- Tem como base a Praia do Meio, mas seu exemplo pode atingir todos os bairros, cidades e países.
- Existirá diferença entre patrão e empregado, entre chefe e chefiado?
- Obedecerá a hierarquia administrativa saudável, dentro da fraternidade universal de que todos somos irmãos, filhos do mesmo Pai.
- Quais são os principais prédios que teremos como sede?
- No coração de cada trabalhador, mesmo que se construa um espaço físico.
- Já existem os livros de registros? Quais são?
- Já existem as atas, mas principalmente as nossas vidas.
O candidato pode se sentir confuso com essas respostas fora dos cursos de oratória. O Espírito Santo acalenta a sua alma e pede para ele refletir e voltar quando estiver disposto a colaborar. E olhando para nós, Ele diz: esses homens e mulheres continuarão a trabalhar com o rústicos e humildes, mas prontos a servir com alegria, com amor, sem perguntar, seguindo as lições do Cristo.
O candidato nos agradeceu a acolhida e saiu pensando no quanto seu trabalho nesta seara iria lhe dar retorno em votos suficientes para garantir sua eleição. Talvez não tenha percebido que tinha acabado de passar por um teste superior ao teste das urnas, pois o cargo que poderá adquirir aqui, hoje, de cidadão do Reino de Deus, não terá prazo de validade aqui na Terra e ainda levará consigo para a eternidade.