Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
21/11/2016 00h59
REINO DE DEUS E A OPINIÃO PÚBLICA

            Parece que as lições que Jesus deixou para servir de norte para a construção do Reino de Deus esbarram nos preconceitos muito bem estabelecidos da família nuclear formada na base do Amor Romântico e que não ver possibilidade da formação de uma família na base do Amor Incondicional.

            Hoje participei de um churrasco com meu amigo de infância e os seus amigos que moram em São Paulo. O assunto que está em torno de mim e que chama a atenção dos meus amigos, é o nível de espiritualidade que demonstro e a prática que tento colocar em minha vida.

            Apesar do meu amigo se considerar um ateu, que não acredita no mundo espiritual, e que a vida acaba quando o corpo físico se deteriorar e morrer, ele tem uma prática de ética e caridade superior à média da população. É ele um dos maiores críticos à minha conduta na vida, e, apesar de toda a veemência que coloca em suas argumentações sinto o respeito pelo contraditório.

            O que chama a minha atenção é que os presentes à discussão, logo ficam ao lado dos seus argumentos, recheados de ironia, mas sem humilhação. É como se fosse colocado uma visão didática dos erros que estou cometendo e que jamais a sociedade irá seguir as minhas colocações na substituição do Amor Romântico, exclusivo, pelo Amor Romântico, inclusivo.

            Sei que os meus argumentos são os mais fortes na coerência, na teoria, mas a prática disseminada do Amor Romântico e suas íntimas consequências ligadas ao egoísmo, não deixam espaço para uma reflexão e nova tomada de decisões, mesmo porque termina surgindo um sentimento de menos-valia ao considerar a nossa companheira dividindo seu afeto com outra pessoa.  

            Eu não encontrei ainda a fórmula adequada para mostrar a força dos meus argumentos e que somente assim poderemos construir o Reino de Deus como Jesus previu. Essa é a minha falha cognitiva em não ter encontrado até o momento o ponto central de mostrar, sem outra possibilidade, a prevalência do Amor Incondicional em qualquer tipo de relacionamento, inclusive e principalmente os afetivos, de formação familiar.

            Com relação a existência e Deus eu já encontrei um forte ponto de postura cognitiva, onde a negação dos meus interlocutores terminam sendo absorvidas pela lógica do pensamento divino, sem condições de recuo ou outras possibilidades. Isso se refere ao ponto central da formação do Universo, onde o Big Bang aceito pela ciência como a teoria mais razoável, aconteceu pela força baseada simplesmente na ignorância do que poderia ter acontecido, qual a natureza dessa força. A compreensão de que a força divina expressa no Amor e Sabedoria tenha sido a causa original abrange as interrogações dos incrédulos. Isso quer dizer que as interrogações incrédulos não incluem a origem divina do Universo, mas a origem divina do Universo consegue acolher todas as interrogações que possam surgir, pois tudo está incluso na criação.

            Com relação ao Amor Romântico e Amor Incondicional, este relacionado com a construção do Reino de Deus, ainda não consegui tal façanha, mas continuo tentando.

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em 21/11/2016 às 00h59
 
20/11/2016 00h33
BIG DATA

            Recebi um texto pela internet chamado “Big data: a nova religião da humanidade, de autoria de Yuval Noah Harari, que me trouxe novas reflexões. O texto na íntegra é o seguinte:

            Estamos diante de uma nova etapa da humanidade em que renunciamos à privacidade e até ao livre-arbítrio.

            Por milhares de anos, os humanos acreditaram que a autoridade vinha dos deuses. Então, durante a era moderna, com o humanismo, transferiu-se gradualmente a autoridade de divindades para as pessoas.

            Jean-Jacques Rousseau resumiu essa revolução no seu tratado sobre educação “Emile”, de 1762. Buscando pelas regras de como se conduzir na vida, Rousseau as encontrou “nas profundezas do meu coração, traçados pela natureza em caracteres que nada pode apagar. Eu preciso somente me perguntar sobre o que eu gostaria de fazer: o que eu sinto ser bom é bom, o que eu sinto ser ruim é ruim.”

            Pensadores humanistas, como Rousseau, nos convenceram de que nossos próprios sentimentos e desejo são a melhor fonte de significado, e que o nosso livre arbítrio é, portanto, a mais alta autoridade de todas.

            Neste momento, uma nova mudança está ocorrendo. Assim como a autoridade divina foi legitimada por mitologias religiosas e a autoridade humana foi legitimada por ideologias humanistas, do mesmo modo hoje gurus da alta tecnologia e profetas do Vale do Silício estão criando uma nova narrativa universal que legitima a autoridade de algoritmos e do Big Data (nota do tradutor: no sentido do texto, a expressão é utilizada para referir-se ao conjunto gigantesco de dados computacionais complexos existente no mundo).

            Essa crença pode ser chamada de “Dataísmo”. Em sua forma extrema, os proponentes da visão de mundo Dataísta percebem todo o universo como um fluxo de dados, veem os organismos como pouco mais do que algoritmos bioquímicos e acreditam que a vocação cósmica da humanidade é criar um sistema de processamento de dados abrangente – e então fundir-se a tudo isso.

            Nós já estamos nos tornando minúsculos chips dentro de um sistema gigante que ninguém realmente entende. Todo dia absorvo incontáveis bits de dados através de e-mails, telefonemas e mensagens de texto. Depois processo os dados e transmito novos bits através de e-mails, telefonemas e mensagens de texto.

            Eu realmente não sei onde me encaixo no grande esquema das coisas, e de que forma meus bits de dados se conectam com os bits produzidos por milhares de milhões de outros seres humanos e computadores. E eu não tenho tempo para descobrir, porque eu estou muito ocupado respondendo e-mails. Este fluxo de dados gera implacáveis faíscas e novas invenções e perturbações que ninguém planejava, consegue controlar ou compreender.  

            Mas ninguém precisa entender. Tudo que você precisa fazer é responder seus e-mails mais rápido. Assim como os capitalistas acreditam na mão invisível do mercado, do mesmo modo os Dataístas acreditam na mão invisível do fluxo de dados. Como o sistema de processamento de dados global se torna onisciente e todo-poderoso, então a conexão com o sistema torna-se a fonte de todo o significado.

            O novo lema diz: “Se você experimentar algo novo, registre a experiência. Se você registra alguma coisa, coloque-a na internet. Se você colocar alguma coisa na internet, compartilhe-a”.

            Não tinha tido conhecimento dessa ideia, de sermos considerados bits dentro da Natureza. Um papel secundário, sem nenhuma conexão com Deus. É positiva a perspectiva de que haverá um tipo de confraternização, onde todos estão interligados e se comunicando reciprocamente. Resta incluir nessa visão o propósito de conhecer e cumprir a vontade do Criador, pois é dEle que recebemos todos os fluxos que garantem a nossa vida com qualidade.

 

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em 20/11/2016 às 00h33
 
19/11/2016 00h59
TEMPLO DE SALOMÃO

            Desde 2014 está em funcionamento em São Paulo o Templo de Salomão, uma obra faraônica da Igreja Universal do Reino de Deus. Bem próximo pode se ver o templo da Assembleia de Deus e uma igreja católica dedicada a São João.

            Interessante essa disposição de pessoas desenvolvendo a fé associada a um mesmo Mestre, Jesus, mas com tanta disparidade na aparência e conduta. A Igreja católica, que desde a crucificação de Jesus procura divulgar as suas lições por todo o planeta, associado a uma série de dogmas e rituais; a Assembleia de Deus, que desde Martinho Lutero se desligou da Igreja Católica e procedeu uma nova forma de procurar cumprir as lições de Jesus sem os dogmas católicos; e a Igreja Universal do Reino de Deus, construída a partir do Brasil, com uma forma agressiva de angariar doações, administrar recursos e imprimir disciplina.

            O Templo de Salomão em São Paulo é uma demonstração da eficiência da Igreja Universal do Reino de Deus em arrecadar recursos e aplica-los em novas iniciativas capazes de aumentar ainda mais o fluxo de recursos. Durante a metodologia para se alcançar essa meta, maior volume de recursos cada vez mais significativos, a mensagem da Bíblia e principalmente do Novo Testamento é aplicada e alguns benefícios são devolvidos aos crentes, principalmente aqueles que não possuem um sentido crítico ou conhecimentos espirituais suficientes. Geralmente são pessoas que passam por sérias dificuldades, que se sentem abandonadas pela sorte ou que precisam de uma figura paterna forte para lhe dar amparo.

            A maioria dos membros de cada uma dessas denominações religiosas praticam uma crítica severa contra as outras, geralmente afastada da Lei do Amor, que é a essência de quem eles dizem respeitar e cumprir a vontade.

            Esse é um ponto importante para avaliarmos o sacrifício de Jesus ao encarnar no mundo material e sofrer todo o suplício para nos ensinar sobre a Lei do Amor e da construção do Reino de Deus. A mensagem cristã está sendo difundida por todo o planeta, essa é uma observação que podemos constatar na prática. Alguns conseguem uma vida prática bem próxima das lições evangélicas, com relação ao exercício da caridade, mas quanto a construção do Reino de Deus com a formação da família universal tendo a sua base no Amor Incondicional e não no Amor Romântico, não vejo isso acontecer.

            É chegado o momento das diversas denominações religiosas deixarem de fazerem tanta crítica ácida contra os irmãos e procurarem vencer a ignorância e o egoísmo íntimo, estudarem sem preconceitos os critérios do amor que devem ser colocados em prática, mesmo se isso aparentemente vá de encontro aos próprios interesses.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 19/11/2016 às 00h59
 
18/11/2016 00h59
SELVA DE PEDRA

            Selva de Pedra é um nome bem apropriado para São Paulo, assim como a “Locomotiva do Brasil”. É uma das principais metrópoles do mundo, 4º lugar, perde apenas para Tóquio no Japão, Seul na Coréia do Sul, e a Cidade do México no México.

            Estou hoje em São Paulo e vejo ao redor imensos e inúmeros edifícios, e um movimento vertiginoso de carros de todos os tamanhos e modelos que circulam veloz ao meu lado ou à distância.

            Mas, onde estão as feras? Todas as selvas tem suas feras características e aqui não pode ser diferente. Como vou identificar essas feras? Bem, imagino, se estivesse numa selva real, o medo seria o melhor indicativo para eu identificar uma fera, evitar o encontro com ela, fazer com que eu não seja considerado por ela uma presa, e se por acaso vier sofrer o seu ataque, saber como me defender.

            Então, na “Selva de Pedra”, o que me causa medo? O próprio homem! São os meus irmãos, seres da mesma espécie, criaturas do mesmo Pai!

            Desde que pessoas ao meu lado vem a saber que estou me dirigindo para a “Selva”, logo chegam todo tipo de advertência, de ter muito cuidado, de não deixar os bens à mostra, de se vestir com humildade, de se comportar de tal maneira...

            Sim, as feras da “Selva de Pedra” estão à espreita em qualquer ponto que me desloco. Elas não tem uma característica especial, tanto pode ser bem vestido, simpático, como um maltrapilho mal encarado. Mas não deixam de ser meus irmãos.

            Fico a refletir no que aconteceu para que na “Selva de Pedra” acontecesse tanta transformação, que um irmão perca sua humanidade e se transforme em fera. Acabei de passar por uma pessoa que se comporta de forma indecorosa, por outra que tenta aproximação de forma afetiva, íntima, mas de aspecto andrajoso. Procurei me desvencilhar rapidamente de suas abordagens, e reconheço neles mais pessoas doentes, andando sem dignidade, sem conhecer que pertencem a uma classe de ser vivo tão perto do Criador. Sou médico, e fujo dos meus pacientes? Sou cristão, e fujo dos meus irmãos?

            Percebo que existe um grande fosso a separar a nossa condição humana. Alguns ainda estão no estágio da animalidade, ainda se comportam como feras e são assim considerados por todos. Outros já procuram seguir um caminho mais ético, de humanidade mais próxima de Deus. Mas porque um grupo tem um destino e outro grupo destino completamente diferente, apesar de interligados pela sobrevivência? E apesar de todos os recursos científicos e tecnológicos que conquistamos não conseguimos resolver esse problema?

            Trago à memória e inteligência para resgatar todo o passado de nossa história humana e vejo que saímos do estágio de animalidade, do homem das cavernas, onde não passamos de meros animais em busca da sobrevivência, para um estado de humanidade onde sabemos da importância de conhecer, defender e praticar os valores éticos e morais. Porém esse estado evolutivo não é alcançado por todos, algo no meio do caminho interfere com essa evolução moral.

            Reconheço que o egoísmo inerente à nossa condição animal, que luta pela sobrevivência do corpo material, é o principal motivo de tudo isso acontecer. A ignorância leva o homem a não perceber a existência e importância do mundo espiritual onde os valores morais são o determinante fundamental da evolução em uma dimensão hierárquica superior.

            Para derrotar a ignorância com a luz da Verdade, foi necessário que o Pai permitisse a vinda do Filho para nos informar sobre a Lei do Amor e mostrar assim, como sairmos do condicionamento do egoísmo, importante nos primeiros dias de vida, mas que tem uma força destrutiva se permanecer com o homem além da sua maturidade.  

            Por esse motivo vejo as feras humanas girando ao meu redor, prontas ao ataque quando acharem convenientes, como os meus irmãos que estão mergulhados no efeito da ignorância, tanto na miséria dos seus pais que não tiveram condições de educa-los convenientemente pela extrema pobreza, quanto pela miséria dos nossos gestores públicos que desviam o esforço coletivo para seus próprios interesses em prejuízo de todos.

            Estamos agora na “Selva de Pedra” na condição de fera ou de presa. Nós que já estamos iluminados pela Verdade e que sabemos da missão do Pai para cada um, de acordo com suas virtudes, em disseminar as lições do Mestre aplicando a Lei do Amor, não podemos simplesmente pensar na destruição dessas feras perigosas ao nosso lado. Temos que saber como enfrenta-las, domesticá-las e traze-las para a luz, assim como um domador de feras trabalha no circo. Com uma diferença, aquela fera do circo jamais deixará de ser fera, mesmo bem condicionada, domesticada. A fera humana pode perder a sua animalidade e ganhar a humanidade que nunca chegou a sentir. Depende de nossa coragem, determinação e conscientização de que somos filhos do mesmo Pai e que Ele espera que nós nos comportemos para salvar cada um dos seus filhos menores que se perderam ou foram usados e abusados no caminho da vida.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 18/11/2016 às 00h59
 
17/11/2016 00h59
RECUPERAÇÃO DE IRMÃOS

            Encontrei em Bertioga-SP, um morador de rua, descalço, corpo edemaciado (inchado), hálito alcoólico, mente deteriorada, dignidade humana perdida. Chega perto de mim perguntando se eu já havia passado fome na vida. Evitei a resposta e entrar no seu nível de argumentação. Sei que ele estava querendo ajuda em dinheiro, mesmo que colocasse como argumentação a fome. Era mais um dependente químico, alcoólico, com doença em franca atividade, sem saber a quem pedir ajuda para a real ajuda ao seu caso. Não sei se tem família por perto, se tem alguma história perdida em algum lugar. Sei que sou médico, que atuo na área da sua doença, a psiquiatria. Mas o que posso fazer? Dá uma moeda que ele pede para ir logo em seguida em busca de mais uma dose de cachaça para aliviar ou anestesiar os seus sofrimentos, mesmo que aprofunde ainda mais a doença? Ou, prevendo que isso possa acontecer e que eu não queira participar da evolução da sua doença, mas que queira lhe ajudar de alguma forma, dou um pequeno pacote de biscoitos que trazia comigo? Vejo a distância enquanto sigo o meu caminho, que ele permanece com o pacote de biscoito nas mãos, desinteressado, como se fosse mais um empecilho para ele conduzir. Qual foi o bem que eu fiz? Fiquei a imaginar...

            Pessoas como essa existem aos milhares pelo Brasil afora, e nesse atual estágio político, da orientação do Ministério da Saúde que a doença mental não existe e que os hospitais psiquiátricos são antros de exclusão social, com redução massiva de leitos para internação, os doentes mentais passam a morar cada vez mais nas ruas, quando suas famílias não encontrando vagas para conter as crises de suas doenças terminam por abandoná-los à própria sorte, e muitos terminam a vida de forma precoce, num atropelamento, assassinato, fome, ou doenças físicas as mais diversas. Nós, psiquiatras, acusados como o vilão-mor dessa situação, terminamos por sermos hostilizados, sem sermos ouvidos e tendo nossas opiniões desconsideradas quando chegam à mesa de discussão. Terminamos por uma atitude mais passiva que ativa, de tentar entender, criticar, denunciar e apontar soluções reais para a situação. Isso que estou fazendo agora, mesmo com um texto de perfil denunciador de uma situação, mas sem consequências práticas de resolução do problema.

            É nisso que devo focar minha atenção, após identificar o problema partir para a resolução. Como fazer para ajudar esses irmãos que estão nessa situação de abandono, que pertencem a área da psiquiatria enquanto doentes mentais? Notemos logo a terminologia que uso para identifica-los, “irmãos”, enquanto pelo jargão técnico eu deveria usar “pacientes”. Isso acontece porque, além da minha condição acadêmica e de tratar essas pessoas como pacientes, eu coloco acima dessa responsabilidade a minha obediência ao Pai que tudo criou e que espera de mim atitudes para que eu ajude os irmãos que se encontram em mais dificuldades. Não posso colocar no meio do caminho, como obstáculo, nenhum tipo de preconceitos, não posso julgar ou condenar quem quer que seja. Devo simplesmente reconhecer os erros que a ignorância produz e gera a falta de assistência, e lutar para corrigir o problema apontando com objetividade a solução pragmática a partir dos primeiros passos.

            Qual seria esse primeiro passo na conjuntura atual? Trazer de imediato essas pessoas para dentro do Hospital, cuidar da sua dependência tratando de início a intoxicação, seguida da recuperação dos diversos órgãos e conscientização da pessoa como filha de Deus, que tem direito a uma dignidade humana, a uma vida com qualidade.

            Penso que, para essa ideia alcançar o nível gerencial da saúde com força para gerar projetos no sentido dessa ajuda real que se mostra necessário, seja preciso uma atividade de reflexão, como um seminário organizado pela Universidade e com a parceria com a Justiça, com a Psiquiatria e com os gerentes do serviço público ligados à Saúde e Serviço Social.

            Irei fazer o arcabouço desse projeto para apresentar a Universidade. Para tanto irei convidar pessoas da Justiça, da Saúde e da Gerência para ver como pode ser a montagem de um seminário nesse sentido.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 17/11/2016 às 00h59
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