Em 24-08-16, as 19h, na Escola Padre Monte, foi realizada mais uma reunião do Projeto Foco de Luz e Associação de Moradores da Praia do Meio – AMA-PM, com a participação das seguintes pessoas: 01. Freire (1ª vez, candidato a vereador); 02. Marcos (1ª vez, pastor); 03. Paulo; 04. Rusa; 05. Jaqueline; 06. Netinha; 07. Edinólia; 08. Francisco; 09. Nivaldo; e 10. João Maria. Após os 30 minutos iniciais de conversa livre, foi dado início a reunião com a leitura do preâmbulo espiritual com o título “Coisas mínimas”, uma fala de Jesus, registrada por Lucas, em 12:26. Em seguida foi lida a ata da reunião anterior que foi aprovada por todos com uma observação, que o Bispo Damião havia informado sobre o curso que sua igreja patrocina através da internet e que necessita de uma base em inglês. COMUNICADOS: 01. Na terça feira, dia 22-08, foi feita reunião no HUOL para organizar a reunião com os padrinhos que irá acontecer no dia 25-08, no mini auditório do terceiro subsolo; 02. Luana, filha da Professora Luciana, que desenvolve um trabalho acadêmico na escola Isabel Gondim, virá a nossa próxima reunião para ver a possibilidade de interagirmos em benefício das crianças do bairro. 03. Foi feita uma reflexão com todos os presentes sobre o apadrinhamento, sobre a forma financeira e afetiva que poderá ser usada no trabalho. Foi cedida a palavra ao candidato a vereador, Freire, para que ele colocasse qual a sua plataforma política. As 20h45m foi encerrada a reunião, o pastor Marcos conduziu a oração ao Pai, fizemos a foto coletiva e degustamos o lanche trazido por Rusa e Francisco.
A Igreja Católica dedicou para a família um Sínodo extraordinário que se realizou de 5 a 19 de outubro de 2014, no Vaticano. Tratou dos “desafios pastorais da família no contexto da evangelização”. A Igreja quis tratar das questões ligadas à família, sendo um apoio a ela neste tempo de tão grandes mudanças. Num Sínodo a Igreja é chamada a se envolver comunitariamente numa participação das Igrejas particulares das diversas partes do mundo. O episcopado é especialmente chamado a se fazer presente nas discussões, buscando aprofundar questões por vezes difíceis.
Esta trecho acima foi escrito por Frei Nilo Agostini e publicado no verso da pagela da folhinha Coração de Jesus, do dia 22-08. Quando retirei a folhinha do dia e li o texto no verso, entendi logo que era um recado do Pai para que eu procurasse aprofundar o conselho de família, e fui logo em busca desse documento, que vou procurar passar um pente fino a partir da introdução.
RELAÇÃO FINAL DO SÍNODO DOS BISPOS 2014
INTRODUÇÃO
Este foi o texto que introduz o documento. Coloquei em negrito as frases que remetem a uma reflexão considerando o paradigma que Deus permitiu que eu construísse em minha consciência e pautasse o meu comportamento em torno dele, na construção da família universal que se contrapõe a família nuclear, foco do Sínodo dos Bispos.
No item 01 fala do retorno ao lar, para se reunir à mesa na consistência dos afetos, nos encontros que dilatam o coração. Mas também é a hora mais pesada quando se está na solidão, sem sonhos, com projetos desfeitos, até mesmo com raiva. Onde estarei situado, no primeiro ou segundo caso? Na harmonia dos afetos ou no desespero da solidão? Acredito que não estou situado em qualquer um dos dois, e ao mesmo tempo tenho mais tendência ao primeiro caso e acredito que quando a família universal estiver estabelecida no Reino de Deus, o regresso ao lar ampliado terá uma dilatação do coração muito mais abrangente e o risco da solidão amargurada não mais existirá. Mesmo que alguém falte em algum lugar que um coração lhe espera, sempre haverá uma compensação à altura dos sentimentos.
No item 02 há o reconhecimento de que a família é escola de humanidade, mas não considera o egoísmo alojado na família nuclear e que promove tanta miséria no mundo. Diz que apesar das crises, provocadas pelo egoísmo, o desejo de família continua vivo, sobretudo entre os jovens. Sim, uma família baseada no amor incondicional, mas todas as ações ainda são voltadas para o amor romântico na formação da família, daí todo o esforço de fidelidade para uma relação de posse entre os cônjuges, ficando muito longe da inclusividade do amor incondicional.
No item 03 há referência da dúplice escuta dos sinais de Deus e da história dos homens, e da dúplice e única fidelidade que daí deriva. Também procuro ver e seguir os sinais de Deus, por isso é que estou aqui fazendo essas considerações. Imagino que a dúplice fidelidade se refere aos cônjuges, mas a minha interpretação é que a minha única e primordial fidelidade é com a vontade do Pai, mesmo que vá de encontro aos valores culturais da humanidade.
Finalmente, no item 04, aponta olhar a complexidade da família hoje, na luzes e nas sombras, discernir os caminhos para renovação da sociedade... parece que continuo indo no caminho certo, apesar dos dissabores e conflitos que surgem sempre ao redor. Afinal, nada diz que os caminhos certos são livres de espinhos e pedras.
Como era esperado, o casamento do meu filho primogênito foi realizado com as defecções esperadas e inesperadas das pessoas mais ligadas a mim. O choque do amor romântico com o amor universal, ainda deixa prevalecer a força do primeiro, mesmo que todos sejam alunos do Mestre Jesus que defendia o amor universal, incondicional.
Ele mesmo, meu filho, estava se casando dentro dos paradigmas do amor romântico, reforçado com a fala do padre que defendia a fidelidade do amor exclusivo numa perspectiva de eternidade. Não consideravam nenhum deles, que a perspectiva eterna do amor só existe quando ele e formado dentro dos critérios da incondicionalidade, pois caso contrário, os primeiros conflitos podem ser desastrosos. Quando ele, o amor, é condicionado a qualquer coisa, não merece nem o nome de amor, pois se a condição não existir, o amor não existirá. Pode ser assim? O amor que é considerado a maior força existente no Universo, identificado com o próprio Deus, só ter existência se alguma condição existir? De forma nenhuma, Ele existe independentemente de qualquer condição.
Por outro lado, fico preocupado. Então, naquela capela só existia pessoas que amavam de forma condicional, e portanto não era o amor real? Só eu procurava desenvolver esse amor sem necessidade de condições? Não poderei estar enganado? Este não é um pensamento pretencioso, egoísta? O que prova que estou certo? Será o fato de que não desenvolvo cargas negativas dentro do meu coração pelo erros que cometeram e cometem com relação a mim? Pois eu vi diversos rostos dos quais poderia nutrir raiva, e assim não faço, procuro desenvolver o amor apesar dos conflitos. Também não vi diversos rostos que poderiam estar ali, desenvolvendo a família universal, o meu plano de vida, mas não estavam, e mesmo assim não guardei ressentimentos e a tudo procuro encontrar justificativas.
Essa é a prova que posso mostrar da minha qualidade de amar incondicional, não coloco na frente a condição da pessoa agir pelo menos da mesma forma comigo, como eu agi com ela, procuro ser até um pouco solidário com a forma dessa pessoa sentir e agir. Essa forma de empatia com sentimentos exclusivos dos quais eu não compactuo, chagou ao ápice no momento que meu filhos jurava uma fidelidade ao amor exclusivo, repetindo as palavras que o padre ditava. A emoção tomou conta do seu psiquismo, as palavras ficaram bloqueadas na boca e as lágrimas jorraram em profusão. Todos na capela perceberam e aquilo serviu de ironia para alguns amigos e de uma coisa bonita para outros, principalmente as mulheres, que são mais sentimentais. Felizmente ninguém percebeu que dos meus olhos também jorravam lágrimas solidárias ao sentimento dele, mesmo eu sabendo que a qualidade do meu amor é diferente, é inclusiva, e que minha fidelidade está dirigida à vontade do Pai e a nenhuma das minhas amantes e similares.
Estou escrevendo este texto com um dia de antecipação. Irei deixar programado para a publicação no primeiro minuto deste dia. Logo mais à tarde irá acontecer o casamento do meu filho primogênito. Portanto, estou colocando perspectivas do que será esse evento.
Está escrito nos livros sagrados que o primogênito deve ser oferecido à Deus. Isso deve ter ainda um significado nos dias atuais, uma vez que as lições sagradas são para a eternidade. Talvez seja o filho mais ligado com as propostas do divino. Percebo isso nele, apesar dele não ter nenhum engajamento nas atividades espirituais que desenvolvo. Pelo menos não observo críticas nele pelo pensamento e ações que desenvolvo, no mundo que eu criei tão diferente do que ele agora está começando a criar. Que diferenças são essas?
Ele está iniciando com este casamento, a formalização junto à divindade de uma família com características nucleares. Todos os seus parentes e suas respectivas famílias nucleares estarão presentes, não será admitido, principalmente pela parte na noiva, nenhuma outra pessoa que tenha se envolvida afetivamente com o noivo. Esta é a expressão forte do amor romântico, na procura pela exclusividade da permanência para sempre do companheiro.
Por outro lado, lá eu estarei como um convidado especial, na condição de pai. Eu que defendo e procuro formar a família universal. Qualquer uma das minhas relações afetivas, passadas ou atuais, poderão estar presentes, com a minha anuência e permissão dos noivos, que sabem como eu penso. Mas existe um contraste entre as nossas duas formas de pensar e agir. Do lado dele não observo conflitos, tudo é alegria, satisfação. Do meu lado, é o oposto, cheio de conflitos, reclamações. O amor exclusivo que ele desempenha, atende aos interesses diretos ou indiretos de todos os convidados. O amor inclusivo que eu desempenho cria uma série de conflitos entre aquelas pessoas que estão mais afastadas afetivamente de mim, justamente por irem de encontro à inclusividade dos afetos que procuro praticar. Muitas das pessoas ligadas afetivamente a mim não irão a esse evento, justamente porque irão me ver mais próximo a outra pessoa, ou que no passado, algumas pessoas que podem estar presentes, tenham sido suas adversárias quando ela estava mais próxima de mim. Até mesmo a pessoa que está mais próxima de mim, espacialmente, certamente estará constrangida com a proximidade de outras pessoas que ela considera como concorrentes a um afeto que deveria ser entendido como inclusivo. Nenhuma delas entendem, ou se entendem não conseguem praticar, de que a pessoa que meu coração mais se aproximará afetivamente, será aquela que demonstre amar com especial distinção as outras pessoas que me amam.
Essa situação também me deixa constrangido, pois ninguém consegue ver ou praticar os requisitos básicos do amor incondicional através do qual eu procuro me comportar. Se todas as pessoas que se envolveram afetivamente comigo tivessem assumido em seus corações esse amor incondicional, com certeza essa capela onde esse casamento irá ser realizado, estaria cheia de pessoas muito mais ligadas a mim que ao noivo, e todas com muita efusão de harmonia e felicidade, entre elas algumas com filhos que o Pai permitiu, todos amados e integrados nos afetos compartilhados.
Esta é a beleza da aplicação do amor inclusivo que está dentro do amor incondicional, e que, infelizmente, parece que somente eu tenho condições de imaginar e tentar aplicar. Estarei neste evento com a pessoa que no momento está mais próxima de mim, e afastado pela intolerância, ressentimentos, raiva e orgulho de todas as outras... com uma exceção, a minha primeira esposa e mãe do meu primogênito, é a que demonstra melhor aprendizado nessa harmonização de afetos, que conseguiu domar a maior parte dos seus ressentimentos e agora na maior parte do seu comportamento, procura se harmonizar com todas as outras que se aproximam afetivamente de mim, no passado, no presente e no futuro.
Enfim, como este projeto que procuro levar avante pertence a Deus, tenho que ser paciente com tantas distorções cognitivas nas formas de pensamento, de tantas intolerâncias que ainda persistem nas formas de comportamento. Penso como pensava aquele sacerdote do Templo judeu sobre as perseguições aos primeiros cristãos: “Se este pensamento e ação pertence a Deus, não pode ser destruído pelo poder ou intolerância de quem quer que seja”.
A Reforma Íntima enquanto processo contínuo de aperfeiçoamento do nosso ser real, é uma atividade que não devemos esquecer devido a labuta diária, dos estresses do cotidiano. Procurar resgatar os erros admitidos pela consciência, corrigir o mal que causamos a alguém, ter a ajuda da ciência e do mundo espiritual nessa jornada, tudo se reveste da maior importância para o alcance da meta final, a plenitude.
Nesse processo de renovação é importante que sejam identificadas as metas de realizações, desenvolvendo a consciência das responsabilidades, a conquista do necessário pouco a pouco, fazendo acontecer o processo da evolução.
É preciso a compreensão que nesta escalada ascensional existem os diversos patamares, degraus que se deve galgar um a um, certo que irá encontrar no em cada um estímulos atraentes e desafiadores que estimulas as potencialidades adormecidas.
A evolução espiritual implica na conquista de diversas áreas, por exemplo: educacionais, familiares, sociais, econômicas, artísticas e espirituais. O requisito para se obter essa ascensão é o esforço e a perseverança, na ampliação, renovação ou mudança de paradigmas.
Essa mudança de paradigma tem o efeito de uma entrada numa área desconhecida, mas que foi informada, avaliada e aceita. Daí se desenvolve o cultivo de novos valores, que levam a reações de acomodação ao que antes era estabelecido como correto ou aceito como inevitável. Esse esforço de renovação implica em alterar o emocional e o cultural, que teimam em permanecer no psiquismo.
Mas a força evolutiva está acontecendo em todas as áreas, e pode ser utilizada principalmente do campo do conhecimento, na ciência, tecnologia e cultura. Esta força mostra que existia em 1995 uma duplicação a cada quatro anos dos recursos obtidos pela evolução, e em 2020 está sendo avaliado que isso pode acontecer a cada 20 meses. Ninguém pode ficar de fora dessa onda evolutiva, tanto material quanto psicológica e espiritual, pois senão a vida de quem ficar parado perderá o sentido.
Devemos ter a coragem para enfrentar esse desafio constante que a evolução nos apresenta, fazendo reciclagens periódicas e reconhecendo com humildade os momentos que somos ultrapassados, até por pessoas mais jovens e menos experientes.
As metas humanas colocadas no campo de nossa evolução, devem ser multifacetadas, dentro das realizações morais, evitando o risco da desumanização ou robotização. Os implementos psicológicos que devemos priorizar diz respeito a adequação ao espiritual, à ultrapassagem dos limites corporais, até atingir a consciência transcendental.
O alcance da plenitude só será possível quando tivermos a consciência da escalada evolutiva, evitando a desmotivação causada pelos problemas surgidos a cada novo patamar alcançado; quando tivermos renovado os valores para a estruturação do ser real no campo da consciência; identificar-se com a consciência cósmica para adquirir a força propulsora necessária para a ascensão; e atingir o nível máximo da liberdade e do amor, o alcance da plenitude.