Tem um texto bíblico interessante, que diz o seguinte: O coração do sábio o inclina para a direita, mas o coração do tolo o inclina para a esquerda. E, até quando o tolo vai pelo caminho, falta-lhe o entendimento, e ele diz a todos que é tolo. Se se levantar contra ti o espírito do governador, não deixes o teu lugar; porque a deferência desfaz grandes ofensas. Há um mal que vi debaixo do sol, semelhante a um erro que procede do governador: a estultícia está posta em grande dignidade, e os ricos estão assentados em lugar humilde. Tenho visto servos montados a cavalo, e príncipes andando a pé como servos. Aquele que abrir uma cova, nela cairá; e quem romper um muro, uma cobra o morderá. Aquele que tira pedras é maltratado por elas, e o que racha lenha corre perigo nisso. Se estiver embotado o ferro, e não se afiar o corte, então se deve pôr mais força; mas a sabedoria é proveitosa para dar prosperidade. Se a cobra morder antes de estar encantada, não há vantagem no encantador. As palavras da boca do sábio são cheias de graça, mas os lábios do tolo o devoram. (Eclesiastes 10:2-12)
Podemos associar esse texto bíblico com um dos textos de natureza política, assinado por Stephen Kanitz, que circula nos últimos dias nas redes sociais, referente a política brasileira.
A Direita Veio Para Ficar?
Ou será que essa guinada à Direita será efêmera e de curta duração?
Em 2020 os 44 milhões que ainda votam PT irão crescer e voltar a mandar e corromper esse país?
Irei abordar as chances destes dois cenários possíveis.
1. Sim, a Direita veio para ficar. A Direita passou a ser valor da Classe Média, que se cansou de ser constantemente roubada pela esquerda estatizante, centralizadora, impostora.
2. A Direita tem agora um PT em franca decadência, sem um único líder além de Lula, perdeu sua áurea de ética e democrática.
3. A mentira veiculada pelo PT e o próprio PSDB de que o PSDB era de Direita, caiu de maduro. O PSDB mostrou a farsa que é. Todos os de Direita que votaram no PSDB irão no futuro votar PSL, Novo e outros partidos de Direita que se formarão.
4. A própria Esquerda brasileira terá que se “endireitar”, se quiserem ser mais moderados, terão de aceitar a meritocracia do Bolsonaro, a redução do tamanho do Estado.
5. Mas justamente o partido mais light da Esquerda que era o PSDB semi light está em plena decadência e não atrairá ninguém da extrema Esquerda alienada e frustrada.
6. Hoje ser de Direita é motivo de orgulho, significa combater as injustiças, lutar contra a corrupção, e ter valores éticos que a Esquerda não tem e nunca teve.
7. A Direita tem hoje massa crítica, uma base sólida de manutenção e expansão.
8. Temos hoje blogs de Direita, jornais de Direita, programas de tv via internet de Direita. Faltam Universidades privadas de Direita e virão. Colegiais de Direita já existem aos montes.
9. Melhor evolução de todas, a Direita finalmente poderá mudar seu discurso. Chega de bater na Esquerda que hoje é cachorro morto. Os discursos do Arnaldo Jabor, Lobão e Olavo de Carvalho, úteis que foram passam agora para segundo plano. A Direita terá de discutir mais a sua essência e não somente as de seus inimigos.
10. A Direita irá atrair os jovens ao passar a discutir como tornar o capitalismo mais justo, como melhorar nossa educação, como sermos mais produtivos e eficientes, como eliminarmos desperdício, temas que a Direita raivosa nunca abordou.
11. Teremos discussões propositivas que nunca tivemos no Brasil. Será que o Comunitarismo, o Conservadorismo Moderno, a Administração Socialmente Responsável das Empresas, a Administração Responsável das Nações é melhor que Opus Dei, TFP ou Direita Cristã, os únicos ramos declaradamente atualmente da Direita?
Mostrará aos jovens que querem mudar o mundo que temos causas para lutar, que não queremos somente o status quo, o Fake News que a Esquerda espalhava sobre nós.
Do lado negativo, a maioria dos movimentos de Direita ainda não se tocaram que a responsabilidade pelo combate à extrema pobreza passa a ser nossa.
Que precisamos nos preocupar com filantropia e voluntariado, coisa que Bolsonaro já sinalizou apoiando o teleton de Silvio Santos,
Nós sabemos cuidar da extrema pobreza muito melhor do que a Esquerda, mas fomos sempre omissos.
Apesar de ter criado os sites voluntarios.com.br, e filantropia.org mais de 20 anos atrás e conhecer um pouco dessa dinâmica, nenhum líder de Direita jamais se interessou a saber como fazer política social em mãos do setor privado, mais eficiente e barato do que esses 45% de impostos que pagamos para nada.
Nem um político de Direita nem de Esquerda, diga-se de passagem, se interessa por filantropia na mão do Estado.
Se os futuros líderes de Direita continuarem assim, a Esquerda tomará novamente esse país, por negligência da nossa parte em cuidar dos outros que ficaram para trás.
Isso não tenho dúvida.
Um texto bem lúcido que faz a gente pensar, espiritualistas, que esta guinada ideológica dada pelo Brasil, nos aproxima dos projetos que indicam ser o Brasil a Pátria do Evangelho e o Coração do Mundo. Resta saber se teremos pernas para conduzir este processo, como bem falou o articulista Stephen Kanitz
Quando Francisco chegou à terra de Assis, Itália, na noite medieval, encontrou o terror espalhado, a ignorância predominante, os corruptos que se locupletavam junto aos poderosos, para esmagar os camponeses e cidadãos pobres.
Havia superstição e medo em toda parte, caminhando a humanidade sob o estigma do pecado e do vício, que eram punidos com impiedade.
Ele chegou e apresentou a Verdade, que nunca mais deixou de iluminar a sociedade. Havia perversidade sem disfarce e a discriminação de todo tipo, havendo o homem se tornado o lobo do homem, assim ficando desprezível.
Na sua simplicidade ele cantou o hino de louvor a todas as criaturas, chamando-as docemente de irmãs.
Permanecia epidêmico o ódio, que espalhava o bafio pestilento das guerras intérminas, deixando os campos juncados de cadáveres que apodreciam a céu aberto.
A sua voz, então, suave e meiga, entoou o canto da paz, e se fez o símbolo da verdadeira fraternidade que um dia se estenderá por toda a Terra.
Hoje vivemos dias parecidos aqui no Brasil... as doenças e acidentes deixam os seres humanos animalizados nos corredores dos hospitais, amputados, utilizados para motivos de corrupção; a fé religiosa ainda mantém a pompa extravagante, amparada nos fortes e ajuda a manter a miséria e deixar mergulhados na ignorância os fracos, com pequenos donativos retirados dos impostos deles mesmo; a violência adubada pela impunidade deixa os cidadãos presos e desarmados dentro de suas próprias casas e os criminosos livres e armados disseminando o terror pelas ruas; as famílias ameaçadas de dissolução pela libertinagem dos costumes, com filhos agredindo pais, alunos ameaçando professores; os corruptos invadem e manipulam as instituições públicas e privadas, construindo falsas narrativas para manter o poder e o controle das multidões...
Volta, Irmão Francisco, para novamente reunir as tuas criaturas, todas elas à tua volta como fizestes naqueles dias na Itália, na pequena cidade de Assis, conduzindo-as à Jesus. Novamente convoca os teus irmãos que sintonizam com teus pensamentos e estão dispostos a seguir teus passos. Nós estamos aqui, no Brasil, país destinado a ser a “Pátria do Evangelho e Coração do Mundo”. Estamos aturdidos, saudosos aguardando a tua voz que conhecemos e não conseguimos esquecer as lições que nos deixastes.
Volta, por favor, Irmão Alegria, a fim de que a tristeza do desamor bata em retirada e uma primavera de bênçãos tome conta de tudo... Canta, então, novamente a tua oração simples, que acompanharemos... “Onde houver desespero que levemos paz e esperança”.
Irmão Sol, a grande virada do nosso planeta para o estágio de Regeneração aguarda o caminhar dos teus passos inspirados pelo Cristo, para que possamos seguir com segurança na trilha, por mais estreita que seja!
Sempre ficava preocupado com o que eu achava ser falta de caridade. Tenho resistência muito forte a dar uma pratinha que seja a um mendigo, a uma criança num semáforo, a um idoso estendendo a mão. Sempre imagino que por trás do pedido de caridade existe um desvirtuamento que eu não posso aprovar, com meus critérios éticos, e isso me inibe, não atendo ao pedido.
Mas quando o pedinte se afastava, chegava o sentimento de culpa à consciência, pois aquela pessoa podia ser o anjo da caridade, de misericórdia, me dando oportunidade de desmontar o meu egoísmo. Já tenho me determinado mais de uma vez, inclusive aqui neste espaço literário, que iria praticar a caridade sem a preocupação do desvirtuamento que possam fazer da minha caridade. Mas não consigo implementar essa decisão. Quando chega o “anjo da caridade”, curiosamente faço a crítica e recolho a pretensa ajuda.
Hoje foi mais uma experiência onde houve o fracasso da caridade, mas, por outro lado, trouxe um novo insight na minha consciência.
Sempre que vou para Caicó, a Van estaciona numa padaria em Santa Cruz para lancharmos. Como sempre, eu entro e também faço um prato com algum alimento. Geralmente fica um senhor de meia idade, aparentemente sadio, não há deficiências visíveis, mas sempre estar a esmolar. Evito dar essas esmolas, a pessoas suspeitas, como é o meu costume. Hoje ele estava sentado em posição estratégica e eu teria que passar obrigatoriamente na sua frente. Na saída da padaria, ia uma moça na minha frente e deu uma cédula a ele, não consegui ver o valor. Eu ia logo em seguida, sem fazer questão que o tivesse vendo. Mesmo assim ele tentou chamar minha atenção, e mesmo assim eu continuei sem fazer questão de nota-lo. Ao sentar no meu banco que ficava ao lado da moça que deu a cédula, ela perguntava ao motorista se aquele mendigo bebia, se era alcoólico, pois ela acabara de dar uma nota de dez reais a ele e alguém que observara, dissera que ele iria beber de cachaça. O motorista disse que na realidade, ele não era alcoólico, mas já tinha três casas de alugueis e um carro. Quando o movimento estava ruim naquela padaria, ele ia mendigar em Natal. A moça ficou surpresa com essa notícia e eu fiquei aliviado, pois já estava desenvolvendo culpa no meu psiquismo.
Foi aí que eu percebi que a defesa automática que desenvolvo em negar a caridade a essas pessoas que considero suspeitas tem um fundo de coerência. Da mesma forma que imagino que o Anjo da Caridade se acerca de mim para que a caridade seja feita, também pode o Anjo da Justiça se aproximar para evitar que eu, pensando em fazer caridade, esteja cometendo uma injustiça, principalmente com menores e idosos que podem ser usados por pessoas inescrupulosas.
Essa nova compreensão me deixa mais confortável com a dificuldade que tenho em praticar a caridade com pessoas que parecem suspeitas. Não é somente o meu lado egoísta se sobrepondo ao cultivo das virtudes como eu imaginava, mas a intervenção de forças divinas evitando que eu cometa injustiças de forma voluntária.
Observamos que os últimos textos postados neste espaço trazem narrativas diferentes de uma mesma situação política. Isso sempre acontece nos conflitos humanos, desde a antiguidade. Um texto assinado por Hélio V. Ramos Filho e Marcelo O. Dantas, ambos embaixadores de carreira, com o título “Guerra de Narrativas no Exterior, vem explicar como isso acontece.
A Guerra de Narrativas no Exterior
Em meados do século 3, quando o Cristianismo era uma religião proscrita, o teólogo Alexandrino Orígenes produziu seu mais famoso tratado – Contra Celsum. Nesse texto, respondeu, com serenidade e apuro filosófico, aos ataques feitos pelo neoplatonista Celsus, que via na difusão das idéias cristãs um ameaça aos fundamentos da civilização romana. A contra narrativa de Orígenes prevaleceu. E o caminho foi aberto à expansão da nova fé.
A memória desse episódio serve de alegoria para a guerra de narrativas que hoje trajamos. Guardado o devido respeito aos embates da patrística, assistimos em nosso país a ascenção de um surpreendente fenômeno de massas, consagrado por 56 milhões de eleitores. A chegada de Jair Bolsonaro ao poder, no entanto, vem sendo questionada – urbi et orbi – por novos “Celsos”.
Os novos “Celsos” têm-se esforçado em difundir a falsa ideia de que o presidente eleito representaria uma ameaça aos fundamentos da democracia ocidental. Pintam-no como um extremista de direita, inimigo dos direitos humanos e do meio ambiente – um militarista disposto a oprimir minorias e solapar as liberdades civis. Em sua eleição, veem o triunfo do populismo irracional, a ser confrontado por uma aliança liberal-progressista.
Essa visão alarmista e fantasiosa – difundida em artigos de opinião, manifestos intelectuais, propagandas eleitorais e entrevistas a redes de televisão – ganhou o mundo. Alguns dos principais veículos de informação do planeta passaram a acompanhar o processo político brasileiro, preocupados com a possibilidade de um “novo Trump” chegar ao poder no maior país da América Latina.
Computados os resultados das urnas, a histeria não recuou. Órgãos respeitáveis, como The New York Times, The Economist e a revista Foreign Affairs continuaram a repetir o discurso difamatório, sem qualquer respaldo em dados da realidade. Um ex-chanceler chegou ao ponto de conceder entrevista à rede CNN para dizer que o país estaria “talvez de volta a um regime autoritário, com alguns traços fascistas”.
Os criadores dessa narrativa parecem haver passado as últimas décadas em sono profundo. Como no conto “Rip Van Winkle”, roncavam alheios a tudo, enquanto a violência tomava conta das cidades brasileiras, as empresas públicas eram saqueadas e a economia do país mergulhava na maior crise de sua história. Nenhuma menção é feita aos desmandos de governantes que financiaram ditaduras, superfaturaram obras inúteis, sucatearam os serviços públicos e devolveram dissidentes a regimes opressores. Mais grave ainda, nada de bom se diz sobre o trabalho da operação Lavajato, o bom funcionamento das instituições brasileiras e o despertar da cidadania. Somos tratados como uma república de bananas, que embarcou na aventura de eleger um líder caricato.
A estratégia dos novos “Celsos” é clara: utilizar o front internacional para desacreditar, isolar e minar o governo Bolsonaro. Pretendem, com isso, provocar o desgaste da imagem do Brasil junto aos governos estrangeiros e organismos internacionais – e negar a legitimidade dos resultados eleitorais de outubro – de modo a pavimentar seu caminho de retorno ao poder. Exercício semelhante foi levado adiante, com sucesso, na desconstrução do governo Temer. Almejam agora repetir a dose.
O Itamaraty não pode permitir que isso aconteça. Temos um governo, eleito de forma democrática e constitucional. Esse governo terá de ser defendido e viabilizado na cena internacional. A narrativa difundida pelos adversários do presidente eleito precisa ser desmontada, com urgência, por nosso serviço exterior. Não se trata de afinidade política, mas simples dever de ofício.
Ao governo eleito cabe definir, o quanto antes, a equipe que assumirá o comando do Itamaraty. De imediato, será necessário anunciar as diretrizes de política externa do novo governo e pôr em marcha a agenda de viagens do presidente eleito. Em paralelo, deve-se conceber e implementar uma estratégia efetiva de comunicação com o público externo. Artigos difamatórios precisam ser respondidos com firmeza, sem tergiversações.
O bom diplomata precisa entender e respeitar o país que representa. O fenômeno Bolsonaro não nasceu apenas do sentimento de contrariedade da população brasileira com o colapso da nova república. Sua eleição representou a emergência de um novo Brasil – mais conservador e cioso de seus valores. Uma nação que aspira por maior segurança pessoal e melhores oportunidades de trabalho, com setores produtivos que anseiam por segurança jurídica e liberdade para empreender.
Esse novo Brasil viu em Jair Bolsonaro a possibilidade de livrar-se dos excessos da agenda progressista. O voto do “mito” galvanizou a recusa do politicamente correto; empolgou os exasperados com a irracionalidade do laxismo legal e a insensatez da agenda de costumes da esquerda. Esses 56 milhões de brasileiros promoveram pela primeira vez no país, uma efetiva alternância de poder.
Semelhante fenômeno precisa ser explicado no exterior. Chegou a hora de colocarmos ordem na Casa e darmos um basta à narrativa que enxovalha a imagem do Brasil. Parafraseando um conhecido adágio militar romano, poderíamos dizer, diante dos desafios internacionais do novo governo: “Si vis pacem, para Celsum”. Se o governo Bolsonaro quiser a paz no front internacional, deve preparar-se para enfrentar os novos “Celsos” – com a mesma habilidade e sabedoria que o iluminado Orígenes teve ao defender a fé cristã.
Excelente texto! Coloca de forma didática e pragmática a construção de narrativas que cada um pode fazer, alguns distorcendo a verdade para alcançar benefícios pessoais.
Aproveito a “deixa” para construir também minha narrativa, usando as informações vindas do mundo espiritual, que a Terra vai ser promovida de mundo de Provas e Expiações, para mundo de Regeneração, onde o bem prevalece sobre o mal. Foi sugerido também que o Brasil seria a Pátria do Evangelho, que já é, e Coração do Mundo.
A eleição de Jair Bolsonaro, um homem fortemente religioso, foi tida como uma espécie de milagre, ter alcançado o poder sem o conchavo com forças trevosas ou apadrinhamento de poderosos da mídia e das empresas. Recebeu a notícia da vitória com a humildade que caracteriza os homens intuídos pelo divino e se fé merecedor de proteção extrafísica a ser salvo de faca covarde por um comando que até hoje não foi esclarecido.
Portanto, estamos preparados para ingressar numa administração mais ética e justa, onde os nomes que estão sendo escolhidos até agora representam uma mudança verdadeira do estado de caos que nos encontrávamos.
Cabe agora a nós, pessoas de bem, que não estamos mancomunados com as trevas nem hipnotizados pelos construtores de falsas narrativas, a desmontar os castelos de mentiras que querem construir para solapar a verdade e o nosso destino enquanto país.
Vamos procurar o viés dos médicos brasileiros, pois segundo a Dra. Laura Stahlberg que é Mestre em Brasil em Perspectiva Global pelo King’s College London, que desenvolveu o tema da dissertação: International cooperation and health policy: An analysis on the design and implementation of the Mais Médicos Programme in Brazil, os médicos brasileiros não têm interesse no Programa.
Encontrei um texto circulando no zap de congressistas (Henrique Mandetta, Adriana Sousa, João Henrique Zanconato, Olavo Viana) interessados em abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (#CPIMaisMédicos) que serve para melhorar nossa visão nesse foco.
Vou contar uma historinha para vocês.
Em 2016, uma amiga médica recém-formada inscreveu-se no Programa Mais Médicos e, apesar da formação extremamente adequada e da NÃO PREFERÊNCIA por região para atuação, teve sua inscrição negada.
Em janeiro de 2017, no lançamento de mais um edital do programa, eu, terminando minha residência médica no INCA, mas incomodada com a história dela, resolvi me inscrever no programa para testar a hipótese de que o programa servia SIM para patrocinar a ditadura cubana, mais do que para levar médicos aos rincões do país. Detalhe: no meu currículo constava um Doutorado e 720 horas de formação para atuação em saúde pública no internato da faculdade.
Olhem, foi uma trabalheira dos infernos. Vários formulários preenchidos, documentos scaneados e enviados, um dia inteiro perdido com isso... e, detalhe, na inscrição não especificamos NADA sobre preferências de áreas de atuação (a inscrição pode ser considerada até para regiões indígenas no meio do nada).
Pois bem, qual não foi a minha surpresa quando também não fui "aceita no programa", mas centenas de cubanos sim.
Na época deixei quieto, era só uma curiosidade que eu desejava sanar, mas agora levarei isso adiante - tem é que ser feita uma CPI desse programa escabroso. É revoltante ouvir de tantos e da mídia desinformada que "faltarão médicos" e que a população "ficará desassistida" com o fim da cooperação cubana. Isso é uma FALÁCIA!
O programa serviu para mostrar que temos SIM médicos brasileiros interessados em ir para o interior, desde que estimulados e adequadamente pagos para isso. Resta agora o governo desenvolver um programa mais decente, que envolva remuneração salarial e não uma bolsa sem qualquer direito trabalhista, disfarçada de "aprimoramento".
Ainda sobre o Programa Mais Médicos, a AMB (Associação Médica Brasileira) já havia denunciado tudo isso que digo em 2017 e declarou: "Precisou que o governo cubano se recusasse a enviar 710 médicos para o Brasil (600 novos e 110 como reposição) para mais vagas serem dirigidas a brasileiros. Mas esta quantidade de vagas ainda é insuficiente, perto da quantidade de médicos brasileiros interessados, pois só no último edital se inscreveram 10.557 médicos brasileiros.
O interesse de médicos brasileiros em entrar para o programa Mais Médicos sempre foi grande, antes das inscrições de janeiro. Em outros editais a quantidade de médicos inscritos foi superior ao último. Grande quantidade de profissionais procurou a Associação Médica Brasileira (AMB), por se sentirem preteridos ou cerceados nos seus direitos, beneficiando médicos de outros países."
Pois bem, agora vou lutar por essa CPI, porque já estou cansada de tanta mentira, de tantas acusações injustas de corporativismo médico e tanta irresponsabilidade envolvendo nós médicos brasileiros.
Paciência tem limite.
Henrique Mandetta Adriana Sousa João Felipe Zanconato Olavo Vianna
#CPIMaisMédicos
Se essas informações são verdadeiras, como acredito que sejam, da mesma forma que acredito que a Dra. Laura Stahlberg escreveu no seu texto informações que ela acreditava serem verdadeiras, então ela deve reconhecer a existência de fortes contradições. Como ela é Mestre em Brasil em Perspectiva Global, seria de muita utilidade que ela aprofundasse seus estudos aqui dentro do Brasil, avaliando tudo que foi feito nos últimos governos, porque houve esta mudança tão “milagrosa” nos rumos do país, e o que está sendo implementado para o futuro, qual a nova direção ideológica dos novos dirigentes.