Na minha prática do consultório de psiquiatria, atendo com relativa frequência mulheres que se sentem desamparadas, raivosas ou dependentes de relacionamentos que as fazem sofrer em decorrência do comportamento dos seus companheiros. Resolvi, com a permissão delas, criar um grupo no whatsapp para troca de experiências e sentimentos, com o título “Afetos e Desafetos”. Assim fizemos e chegamos a ter 14 pacientes, todas mulheres, comigo sendo a única exceção masculina.
Acontece que atendi um professor de escola pública com queixas de muito sofrimento emocional, por ser casado e se sentir apaixonado por uma aluna. Pedi permissão a ele para o colocar no grupo e dividir com as mulheres o seu sentimento, que iria de encontro ao sentimento majoritário no grupo.
Irei colocar neste espaço o diálogo dos integrantes, respeitando o anonimato, e deixando A., o protagonista, em negrito...
Você adicionou A.
Eu – Minhas amigas... estou adicionando pela primeira vez um homem neste grupo: A. Para vocês perceberem que muitas vezes parece e muitas vezes realmente é o vilão, também pode ser vítima do furacão dos afetos, gerando desafetos e dores ao redor. Este é o caso do A. que ele permitiu colocar aqui. Professor, casado, com uma filha de meses e apaixonado por uma aluna que faz o tumulto em sua mente e coração. Ama a esposa, a filha, é cristão convicto, mas não consegue escapar das garras das emoções desenfreadas... que fazer além dos remédios que toma para suportar a pressão?
N. – Bom dia A. seja bem-vindo. E fique a vontade para falar. Não estamos aqui para julgar e sim para nos ajudar.
A. – Pessoal, bom dia! Eu tô um pouco ruim da garganta, rouco... e coisas de professor, né? Ai depois que eu tiver um pouquinho melhor eu explico para vocês as coisas, eu converso e interajo com vocês. Foi ideia do Dr. Me colocar no grupo, pois ele viu minha situação, tudo que eu falei pra ele, e as coisas que eu não controlo, que eu não consigo controlar. Aí ele pediu permissão para me colocar no grupo para que você possa conversar e mostrar a sua versão. Então, pessoal, meu objetivo aqui é mostrar o que está acontecendo comigo. Eu não sei se é igual ao que está acontecendo com vocês ou com o marido de vocês. Mas o propósito é que vocês vejam uma outra versão da coisa e que meu objetivo aqui não é mentir, não é defender, pois não há necessidade disso, eu não conheço nenhuma de vocês, e não é para defender os homens, de maneira alguma. Nós estamos completamente errados no que estamos fazendo, e aí vocês vão ver uma outra versão da história. Então, quando eu tiver um pouco melhor eu falo com vocês. Todas tenham um bom dia.
S. – Bom dia! Eu só sei minha opinião pessoal. Mas estamos no grupo para ajudar uns aos outros com suas experiências. Estamos no aguardo.
N. – Acho que vai ser muito bom ter você no grupo. Vai ser bom ver o outro lado.
CM. – Bom dia! Interessante ouvirmos e sabermos a sua versão. Sem julgamentos, claro. Sinta-se a vontade.
JR. – A vida é mesmo muito difícil de entender, pessoas falam que amam, mas sente-se apaixonado ou mesmo atração por outros. É verdade, não devemos julgar e sim procurar entender e aceitar a vida como ela é. Seja bem-vindo, A., espero que se sinta a vontade.
L. – Meninas, os homens são educados de maneira diferente das mulheres. A fidelidade é repassada pela sociedade como qualidade feminina. Cabe a nós mulheres/parceiras colocar/impor nossos limites. Se eles são perigosos e porque há quem se submeta a situação. O que podemos fazer? Como ser feliz nessas condições?
S. – Eu imponho os meus! Eu acho que vou terminar meus dias sozinha, mas feliz. Rsrs. Porque analiso financeiro (porque não vou sustentar), perfil emocional (se tiver muito ciúme excessivo tô fora), situação atual na qual trabalha (por exemplo, uma vez me apareceu um músico. A noite estou morta de cansada, e o rapaz trabalha na noite. Não vai dar certo, não terei nem tempo e muito menos disposição para baladas... etc...). Não procuro ninguém perfeito, mas analiso tudo, pois depois que se envolve já era. Esse é o caminho.
Pronto, meus caros leitores. O cenário está montado, os protagonistas estão em cena, a ação vai começar...
Filho, chegou o momento de falar contigo. Sei que a cada início do mês tu fazes essa oração para mim, que colocas os teus sentimentos e os teus desejos. Vejo neles suas boas intenções e sondo teu coração e não encontro hipocrisias.
Sei, filho, que lhe mostro muitos caminhos e vejo que sempre escolhes aquele que melhor demonstra ser à minha vontade. Isso me deixa muito satisfeito. Por outro lado, algo não me deixa tão satisfeito: a tua falta de coragem para enfrentar as dificuldades com o custo do próprio corpo. Tu ficas muito preguiçoso, apesar de dormir pouco. Mas tu não fazes o enfrentamento necessário para realizar as tarefas necessárias, eu não vejo o sacrifício do corpo. Não é que eu seja masoquista e que queira lhe ver sofrer, mas como você já falou comigo que quer ser o meu instrumento aí na Terra, então, o instrumento tem que ser devidamente utilizado. É como uma pá ou picareta nas mãos de um pedreiro, deve ser gasto na retirada da areia, do cimento, ou na quebradura de pedras. Para que me interessa um instrumento que vive no conforto de sua caixa sem se expor às intempéries do serviço?
Outra coisa que também não vejo com bons olhos é a sua falta de controle alimentar. Sei que você chega a passar até mais de 3 dias em jejum e controla a alimentação até por 40 dias, como é feito na ocasião da Quaresma. Mas fora desse período, quando você senta para se alimentar, geralmente exagera na quantidade, não chega a manter o corpo que Eu lhe dei dentro dos padrões saudáveis.
Também você exagera nos momentos de lazer e prejudica o tempo do trabalho. Sei que você quer harmonizar o lazer com o trabalho e isso é bom. Harmonizar os amigos que desejam o lazer com os amigos que precisam realizar seus trabalhos. E isso é bom. Mas você tem que ser mais competente, em colocar o lazer a serviço do trabalho, e não o trabalho a serviço do lazer. Compreendas que o trabalho, para Mim, também é uma forma de oração.
Outra questão delicada é o sexo. Nesse ponto Eu vejo que tu vais bem, apesar de ter a consciência confusa com suas válvulas de escape para não deixar que a força instintiva do sexo, mesmo sem a forte influência dos hormônios, como acontecia no passado, venha a prejudicar terceiros. Vejo que você utiliza essa energia sexual que ainda é importante dentro de você, para potencializar o Amor Incondicional, e isso é muito bom. Talvez seja nesse ponto que você tenha mais habilidade em manusear os talentos que Eu lhe dei.
Finalmente Francisco, apesar de alguns senões, vejo sua avaliação como positiva e com um bom potencial para se aperfeiçoar ainda mais nas trilhas que chegam aonde estou.
PS – Veja, utilizei o nome Francisco propositalmente, pois foi o nome que recebestes em função de uma promessa feita por sua mãe para mim através de Francisco de Assis; e Rodrigues é o nome de sangue e que foi destacado como nome de Guerra dentro de uma instituição militar. Você pode até usar o Rodrigues, o nome militar e de força, associado a Miguel arcanjo, o paladino da Justiça, mas sempre subordinado ao nome Francisco, o nome espiritualizado, associado ao Cristo, o paladino da Misericórdia.
Recebi pelo WhatsApp um texto assinado por Ricardo Wildberger Lisboa referente a campanha política à presidente que acho importante colocar aqui para nossas reflexões.
BOLSONARO: UMA ARARA AZUL
Eu nunca fui um fã de Bolsonaro. Tampouco venho fazendo campanha para ele. Todavia, não há como reconhecer um fato alarmante: ele é o único candidato conservador, de direita, à Presidência da República, em décadas. E isso não é pouca coisa. Bolsonaro, em que pese o seu pouco preparo intelectual, seu destrambelhamento ao debater e discursar, sua tendência a se deixar emparedar pelo entrevistador (que sempre o coloca numa defensiva que lhe desperdiça a palavra), é um elemento precioso a ser olhado e preservado, pois é um espécime praticamente extinto. Olho para ele e a impressão que me dá é de tratar-se de um raro exemplar que, por um acidente, escapou do arquivo morto do laboratório que, paciente e impiedosamente, vem submetendo o Brasil a uma delinquente engenharia social de esquerda. Um experimento que a história está farta a nos mostrar como sempre termina e, para que não restem dúvidas, nos oferece na vizinha Venezuela um exemplo amargo, ao vivo e a cores – predominantemente amarelo fome, cinza chumbo e vermelho sangue – de quais são as consequências dessa sempre macabra aventura.
Uma democracia plena e sadia não pode prescindir da presença de forças tanto de direita quanto de esquerda. Agir nos bastidores de forma a privar sub-repticiamente uma dessas forças de seu lugar legítimo no jogo político é falsear a própria democracia. Não obstante, é justamente isso o que as esquerdas fizeram no Brasil das últimas décadas, demonizando a direita em todos os seus aspectos, a ponto de praticamente bani-la do imaginário nacional. Estabeleceu-se no país um senso comum socialista, de forma calculada e gradativa, a ponto das pessoas não se darem conta de que foram condicionadas a algo que, bem examinado, não as convém. No entanto, elas sequer têm consciência disso, tal é a diabólica crueldade psicológica na implementação desse programa. Dessa forma, todos os nossos partidos políticos são, hoje, de esquerda, assim como têm sido de esquerda todos os candidatos à Presidência da República de várias eleições, o que é inteiramente disfuncional. Como costumo dizer, o país da bossa-nova inventou a “democracia de uma asa só”, como se fosse possível voar longe desse jeito: não é!
Os valores que Bolsonaro defende – e é preciso que se lhes procure debaixo de toda aura de desqualificação com que todo o stablishment se empenha em envolver o candidato – são valores que construíram a grandeza de todas as verdadeiras Nações do planeta: apreço pelas liberdades individuais, pela democracia, pela família, pelos mercados livres, pela religião, pelo estado de direito, por uma economia aberta e liberal, uma educação de qualidade, sendo implacável com a corrupção, o crime e a impunidade, justiça célere, defesa da propriedade e do território nacional, tratando bandido como bandido, e tirando o protagonismo do desenvolvimento das mãos pantagruélicas e burras do Estado, para devolvê-lo à sociedade, ao contribuinte, àqueles que efetivamente pagam a conta e não vêm recebendo a justa contrapartida de todo o esforço que dedicam à sua manutenção. Ou seja: o que ele defende é um conjunto virtuoso de valores, exatamente o oposto do que as esquerdas produziram nessas últimas décadas no Brasil.
A herança que recebemos das esquerdas é um país quebrado, desempregado, onde a família se decompõe e todos os conflitos de minorias são incentivados, dotado de um senso comum socialista disfuncional, injusto, onde metade de toda riqueza passa – via ditadura fiscal – pelas mãos ineficientes e inescrupulosas do Estado, onde mais de 60 mil pessoas são assassinadas anualmente, toda sua alta cultura foi implacavelmente destruída, e em cuja vida grassam as piores máfias empresariais e partidárias, num festival de horrores cívicos, bandalheira e impunidade. Diante de um homem como Jair Bolsonaro – que recebe hoje todo o apoio da população, com chances reais de ser eleito – as esquerdas atônitas e unidas obedecem a um único comando: destruí-lo!
Nessa segunda feira este homem foi entrevistado no programa Roda Viva, um dos mais longevos da televisão brasileira, até recentemente bem conduzido pelo jornalista Augusto Nunes e que agora passou a funcionar sob o comando de Ricardo Lessa, um ex-militante do antigo grupo terrorista MR-8. E foi como um ex-guerrilheiro do MR-8 que Lessa conduziu a entrevista a Jair Bolsonaro, à frente de uma bancada de jornalistas que, em vez de abordar a agenda do candidato para o eventual governo de um Brasil que se desenrola daqui para a frente, fixou-se de forma patética no jazigo perpétuo da história recente nacional, a exumar tudo aquilo que a Lei de Anistia se encarregou de sepultar e exorcizar, com o objetivo claro de desqualificar e destruir a perigosa ameaça que eles viam na pessoa daquele ex-capitão, e que a opinião pública – cheia de escoriações e farta do país que a mistificação de esquerda vem solapando – escolheu para depositar suas esperanças de uma guinada mais que tardia, imprescindível e inadiável à direita.
Assino em baixo de toda essa argumentação, colocando apenas que não considero o Bolsonaro com pouco conteúdo intelectual, e que a Lei de Anistia e a Comissão da Verdade, deviam atuar nos dois campos em litigio, e não só procurar prejudicar um e beneficiar outro. Enfim, os soldados mortos pelos terroristas, no cumprimento do seu dever, não mereciam também ser reconhecidos e suas famílias ou os próprios serem recompensados? Não é assim que deve funcionar a Justiça? Com vendas nos olhos?
Muitas vezes sinto-me na condição de réu por ter rompido o compromisso de fidelidade que mantinha com minha primeira esposa, aquela com quem casei e que prometi no altar ser fiel até o fim das nossas vidas. Sei que sempre mantive o meu pensamento, minhas convicções associadas em fazer o bem, em trazer benefício ao próximo. Então, por que ter sido infiel ao meu compromisso de casamento se isso iria trazer prejuízo para minha esposa? Esta é a acusação que até hoje pesa sobre minha cabeça como uma espada de Dâmocles, um fio de decisão que pode me jogar no inferno ou no paraíso. A minha consciência apresenta argumentos que até hoje me inocentam e mais uma vez os colocarei aqui para que meus leitores façam o papel de jurados dentro deste tribunal virtual.
Aprendi as lições de Jesus, do “Amor Incondicional” e do “fazer ao próximo aquilo que desejamos seja feito conosco”, como as maiores diretrizes para o meu comportamento, pois fazendo assim eu estaria construindo dentro do meu coração as condições de ser cidadão do Reino de Deus.
Foi dentro deste contexto consciencial que fiquei dentro de um entorno situacional com minha colega de trabalho, uma enfermeira sensual que dava plantões noturnos comigo quando eu ainda era acadêmico de medicina. Nós ficávamos juntos, sozinhos, na sala de atendimento quando não tinha ninguém, e ela fazia convites para sairmos e namorarmos, e que isso seria muito bom para nós. Ela sabia que eu era casado, tanto quanto eu sabia que ela também era casada. Ela dizia que o seu marido a traia e por isso não sentia remorsos pra sair com quem desejasse. Eu dizia que não era possível, pois não queira trair a minha esposa, pois ela também não me traía. Foi criado o impasse.
Acontece que os convites eram repetidos a cada plantão, associados a imagem sedutora e as palavras afetuosas. Colocava os argumentos que isso seria muito bom para nós, que tanto ela como eu iríamos ter muito prazer, e que os respectivos companheiros não precisavam saber o que estava acontecendo.
Foram esses argumentos que ela colocava que entravam na minha mente e se misturavam na minha consciência com as lições do Cristo que eu queria seguir. Imaginava o seguinte: se minha esposa me ama incondicionalmente, como eu procuro a amar, então ela deveria se sentir feliz por eu sair com minha colega para namorar e sentir prazer com isso; se ela estivesse na minha condição, eu teria prazer em vê-la sair para namorar com outro? Neste ponto do raciocínio o meu paradigma machista não permitia, eu não iria me sentir bem. Então, o ponto chave para eu não sair com minha colega para namorar, era porque eu era machista e não me sentiria bem se a minha esposa tivesse o mesmo comportamento.
O duelo consciencial passou a ser a partir desse momento, desejo instintivo do sexo por minha colega que neste ponto já estava forte, versus o sentimento machista dentro dos meus paradigmas que sempre também foi forte. Mas o sentimento de justiça dentro da minha consciência não permitiria que eu fizesse uma ação que lhe contrariasse.
O instinto sexual mostrou a sua força no embate com o sentimento machista. Chegou o momento que ele “foi à lona”, o machismo foi derrotado e agora eu poderia me sentir bem se minha esposa saísse para namorar com outra pessoa, pois eu queria agora namorar aquela minha colega, e “essa era condição para não desobedecer às lições do Cristo”.
Saímos para namorar diversas vezes, todas foram muito boas, não tínhamos culpa na consciência. Para mim existia apenas um problema: a exigência da verdade. Eu não poderia mentir para minha esposa sobre o que estava acontecendo comigo. Mas eu poderia omitir. Aprendi também que a verdade deveria ser colocada nos momentos mais convenientes e se fosse construtiva para o próximo. Eu sabia que essa verdade iria trazer sofrimento para minha esposa, e, portanto, eu não poderia dizer o que estava acontecendo de forma gratuita. Mas chegou um dia, quando eu já havia deixado de sair para namorar com minha colega, pois havíamos deixado de trabalhar juntos, quando minha esposa de forma curiosa e sem nenhuma maldade ou desconfiança me perguntou inocentemente: tu terias coragem de me trair? Eu sentia que não era traição o que eu fazia, pois já havia ajustado o meu pensamento à situação, mas sabia que para ela sim, era traição. Por isso a verdade se impôs à minha consciência e eu disse que sim, e que já havia saído para namorar com outra pessoa.
Agora, ao rever mais uma vez esse momento crucial, vejo que cometi uma inabilidade no uso da verdade. Ela não estava me perguntando sobre o passado e sim sobre o futuro. Eu poderia simplesmente responder que sim, que poderia namorar com outra pessoa no futuro e aí poderia colocar meus argumentos sem tanta decepção como aconteceu. Com tantas consequências como daí sugiram e que até hoje estou dentro delas.
Toda ação que fazemos tem uma consequência, como um remédio que tomamos com determinado objetivo, mas que irá ter efeitos colaterais. O sexo também tem suas consequências, e por isso é importante que seja associado a algum tipo de compromisso.
Quando não existe compromissos por ocasião do ato sexual, dívidas podem ser contraídas pelo espírito, gestor daquele corpo que se tornou vítima ou ofensor. Quando essas dívidas não são pagas aqui no mundo material, no mesmo período existencial de ambos os envolvidos, elas são transferidas para o mundo espiritual onde a sabedoria divina irá administrar a melhor forma de compensação em novas reencarnações.
Por esse motivo, os abusos sexuais cometidos no passado surgem hoje como limitações as mais diversificadas, físicas, emocionais ou sociais; os desgastem do passado surgem como carências do agora. Não podemos esquecer, como orientava o mentor espiritual André Luiz: “Se beneficiamos ou prejudicamos alguém, estamos beneficiando ou prejudicando a nós próprios”.
O espírito reencarnado existe aqui no mundo material como se tivesse prisioneiro, emboscado nos tecidos carnais, onde sofre a imperiosa necessidade de crescimento, com frustrações e ansiedades as mais diversas. Distúrbios e falsas necessidades surgem na tela mental responsável pelas aspirações e investidas que o atormentam sempre.
Por esse motivo, a questão essencial no panorama do sexo não diz respeito à continência ou à concessão emocional, mas a maneira como se cultiva uma outra condição.
Nesse particular, é urgente o processo de educação mental em relação ao aparelho genésico, sublime santuário de perpetuação da espécie na Terra.
O espírito procura tentativas de solução, daí vem a abstinência matrimonial através do celibato, sem o respeito, no entanto à castidade.
Lembrar que celibato significa um estado em que determinada pessoa se compromete em não se casar ou manter relações sexuais, enquanto castidade significa abstenção completa dos prazeres do sexo.
O padre Fábio disse em uma de suas homilias que “Deus me mostra, Ele me indica, por meio de minha sensibilidade, quais são as pessoas que podem trazer algum risco à minha castidade. Eu não me refiro somente ao perigo da sexualidade. Eu me refiro também às pessoas que querem me transformar em propriedade privada”.
Em sociedade, procuramos algumas formas de controlar essas dificuldades. Uma delas é promover a castidade, porém sem amor aumenta ainda mais o problema, pois o amor é disciplinante e educativo, e sem ele, o celibato e a castidade criam desajustes por causa da constrição, criam desajustes e aflições dificilmente abordáveis como chega a ser o caso da pedofilia dentro da Igreja Católica.
O amor livre, outra forma de se tentar uma solução para a força instintiva do sexo, convoca o corpo e a mente ao retorno a selvageria instintiva, condimentada com toda sorte de concessões e amesquinhamentos, em que se corrompe e perverte, impondo futuros renascimentos marcados pela desventura e anormalidade.
As consequências do celibato sem a devida abstinência sexual, é que o homem se despudora, pois já está consciente que a desobediência é um tipo de crime; da castidade sem a educação moral é que leva o homem ao desequilíbrio; e o abuso sexual leva fatalmente a desequilíbrios que implicam em correções ao longo das reencarnações.
Qualquer atitude extremista, pela liberação ou pela contensão, opera desarmonia e perturbação com lamentáveis consequências que se estendem após o desencarne, em processos de sombras e aflições.
Como sempre a Natureza, o retrato de Deus, nos dá exemplos para cada lição que devamos conscientizar: as águas que, embora represadas recebam um contínuo fluxo de suas nascentes, transbordam com graves consequências, quando as comportas não lhes deixam seguir o fluxo para espraiar-se pelos vastos campos; a chama indisciplinada que saltita irresponsável, pode tornar-se causa de incêndios calamitosos e devoradores; o pântano desprezado, em estagnação, se converte em abismo de morte que a todos ameaça.
Dessa forma, também o sexo indomado ou incorreto, constitui ameaça ao homem que o porta, fazendo-se grave problema sociológico e genético. Lembremos que o sexo é destinado aos nobres objetivos da vida, mas degenera-se, quando incompreendido, em fator aniquilante, comprometendo gerações inteiras. O sexo em desalinho, torna-se causa de conflitos diversos, geratriz de guerras e crimes.
Hoje, parece que vivemos na Terra a hora do sexo. O sexo vive na cabeça das pessoas, parecendo haver saído da organização genésica onde se sedia. Naturalmente, o pensamento é força atuante e desencadeadora da função sexual. Estímulo sexual excessivo reduz o indivíduo apenas às imposições reais ou estimuladas do sexo em desalinho, conforme vem acontecendo, transformando o homem em escravo dessa função pervertida pela mente e atormentada pelas fantasias mórbidas.
Este, infelizmente, é o panorama que prevalece na Terra: vive-se mais em função do sexo do que ele em função da vida; pensa-se, fala-se, cultiva-se o sexo como se o ser humano fosse destinado unicamente à função sexual, sem outro objetivo; por isso, o desespero e a anarquia moral campeiam soberanos.
Compreendamos, pois, que o sexo reside na mente como uma necessidade biológica, criada pelo próprio Deus (Natureza), e vai expressar-se no corpo espiritual, o gestor de nossas ações, e consequentemente a expressão no corpo físico. Este deve ser um santuário de amor frente à vida e, em razão disso, ninguém pode escarnecer dele, desarmonizando-lhe as forças, sem escarnecer ou desarmonizar a si mesmo.
Ouçamos os conselhos espirituais importantes para a melhor administração dessas forças instintivas do sexo: utiliza o amor, na elevada expressão do companheirismo e permuta com a alma que elegesses para caminhares na vida, a tua expressão de saúde vital e moral, tecendo sonhos de ventura indestrutível para o futuro imortal; não te deixes conduzir pelas falsas e imaginosas conjecturas da emoção em desequilíbrio, que podem ser inspirados do mundo espiritual pelos atentos verdugos da paz, desencarnados que nos seguem atraídos por nossos pensamentos de conúbios amorosos de ilicitude, justificando tardios reencontros espirituais, em consequente deserções do dever; não te afastes do compromisso assumido, alegando necessidades de libertação sem avaliar a responsabilidade moral; saibas que o cumprimento do compromisso conjugal é uma forma de castidade libertadora; a situação que vives e desfruta é a que merece, e aproveitá-la sabiamente é a honra que disputas; e, se encontrastes no ideal que defendes o campo de estímulos fraternais para a nobre preservação dos deveres elevados do sexo que acalentas, cultua o trabalho e o bem, convertendo suas disponibilidades em energias nervosas revigorantes, para que a virtude da caridade, essa venerável ginástica do espírito, te conceda os louros sobre a luta que travas na intimidade.
Finalmente, guardemos essa grande lição espiritual: nosso sexo pode ser comparado aos nossos olhos, requerendo idênticos e especiais cuidados. Para que vejamos, é necessário que o raio de luz atinja a câmara óptica. Para que vivamos equilibrados, servindo a Jesus, deixa que os fortes estímulos do nosso equilíbrio sexual, como luz de harmonia interior cultivada na dignidade evangélica, atinjam a câmara da tua visão espiritual, oferecendo-nos panoramas jamais antes imaginados, como libertação real e ascensão legítima, a que aspiramos.
Mas, se no exercício da renúncia sexual que te dedicas, isso te deixa triste e hipocondríaco, não vaciles em obedecer a prescrição de Paulo de Tarso: “Mas, se não podem conter-se, casem-se. pois é melhor casar do que abrasar-se. (I Cor 7;9)”. Entender aqui o casar, como uma forma de liberar os instintos sexuais dentro de um compromisso moral com o parceiro envolvido.