Sióstio de Lapa
Pensamentos e Sentimentos
Meu Diário
05/03/2017 23h59
REVISÃO

            Temos o cuidado ao adquirir um carro novo de fazer as revisões periódicas que o fabricante orienta, com o objetivo de deixar a máquina operando nas melhores condições.

            Nós também precisamos fazer essa revisão na ferramenta do nosso corpo. Desde que passamos a compreender que o corpo é uma ferramenta do espírito, que tem suas necessidades diferentes, assim como o carro tem suas necessidades diferentes das necessidades do motorista.

            Aproveito o período da Quaresma, os 40 dias que se seguem ao Carnaval, para fazer isso. Uma revisão do meu organismo, do meu instrumento de conduta aqui na Terra, neste planeta hospital-escola.

            Sei que o corpo é o aparelho usado por meu espírito para atingir o progresso moral. Mas também sei que o corpo tem necessidades diferentes da minha, que é movido pela forças dos instintos em busca do prazer. Em função disso, do exagero que pode acontecer através das ações que promovem o prazer, é que irei focar na alimentação, um dos elementos que me traz mais prazer e de frequência diária.

            Acostumamos a nos alimentar diversas vezes durante o dia, café, almoço e jantar. Entre elas ainda pode ter os lanches. Facilmente podemos passar da alimentação necessária para garantir a saúde do organismo, à ingestão desnecessária pelo prazer que temos de consumir alimentos gostosos, e, consequentemente, logo estaremos obesos ou com sobrepeso.

            Também gosto de me alimentar e facilmente chego no sobrepeso. Esse é um dos muitos aspectos que justificam a minha conduta no período da Quaresma. Aproveito o momento para provar ao Pai que tenho condições de dominar os instintos corporais e de fazer a Sua vontade. Ao mesmo tempo reduzo o consumo alimentar numa base suficiente para que a cada dia o peso seja menor que o dia anterior.  

            Esta prática fortalece a minha consciência no sentido de considerar o ser real da minha existência o Espírito, e ele é quem deve comandar as ações de relacionamento que faço ao meu redor. Também devo considerar cada pessoa com a mesma forma de existência, que cada corpo que se relaciona com o meu são apenas instrumentos de cada espírito. Devo entrar no jogo dos prazeres corporais quando isso for conveniente, mas sem perder de vista o foco evolutivo tanto o meu quanto o de meu próximo, sabendo que logo mais deixarei de fazer essas revisões anuais, que o corpo incapacitado de funcionar retornará à terra de onde veio e o meu espírito irá prestar contas de tudo o que fiz ou que deixei de fazer.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 05/03/2017 às 23h59
 
04/03/2017 02h20
JEJUM

            Como estou sempre fazendo a cada ano, iniciei o jejum a partir de 01-03, quarta-feira de cinzas, primeiro dia da Quaresma. Tenho o objetivo de ficar mais próximo de Deus, como Jesus fez após ser batizado por João, ficando 40 dias no deserto. Também tem o propósito de equilibrar o excesso que pratico no corpo com relação a alimentação, trazendo o corpo da situação de sobrepeso para a normalidade. Também fico vitalizado espiritualmente, pois consigo comprovar que tenho controle sobre os desejos do corpo, principalmente numa área que tenho muita dificuldade, como é a alimentação.

            Além desses benefícios que consigo adquirir com a alimentação, vejo 15 orientações que circula na internet, com pretensa autoria do papa Francisco, que serve para fortalecer espiritualmente minhas atividades nesse período:

  1. Sorrir, um cristão é sempre alegre!
  2. Agradecer (embora não “precise” fazê-lo).
  3. Lembrar ao outro o quanto você o ama.
  4. Cumprimentar com alegria as pessoas que você vê todos os dias.
  5. Ouvir a história do outro sem julgamento, com amor.
  6. Parar para ajudar. Estar atento a quem precisa de você.
  7. Animar a alguém.
  8. Reconhecer os sucessos e qualidades do outro.
  9. Separar o que você não usa e dar a quem precisa.
  10. Ajudar a alguém para que ele possa descansar.
  11. Corrigir com amor; não calar por medo.
  12. Ter delicadezas com os que estão perto de você.
  13. Limpar o que sujou, em casa.
  14. Ajudar os outros a superar os obstáculos.
  15. Telefonar para seus pais.

Outras dicas de jejum

  1. Jejum de palavras negativas e dizer palavras bondosas.
  2. Jejum de descontentamento e encher-se de gratidão.
  3. Jejum de raiva e encher-se com mansidão e paciência.
  4. Jejum de pessimismo e encher-se de esperança e otimismo.
  5. Jejum de preocupações e encher-se de confiança em Deus.
  6. Jejum de queixas e encher-se com as coisas simples da vida.
  7. Jejum de tensões e encher-se com orações.
  8. Jejum de amargura e tristeza e encher o coração de alegria
  9. Jejum de egoísmo e encher-se de compaixão pelos outros.
  10. Jejum de falta de perdão e encher-se de reconciliação.
  11. Jejum de palavras e encher-se de silêncio para ouvir os outros.

         Não custa tentar incluir com mais atenção esses aspectos neste período da Quaresma, apesar de no cotidiano eu já me esforçar para praticar.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 04/03/2017 às 02h20
 
03/03/2017 06h10
FAMÍLIA UNIVERSAL

            A família universal é o ponto máximo da evolução social que devemos alcançar, quando todos tivermos transformado os corações, do instinto animal para a moral cristã. Ainda estamos num estágio muito precário, onde o próprio papa, líder da igreja cristã, sofre agressões dos seus próprios liderados, dentro da Cúria, por tentar aproximar as ações eclesiásticas das lições que o Cristo nos deixou. Portanto, a família universal ainda está muito distante, pois, se a igreja que devia guardar com verossimilhança as lições do Cristo, age dentro dos mesmos sentimentos egoístas dos leigos, então o Reino de Deus ainda irá a acontecer na sociedade.

            Felizmente podemos ser cidadãos do Reino de Deus desde que consigamos controlar em nossos corações esse egoísmo que herdamos ao nascer e que nos acompanha até a sepultura. Isso pode gerar uma situação paradoxal, pessoas de formação eclesiástica, sacerdotes responsáveis pela religião do Amor, são à nível espiritual cidadãos comuns, enquanto pessoas simples e humildes, sem grande poder ou sabedoria, são considerados como cidadãos do Reino de Deus, por terem conseguido controlar em seus corações os instintos animalescos do egoísmo.

            Naturalmente, na igreja, é necessária uma unidade de doutrina e práxis, mas isto não impede que existam maneiras diferentes de interpretar alguns aspectos da doutrina ou algumas consequências que decorrem dela. Assim acontece com a formação das famílias que sofrem diversas estruturações ao redor do mundo. Temos que focar no Amor Incondicional e fazer a sua prática, pois mesmo parecendo muito diferente e estranha do que existe hoje nas culturas, iremos perceber com o tempo a importância desse sentimento para a formação da família universal. Poderemos contar com os espíritos santos que procuram fazer a vontade de Deus, e entre os diversos aspectos dessa vontade, a mais importante é a nossa instrução e proteção dos caminhos do mal por causa da ignorância. Seremos orientados, dessa maneira, pelo Espírito nos conduzirá à verdade completa, isto é, quando nos introduzir perfeitamente no mistério de Cristo e pudermos ver tudo com o seu olhar.

            Por isso, as culturas que são muito diferentes entre si, terão que se voltar a um princípio geral para que alcancemos a formação da Família Universal. Esse princípio deve ser o Amor Incondicional, que para ser observado e aplicado, precisa ser inculturado, isto é, não pertencer a nenhuma cultura em particular, pois todas estão contaminadas pelo egoísmo, pelo amor romântico, na melhor das hipóteses. Deve ser criada as condições de formação de um novo perfil comportamental capaz de construir a família universal, deve ser muito diferente da prática exercida em cada grupo cultural que de uma forma ou de outra estão sempre movidos pela força do egoísmo, alimentadas pelo amor romântico, ou pela força do poder político ou financeiro. Apesar dessa necessidade, podemos observar que a prática do amor incondicional ainda está muito distante da formação das famílias em qualquer cultura em volta da Terra.

            Outro fator complicador que surge para dificultar a formação da família universal é o surgimento de ideologias como aquela chamada genericamente de gender (ideologia de gênero), que nega a diferença e a reciprocidade natural de homem e mulher. Prevê uma sociedade sem diferença de sexo, e esvazia a base antropológica da família. Esta ideologia leva a projetos educativos e diretrizes legislativas que promovem uma identidade pessoal e uma forma de intimidade afetiva radicalmente desvinculada da diversidade biológica entre homem e mulher. A identidade humana, nesse caso, vai ser determinada por uma opção individualista, que também muda com o tempo. Preocupa o fato de algumas ideologias desse tipo, que pretendem dar resposta a certas aspirações por vezes compreensíveis, procurarem impor-se como pensamento único que determina até mesmo a educação das crianças.

            Dentro deste contexto, observamos que temos ainda muito o que fazer para construir a Família Universal que o Cristo orientou, mas enquanto isso não é possível, que mantenhamos os nossos corações limpos da sujeira do egoísmo, para sermos cidadãos de um Reino que ainda não existe.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 03/03/2017 às 06h10
 
02/03/2017 05h25
BATALHA PAPAL

            Este é o título de uma matéria que foi publicada na revista Veja de 01-03-17. Aborda o ataque que o papa Francisco está sofrendo em virtude da sua política mais solidária com o sofrimento do povo e de ser mais transparente com relação aos crimes de pedofilia e de corrupção dentro da igreja.

            A origem das críticas, segundo a revista, está na mudança avançada que Francisco pretende imprimir na relação entre a igreja e os fiéis divorciados. Pelo dogma católico, o casamento é indissolúvel. Se uma pessoa se separa e casa novamente, comete pecado e não merece a comunhão na missa. O papa João Paulo II declarou que a única maneira de esses indivíduos serem novamente aceitos e participarem dos sacramentos consistiria em viverem como “irmão e irmã”. É uma solução obviamente esdrúxula e inaplicável no mundo de hoje que só afasta os separados da igreja.

            Em março passado Francisco publicou a exortação Amoris Laetitia (A Alegria do Amor), em que afirmava que a separação pode em alguns casos se tornar moralmente necessária quando se trata de defender o cônjuge mais frágil ou os filhos pequenos.  

            Francisco representa hoje o substituto de Jesus no seio da humanidade. Não quero ressaltar a igreja como instituição nesse processo eclesiástico. Vejo que a igreja é importante no sentido de levar a mensagem evangélica por todo o mundo, mas por outro lado incorpora dentro de suas leis todo o interesse humano de poder e manipulação das massas em proveito próprio de seus dirigentes. Essas ações do papa Francisco leva a um distanciamento dessa burocracia eclesiástica e uma aproximação às lições do Evangelho, consequentemente mais próximo do que Jesus nos deixou como lição.

            O poder eclesiástico termina sendo ocupado por pessoas que, levadas por uma vocação espiritual se aproximaram da igreja, e por começarem a agir como lobos se tornaram dirigentes e reacionários a qualquer atitude que vise corrigir essa falha entre o que é falado e ensinado com o que é na realidade praticado.

            Francisco como um Bom Pastor que pretende ser, seguindo os passos do Mestre, não poderia compartilhar com essas ideias, e pelo contrário, devia desautorizá-las e combate-las, como de fato está fazendo. Porém, os “lobos” em roupas eclesiásticas, não querem ser escorraçados do poder que detém, e dessa forma o mundo começa a assistir os urros implícitos ou explícitos contra o Santo Padre.

            Nós, na condição de ovelhas, mas com consciência suficiente para discernir onde estão os lobos e os pastores, estaremos sempre atentos para seguir a voz do Bom Pastor, e fugir dos urros dos lobos.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 02/03/2017 às 05h25
 
01/03/2017 00h01
ORAÇÃO MARÇO 2017

            Pai, cada vez me acho mais estranho ao começar a falar contigo dessa forma, como se estivesses tão distante quando eu sei que estás tão perto. E para que colocar no texto o meu pensamento quando tu sondas diuturnamente o meu coração? Quando sabes a verdade mais criteriosa sobre mim, verdade essa que nem mesmo eu sei?

            Por isso, Pai, fico muitas vezes paralisado, sem saber o que escrever. Meus dedos ficam pendentes ao lado do meu companheiro notebook, que compreensivelmente espera os meus toques. Mas, se nada me toca à alma, nada me faz tocar o teclado. E muitas vezes eu espero... espero... espero!

            Como um aluno pego em falta, que não aprendeu a lição e não sabe como concluir a prova, e que sabe que o professor está atento aos seus mínimos gestos, assim me sinto eu. Travesso, desconfiado, impotente...

            O meu único companheiro e cúmplice nesse momento é o tempo. Ele faz acumular ansiedade em minha alma e que me faz aceitar o conselho que daí surge: “Por que tu não descreves o que estás sentindo, mesmo que o teu Pai saiba bem mais que você? Afinal é o teu dever o conversar com Ele, não quer dizer que tu tenhas de falar um assunto que Ele ainda não conheça, pois isso é impossível.”

            Portanto, Pai, estou falando contigo dessa forma, uma espécie de cola. Mas sei que Tu entenderás, como sempre faz, que me perdoará a fraqueza e o erro de não falar contigo coisas mais perto do sublime do que da fraqueza.

            Eis um ponto, Pai, que justifica o pedido que faço agora: a fraqueza.

Dá-me força, sabedoria e coragem para fazer a Tua vontade em todos os momentos da minha vida, pois a intenção eu já possuo. Quero saber tratar o intolerante com tolerância, o falso com honestidade, o orgulhoso com humildade, o vaidoso com simplicidade, o ciumento com liberdade, o raivoso com alegria, o ganancioso com bondade, o maledicente com caridade... pois sei que todos eles são meus irmãos, e que por mais esforço que eu tenha feito até agora, ainda sei que possuo traços do que eles sofrem com mais intensidade.

            Assim, Pai, estendo o meu pedido para todos que parecidos comigo sofrem com mais intensidade ao dores do egoísmo, da ignorância de não saberem ainda reconhecer que És o Pai misericordioso, mas justo, de todos nós, e que por mais que nos escondamos por trás de paredes materiais ou de falsas justiças, Tu estás a observar tudo que se passa e pronto para acolher os pedidos de socorro quando o choro e ranger de dentes da verdadeira justiça se fizer evidente. Posso até sofrer os efeitos das ações dos falsos, dos corruptos, dos maledicentes, mais jamais posso julgá-los ou condená-los, pois isso eu sei que é Tua tarefa, meu Pai. E, quando eles agem assim e me fazem sofrer também, sei que isso está contribuindo para o meu aperfeiçoamento, fazendo eles comigo o que a justiça divina está fazendo com eles. Sei que tudo na vida está em movimento evolutivo e todos devem se harmonizar com esse movimento que leva em direção a Ti, meu Pai.

Publicado por Sióstio de Lapa
em 01/03/2017 às 00h01
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