Ao assistir o episódio 4 da terceira temporada da série Star Trek (jornada nas Estrelas), com o título Ciranda do Poder, onde a Enterprise (nave dos protagonistas) chega a uma colônia da Federação, onde os adultos todos mataram uns aos outros, mas as criança brincam sem cuidado e indiferente ao que está acontecendo, notei algumas falas interessantes que podem ser aplicadas a nossa realidade atual. Vejamos.
- Cientista que deixou uma fita gravada com o que lhes aconteceram no planeta Triacus - Estou sendo influenciado a fazer coisas sem sentido. Cheguei a ponto de chamar o Comando da Frota Estelar para pedir uma nave para ser usada como transporte. Foi só quando não consegui dizer a eles o que queria transportar que comecei a perceber que minha mente estava sendo comandada. Decidi mandar um comunicado à Frota Estelar avisando-os. Que Deus nos perdoe. Devemos destruir a nós mesmos. O alienígena em nós. O inimigo interior. O inimigo!
- Spock, 1º oficial – Ele não completou o registro e o comunicado nunca foi enviado. Exceto cenas em família, jogos e piqueniques com as crianças. Este é o registro completo. Seja lá o que os tenham dominados, deve tê-lo feito incrivelmente rápido. Do contrário o professor teria dado detalhes da experiência. Ele era um excelente cientista, incansável em busca da verdade.
- Kirk, Capitão da Enterprise – Talvez isso o tenha destruído.
- Spock – É possível, Capitão. O Mal tenta manter o poder escondendo a verdade.
- Magro, Capitão Médico da Enterprise – Ou enganando os inocentes.
- Kirk – Enganando os inocentes? Será que?...
- Magro – Quer dizer que as crianças podem estar envolvidas?
- Kirk – Sim, Doutor. Spock, o que sabemos da raça que viveu lá? -
As crianças dominam a nave com o poder mental transferido pelo alienígena. Forçam o curso para Marcos XII onde de lá tentarão dominar e se expandir pelo universo. O Capitão Kirk resiste a hipnose reproduzida pelas crianças e ao lado de Spock fazem o enfrentamento das crianças tentando mostrar a verdade que eles não conseguem ver, com o embotamento afetivo que sintoniza apenas com o alienígena. Vejamos as últimas cenas.
- Kirk – A Enterprise jamais vai chegar a Marcos XII. Não serão deixados lá.
- Criança – A tripulação o fará. Eles acreditam.
- Kirk – A tripulação não entende. Quando fizermos com que entendam como eu, eles não os levarão a Marcos XII.
- Crianças, em uníssono – Eles vão! Eles vão! Eles vão!... Vamos seguir nosso amigo. Eles levarão!
- Kirk – Seu amigo? Onde está seu amigo? Onde está o clandestino? Onde ele se esconde? Por que se esconde?
- Criança – Ele virá se nós o chamarmos. O que não faremos. Não precisa. Não temos medo de você.
- Kirk – Bom. Que bom que não têm medo de mim. Mas seu líder tem medo. De que ele tem medo?
- Criança – Ele não tem medo de ninguém. Ele não tem medo de nada.
- Kirk – Ele tem medo de ser visto e quando a tripulação vir e ouvir eles entenderão que ele não é um amigo e não o seguirão.
- Criança – Ele é nosso amigo.
- Kirk – Então, faça com que apareça. Tragam-no. Deixe-o provar que é meu amigo e eu o seguirei até Marcos XII e aos confins do universo.
- Criança – Não!
- Kirk – Sr. Spock, toque o cântico que as crianças cantaram para chamar o Gorgan.
O 1º Oficial Spock coloca uma fita de áudio num aparelho de som da nave:
“Salve, salve, fogo e neve. Chamem o anjo, aí vamos nós. Bem distante, os olhos não veem. Anjo amigo, venha para mim. Salve, salve, fogo e neve. Chamem o anjo, aí vamos nós. Bem distante, os olhos não veem. Anjo amigo, venha para mim.”
Uma figura em trajes vistosos, de realeza, se torna visível. Kirk se aproxima.
- Kirk – Chegou a hora de vermos as coisas como elas são. Venha.
- Gorgan – Quem me chamou?
- Kirk – Eu, Gorgan. Meu monstro, minha hipnose se foi. Perdeu sua força sob a luz da realidade. Estou de volta ao comando e ordenei que viesse.
- Gorgan – Não, Capitão, eu comando. Meus seguidores são fortes e fiéis e obedientes. Por isso levamos o que é nosso onde quer que vamos.
- Spock – Você tira vantagem de quem não o conhece.
- Kirk – Mas nós o conhecemos.
- Gorgan – Então sabe que devo vencer, Capitão.
- Kirk – Não se nos juntarmos para combate-lo.
- Gorgan – Tolice. Serão destruídos. Pediria que se juntasse a mim, mas é gentil e essa é uma fraqueza grave.
- Kirk – Nós também somos fortes.
- Gorgan – Mas sua força é anulada por sua gentileza. São cheios de bondade. Pessoas como você não podem ser mudadas. São como os pais. Devem ser eliminados.
Kirk se afasta da imagem nebulosa de Gorgan e se aproxima das crianças.
- Kirk – Crianças, tenho imagens de alguns de vocês em Triacus. Quero mostra-las. Querem vê-las? Sr. Spock, as imagens.
- Gorgan – Eu o proíbo.
- Spock – Por que deveria teme-las?
- Gorgan – Não temo nada.
- Kirk – Foi o que nos disseram. Spock, as imagens. As crianças estão esperando.
Spock reproduz as imagens que encontrou no planeta Triacus, onde os pais brincavam com os filhos. As crianças veem as suas imagens com os pais e se mostram sorridentes, alegres. Deixam de fitar hipnoticamente a imagem de Gorgan. Logo depois surge a imagem dos pais mortos, suas sepulturas, as crianças choram.
- Gorgan – Eles não nos ajudariam a seguir viagem. Eles estavam contra nós. Eles tiveram de ser eliminados.
- Spock – O pai de Tommy o teria destruído, mas ele o reconheceu tarde demais.
- Gorgan – E vocês também. Os bondosos sempre estão atrasados.
- Kirk – Nem sempre, Gorgan. Não desta vez. Não pode esconder isso. Eles o veem como nós o vemos. Eles sabem o que você é. Mesmo as crianças aprendem.
- Gorgan – Vocês serão meus generais do futuro. Juntos recrutaremos exércitos de seguidores. Vão para os seus postos. As primeiras grandes vitórias estão chegando. Vocês verão. Temos milhões de amigos em Marcos XII. Vamos exterminar todos que se opuserem a nós. Nossa pureza de intenções não pode ser contaminada por quem não concorda, não vai cooperar ou não entende. Eles devem ser aniquilados.
- Kirk – Não tenham medo. Olhem ara ele. Sem vocês, crianças, ele não é nada. O Mal permanece dentro dele.
Enquanto a imagem de Gorgan se deteriora, cai aos pedaços como feridas pútridas no rosto, e a voz arrogante e agressiva ainda se faz ouvir.
- Gorgan – Eu os ordeno! Eu os comando! Aos seus postos! Cumpram seus deveres ou eu os destruirei. Vocês serão colocados de lado, aniquilados para darem espaço para os fortes.
- Kirk – Olhem como ele é feio. Olhem para ele e não tenham medo.
- Gorgan – Morte, morte a todos vocês. Morte para todos. Morte para todos...
A imagem se desvanece dentro da nave e a hipnose coletiva termina, todos os tripulantes olham a realidade como ela é. As crianças choram e o médico de bordo surgem e fica contente com o que ver...
- Magro – Eles estão chorando, Kirk. Não sei como aconteceu, mas é bom ver isso. Agora está tudo bem. Podemos ajudar.
- Navegador – Marcos XII bem à frente, Senhor.
- Kirk – Inverter curso, Sr. Sulu.
- Sulu – Sim, senhor.
Não pude deixar de fazer comparação da nave Enterprise com o nosso país, o Brasil. Também fomos tomados por uma inteligência maligna que nos hipnotizou e tomou conta da nossa administração nacional, manipulando consciências infantis, cooptando aquelas que aceitavam suas iniquidades e eliminando a quem mostrasse oposição. Felizmente, também tínhamos entre nós um Capitão que resistiu ao encantamento, mostrou a realidade aos inocentes úteis, como era a verdadeira natureza do mal, terminando com o controle mental sobre a maioria da população que o elegeu e mudando enfim, a rota do nosso país.
Convido a todos para assistirem esse episódio e confirmarem a estranha coincidência de um roteiro ter sido feito em 1968, 51 anos, representar tão bem a situação política do nosso país, inclusive com a idade da série também se aplicando a um dos hábitos de nossa estranha criatura que hipnotizou a nação.
Continuando com o documentário da Netflix, “A História de Deus”, no 6º capítulo que fala de “O Poder dos Milagres”, para nossa reflexão.
A maioria que acredita em Deus, acha que Ele nos guarda. Cada momento do dia, nos guiando, nos salvando. Eu acho um milagre Ele conseguir cuidar de sete bilhões de pessoas. Por isso, quando soube de Alcides Marino, tive que vir a Nova York para ouvir sua história. Aqui estamos nós.
Há oito anos, Alcides veio trabalhar lavando janelas neste prédio de 47 andares em Manhattan. Conte-me o que aconteceu.
- Eu acordei de manhã, peguei meu carro e sai de Nova Jersey e vim para o prédio.
- Você pegou o elevador?
- Até o último andar.
- São 47 andares.
- Sim. Eu subi na plataforma.
Alcides estava baixando a plataforma quando um dos dois cabos se partiu.
- Eu agarrei o andaime, mas o outro cabo quebrou. Eu fui encontrado no meio, a plataforma estava assim, entre dois prédios, e eu estava no meio. Eles me tiraram de lá
Alcides caiu de 47 andares, 152 metros. Quebrou 10 ossos, seus pulmões colapsaram, precisou de 20 litros de sangue e plasma. Ficou três semanas em coma.
- Lembra do dia que saiu do coma?
- Eu acordei dia 24 de dezembro, na cama, minha mulher estava lá.
Dificilmente alguém sobrevive uma queda de 10 andares. A queda de 47 andares de Alcides era inacreditável.
- Médico – Eu achava que já tinha visto de tudo até algo assim acontecer.
- Você caiu de lá até aqui?
- Sim.
- E você está aqui.
- Sim, senhor. E estou até andando, trabalhando normalmente.
- Dê um nome para isso.
- Bom, o médico disse: “Você é um milagre”. Ele disse isso.
- O que você acha?
- Não sei. Ainda não sei.
Alcides tem dificuldade de aceitar isso como milagre, porque não estava sozinho quando caiu. Seu irmão caçula estava com ele. Morreu quando chegou ao chão.
- Como é o nome do seu irmão?
- Edgar. Foi uma grande perda.
- Eram muitos amigos?
- Bastante. Era um grande homem.
- Sinto muito. Deve ser bem doloroso.
- Sim. Eu o trouxe para trabalhar comigo porque ele...
- Ele era mais novo?
- Sim, mais moço do que eu, era um bom homem.
- Acha que Deus salvou você?
- Eu acredito que sim.
- Então você é um milagre, mas ao mesmo tempo, seu irmão se foi. Você pensa nisso? Tenta aceitar? Compreender isso? Tenta entender porque ele?
- E não eu.
- E não você.
- Sim, eu pergunto por que isso aconteceu.
- Se fosse comigo, perguntaria todo dia.
- Deus me deu uma segunda chance, para seguir em frente, continuar minha vida. Ainda quero saber o que devo fazer exatamente.
Alcides não é mais lavador de janelas. Ele e sua esposa recomeçaram a vida no Arizona onde criam sua família. Ele ainda tenta entender se Deus tem um plano para ele. Por que eu? Deus tem um propósito para mim? Alcides se pergunta, porque ele sobreviveu e seu amado irmão não. Alguma entidade é que faz essa escolha? Ou será que vivemos ao acaso, apenas por puro acaso?
Sim, acredito que Deus tenha um plano para todos nós. A maioria não está consciente disso, pode até não acreditar que existe um Poder Superior. Dentro dos propósitos de Deus, quando algo pode acontecer fora da esfera do nosso livre arbítrio que tem o poder de nos desviar da Sua vontade, podemos ter a proteção dEle por métodos que não conhecemos e que damos nome de milagre.
Por que um irmão sobrevive e o outro não ao mesmo acidente tão grave, a explicação da ocorrência de um milagre, como Alcides imagina. Por que uma pessoa se deixa contaminar pelo mal e outra não? Onde está a resistência? Na verdade? Mas, por que uns reconhecem a verdade e outros não? Inocência? Manipulação? Não conseguimos ver os fatos na sua dimensão real porque não temos todos os dados de análise, pois eles nos foram ocultados ou manipulados com o objetivo de nos manter na direção que pensamentos alienígenas que tomaram conta da nossa consciência, quer.
Como nos libertar?
Ao assistir um episódio da série Star Trek (Viagem as Estrelas) percebi um diálogo bem próximo ao nosso dilema. Vejamos no texto de amanhã.
Ao ver o 6º episódio do documentário “A História de Deus” conduzido pelo ator Morgan Freeman percebi que tem um ótimo diálogo para chegar perto da compreensão de Deus. Vejamos desde o início para nossas reflexões.
Inicia com Morgan fazendo um monólogo sobre sua vida.
Quando eu tinha 16 anos fiquei muito doente. Estava dando duro na escola, não comia direito, peguei pneumonia e um abcesso se desenvolveu no meu pulmão. Um dia o abscesso estourou e tive hemorragia. Precisei de transfusão. Acho que todos acharam que eu fosse morrer. Claro que não morri. Mas alguns dizem que Deus me salvou. Para os crentes, Deus fala conosco através de milagres, seriam a prova do divino.
Sim, aqui começam todas as dúvidas. Foi um milagre que salvou Morgan? Alguns pensam assim, outros dizem que foi simplesmente sua resistência biológica associada as técnicas médicas que o salvou. Instalou-se a dúvida. Quem está com a razão? Os crentes ou os céticos?
Também passo por uma dúvida semelhante. Como primeiro filho de minha mãe, parindo numa cidade do interior sem os recursos da medicina, assistida por uma parteira da comunidade, tive muita dificuldade para atravessar o canal do parto. Até hoje tenho as marcas dos dedos daquela parteira em minha cabeça e um certo desvio na postura que os fotógrafos sempre corrigem quando vou tirar retrato 3 x4. Tudo isso quando ela tentava me resgatar para a luz sem sucesso.
Foi quando, sem outro recurso, entre a vida e a morte minha e de minha mãe, lembraram que estávamos no mês de outubro, mês que se festeja o dia de São Francisco de Assis. Tiveram a ideia de fazer uma promessa para o santo que tinha fama de fazer milagres. Não sei como aconteceu, mas acontece que hoje estou aqui digitando este texto. Minha mãe pagou a promessa colocando meu nome de Francisco, estaria dedicado a ele. Se houve o pagamento é porque meus parentes acreditaram que ocorreu um milagre.
A minha consciência não pode afirmar que houve o milagre, comigo ou com Morgan. Meu senso crítico se mantém alerta, mesmo porque tenho outra tese forte na minha racionalização, que milagre existe enquanto não possuímos a forma de explicar o fenômeno de outra maneira.
Dentro desse contexto racional que sempre está se afirmando com fatos estranhos que o tempo, a ciência e a tecnologia passam a explicar, fico mais confortável em caracterizar tais fenômenos como milagres, entendo que assim é classificado até descobrir uma razão para sua causa.
Enfim, o milagre existe para mim, mas como uma prova de minha ignorância. Isso não desautoriza a existência de Deus, de um Poder Superior que a tudo criou e ao qual devo reverência e obediência.
Que Deus tem um plano para todos nós, para o planeta, a galáxia, o universo, é uma ideia que parece muito lógica. Afinal Ele é o Criador de tudo, e sabemos que toda criação nossa, de seres humanos imperfeitos, sempre tem uma finalidade, quanto mais sendo uma criação criada por Deus.
Lendo o prefácio feito por Cal Thomas para o livro “Deus e Churchill – como os propósitos divinos marcaram a vida desse grande líder e a história”, verifiquei uma opinião que possuo e cada vez mais se fortalece: que Deus está nos sondando a cada instante, indivíduos e sociedades, e que interfere através de homens de bons corações, boas intenções e boas práticas, para que Sua vontade seja prevalente. Vejamos um trecho do que é escrito por Cal Thomas:
Churchill, como homem para a eternidade, constitui um modelo de liderança para nossos tempos. Era um ser humano completo, e agora Sandys e Henley (autores do livro) nos mostram a espiritualidade e também a humanidade dele, apresentando a relação fundamental entre ambas. Os autores respondem não apenas as questões do passado, mas também as do presente, ao discutirem a liderança de que precisamos agora para o futuro.
A questão mais intrigante que Sandys e Henley exploram – da qual a maioria dos autores que escrevem sobre Churchill se esquiva – é o papel de Deus na construção de Winston Churchill. Isso provoca várias outras questões: Deus tem um plano para a história humana? Ele intervém no curso dos acontecimentos da humanidade? Faz surgirem líderes em conjunturas críticas para salvar a civilização? Se é assim, foi Winston Churchill um dos muitos “libertadores” que apareceram na arena da história no momento e local certos?
À luz das questões contemporâneas, estas podem ser as dúvidas mais importantes de todas a respeito da criação de um líder. Não é simplesmente a criação de Winston Churchill que está em foco aqui, mas também as importantes questões de sobrevivência da civilização e da qualidade da liderança necessária em nossos tempos para esse conflito.
Eis uma opinião que sintoniza com a opinião de muitos brasileiros, inclusive a minha, com relação a repentina liderança nacional do atual presidente Jair Bolsonaro. Contra todas as expectativas de eleição de candidatos neste país, onde sempre a mídia e o capital deram as cartas e escolheram quem eles queriam, que recebiam para depois pagar com juros às nossas custas, de repente o Jair é eleito, inclusive com todo o apelo espiritual genuíno, alicerçado nas fontes evangélicas, e começa a colocar o Brasil no trilho da justiça, da ética, do trabalho e da prosperidade.
E tudo parece se ajustar: da orientação espiritual para o Brasil ser o “Coração do mundo e pátria do Evangelho” até a tese de que o Presidente foi convocado no mundo espiritual, juntamente com outra figura emblemática de Dom Pedro II, para ajustar nossa sociedade à vontade divina, sob a liderança do anjo Ismael.
Parece que precisamos ajustar cada vez mais nossa vivência material com a perspectiva cada vez mais próxima do mundo espiritual e seus dirigentes divinos.
Pai, mais um ano está terminando, entramos no último mês, e mantenho minhas convicções de fazer a Tua vontade em detrimento dos meus desejos carnais, materiais, que não estejam sintonizados Contigo.
Fazendo uma retrospectiva do ano até este momento, sinto que a balança não pende nem para o lado materialista nem para o lado espiritualista. Tenho muita intenção em fazer a Tua vontade, mas estou preso a compromissos materiais que não sei se atendem a essa vocação.
As necessidades do corpo se impõem na minha mente, termino fazendo a vontade dele e não o contrário como deveria ser: usar o corpo para fazer a Tua vontade.
Sei que sondas o meu coração, tudo bem, lá Tu vais encontrar aquilo que eu digo. Mas quando Tu observas minhas ações, sinto que ficas decepcionado.
O Mestre Jesus me ensinou que devo saber esperar. Não fazer as coisas precipitadas para não ser impulsivo; nem esperar demasiado para não ser preguiçoso. Não consigo fazer essa lição. Em alguns momentos sou impulsivo, assumo tarefas que não posso dar prosseguimento; em outras fico tão retardado que me classifico como preguiçoso.
Eis Pai, o meu dilema. Sei das minhas boas intenções e sei das minhas deficiências em ser prático. Sei que posso pedir o que necessito, o Mestre me ensinou, que Tu sempre vai atender nos limites de minhas necessidades, assim como entendes e não como eu entendo. Portanto, para que pedir se o que vou receber depende da Tua sabedoria, Pai, e não da minha ignorância. Mas, parece que devo pedir assim mesmo, para demonstrar minha humildade, não é assim?
O que vou pedir? Sabedoria? É o que mais eu preciso, até mesmo para saber pedir. Coragem para vencer a preguiça? Também preciso. Inteligência para discernir o certo do errado? No meio de tantas mentiras em que vivemos, também é uma necessidade para que eu não embarque em falsas narrativas como já vivi dentro delas boa parte de minha vida. Fui militante de partidos de esquerda por tanto tempo, sem saber a real luta que existia por trás dos discursos e palavras de ordem. Quanto fiquei decepcionado por ver o que fizeram com o meu país, com o futuro incerto dos meus irmãos, transformados em massa de manobra ou em asseclas de iniquidades.
Por tudo isso, Pai, ressalto o trecho da oração dirigida a Ti que o Mestre Jesus nos ensinou: não me deixe cair em tentações e livrai-me do mal.