Interessante como acontece coisas de cunho espiritual quando nos voltamos para esse mundo. Hoje eu acredito que a vida propriamente dita seja realizada nessa dimensão espiritual e que estou aqui na terra, encarnado num corpo material, para aprender muita coisa que ainda preciso, principalmente ligada à compreensão do que seja o verdadeiro amor, o Amor Incondicional, e a sua aplicação nos diversos relacionamentos que produzimos, principalmente os relacionamentos afetivos em toda complexidade dos seus níveis de profundidade. Dessa forma fico a receber de forma constante mensagens por vários meios de divulgação, ao mesmo tempo que recebo diversas intuições, muitas delas são perdidas, pois no momento que as recebo não estou em condições de as anotar. As mensagens mais consistentes vem na forma de livros e assim já tenho sob minha atenção diversos títulos e entre eles faço a leitura diária da Bíblia, do Baghavad Gita, da Bíblia o ano todo, Pão diário e Momento com Deus. Recebi também o livro “A história de Jesus escrita por ele mesmo” e “As cartas de Cristo”. Como considero Jesus como o meu principal mestre nesta caminhada em busca do Reino de Deus, a maioria das minhas fontes bibliográficas são de conteúdo cristão.
Tenho também o compromisso interno com os mentores espirituais que do outro plano me ajudam com essas indicações e intuições, de construir algo sólido em louvor do Senhor, assim como Salomão fez o templo. Por minha preparação acadêmica e comunitária, acredito que o Templo que deverei erguer em nome do Senhor e para Ele dedicado, seja algo relacionado com a organização comunitária, a evangelização e a possibilidade de cada pessoa integrante evoluir nos dois planos com toda a dignidade que o Amor proporciona. Foi formatada em minha consciência há cerca de 20 anos a semente desse tipo de organização que dei o nome de “Foco de Luz”.
Nesta semana, terça feira precisamente, (hoje é sexta feira) – uma amiga me apresentou o livro “A nova ordem de Jesus”, cuja capa é uma estrela que derrama luz sobre o planeta terra. Quando passei a ler os primeiros capítulos, senti a convocação do Mestre em difundir a sua mensagem e trazer mais felicidade à terra. Fiz então a conexão da capa, do conteúdo do livro, com o propósito existente em minha consciência. Vi então que ali estava o manual para implementar o meu projeto, que nada mais é do que a lição de Jesus na prática e que serve a formação do Reino de Deus, assim como é a vontade dEle. Então, sinto que estou agora mais capacitado e devidamente amparado para começar a construir esse Templo de relacionamentos.
Costumamos ler livros, conselhos, orientações... consideramos corretos, mas não conseguimos colocá-los em prática, às vezes nem tentamos! Eu procuro colocar em prática, as vezes esqueço, é verdade, mas quando lembro do que li e que aceitei como verdade e de utilidade prática, volto a me esforçar. Assim foi o que aconteceu quando li os dez conselhos práticos de Santo Antônio Maria Claret, santo do dia 24-10:
Dessa forma a leitura dos conselhos servem para fazer uma reflexão no quanto eu consigo praticá-los e ao mesmo tempo avaliar o esforço que tenho que fazer para aperfeiçoar o que considero correto.
Finalmente estava chegando ao final da leitura. O próximo passo foi:
9 – Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem, perseguirem e mentirem, dizendo todo mal contra vós por minha causa.
Pode parecer estranho que no Evangelho haja ainda a nona bem-aventurança, que corresponderia a um novo passo iniciático. Aqui não é exatamente um novo passo, a afirmativa é diferente: “Bem-aventurado sois vós”. Isso mostra que não se trata de um novo passo. É uma bênção dirigida àqueles que, entendendo a mensagem de Jesus, compreenderam que o Cristo está dentro deles, e por este Cristo são perseguidos, injuriados e caluniados. Este é o caminho iniciático escolhido por aqueles que, pela dor e pelo sofrimento, optam por manifestar o Cristo interno no mundo. É este o caminho que estou disposto a trilhar, desenvolver na prática a principal lição do Mestre, o Amor incondicional. Mesmo que por causa dele eu venha a ser caluniado, expulso de casa, odiado, repudiado... sei que isso acontece porque os interesses materiais são muito fortes dentro dos corações, que se tornam endurecidos no sentido de se apossar daquilo que consideram importante e que não querem dividir com mais ninguém.
Depois do jantar voltamos para o salão de danças e na hora de cortar o bolo pedi para que a banda cantasse a oração de São Francisco que foi seguido por todos os presentes:
Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz
Onde houver ódio, que eu leve o amor
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão
Onde houver discórdia que eu leve a união
Onde houver dúvida, que eu leve a fé
Onde houver erro, que eu leve a verdade
Onde houver desespero, que eu leve a esperança
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre, fazei que eu procure mais
Consolar que ser consolado
Compreender que ser compreendido
Amar, que ser amado
Pois é dando que se recebe
É perdoando que se é perdoado
E é morrendo que se vive
Para a vida eterna.
Depois desta bela canção, onde senti as vibrações do sentido de sua letra em meu coração, cantamos os parabéns, aliás, cantaram os parabéns. Foi o momento que recebi o eflúvios carinhosos de todos os presentes, senti o jorro de amor que partia do coração de cada um e que se refletia de volta no meu. Foi um momento mágico, como se aquelas vozes fossem um coro de anjos, como se o coração de cada um, por permissão expressa do Pai ficasse limpo de qualquer vestígio de sentimentos negativos. O amor fluía em sua pureza, o ar ficava perfurmado e até o calor que os ventiladores e aparelhos de ar condicionado não davam conta, naquele momento não incomodava. Agradeci com uma referência, primeiro ao Pai por tudo que Ele proporcionou e a todos os anjos que na forma de meus amigos batiam suas asas na forma de aplauso.
Foi o meu primeiro aniversário que tive com essa dimensão tão divina e fraterna. Sinto que jamais terei outro igual. Sinto que foi a permissão do Pai para que eu entrasse na senda dos passos iniciáticos das bem-aventuranças, para que eu me fortaleça no enfrentamento das dificuldades que irão surgir, mas que terei sempre ao meu lado, nos dois campos da vida, material e espiritual, um batalhão de amigos e de anjos que enxugarão minhas lágrimas e tratarão minhas feridas.
Assim terminou minha festa de 60 anos de vida, e a todos agradeço o comparecimento, foi o meu grande presente!
Continuei fazendo a leitura das boas aventuranças e a devida interpretação.
7 – Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus. poderíamos supor que o Homem que está diante da face de Deus, que é uno com Ele, tivesse terminado sua peregrinação evolutiva. O Evangelho lhe reserva mais um passo. Este Homem que verdadeiramente amou o mundo, não poderia simplesmente partir liberto sozinho. Tem que levar consigo os seus amados. Não pode terminar sua peregrinação sem que todos seus amados sejam também libertos. Tem que trazer a Paz aos que ficaram para trás. “Bem-aventurados os pacificadores”. Este é o sétimo passo iniciático que é representado pela “Paixão de Cristo”. O Homem veio trazer a Paz a todos nós que ficamos: “Eu vos dou a minha Paz”, “Eu vos deixo a minha Paz”. Não é possível deixar de voltar para trazer a Paz àquele que verdadeiramente amou. A consequência deste passo é aqui expressa de uma maneira clara e cristalina. Eis o verdadeiro pacificador, que será chamado “Filho de Deus”! O filho de Deus está um passo adiante daquele que vê a face de Deus. além de ser uno em vontade é uno em essência: é filho!
8 – Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porue deles é o Reino dos Céus. Este é o passo de Jesus na cruz. Ali estava o filho de Deus perseguido por causa da justiça, sendo crucificado. É necessário que seja crucificado por causa deste justiça e que nesta crucificação o iniciado seja capaz de perdoar: “Pai perdoai-os porque não sabem o que fazem”. Para ser filho de Deus é necessário ser pacificador, mas para entrar no Reino é necessário este oitavo passo que decorre naturalmente de ser pacificador. O pacificador é perseguido por causa da justiça, e é crucificado porque não é mais deste reino terreno. É do Reino dos Céus! É bem-aventurado o que sofre esta perseguição. Esta perseguição ocorre exatamente do atraso evolutivo dos amados que ficaram. A grandeza do ato do iniciado fica expressa nesta perseguição, tanto maior quanto maior for o desnível evolutivo entre este Homem e seus amados. Esta oitava bem aventurança vem a ser também a afirmação de que todos nós que habitamos neste mundo seremos libertos e atingiremos o Reino dos Céus. Por bem ou por dor, cada um de nós será um dia Filho de Deus. Esta é uma consolação que o Evangelho nos traz, para que tenhamos ânimo na peregrinação terrena. Mesmo os que não mendigaram pelas coisas do espírito e dessa forma puseram o pé na Seara, mesmo estes terão o Reino, porque a justiça os persegue. Habita em cada um de nós o Deus vivo e, mesmo que não tenhamos qualquer consciência disso, far-se-á a justiça. É justo que todos sejamos libertos! Pela dor ou pelo amor trilharemos cada um de nós esses passos iniciáticos até que o Cristo se manifeste em nós.
Assim me preparava para concluir a leitura das boas aventuranças que deixarei para o próximo dia.
Continuando o relato da festa, vamos para a quarta bem-aventurança.
4 – Bem aventurados os que tem fome e sede de justiça, porque encontrarão a justiça. O homem que herdou a terra, que vive em paz com as coisas materiais, passa a ter uma aspiração ética mais ampla. Já entendeu a justiça do mundo. Procura encontrar no mundo a presença de Deus. Busca encontrar justiça em todo o que vê. Tem fome de justiça. Este já é um homem superior a média, é o homem que do fundo de seu coração procura ser justo.
5 – Bem-aventurados os misericordiosos, porque encontrarão misericórdia. O homem inicia-se no espírito de Deus. Passa a ter a compreensão de que existe algo além da justiça. Que há uma força maior que a lei. Que há alguma coisa que o une aos outros homens. Este algo mais além da justiça é a misericórdia. A semente dessa misericórdia existia em seu coração desde o início, mas o homem só tem condições de perceber a misericórdia depois de conhecer a justiça. A misericórdia antes da justiça gera a desarmonia e o caos. O sentimento de misericórdia que estava escondido dentro de seu coração, manifesta-se nesse momento e o homem se torna misericordioso.
6 – Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a face de Deus. Neste passo o homem se identifica com Deus. Já se encontra caminhando em terrenos do coração onde a lógica e o raciocínio humano não alcançam. Aqui o homem saiu de si, já não é mais sozinho, encontrou misericórdia por tudo e por todos. Este tudo e estes todos fazem parte dele neste momento evolutivo. Todo egoísmo saiu do seu coração, e o homem torna-se um puro de coração. Este é o momento evolutivo em que o peregrino pode dizer “Eu e o Pai somos um”! Neste momento a vontade do homem é a vontade de Deus! Homem com H maiúsculo, porque neste estágio se encontra o verdadeiro Homem, o unigênito, o primeiro nascido. O Mestre Jesus, saindo de sua iniciação no deserto para ser batizado e iniciar sua vida pública. Este passo iniciático corresponde ao Amor! Só existe o verdadeiro amor depois que se vence o mundo, que se conhece a justiça e que se teve a misericórdia. Antes disto o amor é egoísmo!