A contagem regressiva continua e serve para estabelecer com clareza o perfil de meus pensamentos e comportamentos para que ninguém que se aproxime de mim se sinta iludida ou mal informada. Reconheço hoje, cada vez mais, a necessidade de assumir uma postura de independência, mas firme nos meus relacionamentos, investir mais em consolidar os pré-requisitos que exigem a minha missão e isso implica em maior tempo comigo mesmo. A questão básica de amar ao próximo exige como pré-requisito para mim, amar a mim mesmo. Caso eu não tenha essa base, jamais poderei dizer que sei amar ao próximo. Fazer sacrifícios rotineiros em função do próximo, podendo estar trabalhando na construção da minha missão, é um exemplo. Minha tendência de ajudar ao outro geralmente me leva a esse sacrifício pessoal, e muitas vezes podendo até pagar para outra pessoa fazer esse trabalho, contanto que eu fique com o tempo livre para mim mesmo. Acredito que os mentores espirituais do trabalho que preciso realizar tenha colocado de forma bem clara essa questão, dentro dos conflitos dos relacionamentos. Procuro me comportar com toda justiça, mas devido a atitudes egoístas do outro lado termino por ficar em situação de constrangimento e até sendo acusado. Assim procedendo, ficar mais tempo comigo mesmo, posso direcionar o comportamento para as áreas de maior necessidade de aprimoramento na construção de uma família universal e não manter um padrão exclusivo. Já percebi que tenho que evitar que qualquer pessoa fique demasiado tempo ao meu lado, pois isso sempre gera, em se tratando do sexo oposto, um forte desejo de querer minha presença por mais e mais tempo. Quando isso é frustrado surge o sentimento de desilusão, ressentimento, raiva, que pode até se transformar em ódio. Já dei espaço mais de uma vez para isso acontecer e sempre vejo a reação negativa surgir. Então tenho que controlar em mim, também, o desejo de ficar colado com outra pessoa em especial, pois na minha missão não está incluído o exclusivismo de afeto e convivência com outras pessoas. Tenho que ter esse máximo cuidado,que também passa por minhas deficiências, necessidades e carências. Tenho que assumir uma parcela de solidão em minha vida, solidão essa sofrida por todos os avatares da humanidade. Qualquer pessoa pode se sentir livre para frequentar a minha moradia, sem constrangimentos de estar invadindo espaço de quem quer que seja. Não tenho compromissos exclusivos com ninguém, ninguém tem o direito de exigir exclusividade de minha parte em nenhum aspecto da vida de relacionamentos. Essa condição faz parte do meu amor próprio, assumir que eu sou uma pessoa livre, que vivo sozinho, mas com diversas companheiras de ocasião as quais amo de forma incondicional e que nenhuma pode exigir exclusivismo das minhas ações, sentimentos ou convivência. Isso não implica que deixarei de amar a quem não queira assim comigo se relacionar, pelo contrário, o amor continua na presença ou na distância, pois acima de tudo, devemos construir a base da amizade.
Considero esta data, 20-10-2012, significativa no ponto de vista de meus estudos espirituais, da minha capacidade produtiva, do meu preparo acadêmico... de hoje há 10 dias estarei completando 60 anos. Procuro fazer uma imitação do Cristo, adaptando às exigências desta época e aos apelos do Criador dentro da minha consciência. O Cristo começou sua militância espiritual aos 30 anos e ficou em ação durante três anos. Estarei com o dobro de sua idade daqui a 10 dias e para compensar o tempo perdido, espero ficar em ação durante seis anos, o dobro do que Ele ficou.
Sua principal missão foi divulgar e exemplificar a Lei do Amor. Escolheu doze discípulos, todos homens, para o ajudar nessa empreitada e continuar o trabalho depois de sua morte. Não procurou estabelecer ou difundir nenhum relacionamento íntimo com nenhuma das mulheres da sua convivência. Era um aspecto delicado que poderia dificultar muito mais a compreensão de sua missão. Não era esse o momento.
Hoje a compreensão de sua missão por grande parte da humanidade já é um fato, quem entende a leitura de suas lições não pode negar a importância do Amor Incondicional como um pré-requisito importante para podermos construir uma nova realidade, uma comunidade harmônica e fraterna, o Reino de Deus. No entanto, de forma majoritária, coletiva, esses ensinos ficam restritos ao campo teórico. Entendemos que são importantes, éticos e morais, mas não conseguimos os colocar em prática.
A minha intenção, que considero a missão que Deus colocou em minha consciência, é trabalhar com todos os dons que recebi da providência e colocar em prática os fundamentos do amor incondicional em todos os níveis de relacionamentos, até o mais complexo e profundo, o amor erótico, sensual, sexual.
Hoje também tem mais três significados: é o primeiro dia do Congresso Brasileiro de Psiquiatria que se realiza em Natal pela primeira vez, dia da Saúde Mental e dia do Pastor.
“Se a mãe nutre e ama seu filho carnal, quanto mais diligentemente não deve cada um amar e nutrir o seu irmão espiritual?”
Esta frase escrita por São Francisco (Fontes Franciscanas e Clareanas, Regra Bulada – pg.162) faz a ligação de duas formas de amar: o amor materno e o fraterno. O primeiro é de natureza biológica (filho carnal) e o segundo de natureza transcendental (irmão espiritual). Claro, no campo material onde nos relacionamos na atual fase de nossa vida, o amor materno é uma das maiores manifestações de amor e expressa de forma ampla na comunidade dos seres vivos, biológicos, principalmente os mamíferos. É uma questão de instintividade onde a expressão desse amor tem por objetivo a garantia de vida do ser que acaba de nascer. A mãe pode inclusive agir no sentido de prejudicar outros seres vivos, outros recém-nascidos, para garantir a segurança e o bem estar do seu filho.
Já o amor fraterno espiritual considera todos os seres vivos como originados do mesmo Pai, de Deus, do qual o homem é imagem e semelhança. Aqui não existe a possibilidade de um prejudicar o outro, mesmo que um seja mãe e desenvolva o amor materno, mas os limites de suas ações deverão estar limitadas pelo amor fraterno espiritual. Assim, a compreensão de São Francisco é que o amor espiritual seja observado e comparado em força ao amor materno, mas em essência deve este ser subordinado aquele. O amor espiritual não visa prejudicar ninguém, mesmo qu seja no favorecimento do próprio filho.
Este é um salto fenomenal onde o amor carnal, biológico (fraterno, materno, paterno, etc.), apesar de toda força que tem, deve ser subalterno ao amor espiritual. Jesus também ensinou isso ao ser avisado que sua mãe e irmãos estavam chegando. Ele no meio da reunião disse que “meus irmãos são aqueles que cumprem a vontade do Pai”. Mostrava assim, não que desprezasse seus parentes biológicos, mas que a hierarquia maior estava no amor espiritual.
No meu cotidiano também tento observar essa hierarquia. Tenho relação com meus parentes e pessoas com laços afetivos profundos, até a intimidade sexual. Com todas essas pessoas sinto que meu afeto é forte e que existe o sentido de proteção, orientação e cuidados de toda espécie. Mas reconheço a prioridade do amor espiritual que se espalha por todos e se manifesta na realidade do próximo, quem quer que seja ele. Jamais farei qualquer mal ao próximo para beneficiar qualquer membro de minha família, dos meus afetos, ou de mim mesmo. Esta é a minha intenção.
Oh! quão sublime, quão complexo e quão simples os caminhos do amor... todos querem ser amados, muitos tem medo de amar, poucos sabem o que verdadeiramente é o amor. Somos ludibriados pelos impulsos da carne e damos o nome de amor ao desejo de ficar sempre na posse exclusiva de quem dizemos amar. Não compreende que o amor é livre, que nada o pode prender ou corromper, pois senão, em passe de mágica, ele deixa de ser o amor; é um príncipe que vira sapo!
Não, meus irmãos, não queiram prender o amor, pois quem dele estar revestido não aceita nenhum tipo de pressão pela exclusão, pela intolerância; ele precisa como do ar que respira, exalar o seu amor por todos os poros, rincões e corações. Não, não queiram prender o amor... querem ser amados pelo amor? Então amem a quem ama o amor, pois fazendo assim o amor mais amará você.
Assista o filme “O quarto sábio” e absorva a lição magna do Mestre Jesus. O quarto sábio era mais um dos Reis Magos que foram em caravana visitar e presentear Jesus, reconhecido por eles como o Rei da humanidade. O quarto sábio perdeu a caravana e decidiu ir sozinho na companhia do seu servo, levar também seu presente aquela criança divina. No caminho perdeu muito tempo, dinheiro e o presente que levava consigo. Gastou tudo no sentido de ajudar ao próximo. Quando no fim da vida tem o tão esperado encontro espiritual com o “Rei” pede desculpas por não tem amis nada para oferecer. O “Rei” diz que ele já deu seus presentes e que ele os aceitou de muito bom grado. Devido o seu ar de dúvida e perplexidade, o “Rei” explicou:
“Quando eu tive fome, me destes o que comer; quando eu tive sede, me destes o que beber; quando estava nu, me vestistes; quando estava desabrigado me acolhestes.”
Não, eu não o vi com fome, nem com sede, eu não o vesti, eu não o acolhi em minha casa... não o tinha visto até agora! Tentou refutar o sábio.
Então o “Rei” dá a sua grande lição:
Quando fizestes coisas pelo menor dos meus irmãos, fizestes por mim!
O sábio reconhece enfim, que encontrou o Rei e que Ele aceitou todos os seus presentes. Morre com um sorriso nos lábios e a paz no espírito.
Assim é a minha forma de amar, seguindo as lições do Mestre Jesus e procurando ampliar o seu alcance dentro das exigências do mundo atual com toda sua riqueza científica e tecnológica, sempre com a proteção e orientação no nosso Pai.
Amo a todos com a profundidade e respeito que cada caso requer. Jamais o objeto do meu amor será abandonado por mim ou terá meus sentimentos positivos por ele transformados em negativos.
E quem desejar ter uma fatia maior do meu amor, que ame principalmente a todos aqueles que amo com a intensidade proporcional: a quem mais eu amar, que a pessoa a ame talvez mais do que eu, somente assim atrairá de forma irresistível meu amor para ela.
Mesmo que a pessoa que deseja que eu a ame, não me veja nessa outra pessoa que também me ama; talvez seja até considerada pela inteligência mundana como uma adversária, uma lepra para o ego, mas fazendo assim, a minha alma reconhecida, em qualquer lugar ou momento receberá com satisfação esses preciosíssimos presentes de amor.
Tão sublime, não é? Tão complexo e tão simples!
Hoje é dia de eleição municipal no Brasil. Quantos candidatos espalhados por esse pais continental tentam obter uma fatia do poder, muitos usando de qualquer recurso ao seu alcance, mesmo que não sejam dignos de um “candidato”, um ser que deveria ser revestido de candura, de pureza, de inocência... infelizmente não é o que observamos. Mais de uma vez já estive revestido dessa condição de candidato, assumi o máximo de candura que podia, não procurei comprar votos, não troquei o meu trabalho por votos, não prometi o que não podia fazer por votos... não tive os votos suficientes para me eleger. Assim foi em todas as eleições que participei. Jamais deixei o meu slogan: PELA DIGNIDADE HUMANA. Sempre procurei tratar o meu provável eleitor como uma pessoa digna e a mim mesmo com a mesma dignidade que eu via no outro. Não fui ouvido, e se fui ouvido não fui entendido... não pela quantidade suficiente de pessoas para me eleger. Para que minha voz alcançasse muitos ouvidos e sensibilizassem muitos interesses era necessário que eu mudasse minha forma de proceder, que eu procurasse mentir, trocar ou comprar votos; que eu não considerasse o meu irmão, próximo e eleitor com a dignidade que ele merece... isso eu jamais poderia fazer! Decidi não mais perder um tempo nessa tarefa inglória. Ouvi o chamado de meu Deus e me candidatei a outra função para a qual ele me aceitou de imediato: ser obreiro de sua Seara e procurar descobrir a verdade de sob as mentiras, subterfúgios e preconceitos; de corrigir os erros da humanidade a partir da correção dos meus próprios erros, de minha pequena área de contorno relacionais que são reflexos do que acontece na sociedade; de aprender a retirar as impurezas supérfluas do amor mundano de sobre a pureza divina do amor incondicional; e de procurar me fortalecer a cada momento para resistir as pressões que irei sofrer, tanto dos instintos do meu corpo, quanto dos interesses egoístas de quantos se relacionem comigo.