Foi na leitura de hoje, dia 03-04-12, onde leio diariamente e de forma seguida um trecho da Bíblia, que encontrei essa mensagem em II Crônicas: 19,10 – “...Em todo litígio trazido a Vossa presença por vossos irmãos, estabelecidos em vossas cidades, quer se trate de assassínio, de Lei, de Preceito ou ordenações, esclarecei-os para que não se tornem culpados diante do Senhor, e que sua ira não se inflame contra vós e contra vossos irmãos. Agi dessa maneira para não vos tornardes culpados...”.
Entendi que Deus fala da reunião que tive na última quinta feira, uma espécie de litígio e que invoquei a presença de dEle. Naquela reunião o objetivo principal seria o estabelecimento da verdade no campo material e no espiritual. Acontece que durante a exposição da verdade material as emoções tomaram conta da minha anfitriã e praticamente nada do que falei ou tentei dizer na reunião foi considerado. Tudo ficou no campo material, os preconceitos reinaram absolutos; a raiva e o ressentimento formavam uma barreira mental para que não fossem consideradas outras informações. Fiz a primeira parte da minha missão, que foi expor a verdade no campo material, mesmo com a exposição da minha pessoa e passível de sofrer formatação criminosa dentro dos preceitos materiais das leis humanas. Tentei equilibrar a situação e deixar qualquer decisão nas mãos de Deus, que estava presente na reunião e que sabia com toda clareza o que ia no coração de cada um. Aparentemente a estratégia deu certo, terminamos a reunião num clima mais harmonizado com o compromisso que ninguém iria forçar nenhuma decisão de imediato e que esperaria a voz de Deus em nossas consciências. Mas isso não aconteceu. Logo no dia seguinte uma série de pressões passou a existir, pressão para tomada de decisões, ameaças de vinganças, acionar a justiça, promover a separação, alimentar o ódio...
Daí o que Deus fala para mim: Esclarecei os vossos irmãos para que não se tornem culpados diante do Senhor e que sua ira não se inflame contra vós e contra vossos irmãos. Tudo está claro! Devo esclarecer o lado espiritual da questão. O lado material foi devidamente esclarecido, nada ficou as escuras, mesmo que eu tenha sido acusado de ter revelado tanto. Sou obrigado agora a fazer a minha parte, pois sinto que também estou dentro da ameaça que Deus faz: que sua ira não se inflame contra vós e contra vossos irmãos. Irei tentar mais uma vez outra reunião e dessa vez para falar somente da verdade espiritual, é essa que interessa mais de perto a Deus, é essa que inclui os principais interessados dentro do projeto de Deus. Devo tentar com toda a paciência e humildade essa nova reunião, se tornou agora um dever para mim. Caso não seja possível por intransigência da outra parte, Deus então compreenderá e saberá como fazer em seguida. Da minha parte continuarei a amar a todos, amigos e adversários, com compaixão e fraternidade como é da Sua Lei.
Durante a vida temos diversas opções de caminho para promover nossa evolução. Forçado pelos instintos, somos até certo ponto obrigados a garantir nossa sobrevivência e se não tomarmos cuidado prejudicar o nosso próximo. Quando adquirimos uma melhor compreensão da vida, então os motivos egoístas começam a perder força na nossa consciência e entendemos que todos tem a mesma necessidade que nós e que devemos ser fraternos com todos. Isso implica muitas vezes em sermos abnegados, negar os nossos próximos interesses em função do bem estar e evolução de terceiros. Fazendo uma reflexão dessa questão em minha própria vida, chego a conclusão que estou caminhando por uma trilha menos percorrida por todos que estão ao meu redor. Desenvolvi ao extremo o amor incondicional e isso se tornou o motor das minhas ações. Pois assim, vejamos o que acontece: assumo uma série de responsabilidades profissionais, remuneradas, com o objetivo de servir de amparo para as pessoas que estão ao meu redor, principalmente a família ampliada que já comecei a construir, três companheiras que me deram filhos e outras que se candidatam; dentro das atividades fico à disposição para viabilizar atividades para todos, tanto do ponto de vista profissional, espiritual ou de lazer; procuro viabilizar a harmonia em todo o ambiente que participo, mesmo com o sacrifício do meu tempo livre; uso o meu tempo livre para harmonizar os pensamentos e sentimentos de quem sente atração por mim, mesmo que não haja recompensa para o corpo do ponto de vista sexual; os recursos evolutivos que construo sempre estão a serviço da evolução de todos ao meu redor; e consigo resistir as ameaças, agressões, incompreensões, e toda carga negativa que a força da ignorância ou do mal possa descarregar sobre mim, sem esquecer da pessoa humana que está por trás de tudo isso, que é meu irmão e que merece ser instruído, perdoado e amado.
Estas são as características da trilha pela qual caminho e apesar de ter tantas pessoas ao meu lado na vida material, nesse contexto espiritual... quem eu vejo?
Depois que a verdade chega e provoca a dissolução dos castelos de mentira, se torna necessário a correção dos rumos na vida prática imediata e futura. No contexto do amor romântico e amor incondicional, temos que considerar o mundo material e o mundo espiritual dentro de nossos relacionamentos mais próximos e mais íntimos. O amor romântico está mais ligado ao mundo material, ao apego, a posse, a estagnação, à individualidade, à mentira; o amor incondicional está mais ligado ao mundo espiritual, ao desapego, a liberdade, a mudança, à universalidade, à verdade.
Dentro do mundo material em que vivemos, o amor romântico exerce prioridade em nossas vidas, desde tenra idade quando os hormônios sexuais são liberados e a motivação por uma companheira, pela perpetuação da vida, emerge com mais força no nosso campo de consciência. Queremos amar uma pessoa com toda força de uma paixão, queremos essa pessoa só para nós e daí passo a desenvolver o monstro dos olhos verdes, o ciúme, como guardião do meu objeto do amor. Desenvolvo o apego ao meu objeto de amor, pretendo manter essa posição por toda minha vida, não compartilho essa minha felicidade com ninguém, e uso do artifício da mentira quando algum aspecto da realidade ameaçar essa minha base emocional. Mesmo que essa seja minha condição inata, o aprendizado que a vida nos traz, principalmente lições dadas por grande avatares da humanidade como Jesus Cristo, ajuda a compreender a importância do Amor Incondicional e do mundo espiritual como o nosso mundo maior. Então com esforço iremos fazendo a transposição do amor romântico para o amor incondicional; do apego para o desapego; da posse para a liberdade; da estagnação para as transformações, evolução; da individualidade para a universalidade; da mentira para a verdade. Se todos tivermos condições de fazer essa correção de rumos, as características da sociedade também se alterarão, principalmente a partir de sua célula manter, a família. Deixará de ter o perfil essencialmente nuclear, fechado e se abrirá para uma família ampliada onde vários pares possam coexistir simbioticamente e dentro desse caminho evolutivo se alcançará a família universal, principal promessa dita por Jesus como consequência dessa correção de rumos: O REINO DE DEUS.
Dentro de nossos relacionamentos existem ocasiões onde, para se manter a harmonia do momento temos que omitir ou mentir determinados aspectos. Recebe o nome de habilidade social. Isso sendo feito de forma pontual, só naquele momento, não implica maiores prejuízos, mas caso a situação se repita as implicações negativas começam a se avolumar e um novo mundo começa a se delinear em falsas premissas. As pessoas que estão ao nosso redor e que seriam atingidas pelas noticias verdadeiras, podem até ficarem confortáveis pela proteção da mentira, mas com certeza, quando a verdade surgir, e ela sempre surge, a decepção será enorme e a quebra de confiança surge como o principal estrago. Portanto, quanto mais cedo sairmos da sombra da mentira e ficarmos sob o amparo da verdade, melhor! Pode ser que nesse momento de esclarecimento da situação um grande sofrimento seja produzido para todos os envolvidos, para quem está confessando a verdade tanto tempo escondida, como para quem está ouvindo pela primeira vez. Pode ser acompanhada de fortes emoções, de quebra de confiança na pessoa querida, de rompimento de expectativas, da quebra de preconceitos, de raiva, de choro, decepção, agressividade, vingança, ataque, etc. Quem está expondo a verdade tem que pedir a Deus toda a energia protetora, toda a sabedoria, toda a resistência para sofrer toda essa reação negativa a contra sua pessoa e manter a serenidade, a tolerância, a resignação contra toda a agressão sofrida e permanecer no sentimento de amor. Depois desse turbilhão de emoções virá a ressaca moral que atingirá principalmente todos os artífices da mentira. Mas para esses que assim agiram, trazendo a tona a realidade dos fatos, um grande benefício passarão a usufruir: estarão a partir desse momento sob a proteção firme e vigorosa da VERDADE, a irmã mais próxima do Amor Incondicional.
Ontem cometi um equívoco. Ao invés de Asa, coloquei o nome de Abia, como o rei que recebeu o oráculo de um desconhecido em nome do Senhor.
Mas quero hoje descrever a sensação de dever que impulsionou minha visita na noite de ontem. Sabia que eu era o motivo de constrangimento, de medo e até vergonha a uma senhora com relação a sua filha. Dentro desse contexto desfavorável, é natural que a sensação de medo tome conta da gente. Passei antes na igreja mátria da cidade e sentei um pouco no último banco para procurar sentir a inspiração do Senhor. A igreja estava em reforma, pessoas trabalhavam no seu interior, mesmo sendo noite. Alguns homens chegavam com suas camisas inscritas: TERÇO DOS HOMENS. Fizeram convite para eu participar, mas disse que tinha um compromisso. Olhei ao redor e vi a imagem de São José à minha direita. Lembrei que ele era um homem rude, mas que tinha recebido uma ordem direta do Senhor e que tinha cumprido à contendo, educando Jesus. Olhei para cima e vi a última figura que ainda faltava ser retirada. Jesus com a sua mão a me abençoar e o seu coração sofrido, exposto. Lembrei da amargura do horto nas horas que antecederam o encontro com Judas e os soldados, do pedido até ao Pai, que se fosse possível afastasse aquele cálice, mas se fosse da sua vontade que tudo fosse cumprido. Vi que o sofrimento que eu teria pela frente, de ser acusado, agredido por uma senhora idosa, não era nada comparado as chicotadas de soldados robustos e todo o drama da crucificação que Ele iria atravessar. Fiquei envergonhado da minha covardia e sai daquela igreja em reforma com a inspiração do modelo de José, as bênçãos de Jesus e a disposição de também colaborar pela reconstrução da igreja de Deus fora daquele espaço e dentro das relações mundanas.
Cheguei na casa, educado, mas fui recebido com rispidez. Deixou claro que eu não era bem vindo. Saiu de casa e me deixou esperando, sem tempo definido de chegar. Voltou acompanhada da filha e junto com outra que permanecia em casa passou a me ouvir e em seguida fazer as acusações e reclamações que sentia no coração. Tudo que ela falava tinha uma lógica dentro do mundo que ela vive. O mundo espiritual que eu procuro construir obedecendo a Lei de Deus, se afastou muito deste outro mundo. Mas a verdade do que ela dizia era o que doía mais. A sorte é que ela também tem uma grande espiritualidade, à sua maneira, é claro, mas que sabe atender os apelos de Deus. E foi Ele que interviu na hora do meu massacre e pediu um tempo. Colocou nas consciências de quem estava presente e que o respeitava como Pai e criador de tudo no Universo, que o comando de tudo é dEle. Orientou para que não nos digladiássemos mais com palavras, que todos passassem a orar e meditar, para falar e ouvir o que Ele tem a dizer na nossa consciência e o TEMPO, seu precioso auxiliar, vai nos dizer quando podemos chegar a uma solução que atenda a todos, principalmente, QUE ATENDA A VONTADE DO PAI.
Voltei para casa, sentindo que eu poderia ter sido mais competente em explicar o que Ele queria de todos nós, mas reconheci com humildade minhas tantas imperfeições. Pelo menos segui com a sensação do dever cumprido.