Não somos perfeitos e portanto sujeitos a erros e falhas. Alguns desses estão dentro de nossa personalidade, do caráter, e dessa forma de difícil reabilitação. Porém se tomamos conhecimento dessa situação, e queremos modificar aquilo que está errado em nós, não devemos nos intimidar por concluirmos que é difícil essa tarefa. É difícil, mas não impossível. O nosso principal aliado nesse projeto é a tenacidade, a perseverança. Os erros irão surgir, mesmo nós sabendo deles e querendo os evitar. Algo dentro de nós força o nosso comportamento a agir contra a nossa vontade. Parece paradoxal, a vontade ser vencida por algum elemento que faz o corpo agir sem nós o querermos. É o que Paulo deixou escrito na Bíblia, em momentos de angústia: “Por que eu faço o que não quero e o que quero deixo de fazer?”, mais ou menos assim. Pois é isso que observamos constantemente em nosso comportamento. É isso que observo constantemente em meu comportamento. Quero trabalhar na seara do Senhor, construir o seu Reino aqui na terra assim como Ele colocou esta ordem na minha consciência. Sei os passos que devo dar para fazer isso acontecer. Mas fico a procrastinar dia após dia o que tenho de fazer. A cada dia constitui uma batalha perdida. O que me salva é a perseverança. Todo o dia amanheço com a firme intenção de fazer o necessário. Também sei que apesar dessa visão negativista que coloco aqui, também percebo que a derrota não é tão completa assim. Todo dia reconheço que algum palmo de terreno conquistei. Poderia ser mais rápido nesse meu trabalho, mas acredito que esteja atingindo os meus limites e para avançar mais ainda no trabalho eu tenho que ampliar ainda mais esses limites, e isso mexe com toda a estrutura da personalidade, do caráter. Assim vou me transformando num novo homem, aquele que eu quero ser, que obedece a ordem do Criador. Agradeço a perseverança que tem sido minha fiel aliada.
A displicência dentro dos relacionamentos é um fator de desarmonia. Mas, e quando essa displicência já uma fuga para evitar a desarmonia? Quando alguma notícia deve ser dada e essa notícia traz algum grau de sofrimento para o outro, geralmente há uma tentativa de evitar a notícia. Mas acontece que o fato vai ser descoberto e a desarmonia vem de qualquer forma. A maneira mais inteligente de lidar com a questão é cada um colocar para o outro quais são os seus paradigmas de vida e o que pode acontecer dentro do rol de comportamentos de qualquer um. Então o outro deve decidir se estar disposto a aceitar ou não. Mesmo com todo esse grau de transparência, mesmo assim quando o fato acontece, ainda existe o mal-estar, a desarmonia. A desarmonia é um sinal de que o relacionamento está inadequado e se isso persiste, a solução final será o rompimento do relacionamento. Então, a displicência começa a surgir no comportamento dos companheiros, até mesmo num nível inconsciente, para evitar informar com clareza o que vai acontecer. O companheiro às vezes até pede para isso não ser colocado de forma explicita, é um sinal de que a displicência pode ser usada. Enfim, começo a firmar a opinião de que a transparência é a melhor estratégia, mesmo porque é a que está aliada a verdade e a verdade é sempre bem-vinda, a não ser que o outro seja tão frágil que não a possa suportar, mas nesse caso não estaria dentro do relacionamento.
A felicidade é um conceito abstrato de difícil apreensão. Geralmente é considerado uma utopia, onde a pessoa nunca o alcance, por mais esforço que faça. Tenho o conceito de que a felicidade é um estado de espírito, de dever cumprido. Jesus, por exemplo, veio à terra com uma missão importante, de ensinar que o Pai é puro amor e que nós temos como missão aplicar esse amor entre todos ao nosso redor, principalmente o próximo, nas nossas relações interpessoais. Teve que dar exemplos com a própria vida para ensinar esse amor incondicional, de amar até mesmo os inimigos, aqueles que o traíram, chicotearam e crucificaram. Acredito que o auge de sua felicidade coincidiu com o auge do sofrimento, quando próximo da morte na cruz ele sabia que havia cumprido a sua missão. Guardado as devidas proporções, eu também sinto essa felicidade. Sinto que estou atuando na seara do Senhor da forma que Ele exigiu de mim, de acordo com a minha consciência. O sofrimento que devido a isso ocorre ao meu redor, com pessoas que me amam e que gostariam de me ter ao seu lado ao cada momento, e do meu próprio sofrimento em função disso e de outros fatores, não retiram de mim o senso do dever cumprido, de estar sintonizado com a vontade do Pai e dessa forma me sinto também feliz.
Quando satisfazemos a vontade de Deus, mesmo que de início isso nos pareça um sacrifício, no final somos recompensados. Todos os nossos desejos são realizados. Isso serve também para as nossas relações interpessoais. Todos temos como missão construir o Reino de Deus aqui na terra a partir da transformação do nosso coração e em seguida criar as relações interpessoais com os mesmos critérios do amor incondicional que é a base. Isso leva ao amor não-exclusivo a formação de uma família ampliada. Satisfazer esses critérios vai de encontro ao tradicional amor romântico, exclusivo e daí vem uma série de resistências, de sofrimentos, que quem começa a aplicar passa a sofrer. Já passei por esse sofrimento e foi difícil vencer uma série de preconceitos que existia nos meus pensamentos, principalmente o preconceito machista, de que a minha companheira não podia amar nenhum outro homem a não ser eu. Felizmente venci todos eles e estou pronto para a aplicação do amor não-exclusivo. Porém minhas companheiras ainda não alcançaram esse nível e o seu sofrimento termina por levar também ao meu sofrimento; não quero que nenhuma pessoa sofra por causa dos meus pensamentos. Aqui chega uma nova frente de combate na minha evolução. Quando eu estou agindo na vontade de Deus, não importa o sofrimento de quem quer que seja, inclusive o meu, as ações têm que sem realizadas. A vantagem que tenho é que já sei, que ao ser realizada a tarefa a satisfação dos meus desejos serão completas, compensarão bastante o sofrimento inicial. Minhas companheiras não tem ainda esta informação. Devem apenas ter fé no que estou dizendo e também ouvir a palavra de Deus em seus corações de que estão no caminho correto.
Os hábitos são comportamentos repetitivos que fazemos por efeito de alguma motivação. Geralmente é a obtenção do prazer ou talvez fugir de uma situação de desprazer. Essa motivação mais obvia e mais verificada no cotidiano, facilita uma série de comportamentos inadequados, ociosos, egoístas que formam um caráter às vezes pernicioso, para o agente e/ou para os circunstantes que com ele estabeleçam relações. Um hábito positivo geralmente exige um gasto extra de energia, pois cai de encontro aos motivos do prazer, da preguiça, da ociosidade. Tenho essa consciência e sei dos diversos hábitos negativos, que trazem prazer e que impedem o comportamento na direção daquilo que considero mais importante. Agora mesmo, estou forçando trabalhar neste texto que considero positivo, lutando contra o desejo de me estirar no tapete e ficar assistindo as baboseiras que passa na televisão. Este é o segredo. Tenho que fazer essa luta diária de vir trabalhar na escrivaninha ao invés de ir me estirar no tapete. E isso se espalha por diversos outros aspectos do cotidiano. A cada momento eu devo lutar para deslocar um hábito negativo em função de um positivo. Hoje eu sinto que estou com uma pequena vitória. Espero que essa satisfação que sinto ao perceber isso, sirva de motivação amanhã para eu repetir a façanha. Vai depender também do meu foco de atenção. Devo focar no positivo, se minha mente focar o negativo, o lazer a preguiça, a ociosidade, não tenho garantia de fugir dessa atração. Só o fato de estar pensando neles para escrever esse texto, já desperta força lá dentro do emaranhado da mente: porque não termino esse texto e vou para o tapete que está à minha espera?